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MONOGRAFIA 10 ortopedia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE ODONTOLOGIA 
CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL 
PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS 
 
 
 
 
EFETIVIDADE DO LASER DE CO2 EM ORTODONTIA 
 
 
 
SABRINA KÍVIA CORREIA GAMA 
CD 
 
 
ORIENTADORES: PROFA. DRA. TELMA MARTINS DE ARAÚJO 
 PROF. DR. ANTÔNIO LUIZ BARBOSA PINHEIRO 
 
Dissertação apresentada à Faculdade 
de Odontologia da Universidade Federal 
da Bahia, como parte dos requisitos para 
obtenção do Título de Especialista em 
Ortodontia e Ortopedia Facial. 
 
 
 
 
Salvador 
2006 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
G184 GAMA, Sabrina Kívia Correia. Efetividade do laser de CO2 em Ortodontia.
Salvador, UFBA, Faculdade de Odontologia, 2006. 
 
64f. 
Dissertação: Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial 
Orientadores: Profa. Dra. Telma Martins de Araújo 
 Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro 
 
1. Laser 2. Ortodontia 
3. Hiperplasia gengival 4. Dissertações 
I. Universidade Federal da Bahia – Faculdade de Odontologia 
II. Título 
CDU: 621.375.826
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, 
Ozéas e Socorro, 
Meus verdadeiros mestres de vida, 
Como agradecimento pelo apoio manifestado durante toda a minha formação. 
 
 
 
Dedico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, acima de tudo, por estar sempre comigo me ajudando a tomar as 
decisões mais acertadas. 
 
À Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia 
Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, Profa. 
Dra. Telma Martins de Araújo, pela disponibilidade e atenção sempre dispensadas 
durante o decorrer do curso. 
 
Aos Professores do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia 
Facial da FOUFBA, Dr. Fernando Habib, Dr. Rogério Ferreira, Dra. Fernanda 
Catharino, Dr. Marcos Allan Bitencourt, Dr. Márcio Sobral, Dr. Marcelo Castellucci, 
Dr. Rivail Brandão, Dra. Myrela Galvão e Dra. Luciana Gomes, pelas sugestões e 
críticas construtivas que muito contribuíram com a minha formação. 
 
 Aos Professores Doutores Telma Martins de Araújo e Antônio Luiz Barbosa 
Pinheiro, pela dedicação sem fronteiras e pela segura orientação dessa pesquisa, 
minha sincera admiração. 
 
 À minha irmã, Fanny, pelo contínuo incentivo. 
 
 Ao meu noivo, Bruno, pelo fundamental apoio prestado durante os anos do 
curso. 
 
 Às minhas amigas, Déa e Van, pelo companheirismo e amizade constantes. 
 
 Ao amigo Thiago Vinhas, pela especial contribuição no início da pesquisa. 
 
 Ao amigo Daniel Pozza, pelo elevado espírito de colaboração. 
 
 Aos meus amigos singulares Daniel, Leonardo, Marcus, Rogério e Taiana, 
que dividiram comigo dois anos de dedicação intensa ao estudo da Ortodontia, por 
todos os nossos momentos de alegria, tão especiais, que deixarão saudades. 
 
 Aos colegas da 4a e 6a turmas, pela assistência prestada durante a seleção 
dos pacientes para a pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 O laser de CO2 é um tipo de radiação não invasiva, muito bem tolerada 
pelos tecidos, que corta através da ablação tecidual. O meio ativo deste laser é 
uma mistura de dióxido de carbono, nitrogênio e hélio, com comprimento de onda 
de 10.600nm. Este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade do uso do laser 
de CO2 na remoção de lesões de hiperplasia gengival em pacientes portadores de 
aparelho ortodôntico fixo e apresentar alguns casos clínicos onde a cirurgia com o 
laser teve indicação precisa. Foram selecionados 75 dentes com hiperplasia na 
região anterior e realizadas medidas do comprimento da coroa dentária e 
sondagem do sulco gengival. Após esta etapa, os pacientes eram encaminhados 
para a cirurgia de remoção das lesões. Os resultados mostraram que o laser 
proporcionou um aumento estatisticamente significante (p=0,000) no comprimento 
das coroas dentárias, que foi mantido ao longo de dois meses, não havendo 
contração tecidual. Em adição, ocorreu uma diminuição estatisticamente 
significante (p=0,000) da profundidade do sulco gengival após o procedimento 
cirúrgico. Paralelamente, foram identificados seis casos clínicos, envolvendo 
frenectomias, remoção do capuz gengival e aprimoramento da estética gengival, 
que foram tratados com o laser de CO2, apresentando resultados satisfatórios ao 
final do tratamento. Pode-se concluir que este laser se mostrou eficaz na remoção 
de lesões de hiperplasia gengival e que o mesmo pode ser utilizado em várias 
situações na clínica ortodôntica, a saber: frenectomias, remoção do capuz, 
obtenção de uma melhor forma e contorno gengival e resolução de assimetrias 
gengivais. 
PALAVRAS-CHAVE: Laser – Hiperplasia gengival - Ortodontia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMMARY 
The CO2 laser is a type of not invasive radiation, very well tolerated for the 
tissues which cuts through by tissue ablation. The active environment of this laser 
is a mixture of carbon dioxide, nitrogen and helium, with wave length of 10.600nm. 
This study has as objective to assess the effectiveness of the use of the CO2 laser 
in the removal of gingival hyperplasia lesions in orthodontic patients and to present 
some clinical cases where the laser surgery had specific indication. 75 teeth with 
hyperplasia in the anterior region were selected and measurements of dental 
crown length and probing of gingival sulcus were carried out. After this stage, 
patients were sent for laser gingivectomy. Results displayed that laser provided a 
statistically significant (p=0,000) increase in the dental crown lengths, which were 
kept throughout two months, not occurring tissue contraction. In addition, a 
statistically significant (p=0,000) reduction of gingival sulcus depth was observed 
after surgery. Parallel, were identified six clinic cases involving frenectomy, gingival 
hood removal and improvement of the gingival aesthetics, which were treated with 
CO2 laser, showing satisfactory results at the end of treatment. It can be concluded 
that this laser displayed effectiveness on the removal of gingival hyperplasia 
lesions and it can be used in many situations on orthodontic practice, such as: 
frenectomy, gingival hood removal, attainment of better gingival shape and contour 
and gingival asymmetries resolution. 
KEY-WORDS: Laser – Gingival hyperplasia - Orthodontics 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
Página 
1 INTRODUÇÃO 12 
 
