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Desenho Técnico UNIDADE 2 1 UNIDADE 2 CONCEITOS E SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO Como objetivos de aprendizagem nesta unidade, teremos: § Conhecer a padronização do desenho técnico. § Aprofundar o conhecimento sobre as vistas ortogonais. § Entender as vistas em cores. § Saber o que são seções. Nessa unidade serão abordados dois temas fundamentais, que são eles: 1- Normatização para representação em desenho técnico Nessa unidade começaremos estudando as normas de representação do desenho técnico estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É necessário conhecê-las para sabermos interpretar os desenhos técnicos. 2- Vistas ortogonais Nesse momento iremos aprofundar os conhecimentos sobre vistas ortogonais, e assim veremos métodos de projeção, os tipos de corte e seções. INTRODUÇÃO Você já sabe que desenho é uma forma de linguagem. E como forma de linguagem possui uma padronização, também ocorre no desenho técnico. Essa padronização se apresenta na forma de normas técnicas, estas são estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). E é necessário conhecer essas normas técnicas para que possamos interpretar o desenho técnico. Após você estudar as normas técnicas, você irá aprofundar os seus conhecimentos de vistas ortográficas e compreender também os métodos de projeção. Serão apresentadas as vistas em corte ou seções, tais vistas serão usadas para detalhar objetos no seu interior. E para tanto, você deve recorrer aos conhecimentos da unidade 1 sempre que ocorrer dúvidas. E é isso que vamos aprender nessa disciplina, vamos lá! NORMATIZAÇÃO PARA REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO No Brasil, as normas técnicas que regulam o desenho técnico são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, registradas pelo INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia. 2 Layout e dimensões Nos projetos de engenharias e arquiteturas são utilizadas folhas nas quais denominamos de pranchas. Como padrões do desenho técnico exigem tamanhos do papel definidos por normas técnicas. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa- se um módulo de 1 (um) m² (metro quadrado), cujas dimensões seguem uma proporção equivalente à raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm), que remete às proporções áureas do retângulo. Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2A0 corresponde ao dobro daquela). Figura 1 – Série A deriva do A0 – 1m². Saiba mais NBR 8196: Desenho Técnico – Emprego de Escalas. NBR 8402: Execução de Caractere para Escrita em Desenho Técnico. NBR 8403: Aplicação de Linhas em Desenhos – Tipos e Larguras das Linhas. NBR 10067: Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico. NBR 10068: Folha de Desenho – Layout e Dimensões. NBR 10126: Cotagem em Desenho Técnico. NBR 10647: Desenho Técnico. NBR 13142: Desenho Técnico – Dobramento da Cópia. NBR 12298: Representação de Área de Corte por meio de Hachuras em Desenho Técnico. 3 Os demais formados submúltiplos do formato A0 são os seguintes tamanhos: Para você visualizar esses formatos veja a figura abaixo: Figura 2 – Formatos da folha de papel. 4 Dicas: Toda folha com dimensões maiores ao formato A4, para seu arquivamento deverá ser feito um processo de dobragem a ser realizada de uma forma recomendada. Esta forma busca permitir que o desenho seja armazenado em uma pasta, com a finalidade de ser consultada sem necessidade de retirá-la da pasta, e também que a legenda esteja visível com o papel dobrado. As cópias dos projetos podem ser arquivadas dobradas, ocupando o menor espaço possível e facilitando o manuseio. O formato final deve ser o A4, para arquivamento. Assim observem na figura 2.1 os diferentes formatos e forma de dobragem: 5 Além da forma correta de dobragem para o arquivamento existem outras padronizações no desenho técnico, a exemplo como deverá ser dispostos os elementos que compõe o projeto. Ou seja, dentro da folha de papel existe uma forma correta de dispor os elementos do desenho, os quais denominaram layout da folha. Assim a folha deve ter espaços definidos para serem preenchidos conforme recomendação da