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Processos de Fabricação Material Teórico Trefilação e Extrusão Responsável pelo Conteúdo: Prof.a Me. Luciana Borin de Oliveira Revisão Técnica: Prof. Me. Maick Roberto Lopes Revisão Textual: Prof.a Me. Luciene Oliveira da Costa Santos • Introdução; • Trefilação; • Extrusão. Conhecer as definições envolvidas no estudo dos processos de Conformação Plástica · Trefilação; · Extrusão. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Leia atentamente o conteúdo desta unidade, que lhe possibilitará conhecer os processos Trefilação e Extrusão. Você também encontrará uma atividade composta por questões de múltipla escolha, relacionada com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar conhecimentos e debater questões. É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre o assunto da unidade. ORIENTAÇÕES Trefi lação e Extrusão UNIDADE Trefilação e Extrusão Contextualização Vemos que os processos de fabricação e tecnologia de materiais procuram sempre novas fontes de materiais ao mesmo tempo em que buscam novas formas de processamento para atender a uma demanda específica, melhorar qualidade, baixar custos e diminuir falhas. Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: Busque produtos que são processados por Trefilação e Extrusão. Qual deve ser o estudo para indicar a utilização de um processo para determinado material? Escolha um produto com o qual você esteja trabalhando ou faça parte do seu dia a dia (no trabalho, em casa). Aplique o conceito acima, descreva a atividade e os critérios. 6 7 Introdução Os processos de Trefilação e Extrusão podem produzir peças intermediárias como tarugos ou produzir também peças acabadas. Esses processos são destinados à produção de barras de perfil constante. O perfil é definido pela forma da abertura da ferramenta por onde o material flui impulsionado por uma força (figura 1) que pode ser: • Tração, no caso da trefilação, ou • Compressão, no caso da extrusão Figura 1 – Trefi lação e Extrusão Pode-se dizer que: A Trefilação e a Extrusão são processos de compressão indireta, pois mesmo que as forças aplicadas sejam de tração ou compressão, a reação da peça com a matriz produz forças indiretas de compressão. Trefilação Origem Entre outros, diz-se que o processo de trefilação foi desenvolvido para resolver a dificuldade de fabricação de fios metálicos com pequenas dimensões. Os fios eram feitos apenas com metais preciosos, a partir de formas planas por martelamento manual. Os primeiros fios metálicos foram fabricados por arraste manual, sendo somente industrializado muito tempo depois. O processo de trefilação em si não apresentou muitas evoluções na forma geométrica das fieiras, houve grande evolução na parte metalúrgica do processo. 7 UNIDADE Trefilação e Extrusão Apresentação A trefilação é um processo de conformação plástica realizado pela condução de uma barra, tubo ou fio por uma ferramenta denominada fieira ou trefila. Esta ferramenta possui formato externo cilíndrico e contém um furo no seu centro por onde passa o material (figura 2). A geometria desta ferramenta tem influência sobre a força de trefilação. O furo possui diâmetro decrescente com perfil na forma de funil. Desbobinadeira Roldana 1o Anel Tirante com �o deslizante 2o Anel Tirante com �o deslizante 1a Fieira 2a Fieira Bobinadeira Figura 2 – Esquematização do processo de trefilação O processo de Trefilação pode contar com uma ou mais fieiras. Ex pl or A geometria da fieira ou trefila é dividida em quatro zonas (figura 3): • entrada; • redução; • calibração; • saída. Figura 3 – Geometria da fieira 8 9 A fieira (figura 4) pode ser composta de diversos materiais, sendo que a escolha depende das condições e esforços do processo e do material a ser trefilado. Os materiais mais utlizados são: • Widia;1 • Aços revestidos de Cromo; • Cerâmicos; • Diamantes. Figura 4 – Corte esquemático para visualização da fi eira Um maior conhecimento do processo de trefi lação pode ser visto em: https://goo.gl/E4xjtB Ex pl or Operação A operação de passagem do material pela fieira normalmente é realizada a frio, abaixo da temperatura de recristalização, ocorrendo o encruamento do material com as alterações das propriedades mecânicas do material – redução da ducibilidade do material e aumento da resistência mecânica. A principal finalidade do processo de trefilação é a obtenção de material de diâ- metros menores e propriedades mecânicas controladas (figura 5). Figura 5 – Tubos trefi lados Fonte: iStock/Getty Images Entre as diversas etapas da trefilação, passagens por sucessivas fieiras com diâmentos decrescentes, um tratamento térmico de recozimento pode ser necessário para garantir a continuidade do processo ou para adequar o material aos requisitos do cliente quanto às propriedades mecânicas especificadas para o uso do produto final trefilado. 