2 PROPOSIÇÃO 21 
 
3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL 22 
 
4 DESENVOLVIMENTO SEQUENCIAL DA PESQUISA 28 
 
 28 
 
 45 
 
 
 
4.1 Artigo 1: Avaliação clínica do uso do laser de CO2 em 
 pacientes ortodônticos com hiperplasia gengival 
4.2 Artigo 2: Utilização do laser de CO2 em Ortodontia 
Página 
 
 5 CONCLUSÃO 58 
 
 REFERÊNCIAS59 
 
 ANEXOS 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A busca pela estética é um dos principais motivos que levam os pacientes à 
terapia ortodôntica. Do ponto de vista do sorriso, percebe-se um crescente apelo 
da sociedade moderna na busca de sorrisos bonitos e saudáveis (ARAÚJO et al., 
2005). A análise deste deve ser realizada considerando o posicionamento vertical 
dos dentes anteriores em relação à postura labial em repouso e ao sorrir, os 
corredores bucais, as características do arco do sorriso e a relação vertical das 
margens gengivais (SARVER, 2004). 
As características desejáveis da forma e das proporções dos dentes, 
estética gengival e relações entre dentes e gengiva estão definidas na literatura 
(SARVER, 2004). O contorno gengival ideal é caracterizado pela forma da papila 
interdental e margens gengivais igualmente afiladas na região cervical dos dentes. 
Como, nem sempre, o ortodontista consegue realizar ajustes nesse contorno, 
alguns problemas são negligenciados (SARVER; YANOSKY, 2005a). 
Pacientes que realizam terapia ortodôntica fixa frequëntemente apresentam 
uma hiperplasia gengival (ZACHRISSON, 1999), que é geralmente atribuída a 
inflamação (JARJOURA, 2005). Por definição, hiperplasia é a ampliação do 
 13
tamanho de um tecido ou órgão pelo aumento do número das células que o 
compõem (GLICKMAN, 1954). A hiperplasia gengival pode ocorrer isolada ou 
associada a alguma síndrome (PALMA et al., 2001). Sabe-se que causa 
problemas tanto estéticos quanto funcionais, como por exemplo, alterações no 
posicionamento dentário (BITTENCOURT et al., 2000). Acomete comumente 
pacientes jovens, tanto a maxila quanto a mandíbula (GONÇALVES et al., 1994). 
Para que o tratamento de pacientes ortodônticos portadores de hiperplasia 
tenha sucesso é importante a integração entre o ortodontista, o periodontista e o 
cirurgião buco-maxilo-facial (CLOCHERET et al., 2003). Algumas alterações nos 
tecidos moles, não tão significantes como a aparência estética da margem 
gengival, podem afetar o resultado final do tratamento ortodôntico, merecendo, 
portanto, cuidados desses profissionais (HILGERS; TRACEY, 2004). Em alguns 
casos, embora a gengiva não esteja hiperplásica, existe indicação de intervenção 
periodontal para o aumento do tamanho da coroa clínica de elementos dentários 
durante ou após o tratamento ortodôntico (ZACHRISSON, 1999). 
A margem gengival livre é, na maioria das vezes, arredondada, de modo a 
formar uma pequena invaginação ou sulco entre o dente e a gengiva. Quando 
uma sonda periodontal é inserida nesta invaginação e forçada apicalmente na 
direção da junção cemento-esmalte, o tecido gengival é separado do dente e um 
sulco gengival é aberto artificialmente. Assim, na gengiva clinicamente sadia não 
há, em verdade, sulco gengival presente, pois a gengiva está em íntimo contato 
com a superfície do esmalte. Após a erupção dentária ter sido completada, a 
margem gengival livre fica localizada na superfície do esmalte cerca de 0,5 a 2mm 
coronariamente à junção cemento-esmalte (LINDHE; KARRING, 1999). Uma 
 14
profundidade maior que 3 a 4mm representa uma pseudobolsa (NYMAN; LINDHE, 
1999). 
A hiperplasia gengival pode ser tratada através da gengivectomia, que 
consiste na remoção cirúrgica do tecido hiperplásico, juntamente com a remoção 
mecânica da placa e um controle efetivo da higiene bucal (ZACHRISSON, 1999). 
As vantagens da gengivectomia convencional, realizada com bisturi, são o custo e 
a durabilidade dos instrumentos; porém, estes necessitam de constante e correta 
esterilização e suas superfícies cortantes deverão ser eficazes para se evitar dano 
tecidual adicional (PINHEIRO; FRAME, 1998b). 
A eletrocirurgia é outra modalidade de tratamento usada nas cirurgias orais. 
Contudo, seu uso resulta em um considerável dano térmico aos tecidos 
adjacentes, o qual é imediatamente reconhecido na forma de um forte odor e pelo 
acúmulo de restos teciduais no local de aplicação. Seu uso é restrito em pacientes 
portadores de marcapasso cardíaco e em pacientes que foram submetidos a 
radioterapia (PINHEIRO; FRAME, 1998a). 
Uma outra forma de tratamento da hiperplasia gengival é através do uso 
dos laseres. Laser é uma abreviação para Light Amplification by Stimulated 
Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de 
radiação (TÚNER; HODE, 2002). A utilização deste recurso na Odontologia, 
através de suas inúmeras propriedades terapêuticas, tem despertado o interesse 
de profissionais e pesquisadores, desde o seu desenvolvimento em 1960 - 
Theodore Maiman, laser Rubi (PINHEIRO, 1998a). 
Os equipamentos podem levar uma grande quantidade de energia aos 
tecidos com extrema precisão. A atuação desta tecnologia nos diferentes tecidos 
 15
resulta, a depender do tipo do laser, em efeitos térmicos, fotoquímicos e não-
lineares (PINHEIRO, 1998b). A radiação corta através da ablação dos tecidos. Isto 
significa que a temperatura celular é elevada rapidamente pela absorção da 
energia laser na melanina das células, provocando a explosão das mesmas 
(SARVER; YANOSKY, 2005a). Esta radiação é eletromagnética não ionizante, 
sendo um tipo de fonte luminosa com características bastante distintas de uma 
fonte de luz fluorescente ou de uma lâmpada comum. São as características 
especiais desse tipo de luz que a faz possuir propriedades terapêuticas 
importantes (WALSH, 2003). A radiação não é invasiva e é muito bem tolerada 
pelos tecidos (PINHEIRO, 1998b). O laser pode liberar energia no modo contínuo 
ou pulsátil. No modo contínuo, os tecidos tendem a absorver mais energia, 
resultando em maior aquecimento. Já no modo pulsátil, entre os pulsos de energia 
é permitido o esfriamento dos mesmos. A quantidade de calor gerada durante o 
processo leva a efeitos colaterais e desconforto pós-operatório. Devido a isso, o 
laser deve ser ajustado para o modo pulsátil quando utilizado nos procedimentos 
em tecidos moles (SARVER; YANOSKY, 2005a). 
Existem três tipos principais de laseres que podem ser usados como 
instrumentos de terapêutica cirúrgica na cavidade oral: os laseres de 
Neodímio:YAG (Nd:YAG), de Argônio (Ar) e de dióxido de carbono (CO2). O 
comprimento de onda desses laseres são diferentes, o que determina a 
visibilidade e os efeitos biológicos dos mesmos (LUOMANEM, 1998). 
A absorção do raio do laser de Nd:YAG, que possui um comprimento de 
onda de 1,06 micrometros (µm), é difusa e é transmitida aos tecidos. O alvo é 
 16
destruído principalmente por um processo de coagulação. O Nd:YAG pode 
coagular vasos de até 5mm de diâmetro (LUOMANEM, 1998). 
O laser de Argônio opera num espectro que varia do azul ao verde, com 
comprimentos de onda da ordem de 0,488 a 0,514µm. A capacidade de corte 
deste laser na mucosa oral é muito superficial, e ele funciona principalmente como 
um coagulador tecidual (LUOMANEM, 1998). 
 O meio ativo do laser de CO2 é uma mistura de CO2, nitrogênio e hélio 
(PINHEIRO, 1998a), que usualmente produz radiação com comprimento de onda 
(λ) de 10.600nm. O longo comprimento de onda tem a vantagem de ser altamente 