figura abaixo: 6 Figura 3 – Layout da folha. Saiba mais: O que são os espaços definidos no layout da folha? Bom, vamos entender cada um deles! Espaço para desenho – espaço reservado para ser utilizado com os desenhos. Espaço para texto – espaço reservado para ser utilizado com informações textuais relativas sobre o desenho. Espaço para legenda – espaço reservado para ser utilizado para informações principais sobre o desenho (responsáveis, título, escala, data de elaboração, tipo de projeção...) Além dos espaços definidos, existe o limite da folha definido por margens o qual denominaremos de quadro, o qual limita todos os espaços (para desenho, para texto e para legenda). 7 Saiba mais: Elementos que limitam a folha: Dica: A posição correta para locar a legenda é sempre na direita no canto inferior, porém existe posição alternativa sendo na direita no canto superior. A legenda terá dimensões definidas pelo formato da folha, como também pelo quadro que corresponde à margem da folha, veja figura 4. 8 Figura 4 – Margens e esquadrias. Foram muitas as informações, não foi? A tabela 2.1 irá apresentar estas informações até esse momento resumidas, veja a tabela: Sobre as principais normas brasileiras acerca do desenho técnico, veja um resumo: § NBR 10647 (Norma Geral do Desenho Técnico) – define os termos empregados em desenho técnico. Estabelece os tipos de desenho quanto aos seus aspectos geométricos (desenhos projetivo e não-projetivo), ao grau de elaboração (esboço, desenho preliminar ou definitivo), ao grau de pormenorização (desenho de detalhes e de conjuntos) e a técnica de execução (à mão livre ou utilizando o computador). § NBR 10068 (Layout e Dimensões da Folha de Desenho) – padroniza as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e define seu layout, com suas respectivas margens e legenda. 10 9 § NBR 10582 (Apresentação da Folha) – normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho etc. Como regra geral, devem-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a sua área, e organizar os textos acima da legenda junto da margem direita, ou à esquerda da legenda, logo acima da margem inferior. § NBR 13142 (Dobramento de Cópias) – padroniza a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho. Para facilitar a armazenagem, as folhas devem ser dobradas até as dimensões do formato A4. § NBR 8402 (Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos) – estabelece as características de escrita em desenhos técnicos. § NBR 8403 (Aplicação de Linhas em Desenhos) – define os tipos de linhas, suas características e usos. § NBR 12298 (Representação da Área de Corte por meio de Hachuras em Desenho Técnico). Saiba mais O que é hachuras? São representações dos materiais utilizados na construção do objeto representado pelo desenho técnico, e como materiais podem ser ferro, aço, bronze, concreto, madeira etc. Geralmente, essas representações dos materiais são mais visualizadas nos cortes, tal assunto será estudado ainda nessa unidade. Caligrafia Técnica Como o desenho técnico possui padronização, as letras e algarismos também seguem umaforma definida por norma. A NBR 8402 tem como finalidade fixar características para a escrita à mão ou por instrumentos, assim os demais projetos desenvolvidos em qualquer localidade sejam interpretados da mesma forma. O essencial para a escrita das letras são LEGIBILIDADE e CONSISTÊNCIA, tanto em estilo quanto em espaçamento. A padronização permite agilizar a interpretação dos textos nos projetos. Portanto, os textos inseridos nas plantas devem ser colocados após a conclusão das mesmas. 10 O uso de linhas guia é indicado para que as letras escritas à mão livre, e devem ser uniformes na altura. As letras devem comunicar e não distrair ou prejudicar o desenho em si, veja a figura 5. Figura 5 – Caligrafia à mão. Saiba mais: As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas. Letras inclinadas geralmente são direcionadas, distraindo a visão em um desenho retilíneo. Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro ajuda a manter os traços verticais das letras. Mantenha a proporção de áreas iguais para cada letra, para que seu texto seja mais estável. Elementos da caligrafia: 1. Linhas de guia – são fundamentais para manter as letras e números na mesma altura. Seu traço deve ser contínuo e estreito, conforme modelo: 2. Altura das letras – padronizadas pelas letras maiúsculas. A proporcionalidade entre maiúsculas e minúsculas deves ser preservada, sendo 2,5mm o 11 tamanho mínimo das letras minúsculas. O quadro 2.1 apresenta um modelo de proporcionalidade e também o distanciamento entre as linhas de base: Na prática, visualmente é que são definidas as distâncias entre as letras e os números mantendo a proporcionalidade. Já a altura das letras e dos números é escolhida pela importância do texto. Assim, títulos devem ser escritos em tamanhos maiores que 7 ou 10mm, e os demais textos informativos em tamanhos menores que 3mm. Tipos de linha no desenho técnico Segundo o livro de Silva e demais autores, publicado em 2013 nas páginas 28 e 29; em desenho técnico existe a necessidade de utilizar tipos de linhas diferentes de acordo com o elemento a ser representado. Por exemplo, a aresta de contorno visível de uma peça deve ser representada de forma distinta de uma aresta invisível. A norma ISO 128 de 1982 define 10 tipos de linhas e respectivas espessuras, designados pelas letras A à K, indicados na Tabela 3.3. A utilização correta dos tipos de linhas facilita a interpretação dos desenhos e sua compreensão. 12 Tabela 3.3 – Tipos de linha e sua aplicação Tipo de linhas Descrição Aplicações A Contínuo grosso A1 Linhas de contorno visível A2 Arestas visíveis B Contínuo fino B1 Arestas fictícias B2 Linhas de cota B3 Linhas de chamada B4 Linhas de referência B5 Tracejado de corte B6 Contorno de seções locais B7 Linhas de eixo curtas C D Contínuo fino a mão livre* Contínuo fino em zigue-zague* C1 Limites de vistas locais ou interrompidas quando o limite não é uma linha de traço misto. Limites de cortes parciais D1 Mesmas aplicações de C1 E F Interrompido grosso* Interrompido fino* E1Linhas de contorno invisível E2 Arestas invisíveis F1 Linhas de contorno invisíveis F2 Arestas invisíveis G Misto fino G1 Linhas de eixo G2 Linhas de simetria G3 Trajetória de peças móveis H Misto fino com grosso nos limites da linha e nas mudanças de direção H1 Planos de corte J Misto grosso J1 Indicação de linhas ou superfície às quais é aplicado um determinado requisito K Misto fino duplamente interrompido K1 Contorno de peças adjacentes K2 Posições extremas de peças móveis K3 Centróides K4 Contornos iniciais de peças submetidas a processos de fabricação com deformação plástica K5 Partes situadas antes dos planos de corte No Brasil, a norma correspondente à aplicação de linhas em desenho técnico é a NBR 8403. 13 Ao representar o objeto por vistas ortogonais com três vistas, é possível que seja insuficiente para se ter uma visão completa do objeto. Desta forma ocorrerá nas vistas ortogonais superfícies não visíveis e as quais serão representadas por linhas tracejadas. Veja a figura 2.3, na qual a superfície A observada pela direção 3 (vista lateral) fica invisível nessa posição do observador, e ao construir a vista aparecerá arestas invisíveis, representadas por linhas tracejadas. O mesmo ocorrerá na superfície B observada pela direção 2 (vista superior), também torna-se invisível a superfície nessa posição do observador, e ao construir a vista aparecerá linhas tracejadas representando as arestas invisíveis. Porém deve-se ter cuidado com o uso excessivo de linhas tracejadas, sendo preferível a utilização das linhas cheias e para tanto se pode girar a peça, e dessa forma obter uma posição em que as vistas resultarão em melhores representações do objeto. Veja como isso ocorre na figura 2.4. 