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Abolicionismo penal

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FACULDADE DE DIREITO DE IPATINGA
Curso de Bacharel em Direito
ALLAN
 ERICLIS FRANCISCO DE ALVARENGA
 TRABALHO SOBRE ABOLICIONISMO PENAL
Ipatinga
1° Semestre/2019
FACULDADE DE DIREITO DE IPATINGA Curso de Bacharel em Direito
 
TRABALHO SOBRE ABOLICIONISMO PENAL
Trabalho sobre abolicionismo penal, na disciplina Metodologia Cientifica, curso de Direito da FACULDADE DE DIREITO DE IPATINGA.
Professora: Rejane.
Ipatinga
1° Semestre/2019
Resenha:
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O abolicionismo penal consiste numa teoria filosófico-penal que defende o fim do sistema penal, por considerá-lo gerador de um sofrimento inútil e nocivo. Parte do pressuposto de que o conceito de crime é errôneo, e o direito penal deve ser substituído por formas de conciliação e reparação realizadas pela própria sociedade civil, sem a interferência coercitiva do Estado. Abordaremos suas características, perspectivas teóricas e finalizaremos o artigo tratando da sua impossibilidade de aplicação no contexto brasileiro.
O abolicionismo penal faz parte de um conjunto de teorias que negam legitimidade à pena. Contudo, é mais radical, defendendo o fim imediato da justiça criminal, contestando inclusive a própria definição de crime. Importante ressaltar que há diversas correntes do abolicionismo penal, notadamente as de Louk Hulsman (1997), Nils Christie (1998) e Thomas Mathiensen (2005). Seu surgimento como corpo teórico pode ser datado da década de 80, nos países nórdicos e na Holanda, embora seus pressupostos filosóficos sejam muito anteriores, remontando pelo menos até o século XIX, com o desenvolvimento das ideologias libertárias.
Tal teoria vai de encontro à concepção geral pré-estabelecida na opinião corrente e, num primeiro momento, aparece como utópica e ingênua. Também é contrária ao que, em geral, é difundido pelos meios de comunicação, que tendem a transmitir uma opinião favorável a um direito penal mais rigoroso. Na opinião corrente, a pena é legitimada pela prevenção geral e especial, as quais, lato sensu, consistem, a primeira, na intimidação como forma de se evitar a delinquência e, a segunda, na reeducação do infrator pela pena privativa de liberdade, o que também impede que este cometa novos crimes enquanto está encarcerado.
No entanto, todos, assim como os meios de comunicação, concordam que a justiça criminal, da forma como está estruturada, apresenta graves defeitos. A pena privativa de liberdade não executa, de forma alguma, sua função ressocializante, muito pelo contrário: o indivíduo, após o cárcere, tem mais chances de praticar novos crimes do que antes. Há quem argumente que isso só ocorre nos países periféricos, devido às más condições das prisões.
Contudo, nem as prisões do primeiro mundo cumprem sua suposta função de reeducação. Até mesmo a prevenção especial não é cumprida de forma completa, pois dentro da prisão apenados muitas vezes continuam cometendo delitos, como uso de telefones celulares ou através de ações contra os outros presos e agentes carcerários. Além disso, o próprio sistema penal, devido ao seu tamanho e forma de gerência, não cumpre corretamente aquilo que se propõe a fazer, é ineficiente, o que pode ser verificado pela enorme presença da denominada cifra negra, os crimes que passam despercebidos pelas autoridades.
Outra falha do sistema penal, muito apontada, é a sua seletividade: a julgar pela população carcerária, a prática da criminalidade é quase que restrita às classes sociais menos favorecidas. Em verdade, a criminalidade é difundida por todo o espectro social, mas a ação do sistema penal está focada sobre os despossuídos. Isso fere frontalmente o princípio da igualdade, defendido no caso brasileiro pela Constituição de 1998, e que se constitui como um dos principais alicerces dos Estados de Direito do Ocidente. É, enfim, a universalidade do crime em contraste com a seletividade da justiça.
Os juristas defendem diversas maneiras de se combater esses defeitos manifestos do sistema penal, como o aperfeiçoamento do sistema carcerário, a
redução do rigor do direito penal, dentre outras medidas. Entretanto, há correntes de pensamento que questionam a própria legitimidade do sistema penal, defendendo o seu fim ao invés de sua reestruturação ou reforma, adotando uma posição muito mais extremada do que a daqueles que procuram meramente reformar o sistema penal.
Tais correntes são heterogêneas, no entanto, sobre os pressupostos e argumentos do porquê da não legitimidade da pena, assim como sobre como se alcançará a etapa em que não haverá mais pena. Configuram, em seu conjunto, as teorias negativas da pena: A teoria agnóstica, a materialista/dialética e o abolicionismo penal, do qual trata esse artigo.
O abolicionismo, em síntese, é a teoria que defende o fim do sistema penal, por este constituir um sofrimento inútil e nocivo; parte do pressuposto de que o conceito de crime é errôneo, e o direito penal deve ser substituído por formas de conciliação e reparação realizadas pela própria sociedade civil, sem a interferência coercitiva do Estado.
Dentre seus pressupostos filosóficos, destaca-se o marxismo, principalmente no que se refere ao conflito de classes, que se reflete no direito penal, sendo a sua seletividade uma forma de controle social. Outro desses pressupostos é o anarquismo de Max Stirner, extremamente radical, que prega a completa liberdade do indivíduo para que este possa se realizar por completo, sem interferência alguma do Estado. Esse princípio, o da auto- realização, da liberdade individual, está presente no abolicionismo, influenciado pelo ideário libertário.
Todavia, seu principal fundamento encontra-se, assim como de outras teorias negativas da pena, no fenômeno da self-fulfilling prophecy,
advindo da Sociologia, como principal argumento para deslegitimar e pena. De acordo com essa ideia, quando a sociedade atribuiu um valor a um indivíduo, este é afetado por essa atribuição: incorpora-o e passa a se comportar conforme o valoraram. Na criminologia, isso representa uma ruptura, pois o crime, nessa ótica, não é preexistente ao direito penal, que o reconhece e o positiva. Ocorre o movimento contrário, isto é, o crime surge do próprio processo de tipificação, o direito cria o criminoso. Este, ao ser rotulado como tal, sofre o peso desse rótulo, e passa a agir conforme ele, ou seja, é a profecia que causa seu próprio cumprimento. Dessa forma, o sistema penal, ao selecionar determinadas pessoas como criminosas, efetivamente as induzem ao comportamento que rotulou como criminoso.�
Bibliografia:
https://jus-com- br.cdn.ampproject.org/v/s/jus.com.br/amp/artigos/24443/1?amp_js_v=a2&amp_gsa=1&usqp
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