absorvido por tecidos que contêm água em grande extensão, apresentando 
evaporação mais fácil e proporcionando remoção das lesões sem causar uma 
queimadura profunda (TÚNER; HODE, 2002). 
Segundo Hilgers e Tracey (2004), cria-se um feixe de luz delicado que é 
monocromático (o que significa que ele tem um único comprimento de onda) e é 
colimado por um tubo filamentoso (ou seja,a onda de luz corre paralela a outra ao 
invés de ser divergente). Outras propriedades do laser que o fazem diferente da 
luz comum são: é unifásico - as ondas de luz têm picos e vales sincronizados - e 
intenso - capaz de mudar a natureza dos tecidos alvejados. 
Além do laser cirúrgico para remoção da hiperplasia, poderia ser utilizado a 
laserterapia, visando a biomodulação dos tecidos para se obter supressão da dor, 
redução do edema e aceleração da cicatrização. Mas, um estudo realizado com o 
laser diodo de arseneto de gálio e alumínio, λ670nm, através de fotografias em 
vários tempos, sugeriu que este laser não acelerou a cicatrização da mucosa oral 
(DAMANTE et al., 2004). 
 17
As aplicações do laser em uma variedade de procedimentos odontológicos 
são crescentes e têm se mostrado bastante interessantes, particularmente para 
cirurgia de tecidos moles (FRAUNHOFER; ALLEN, 1993, TÚNER; HODE, 2002), 
condicionamento do esmalte dentário e para facilitar a descolagem de bráquetes 
ortodônticos (FRAUNHOFER; ALLEN, 1993). Além disso, pode-se utilizar o laser 
em Ortodontia com as finalidades de: acelerar reparação óssea na região de 
sutura após a expansão rápida da maxila; diminuir odontalgia decorrente da 
movimentação ortodôntica; polimerização da resina durante a colagem de 
bráquetes; holografia, que permite o armazenamento das imagens em modelos de 
gesso; scanner a laser permitindo a utilização das imagens tridimensionais no 
diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico ou ortodôntico-cirúrgico, 
diagnóstico de lesões de mancha branca em pacientes ortodônticos; inter-relação 
Ortodontia-Periodontia e reparo de úlceras traumáticas decorrentes dos 
acessórios ortodônticos (NEVES et al., 2005). 
O uso do laser cirúrgico na Ortodontia pode ser utilizado com o objetivo de 
se obter uma melhor forma e contorno gengival, aumentar o comprimento das 
coroas clínicas, conseguir a proporcionalidade dentária ideal e resolver 
assimetrias gengivais, de forma a permitir uma excelente finalização da estética do 
sorriso. Em adição, bráquetes podem ser fixados imediatamente após a 
gengivectomia pois o laser sela a incisão, não ocorrendo sangramento. Quando o 
primeiro pré-molar é colocado na posição do canino (nos casos de ausência 
congênita de incisivo lateral), sua coroa pode estar encurtada e alguns clínicos 
recomendam intrusão do mesmo e a colocação de uma coroa metaloplástica. Uma 
outra abordagem para esta situação, seria o aumento da coroa clínica com 
 18
gengivectomia a laser. Em pacientes que requerem grandes quantidades de 
fechamento de espaço, frequentemente o tecido gengival se torna redundante no 
espaço interdental. Este problema, embora seja exacerbado pela higiene oral 
deficiente, ocorre principalmente devido à grande quantidade de espaço existente. 
Contudo, este tecido residual pode ser reduzido com o laser (SARVER; 
YANOSKY, 2005b). Muitos procedimentos cirúrgicos de rotina, como frenectomia, 
tratamento de hiperplasias gengivais, remoção de hiperplasias resultantes do uso 
de dilantina, aprofundamento de sulco, redução de tuberosidade maxilar, são 
rotineiramente feitos com laser de CO2 (PINHEIRO, 1998a). 
O laser de CO2 age em pequenos vasos promovendo a coagulação 
sangüínea, sendo possível trabalhar de forma controlada (TÚNER; HODE, 2002). 
Por esta razão, é bastante utilizado em cirurgia de lesões vasculares. Seu uso 
transforma uma ferida contaminada ou infectada em uma ferida estéril. Isto é de 
suma importância em pacientes nos quais o controle de infecções é crítico, como 
por exemplo, pacientes com problemas imunológicos, com endocardite bacteriana, 
entre outros. Ocorre também redução da possibilidade de difusão de células 
anormais devido ao vedamento de vasos linfáticos, pouca contração e pouca 
formação de cicatrizes (PINHEIRO, 1998a) e ainda diminuição da dor pós-
operatória (PINHEIRO, 1998a, TÚNER; HODE, 2002). 
Quando cortando, evaporando ou coagulando o tecido, a dor persiste 
somente por poucos segundos depois da cirurgia, isto devido à formação de 
neuromas térmicos. O resultado estético final é muito mais aceitável do que na 
gengivectomia convencional (TÚNER; HODE, 2002). O laser de CO2 é um método 
rápido e eficaz no tratamento de lesões pré-malignas, desde que a invasão não 
 19
tenha ocorrido. Ele permite uma remoção precisa das lesões, com a possibilidade 
de utilização de um microscópio cirúrgico acoplado à unidade de laser. Na maioria 
dos casos, o uso de suturas e de cimento cirúrgico não é necessário, porque a 
ferida é deixada para cicatrizar por segunda intenção (PINHEIRO, 1998a), sendo 
recoberta por um “cimento” biológico resultante da coagulação superficial de 
proteínas (PINHEIRO; FRAME, 1998b), o que faz com que esta técnica seja 
indicada para o tratamento da hiperplasia gengival em pacientes portadores de 
retardo mental, pois evita-se a remoção não-intencional do cimento cirúrgico 
(HOED-PETERSEN, 1993). 
A vantagem principal do uso do laser de CO2 no tratamento das lesões de 
hiperplasia gengival é proporcionar o mínimo de sangramento e dor – 
possibilitando o tratamento de todos os quadrantes da cavidade bucal em uma 
única sessão – além de minimizar o desconforto pós-operatório, o que é uma 
consideração importante especialmente quando a intervenção é realizada em 
crianças (MASON; HOPPER, 1994). Ainda uma outra vantagem da referida 
técnica é a redução no volume de contração da ferida cirúrgica, no tamanho das 
cicatrizes e uma melhora na qualidade destas (PINHEIRO; FRAME, 1998b). Um 
fator importante é que o paciente tratado com laser geralmente não apresenta 
dificuldades na execução de suas atividades normais após a cirurgia, porque o 
desconforto decorrente do trauma cirúrgico é mínimo (PINHEIRO, 1998b). E, 
contrariamente ao pensamento comum, o uso da radiação laser não é contra-
indicado em pacientes gestantes, ou em indivíduos portadores de marcapasso, 
nem causa interferência nos equipamentos de monitoração (PINHEIRO, 1998a). 
 20
A preservação da profundidade sulcular de no mínimo 1mm é essencial 
para prevenir mudanças no estabelecimento da gengiva marginal no pós-
operatório (JARJOURA, 2005). 
Contudo, a despeito das muitas vantagens do uso do laser de CO2, temos 
que relacionar as suas desvantagens: o tamanho do equipamento, o custo 
elevado e a necessidade de treinamento do pessoal (TÚNER; HODE, 2002). É um 
tipo de laser que apresenta uma certa dificuldade de manuseio pois não contacta 
o tecido durante a fase de corte, não havendo feedback táctil durante a incisão 
cirúrgica (SARVER; YANOSKY, 2005b). 
Portanto, é de fundamental importância que o ortodontista tenha 
conhecimento da possibilidade de tratamento da hiperplasia gengival durante e/ou 
após a terapia ortodôntica corretiva com o laser de CO2 contribuindo, assim, para 
uma melhor saúde gengival durante o tratamento e adequada estética quando da 
finalização dos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
 