14 Desenho das vistas em presença do objeto Além da melhor posição a ser observado o objeto, tem-se que se preocupar na quantidade de vistas que melhor representaria e apresentaria todas as características do objeto. Na maioria dos casos, apenas três vistas denominadas de vistas principais, são elas: vista da frente, vista superior e vista lateral esquerda (representação realizada no primeiro diedro); seriam suficientes para uma representação adequado do objeto. Porém em alguns casos raríssimos, sejam necessárias seis vistas para representar o objeto. Portanto, a representação do objeto em vistas ortogonais se faz pela escolha da posição a ser observado o objeto e na quantidade de vistas que melhor representaria. Observe a figura 2.5. Considerando como vista de frente o lado indicado pela seta, observe que as três vistas principais do primeiro diedro são suficientes para a representação do objeto. E é por esse motivo que tais vistas são denominadas como vistas principais. Veja também, que as seis vistas do objeto em algumas dessas vistas ocorrerão arestas invisíveis, e dessa forma desaconselhadas a serem utilizadas como vistas preferenciais. Para melhor entendimento assista ao vídeo: Aula 08 - Desenho Técnico - Profissionalizante - Telecurso, com tempo de duração de 11:50 minutos. http://www.youtube.com/watch?v=CisgpdomIcE 15 VISTAS ORTOGONAIS Métodos de projeção Todo projeto a ser elaborado na área das engenharias e arquitetura faz uso da expressão gráfica, e esta é uma forma de linguagem gráfica que se norteia pelo desenho técnico para transmitir suas informações. Como visto no tema anterior, a linguagem escrita é utilizada para repassar as informações complementares ao desenho (a exemplo: título, responsáveis, data...). Sabendo que a expressão gráfica é parte essencial para transmitir as informações no desenho técnico, portanto faz-se necessário conhecer os métodos projetivos. Estes métodos variam conforme o modo com que os raios projetantes atingem o plano de projeção. Dessa forma teremos os seguintes métodos de representação: a) Método ortográfico – nesse os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção. b) Método oblíquo – nesse os raios projetantes formam ângulo com o método de projeção. c) Método em perspectivas – nesse os raios projetantes são utilizados para representar sua profundidade em um único plano. Pelos métodos apresentados e pela teoria projetiva resultam, assim, em dois métodos que são: a) Vistas ortográficas – este método, já conhecido por você, consiste de no mínimo um conjunto de duas ou mais vistas diferentesdo objeto, projetadas em diferentes posições do observador, geralmente elaboradas por raios projetantes formando um ângulo reto ao tocar o objeto. Sendo que cada vista apresenta a forma do objeto por uma direção particular. Esse conjunto de vistas mostra o objeto na sua forma exata, e por esse motivo é muito empregado dentro das áreas de engenharias e de arquiteturas. 16 b) Perspectivas – este método faz a representação do objeto conforme é observado pelo olho humano, na forma tridimensional; e para isto utiliza de projeção ortográfica e de projeção oblíqua. Teoria da projeção ortográfica Observe a figura 2.6, nela foi construída uma projeção em perspectiva. Essa projeção é formada uma imagem no plano transparente colocado entre o objeto e o ponto de partida (posição do observador). Agora, tente imaginar que o observador se afaste a uma distância infinita, teoricamente. Os raios visuais que formam a linhas de visão, aqueles que vão do ponto de partida (observador) até o objeto, vão transforma-se em paralelos entre si e perpendiculares ao plano. Veja a figura 2.7: 17 A imagem formada no plano transparente é denominada de projeção ortográfica. O conjunto dessas imagens em diferentes posições dos objetos, ou seja, vistas ortográficas, representam em totalidade o objeto. Ao sistema formado pelo conjunto das vistas ortográficas é chamado de sistema ortogonal. Vistas ortogonais Mas o que é vistas ortogonais? Segundo o livro de FRENCH e VIERCK, publicado em 2005 na página 152 diz: “a vista pode ser considerada como o resultado da interseção de perpendiculares levadas de todos os pontos do objeto sobre o plano”. Dessa forma, cada projeção apresenta o objeto visualizado em uma determinada posição, e os três principais planos formados pelas projeções ortográficas são (veja figura 2.8): a) Plano vertical – corresponde à projeção no plano vertical, apresenta a forma do objeto visualizado pela frente e informa a largura e a altura do objeto. b) Plano Horizontal – corresponde à projeção no plano horizontal, apresenta a forma do objeto visualizado por cima e informa a largura e a profundidade do objeto. c) Plano de perfil – corresponde à projeção no plano de perfil e informa a altura e a profundidade do objeto. Fique atento A projeção vertical é chamada também de vista frontal ou elevação. A projeção horizontal é chamada também de vista superior ou planta. A projeção de perfil é também chamada de vista lateral, vista de perfil ou elevação lateral. 