1 Widia é a caracterização de um metal duro sintetizado para ferramenta de corte. Seu nome tem origem do alemão Wie Diamant (como diamante), fazendo analogia às propriedades de dureza e resistência ao desgaste do diamante. 9 UNIDADE Trefilação e Extrusão O estudo dos processos de fabricação nos traz a luz de que todos eles estão interligados na meta de trazer o produto final desejado pelo cliente, com as características mecânicas e dimensionais desejadas (figura 6). Figura 6 – Produção de tubos de aço trefilados A trefilação utiliza como matéria prima o produto em forma de fio, barra ou tubo obtidos pelo processo de laminação no caso de metais ferrosos e não ferrosos e processo de extrusão no caso de metais não ferrosos. Conhecemos o processo de trefilação como um processo de compressão indireta pois os esforços de compressão exercidos pelas paredes do furo da ferramenta sobre o material durante a sua passagem são resultantes do efeito da força de tração aplicados externamente na direção axial do fio. Os produtos mais comuns da trefilação estão apresentados na tabela: Barras Diâmetro menor que 25mm Arames Comuns Grossos Diâmetro de 5 a 25mm Médios: Diâmetro de 1,6 a 5,0mm Finos: Diâmetro de 0,7 a 1,6mm Especiais Diâmetro menor que 0,02mm Tubos Trefilados de diferentes formas As principais vantagens do processo de trefilação: • O material a ser trabalhado pode ser estirado e reduzido em secções transversais mais do que com qualquer outro processo de conformação. • A precisão dimensional obtida por este processo é maior do que em qualquer outro. • A superfície do material produzido é uniformemente polida e limpa. • A trefilação exerce influência nas propriedades mecânicas do material, permitindo a obtenção de uma variedade de propriedades com a mesma composição química em combinação com um tratamento térmico adequado. Como exemplo, depois da trefilação, os arames podem ser submetidos a trata- mentos térmicos de recozimento ou patenteamento para aliviar tensões ou para obter propriedades mecânicas desejadas pelo cliente para utilização do material. 10 11 Recozimento O processo de Recozimento, demonstrado nas figuras 7 e 8, é um dos processos mais populares para tratamento térmico do aço. Este processo, é um tratamento térmico que atinge entre 550 a 650°C. Processo de Recozimento: https://goo.gl/TPWMMa e https://goo.gl/Wf2n5s Ex pl or A temperatura é sempre definida com base no tipo de aço em questão – o que é feito mediante consulta do aço em sua tabela de fabricação. Já o resfriamento é feito de forma lenta e dentro de um forno previamente aquecido em temperatura ambiente. De modogeral, o recozimento é um tratamento térmico feito quando há o objetivo de alcançar um ou mais entre os objetivos a seguir: • Diminuição da dureza do aço, o que irá melhorar a sua utilização em procedimentos de usinagem; • Remoção de tensões internas, que geralmente são causadas por tratamentos mecânicos (a quente ou a frio); • Para alteração de propriedades ou componentes mecânicos do aço, como a sua ductilidade, resistência ou outros; • Para modificação de aspectos magnéticos ou elétricos do aço; • Para ajuste do tamanho ou tipo de grão do aço; • Para remoção de gases ou regularização de texturas amplas e mais brutas; • E, por fim, para promover a eliminação de qualquer efeito causado a partir de tratamentos mecânicos ou térmicos aos quais o aço tenha sido submetido anteriormente. Patenteamento É indicado para aços de médio a alto carbono. É um tratamento de aquecimento acima da temperatura crítica seguido de resfriamento controlado. O principal objetivo é obter uma melhor combinação de resistência e ductilidade ao produto final. Equipamentos de trefilação O processo de Trefilação possui equipamentos que podem ser classificados em dois grupos: Bancadas de trefilação Utilizadas para produção de componentes não bobináveis, como barras e tubos (figura 7). 