 
 
 
 
 
 
2 PROPOSIÇÃO 
 
2.1 Avaliar a efetividade do uso do laser de CO2 na remoção de lesões de 
hiperplasia gengival em pacientes portadores de aparelho ortodôntico fixo. 
 
2.2 Indicar diferentes aplicações clínicas do laser de CO2 em Ortodontia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
 
 
 
 
 
 
 
3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL 
Para a realização desta pesquisa foram selecionados dez (10) pacientes, 
portadores de hiperplasia gengival na região ântero-superior e/ou ântero-inferior, 
que estão sendo tratados ortodônticamente com aparelho Edgewise Standard, no 
Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo SoaresMartins – 
FOUFBA. Nestes foram identificados setenta e cinco (75) dentes com hiperplasia 
gengival na região anterior. Pacientes que estavam fazendo uso de alguma 
medicação anticonvulsivante ou que exibissem algum comprometimento motor 
foram excluídos da amostra. Caso apresentassem hiperplasia na região posterior, 
estas também seriam tratadas, mas somente as lesões anteriores foram utilizadas 
para pesquisa. 
Inicialmente, os indivíduos foram submetidos aos exames prévios para a 
realização do procedimento cirúrgico a laser: hemograma completo, coagulograma 
e glicemia em jejum. Caso o paciente apresentasse, nestes exames, alguma 
alteração que necessitasse de mais investigação, como por exemplo, diabetes, 
hipertensão, esta seria realizada previamente ao procedimento cirúrgico. 
 23
Antes da intervenção cirúrgica os pacientes foram submetidos às seguintes 
etapas: profilaxia, registros fotográficos, sondagem e medição do comprimento 
das coroas dentárias. 
- Profilaxia: os arcos ortodônticos foram removidos e uma profilaxia com 
jato de bicarbonato (Profident – Dabi Atlante®) foi realizada tomando-se o cuidado 
de posicionar a ponta do jato no sentido cérvico-incisal, numa inclinação de 450 
em relação ao dente (Fig. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1- Profilaxia 
- Registros Fotográficos: com finalidade de registro, fotografias foram 
realizadas com a câmara digital de 6MP, marca Canon, modelo Rebel com lente 
Canon 100mm 2.8 macro. O foco foi manual e a distância de foco fixada. 
- Sondagem: a profundidade do sulco gengival foi medida com sonda 
periodontal graduada da marca SS White Duflex (Fig. 2 - A, B e C). A sondagem 
foi realizada em três posições na face vestibular – distal (Posição 1), mediana 
(Posição 2) e mesial (Posição 3) – e os dados foram anotados em uma ficha 
(Anexo 1). Uma profundidade maior que 3mm representava uma pseudobolsa 
(NYMAN; LINDHE, 1999), e tinha indicação de intervenção. 
 24
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Medição do comprimento das coroas dentárias: esta medição 
compreendia a distância da borda incisal à margem gengival, no seu longo eixo, e 
foi realizada com o auxílio de um paquímetro digital graduado de 0 a 150mm (Fig. 
3 - A e B). Todos os dados foram anotados numa Ficha Clínica (Anexo 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3- Medição da coroa dentária: A e B- pré-cirúrgico. C e D- pós-cirúrgico 
 