18 Saiba mais Para representar as dimensões representadas nas vistas ortogonais como largura, altura e profundidade do objeto é realizado um processo denominado de cotagem, para você entender melhor cotagem assista aos vídeos: Aula 21 - Desenho Técnico - Profissionalizante - Telecurso, com tempo de duração de 14:38 minutos, segue link: www.youtube.com/watch?v=9losxdi-B3A Aula 22 - Desenho Técnico - Profissionalizante - Telecurso, com tempo de duração de 14:57 minutos, segue link: www.youtube.com/watch?v=E5Xe7xmW3IA As seis vistas principais Para caracterização de um objeto podem ser realizada através de vistas ortográficas e essas podem se somar até seis vistas, porém deve-se ter o cuidado de não utilizar vistas por demais. Ou seja, na representação do objeto por vistas ortográficas são apresentadas a quantidade de vistas necessárias para visualização completa do objeto. Para isso, deve-se eliminar vistas com arestas invisíveis e que tais não sejam necessárias para informar as dimensões principais do objeto (largura, altura e profundidade). A formação das seis vistas pode ser observada nas: figura 2.9 para o primeiro diedro e figura 2.10 para terceiro diedro. 19 As três dimensões Você já deve ter percebido que todo objeto representado possui três dimensões: largura, altura e profundidade; vamos entender elas como medidas do espaço tridimensional (3D) são elas: 1. Altura – imagine dois planos horizontais colocados conforme a figura 2.11, observe que a altura é a diferença de medida vertical entre esses dois planos (veja figura 2.11). 20 2. Largura – seria a distância entre dois planos verticais colocados conforme a figura 2.12, assim a largura seria a medida horizontal entre esses dois planos (veja figura 2.12). 3. Profundidade – a distância de fundo entre dois planos verticais colocados conforme a figura 2.13, observe que a profundidade é a diferença de medida entre esses dois planos (veja figura 2.13). Relação entre planos, direção de vistas e dimensões espaciais Existe uma relação entre os planos de projeção, as três dimensões espaciais com as direções de vista. Ou seja, cada plano de projeção informa uma ou duas dimensões espaciais, da seguinte forma sempre paralela ao plano daquela vista e perpendicular à direção da vista, veja a figura 2.14. Assim, temos o seguinte: 21 a) Altura e largura são paralelas ao plano frontal e perpendiculares em direção à vista frontal; b) Altura e largura são paralelas ao plano horizontal e perpendiculares à direção da vista superior; c) Altura e profundidade são paralelas ao plano de perfil e perpendiculares à direção da vista lateral. Classificação de superfícies e linhas Os objetos podem apresentar superfícies paralelas ou perpendiculares em relação aos planos de projeção, e isso depende da forma e da posição no espaço desse objeto. Portanto, a classificação das superfícies dos objetos é realizada conforme sua relação com os planos de projeção. Veja a figura 2.15. 22 Dessa forma temos a seguinte classificação de superfícies: a) Horizontal, frontal ou de perfil – quando a superfícies do objeto encontram-se paralelas ao plano de projeção, como exemplo a figura 2.15a. b) Auxiliar (ou acumulada) – quando uma superfície do objeto encontra-se inclinada em relação a dois planos de projeção, como exemplo a figura 2.15b. c) Oblíqua – quando uma superfície do objeto forma ângulo com os três planos principais de projeção, como exemplo a figura 2.15c. Da mesma forma que as superfícies, as linhas (que representam as arestas do objeto) também são classificadas pela sua posição em relação aos planos de projeção. Assim temos: a) Uma linha sobre um plano ou uma linha paralela a um plano recebe o nome desse plano. Exemplo: uma linha sobre o plano horizontal é denominada linha horizontal. b) Uma linha paralela a dois planos de projeção recebe o nome desses dois