11 UNIDADE Trefilação e Extrusão Figura 7 – Bancadas de trefilação TREFILADORAS DE TAMBOR Utilizadas para produção de componentes bobináveis, ou seja, fios e arames (figura 8 e 9). Classificadas em três grupos: 1. Simples em um só tambor para os arames grossos 2. Duplas para os arames médios 3. Múltiplas contínuas para os arames médios e finos Figura 8 – Trefiladoras de tambor Figura 9 – Trefiladoras de tambo Aplicações e defeitos dos produtos A trefilação é um processo muito utilizado para produção de barras que são aplicadas em pistões pequenos, eixos de máquinas e material para parafusos. As barras mais finas, com diâmetro inferior a 5 mm, são chamadas arames ou fios e são utilizadas para cabos, molas e condutores elétricos (figuras 10, 11, 12 e 13). 12 13 Figura 10 – Fios de aço Figura 11 – Condutores elétricos Fonte: iStock/Getty Images Figura 12 – Tubos Fonte: iStock/Getty Images Figura 13 – Microtubos Fonte: iStock/Getty Images Os principais defeitos encontrados nos produtos trefilados são os relacionados ao processamento de matéria-prima, ou do produto trefilado, e problemas da fieira. • Diferença de diâmetro; • Fraturas; • Rupturas; • Marcas. O atrito é um processo a ser considerado durante a operação de trefilação devido ao movimento relativo entre o material e a fieira. O atrito causa desgaste na ferramenta e aparecimento e defeitos superficiais no fio. Por esse motivo é importante conhecer e aplicar a lubrificação para criar entre esses materiais uma película contínua de fluido lubrificante que controlará o calor gerado pelo atrito. O lubrificante age como refrigerante, reduzindo o desgaste da fieira e melhorando o acabamento do fio (figura 14). A lubrificação pode ser aplicação de tipos de sabão, emulsões ou pastas de óleos em água, pastas e graxas. 13 UNIDADE Trefilação e Extrusão Figura 14 – Exemplo de lubrificação em trefilação Levando em consideração o sistema de lubrificação, as máquinas de trefilar são classificadas em: • Máquinas com sistema de imersão onde a fieira permanece imersa no líquido lubrificante, e • Máquinas com sistema de aspersão onde a fieira recebe um jato de líquido lubrificante. Você conhece o processo de trefilação na fabricação de tubos de aluminio? O video apresentado no link a seguir mostra este processo: https://youtu.be/fEV81DUmcQ4Ex pl or Extrusão A extrusão, como processo industrial, foi criada durante a Revolução Industrial, onde houve a invenção de uma prensa hidráulica para a realização de tubos de chumbo. Uma importante revolução no processo ocorreu quando a primeira pren- sa de extrusão horizontal foi construída para trabalhar metais com maior ponto de fusão que o do chumbo. Um disco na ponta do êmbolo de extrusão que o separava do tarugo, resguardando-o do calor excessivo foi a característica que possibilitou essa inovação. Entre o falso pistão e o metal a ser extrudado, se interpõe um pedaço de grafite, como material suplementar, para forçar a passagem de todo o material através da matriz (figura 15). Figura 15 – Esquema de extrusão 14 15 Extrusão é o processo de conformação plástica no qual um corpo metálico ou qualquer outro tipo de material tem sua seção transversal reduzida ou modificada pela aplicação de altas tensões de compressão. É um processo de compressão indireta, que pode ser realizado a quente ou a frio para produzir barras, tubos ou os mais variados perfis, quaisquer produtos com seção transversal idêntica em todo o seu comprimento (figura 16). Figura 16 – Esquema de processo de extrusão É importante salientar que os processos de conformação estão em constante mudança e adaptação, pois os materiais estão sendo estudados, descobertos e modificados todo tempo. Este processo produz barras cilíndricas ou tubos. Outras formas de seção transversal mais irregulares podem ser conseguidas em metais mais facilmente conformáveis como o alumínio. Materiais como o cobre e suas ligas, aço carbono, inoxidável e também produtos de plástico são utilizados