 
Figura 2- Sondagem: A, B e C- pré-cirúrgico; D, E e F- pós-cirúrgico imediato 
 
 
A B C
 A B
C D
D E F E 
 25
- Cirurgia a laser: os procedimentos cirúrgicos foram realizados no Centro 
de Laser da FOUFBA, utilizando um aparelho de laser de CO2 (SHARPLAN 20C, 
TELAVIV, ISRAEL). O equipamento apresentava um comprimento de onda de 
λ10.600nm, potência média de 5W, o foco de 0,2mm e o raio foi 
focado/desfocado, em corrente contínua. As cirurgias foram realizadas por um 
único profissional com formação acadêmica nas especialidades de Periodontia e 
Laser. Para orientação deste profissional, foi idealizado um mapa, onde foram 
marcadas em azul as áreas que deveriam ser removidas em altura, e em 
vermelho, as áreas que seriam removidas em espessura (Fig. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4- Mapa para planejamento das cirurgias 
 
Após terem sido submetidos à anestesia local intra-oral com Lidocaína a 
2% contendo Epinefrina 1:100.000, os pacientes tiveram as lesões hiperplásicas 
removidas através de incisão e/ou vaporização com o laser de CO2. A remoção 
tecidual foi seguida pela plastia do contorno gengival. Não foram utilizadas suturas 
 26
ou cimento cirúrgico. No pós-operatório foi prescrito um analgésico que o paciente 
já tivesse o hábito de tomar em caso de dor e os pacientes deveriam seguir um 
protocolo de higienização por 15 dias. Este protocolo consistia na escovação do 
local com uma escova periodontal Colgate Professional Ultra Macia®, juntamente 
com o creme dental Colgate Total, três vezes por dia, e uso do fio dental, duas 
vezes por dia. Quanto à alimentação, os pacientes eram instruídos a fazerem uso 
de alimentos frios ou gelados apenas no dia da cirurgia. 
Para a realização das frenectomias, remoção do capuz gengival e cirurgias 
para o aprimoramento da estética gengival foram tomados os mesmos cuidados 
no pré-operatório, trans e pós-cirúrgicos. 
As avaliações clínicas (sondagem e medições do comprimento da coroa 
dentária) e os registros fotográficos ocorreram em quatro tempos: antes da cirurgia 
(Tempo 0), imediatamente após a cirurgia (Tempo 1), 1 mês (Tempo 2) e 2 meses 
após o procedimento cirúrgico (Tempo 3). As figuras 2 (D, E e F) e 3 (C e D) 
ilustram, respectivamente, as medições da profundidade do sulco gengival e do 
comprimento da coroa dentária no Tempo 1. 
Imediatamente após as avaliações clínicas e os registros fotográficos pós-
cirúrgicos, os arcos ortodônticos em uso foram recolocados. 
Todos os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística. Foram 
utilizados os testes t-student, ANOVA e Tukey para avaliar a diferença entre os 
grupos, com um nível de significância de 5%. 
 27
Este trabalho foi encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa da 
Maternidade Climério de Oliveira – UFBA, tendo sido aprovado conforme 
parecer/resolução no 111/2005, desta instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28
 
 
 
 
 
 
 
4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA 
 
4.1 ARTIGO 1 
 
Avaliação clínica do uso do laser de CO2 em pacientes ortodônticos com 
hiperplasia gengival. Sabrina Kívia Correia Gama. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro. 
Telma Martins de Araújo. A ser enviado para publicação no periódico 
Photomedicine and Laser Surgery. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29
Avaliação clínica do uso do laser de CO2 em pacientes ortodônticos 
com hiperplasia gengival 
 
GAMA, S. K. C.; PINHEIRO, A. L. B.; ARAÚJO, T. M. 
 