planos. Exemplos: linha frontal-horizontal, linha de perfil-horizontal ou de perfil-frontal. c) Uma linha não paralela a nenhum plano de projeção é chamada linha oblíqua. Na figura 2.16 podem ser observadas as posições variadas dessas retas: 23 Lembrando: Quando a aresta é paralela ao plano de projeção, ela é representada em seu verdadeiro comprimento. Quando a aresta é perpendicular ao plano, projeta-se como um ponto. E quando é inclinada em relação ao plano, ao projeta-se será representada em tamanho reduzido. Existem linhas importantes dentro do desenho técnico, as quais você deve conhecer, como estas: a) Linha de centro – no desenho técnico indicam o centro de regiões circulares ou quadradas, ou ainda arcos de circunferência etc. São representadas por traços e pontos alternados uniformemente. b) Eixo de simetria – é utilizada para representar que o objeto é simétrico, ou seja, que pode ser dividido em partes iguais. E é também representado conforme a linha de centro. 24Saiba mais Para entender o uso de certas linhas, como linhas de centro ou linhas de eixo e linhas de simetria, assista ao vídeo com tempo de duração de 15:49 minutos: Aula 09 - Desenho Técnico - Profissionalizante – Telecurso http://www.youtube.com/watch?v=hq0SxLBsJaY Vistas secionais Se precisarmos conhecer no objeto detalhes internos, não visíveis por meio das vistas ortográficas, teremos que realizar um corte. Para realizarmos um corte faremos a representação semelhante às vistas, porém o objeto é cortado por um plano imaginário, que seciona, divide o objeto em duas partes. E dessa forma poderemos detalhar internamente o objeto. Vamos entender quais os tipos de corte que podemos realizar num objeto. Vamos lá? 1) Corte pleno ou total – se o corte atravessar o objeto em toda sua extensão, seja longitudinalmente ou transversalmente, ele é denominado de corte pleno ou total. Veja a figura 2.17. 25 2) Corte em desvio – se o plano de corte possuir um desvio de plano, e somar a outro plano de corte, terá o corte em desvio o qual pode ser: a) Paralelos – depois do desvio o plano de corte seguinte segue em paralelo ao plano anterior, conforme pode ser observado na figura 2.18. 26 b) Concorrentes – o plano de corte seguinte ao desvio é utilizado para representar internamente partes do objeto que apresenta superfícies oblíquas. E assim, ocorre uma rotação para que os dois planos de cortes sejam cortes retos, conforme pode ser observado na figura 2.19. 27 3) Meio-corte – se a região cortada pelo plano de corte for apenas uma parte do objeto, e é muito utilizado em peças simétricas. Veja a figura 2.20. 28 4) Corte parcial – se o corte for realizado em uma pequena parcela do objeto, utilizado para detalhar partes específicas do objeto, conforme pode ser observado na figura 2.21. Para você entender melhor sobre cortes, assista aos vídeos: 29 Aula 11 - Desenho Técnico - Profissionalizante - Telecurso, com duração de tempo de 16 minutos, segue link: www.youtube.com/watch?v=K53ZIomH1gM Aula 12 - Desenho Técnico - Profissionalizante - Telecurso, com duração de tempo de 12 minutos, segue link: http://www.youtube.com/watch?v=WoNrZ734BSo Seções A seção é um corte feito no objeto em qualquer posição, e é representado como uma fatia do objeto, veja a figura 2.22. Atenção! Na seção é representada apenas a parte do objeto que é interceptado pelo plano de corte, os demais detalhes referentes ao objeto não são representados e é esta a diferença entre corte e seção. Ou seja, na seção só é representada a forma da área especifica em que foi cortada a peça. Para melhor entender veja a figura 2.23. 30 Como pode ser observado na figura 2.23, na vista do corte (corte AA) existem representações além da região interceptada pelo plano de corte. Diferente na seção (seção AA) em que só é visualizada a região interceptada pelo plano de corte, também denominada de seção transversal. Para melhor entender assista ao vídeo: Telecurso 2000 Leitura e Interp de Desenho Técnico 16 Seção e encurtamento, com tempo de duração de 13 minutos, segue link: http://www.youtube.com/watch?v=CVTPe2KXJK8 Saiba mais: Encurtamento é um recurso utilizado para representar peças muito longas e que se apresentam constantes ao longo da peça, no qual para deixar mais prático seccionamos a peças e representamos em perspectiva nuns pedaços menores sem prejudicar o entendimento da peça. 31 Assim finalizamos essa unidade, aproveite o momento para aprofundar os conhecimentos lendo seu livro. Como também, faça os exercícios que ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos nessa unidade. Bons estudos e continuaremos na próxima unidade! 