no processo de extrusão, principalmente em embalagens. Este processo permite obter superfícies com boa aparência. Os aços-carbono, com teor de Carbono de até 0,2% são fáceis de serem extrudados a frio, produzindo os pinos de pistões e porcas de rodas. À medida que o teor de Carbono aumenta, a extrusão a frio torna-se mais difícil, exigindo um tratamento térmico para conferir ao metal estrutura adequada para a extrusão. Processo de extrusão do plástico A extrusão é o mais importante processo de transformação de plásticos. O pro- cesso de extrusão de plásticos consiste basicamente em forçar de forma controlada a passagem do material granulado por dentro de um cilindro aquecido, com auxilio de roscas “sem fim”, que transportam, misturam, compactam e permitem a retira- da de gases liberados neste processo. Na saída do cilindro, o material é comprimido contra uma matriz de perfil desejado, a qual dá formato ao produto que será logo após resfriado, cortado ou enrolado. Os produtos resultantes deste processo estão ao nosso redor todos os dias como tubos (figura 17), filmes de embalagens plásticas (figura 18) e até mesmo as garrafas PET (figura 19). 15 UNIDADE Trefilação e Extrusão Figura 17 – Tubos plásticos Fonte: iStock/Getty Images Figura 19 – Garrafas plásticas Fonte: iStock/Getty Images Figura 18 – Embalagens plásticas Fonte: iStock/Getty Images Direta e inversa O processo de extrusão é realizado conforme sequência a seguir: • Inicialmente, o material é aquecido no forno com temperatura acima da temperatura de recristalização; rapidamente, é transportado para o recipiente, evitando ao máximo a exposição ao ar atmosférico para controlar a oxidação. • A seguir, o material é colocado num apoio e o pistão é acionado de encontro ao material. • Após o pistão completar o ciclo de extrusão, retira-se o disco e procede-se à limpeza do interior do recipiente. O processo de extrusão pode ser classificado quanto ao movimento do material em duas frentes (figura 20): • Direta; • Indireta ou Inversa. Figura 20 e 21 – Extrusão Direta e Inversa 16 17 Na extrusão direta, o pistão age sobre o material e força sua passagem pela ferramenta localizada no lado oposto do recipiente, provocando grande ação de atrito entre o material e o recipiente. Já na extrusão inversa, o pistão se mantém fixo e o material com o recipiente avançam na sua direção, tornando inexistente o atrito entreo material e o recipiente. A extrusão inversa exige menor esforço e permite a obtenção de um produto mais homogêneo e a extrusão direta possui maior utilização pela simplicidade de seu maquinário. O atrito entre o material e o recipiente na extrusão direta pode ser amenizado pela utilização dos lubrificantes resistentes a altas temperaturas. Variáveis de controle Os produtos extrudados sofrem influência de diversos fatores que merecem atenção e controle para qualidade do produto final: • Pressão de extrusão; • Geometria da ferramenta; • Características do material; • Temperatura de trabalho; • Velocidade de extrusão; • Condições de lubrificação; • Modo de escoamento. Veremos as especificidades de cada variável a seguir: A pressão de extrusão é dependente de outros fatores como a temperatura, velocidade do trabalho e geometria da ferramenta, considerando que a intensidade de redução da área é a mais poderosa influência. Em linhas gerais, na extrusão inversa a pressão é menor e o escoamento é uniforme pela ausência de atrito entre o material e o recipiente. Na extrusão direta, há um nível elevado de pressão inicial para fazer o material passar pela ferramenta, caindo com o avanço do pistão e aumentando novamente no final do processo. Essa pressão inicial cai quando se utilizam lubrificantes. Ao se estudar a geometria da ferramenta, é possível perceber que, nas ferramentas cônicas, não surge zona morta, o que possibilita a condução de um processo mais uniforme apesar do esforço de extrusão inicial ser maior. Considerando as características do material, vemos que as propriedades do extrudado na direção da seção transversal são diferentes das propriedades na seção longitudinal. 