RESUMO 
A hiperplasia gengival é bastante freqüente em pacientes que realizam 
terapia ortodôntica fixa. Uma das formas de tratamento dessa hiperplasia é 
através do uso dos laseres. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade do uso 
do laser de CO2 na remoção de lesões de hiperplasia gengival em pacientes 
portadores de aparelho ortodôntico fixo. Para tanto, foram selecionados dez 
pacientes e nestes identificados um total de 75 dentes com hiperplasia na região 
anterior. Foram realizadas medidas do comprimento da coroa dentária, com o 
auxílio de um paquímetro digital, e sondagem do sulco gengival. Após esta etapa, 
os pacientes eram encaminhados para o procedimento cirúrgico de remoção das 
lesões. Os resultados mostraram que o laser proporcionou um aumento 
estatisticamente significante (p=0,000) no comprimento das coroas dentárias, que 
foi mantido ao longo de dois meses, não havendo contração tecidual. 
Adicionalmente, ocorreu uma diminuição estatisticamente significante (p=0,000) 
da profundidade do sulco gengival após o procedimento cirúrgico. Foi observada 
ausência de sangramento durante e após as cirurgias. Pode-se concluir que o 
laser de CO2 se mostrou efetivo na remoção de lesões de hiperplasia gengival. 
PALAVRAS-CHAVE: Laser – Hiperplasia gengival - Ortodontia 
 30
INTRODUÇÃO 
Pacientes que realizam terapiaortodôntica fixa frequëntemente apresentam 
hiperplasia gengival (ZACHRISSON, 1999), que é geralmente atribuída a 
inflamação (JARJOURA, 2005). Sabe-se que causa problemas tanto estéticos 
quanto funcionais, como por exemplo, alterações no posicionamento dentário 
(BITTENCOURT et al., 2000). Acomete comumente pacientes jovens, tanto a 
maxila quanto a mandíbula (GONÇALVES et al., 1994). 
Algumas alterações nos tecidos moles, não tão significantes como a 
aparência estética da margem gengival, podem afetar o resultado final do 
tratamento ortodôntico, merecendo, portanto, cuidados de profissionais como 
ortodontistas, periodontistas e cirurgiões (HILGERS; TRACEY, 2004). Em alguns 
casos, embora a gengiva não esteja hiperplásica, existe indicação de intervenção 
periodontal para o aumento do tamanho da coroa clínica de elementos dentários 
durante ou após o tratamento ortodôntico (ZACHRISSON, 1999). 
A margem gengival livre é, na maioria das vezes, arredondada, de modo a 
formar uma pequena invaginação ou sulco entre o dente e a gengiva. Após a 
erupção dentária ter sido completada, essa margem fica localizada na superfície 
do esmalte cerca de 0,5 a 2mm coronariamente à junção cemento-esmalte 
(LINDHE; KARRING, 1999). Uma profundidade maior que 3 a 4mm representa 
uma pseudobolsa (NYMAN; LINDHE, 1999). 
A hiperplasia gengival pode ser tratada através da gengivectomia, que 
consiste na remoção cirúrgica do tecido hiperplásico, juntamente com a remoção 
mecânica da placa e um controle efetivo da higiene bucal (ZACHRISSON, 1999). 
 31
Uma outra forma de tratamento da hiperplasia gengival é através do uso 
dos laseres. Laser é uma abreviação para Light Amplification by Stimulated 
Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de 
radiação (TÚNER; HODE, 2002). 
 Existem três tipos principais de laseres que podem ser usados como 
instrumentos de terapêutica cirúrgica na cavidade oral: os laseres de Dióxido de 
Carbono (CO2), de Neodímio:YAG (Nd:YAG) e de Argônio (Ar) (LUOMANEM, 
1998). O meio ativo do laser de CO2 é uma mistura de CO2, nitrogênio e hélio 
(PINHEIRO, 1998a). Um feixe de luz delicado que é monocromático (o que 
significa que ele tem um único comprimento de onda) é criado e é colimado por 
um tubo filamentoso (ou seja, a onda de luz corre paralela a outra ao invés de ser 
divergente). Outras propriedades do laser que o fazem diferente da luz comum 
são: é unifásico - as ondas de luz têm picos e vales sincronizados - e intenso - 
capaz de mudar a natureza dos tecidos alvejados (HILGERS; TRACEY, 2004). 
A ponta do laser corta através da ablação dos tecidos. Isto significa que a 
temperatura celular é elevada rapidamente pela absorção da energia laser na 
melanina das células, provocando a explosão das mesmas (SARVER; YANOSKY, 
2005). A radiação não é invasiva e é muito bem tolerada pelos tecidos 
(PINHEIRO, 1998b). 
Seu uso em pacientes ortodônticos visa obter uma melhor forma e contorno 
gengival, aumentar o comprimento das coroas clínicas, conseguir a 
proporcionalidade dentária ideal e corrigir assimetrias gengivais (SARVER; 
YANOSKY, 2005). Muitos procedimentos cirúrgicos de rotina, como frenectomia, 
tratamento de hiperplasias gengivais, remoção de hiperplasias resultantes do uso 
 32
de dilantina, aprofundamento de sulco, redução de tuberosidade maxilar, são 
rotineiramente feitos com laser de CO2. O laser promove esterilização da ferida 
cirúrgica, redução da dor pós-operatória, e, na maioria dos casos, dispensa o uso 
de suturas e de cimento cirúrgico, porque a ferida é deixada para cicatrizar por 
segunda intenção. É um método rápido e eficaz no tratamento de lesões pré-
malignas, desde que a invasão não tenha ocorrido. Ele permite uma remoção 
precisa das lesões, com a possibilidade de utilização de um microscópio cirúrgico 
acoplado à unidade de laser (PINHEIRO, 1998a). 
A vantagem principal do uso do laser de CO2 no tratamento das lesões de 
hiperplasia gengival é proporcionar o mínimo de sangramento e dor – 
possibilitando o tratamento de todos os quadrantes da cavidade bucal em uma 
única sessão – além de minimizar o desconforto pós-operatório, o que é uma 
consideração importante especialmente quando a intervenção é realizada em 
crianças (MASON; HOPPER, 1994). Outras vantagens da referida técnica é a 
redução no volume de contração da ferida cirúrgica devido a uma menor 
quantidade de miofibroblastos encontrados do que nas cirurgias convencionais 
(FREITAS et al., 2002), diminuição do tamanho das cicatrizes e uma melhora na 
qualidade destas (PINHEIRO; FRAME, 1998). 
 Sendo assim, este trabalho objetivou avaliar a efetividade do uso do laser 
de CO2 na remoção de lesões de hiperplasia gengival em pacientes portadores de 
aparelho ortodôntico fixo. 
 
 
 
 33
MATERIAL E MÉTODO 
Para a realização desta pesquisa foram selecionados dez (10) pacientes, 
portadores de hiperplasia gengival na região ântero-superior e/ou ântero-inferior, 
que estão sendo tratados ortodônticamente com aparelho Edgewise Standard, no 
Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins – 
FOUFBA. Nestes foram identificados setenta e cinco (75) dentes com hiperplasia 
gengival na região anterior. Pacientes que estavam fazendo uso de alguma 
medicação anticonvulsivante ou que apresentassem algum comprometimento 
motor foram excluídos da amostra. 
Inicialmente, os indivíduos foram submetidos aos exames prévios para a 
realização do procedimento cirúrgico a laser, que foram: hemograma completo, 
coagulograma e glicemia em jejum. 
Antes da intervenção cirúrgica os pacientes foram submetidos às seguintes 
etapas: profilaxia, sondagem e medição do comprimento das coroas dentárias. 
- Profilaxia: os arcos ortodônticos foram removidos e uma profilaxia com 
jato de bicarbonato (Profident – Dabi Atlante®) foi realizada tomando-se o cuidado 
de posicionar a ponta do jato no sentido cérvico-incisal, numa inclinação de 450 
em relação ao dente (Fig. 1). 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1- Profilaxia
 34
 
 
- Sondagem: a profundidade do sulco gengival foi medida com sonda 
periodontal graduada da marca SS White Duflex (Fig. 2 - A, B e C). A sondagem 
foi realizada em três posições na face vestibular – distal (Posição 1), mediana 
(Posição 2) e mesial (Posição 3) – e os dados foram anotados em uma ficha 
(Anexo 1). Uma profundidade maior que 3mm representava uma pseudobolsa 
(NYMAN; LINDHE, 1999), e tinha indicação de intervenção. 
 
 
 
 
 
- Medição do comprimento das coroas dentárias: esta medição 
compreendia a distância da borda incisal à margem gengival, no seu longo eixo, e 
foi realizada com o auxílio de um paquímetro digital graduado de 0 a 150mm (Fig. 
3 - A e B). Todos os dados foram anotados numa Ficha Clínica (Anexo 1). 
 
 
 
 
Figura 2- Sondagem: A, B e C- pré-cirúrgico; D, E e F- pós-cirúrgico imediato 
 
A B C
D E F 
 35
 
 
 
 
 
 
 
- Cirurgia a laser: os procedimentos cirúrgicos foram realizados no Centro 
de Laser da FOUFBA, utilizando um aparelho de laser de CO2 (SHARPLAN 20C, 
TELAVIV, ISRAEL). O equipamento apresentava um comprimento de onda (λ) de 
10.600nm, potência média de 5W, o foco de 0,2mm e o raio foi focado/desfocado, 
em corrente contínua. As cirurgias foram realizadas por um único profissional com 
formação acadêmica nas especialidades de Periodontia e Laser. Para orientação 
deste profissional, foi idealizado um mapa, onde foram marcadas em azul as áreas 
que deveriam ser removidas em altura, e em vermelho,as áreas que seriam 
removidas em espessura (Fig. 4). 
 