32 REVISÃO Nessa Unidade 2, estudamos e aprendemos os tipos de padronizações no desenho técnico. E para isso, você estudou sobre as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Descobrimos o quanto estas normas são importantes para interpretação do desenho técnico, e por isso devem ser seguidas e realizadas ao elaboramos um projeto gráfico. E assim, você relembrou que o desenho técnico é uma linguagem, e por isso existem normas para sua comunicação. Vimos, também, sobre os formatos das folhas de desenho (prancha) padronizadas e denominadas em A0, A1, A2, A3 e A4. E aprendeu também a forma correta de arquivamento destas folhas, dobramento. Aprendeu a caligrafia técnica, legenda e margens. E conheceu os tipos de linhas e suas respectivas aplicações. Já no tema 2, estudamos os métodos de projeção ortográficas. No método ortográfico, os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção; e no método oblíquo, os raios formam ângulo com o plano; e por fim, no método em perspectivas, os raios projetantes representam o objeto conforme o olho do observador visualiza (em 3D). Aprendeu, logo em seguida, que a teoria da projeção ortográfica determina que os raios projetantes sejam paralelos entre si e perpendiculares ao plano de projeção. Ficou sabendo que ao conjunto de seis vistas ortográficas formam o sistema ortogonal. Conheceu as três dimensões espaciais do objeto (altura, largura e profundidade); como sabe que estas medidas dimensionais podem ser informadas no desenho técnico pelo processo de cotagem. Aprendeu a relação entre essas dimensões, os planos de projeção e as direções das vistas. Seu estudo seguiu e aprendemos a classificação das superfícies e linhas. E que se as superfícies forem paralelas ao plano serão denominadas conforme o plano de projeção; se as superfícies estiverem inclinadas em relação a dois planos a superfície projetada será denominada de auxiliar ou acumulada; e se a superfície formar ângulo em todos os planos essa superfície será denominada oblíqua. Da mesma forma ocorrerá na classificação das linhas o qual será em relação a sua respectiva posição ao plano de projeção. E para finalizar a Unidade 2, você aprendeu importantes conhecimentos sobre vistas secionais. E estudou tipos de corte e diferença entre corte e seção. Assim terminamos essa unidade foi muito importante o que aprendemos e necessário para avançarmos na sua aprendizagem. Vamos continuar? 33 Bibliografia Normas: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8403: Aplicações de Linhas em Desenhos – Tipos e Larguras das Linhas. Rio de Janeiro, 1984. ___________.NBR 10068: Folha de Desenho – Layout e Dimensões. Rio de Janeiro, 1987. __________.NBR 10126: Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1987. ___________.NBR 8402: Execução de Caractere para Escrita em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1994. ___________.NBR 10067: Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1995. ___________.NBR 12298: Representação de Área de Corte por meio de Hachuras em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1995. ___________.NBR 13142: Desenho Técnico – Dobramento de Cópia. Rio de Janeiro, 1999. FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. Porto Alegre: Globo, 2005. MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho Técnico básico. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2010. RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Curso de desenho técnico e AutoCAD. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. Silva, A. et. al. Desenho técnico moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Silva, A. et. al. Desenho técnico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
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