17 UNIDADE Trefilação e Extrusão A temperatura de trabalho deve ser suficientemente alta para manter boa trabalhabilidade plástica ao material e conduzir a recristalização. Cabe ressaltar que uma temperatura muito alta traz gastos excessivos de energia, desgaste da máquina e do material a ser extrudado. A velocidade de extrusão deve ser um parâmetro estudado em conjunto com a pressão e a temperatura de trabalho para um adequado processo de extrusão com maior produção e menor perda de temperatura do material a ser trabalhado. As condições de lubrificação, os lubrificantes como grafita e óleos tem atuação direta sobre o atrito entre o recipiente e o material, entre o material e a ferramenta, afeta o acabamento do extrudado e diminui o desgaste da ferramenta. Os modos de escoamento têm influência nas propriedades e na qualidade do produto final e podem se apresentar de três maneiras diferentes. As duas primeiras em condições de controle de laboratório e a terceira uma representação real da prática: • Por extrusão direta com lubrificação, onde não acontece a penetração de camadas de impurezas para dentro do material extrudado. • Por extrusão direta sem lubrificação, em que pode acontecer o fenômeno da intrusão. • Por extrusão direta em condições normais de operação, em que se forma uma coroa de material não deformado que penetra na ferramenta e contribui no comprimento final do extrudado. Aplicações e defeitos dos produtos A aplicação do processo de extrusão abrange materiais ferrosos e não ferrosos. Este processo tem emprego limitado nos aços devido às condições adversas de elevadas temperaturas e pressão. Os materiais mais extrudados são o alumínio, o cobre e suas ligas. Dependendo das condições e do material extrudado podem ocorrer vários tipos de defeitos, que afetam a resistência e qualidade do produto final. Os principais defeitos são: Trinca superficial Ocorre quando a temperatura ou a velocidade é muito alta. Estas causam um aumento significativo da temperatura da superfície, causando trincas e rasgos. Os defeitos são intergranulares. Ocorrem especialmente em ligas de alumínio, mag- nésio e zinco, embora possam ocorrer em ligas de alta temperatura. Estes defeitos podem ser evitados reduzindo-se a velocidade de extrusão e diminuindo a tempe- ratura do tarugo. 18 19 Cachimbo O tipo de padrão de fluxo do metal a arrastar óxidos e impurezas superficiais para o centro do tarugo, como num funil. Este defeito é conhecido como defeito cachimbo (ou rabo de peixe). O defeito pode se estender até um terço do com- primento da parte extrudada e deve ser eliminado por corte. O defeito pode ser minimizado alterando-se o padrão de fluxo para um comportamento mais unifor- me, controlando a fricção e minimizando os gradientes de temperatura. Alterna- tivamente o tarugo pode ser usinado ou tratado quimicamente antes da extrusão, removendo-se as impurezas superficiais. Trinca interna O centro do tarugo pode desenvolver fissuras que são conhecidas como trincas centrais, fratura tipo ponta de flecha ou chevron. O defeito é atribuído à tensão hidrostática de tração na linha central, similar à situação da região de estricção em um corpo em ensaio de tração. A tendência à formação de fissuras centrais au- menta com o crescimento da fricção e da relação de extrusão. Este tipo de defeito também aparece na extrusão de tubos. 19 UNIDADE Trefilação e Extrusão Material Complementar Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, consulte os livros abaixo, disponíveis na Minha Biblioteca: Livros Ensaios dos materiais GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. Introdução aos processos de fabricação GROOVER, Mikell P. Rio de Janeiro: LTC, 2014. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. CALLISTER JR., William D. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 20 21 Referências DIETER, G.E. Metalurgia Mecânica. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981. HELMAN, H.; CETLIN, P. R. Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. São Paulo: Artliber, 2005. RODRIGUES, J. Tecnologia Mecânica. Volumes 1 e 2. Lisboa: Ed. Escolar, 2005. BRESCIANI FILHO, E. Conformação Plástica dos Metais. Volumes 1 e 2. Campinas: UNICAMP. ROWE,G.W. Elements of Metalworking Theory. Cambridge: Edward Arnold Publishers, 1979. HONEYCOMBE, R.W.K. The Plastic Deformation of Metals. Cambridge: Edward Arnold Publishers, 1968. 21