 Figura 4- Mapa para planejamento das cirurgias 
Após terem sido submetidos à anestesia local intra-oral com Lidocaína a 
2% contendo Epinefrina 1:100.000, os pacientes tiveram as lesões hiperplásicas 
 
 Figura 3- Medição da coroa dentária: A e B- pré-cirúrgico. C e D- pós-cirúrgico 
D
B
C D
A B
C 
A B
 36
removidas através de incisão e/ou vaporização com o laser de CO2. A remoção 
tecidual foi seguida pela plastia do contorno gengival. Não foram utilizadas suturas 
ou cimento cirúrgico. No pós-operatório foi prescrito um analgésico que o paciente 
já tivesse o hábito de tomar em caso de dor e os pacientes deveriam seguir um 
protocolo de higienização por 15 dias. Este protocolo consistia na escovação do 
local com uma escova periodontal Colgate Professional Ultra Macia®, juntamente 
com o creme dental Colgate Total, três vezes por dia, e uso do fio dental, duas 
vezes por dia. Quanto à alimentação, os pacientes eram instruídos a fazerem uso 
de alimentos frios ou gelados apenas no dia da cirurgia. 
As avaliações clínicas (sondagem e medições do comprimento da coroa 
dentária) ocorreram em quatro tempos: antes da cirurgia (Tempo 0), 
imediatamente após a cirurgia (Tempo 1), 1 mês (Tempo 2) e 2 meses após o 
procedimento cirúrgico (Tempo 3). As figuras 2 (D, E e F) e 3 (C e D) ilustram, 
respectivamente, as medições da profundidade do sulco gengival e do 
comprimento da coroa dentária no Tempo 1. 
Imediatamente após as avaliações clínicas e os registros fotográficos pós-
cirúrgicos, os arcos ortodônticos em uso foram recolocados. 
Todos os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística. Foram 
utilizados os testes t-student, ANOVA e Tukey para avaliar a diferença entre os 
grupos, com um nível de significância de 5%. 
 
 
 
 37
RESULTADOS 
 Nos dez (10) indivíduos que participaram da pesquisa, foram gerados 75 
unidades de análise em cada tempo, sendo estes, pré-cirúrgico (Tempo 0), pós-
cirúrgico (Tempo 1) e um mês após o procedimento (Tempo 2). No Tempo 3 (dois 
meses após o procedimento), foram utilizadas 61 unidades de análise devido à 
perda de informação (18,67%). 
 Foi testada a normalidade das variáveis através do teste de Kolmogorov-
Smirnov, onde se identificou distribuição normal e, portanto, a média e o desvio 
padrão foram as estimativas utilizadas nas testagens estatísticas. 
 Na Tabela 1, observa-se as medidas (em mm) de tendência central e 
dispersão do comprimento da coroa dentária (CD), em cada tempo. 
 
Tabela 1 Medidas de tendência central e dispersão do CD em cada tempo. 
 
Medida Tempo Média Desvio padrão 
0 7,41 1,22 
1 8,19 1,19 
2 8,33 1,22 
 
 
CD 
3 8,57 1,13 
 
 No Gráfico 1, visualiza-se variação do comprimento da coroa dentária em 
relação ao tempo. 
 38
 
temp
CD
3210
8,8
8,6
8,4
8,2
8,0
7,8
7,6
7,4
7,2
 
Gráfico 1 Média e intervalo de confiança a 95% do comprimento da coroa dentária 
(CD) em relação ao tempo (temp). 
 
Como na sondagem do sulco gengival, as posições 1 (disto-vestibular) e 3 
(mésio-vestibular) apresentaram ao longo do tempo, um comportamento 
semelhante, as mesmas foram agrupadas para a análise como pode ser visto no 
Gráfico 2. 
 
temp
so
nd
v
3210
2,4
2,2
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
 
Gráfico 2 Média e intervalo de confiança a 95% da profundidade do sulco gengival na face 
vestibular (sondv) - posições 1 e 3 - em relação ao tempo (temp). 
 
A sondagem da posição 2 (vestibular mediana) na face vestibular em 
relação ao tempo é apresentada no Gráfico 3. 
 39
 
temp
so
nd
v
3210
1,4
1,3
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
 
Gráfico 3 Média e intervalo de confiança a 95% da profundidade do sulco gengival na face 
vestibular (sondv) - posição 2- em relação ao tempo (temp). 
 
DISCUSSÃO 
 De acordo com Sarver e Yanosky (2005) o tratamento com laser 
proporciona aumento no comprimento das coroas clínicas dos dentes. Este 
trabalho confirma esta afirmação, pois pode-se observar que na Tabela 1 (pág. 
37), do Tempo 0 (pré-cirúrgico) ao Tempo 1 (pós-cirúrgico imediato), ocorreu um 
aumento estatisticamente significante no comprimento das coroas dentárias (Gráf. 
1, pág. 38). As medidas apresentaram diferenças estatisticamente significantes 
entre o Tempo 0 e o Tempo 1, ocorrendo no Tempo 1, um aumento do 
comprimento da coroa dentária após o uso do laser de CO2 (p=0,000). Este 
resultado se manteve ao longo dos Tempos 2 e 3, não havendo diferenças 
estatisticamente significantes entre estes. Com esta constatação pode-se inferir 
que não houve contração tecidual após a realização de gengivectomia a laser, 
concordando com Luomanen (1998) e Freitas et al. (2002). 
 Na avaliação da sondagem, o laser proporcionou uma diminuição 
significativa na profundidade do sulco gengival nas três posições da face 
 40
vestibular. Como as posições 1 e 3 apresentaram um comportamento semelhante, 
ao longo do tempo, as mesmas foram agrupadas para análise. No Gráfico 2 (pág. 
38) pode-se observar que houve uma diminuição estatisticamente significante 
(p=0,000) na profundidade do sulco gengival após o procedimento cirúrgico com o 
laser, mantendo este resultado até dois meses após o procedimento. 
 O Gráfico 3 (pág. 39) revela uma diminuição significativa (p=0,000) da 
profundidade do sulco gengival, que pôde ser observada imediatamente após o 
procedimento cirúrgico. Um mês após a cirurgia, ocorreu um aumento desse valor, 
possivelmente devido ao restabelecimento das condições de normalidade da 
gengiva do paciente, já que no Tempo 1, pós-cirúrgico imediato, muitas vezes a 
sonda periodontal não conseguia penetrar no sulco devido a um selamento da 
margem gengival pela ação do laser. Os Tempos 2 e 3 não apresentaram 
diferenças estatisticamente significantes entre si. 
 Os resultados da gengivectomia a laser, no que diz respeito ao aumento de 
coroa clínica e a diminuição da profundidade do sulco gengival, foram mantidos ao 
longo de dois meses. Nos casos onde, além do aumento gengival no sentido 
vertical, existia também um aumento em espessura, os resultados da cirurgia a 
laser também se mantiveram. 
 Não houve necessidade de utilização de suturas nem de cimento cirúrgico, 
o que concorda com Pinheiro (1998a) e Pinheiro e Frame (1998) quando afirmam 
que a ferida cirúrgica é deixada para cicatrizar por segunda intenção, sem 
utilização de suturas ou cimento cirúrgico. 
 Mason e Hopper (1994), Pinheiro (1998a) e Túner e Hode (2002) relatam 
haver uma redução da dor pós-operatória depois do procedimento cirúrgico feito 
 41
com laser de CO2. Nesta pesquisa, apesar da recomendação feita aos pacientes 
para no caso de dor fazerem uso de analgésico, todos afirmaram não ter utilizado 
tal medicamento e revelaram que o procedimento não é desconfortável. Quanto à 
alimentação, foram instruídos a fazerem uso de alimentos frios ou gelados apenas 
no dia da cirurgia. Os pacientes só reclamaram do odor exalado durante o ato 
cirúrgico, mas todos revelaram que se submeteriam ao procedimento novamente, 
se necessário. 
 Inicialmente, foi aventada a indicação do uso de gluconato de clorexidina a 
0,12% por 30 segundos uma vez ao dia, como coadjuvante da limpeza mecânica, 
mas esta etapa foi suspensa pois imediatamente após a cirurgia, os pacientes 
apresentavam a gengiva muito sensível e dois diasapós, a região já se 
apresentava cicatrizada. Os pacientes responderam bem à orientação quanto à 
higienização. 
 Foi possível trabalhar de forma mais controlada devido à não ocorrência de 
sangramento durante o ato cirúrgico, o que concorda com Túner e Hode (2002) 
quando afirmam que o laser de CO2 age em pequenos vasos promovendo a 
coagulação. Pinheiro (1998a) afirma que o laser transforma uma ferida infectada 
em uma ferida estéril. Neste trabalho, não foi observado nenhum caso de 
infecção. 
 Não foi encontrado na literatura nenhum trabalho que utilizasse o laser de 
CO2 nas cirurgias de pacientes ortodônticos. 
 
 
 
 42
CONCLUSÃO 
O laser de CO2 se mostrou eficaz na remoção de lesões de hiperplasia 
gengival. Pode-se observar que os resultados obtidos com o procedimento 
cirúrgico, quanto ao aumento do comprimento da coroa clínica e à diminuição da 
profundidade do sulco gengival, foram mantidos ao longo do período observado. 
 
REFERÊNCIAS 
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 43
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 44
ANEXOS 
ANEXO 1 
FICHA CLÍNICA 
Paciente:_______________________________________________________ 
Telefone:___________________ 
Fase:______________________ 
1- Profilaxia _____ 
2- Sondagem 
 
 
 
 
Obs.: 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
3- Medições: 
13= CD:_____ 
12= CD:_____ 
11= CD:_____ 
21= CD:_____ 
22= CD:_____ 
23= CD:_____ 
33= CD:_____ 
32= CD:_____ 
31= CD:_____ 
41= CD:_____ 
42= CD:_____ 
43= CD:_____ 
 
4- Fotografia_____ 
 
 
 
 
 
13 
 
43 
23 
 
33 
 45
 
 
 
 
 
 
 
4.2 ARTIGO 2 
 
Utilização do laser de CO2 em Ortodontia. Sabrina Kívia Correia Gama. Antônio 
Luiz Barbosa Pinheiro. Telma Martins de Araújo. A ser enviado para publicação no 
periódico Journal of Clinical Orthodontics. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46
Utilização do laser de CO2 em Ortodontia 
 
GAMA, S. K. C.; PINHEIRO, A. L. B.; ARAÚJO, T. M. 
 
RESUMO 
O laser é um tipo de radiação não invasiva, muito bem tolerada pelos 
tecidos moles, que corta através da ablação tecidual. A cirurgia a laser 
proporciona uma melhor forma e contorno gengival, aumento de coroa clínica, 
proporcionalidade dentária ideal, resolução de assimetrias gengivais, de forma a 
prover uma agradável estética do sorriso em pacientes ortodônticos. Um tipo de 
laser bastante utilizado nestas cirurgias é o de CO2, que é uma mistura de dióxido 
de carbono, nitrogênio e hélio. Com vistas à divulgação deste tema na Ortodontia, 
serão apresentados alguns casos clínicos onde a cirurgia com o laser de CO2 teve 
indicação precisa, como frenectomias, remoção de capuz gengival, correção de 
hiperplasias gengivais e aprimoramento da estética gengival. 
PALAVRAS-CHAVE: Laser – Ortodontia – Estética 
 
INTRODUÇÃO 
A busca pela estética é um dos principais motivos que levam os pacientes à 
terapia ortodôntica. Do ponto de vista do sorriso, percebe-se um crescente apelo 
da sociedade moderna na busca de sorrisos bonitos e saudáveis (ARAÚJO et al., 
2005). A análise deste deve ser realizada considerando o posicionamento vertical 
dos dentes anteriores em relação à postura labial em repouso e ao sorrir, os 
 47
corredores bucais, as características do arco do sorriso e a relação vertical das 
margens gengivais (SARVER, 2004). 
O contorno gengival ideal é caracterizado pela forma da papila interdental e 
margens gengivais igualmente afiladas na região cervical dos dentes. Como, nem 
sempre, o ortodontista consegue realizar ajustes nesse contorno, alguns 
problemas são negligenciados (SARVER; YANOSKY, 2005a). 
A interação entre ortodontistas, periodontistas e cirurgiões é de grande 
importância para o diagnóstico do sorriso e finalização estética dos dentes 
anteriores (SARVER, 2004). 
 A maioria dos ortodontistas está familiarizada com o termo laser mas 
desconhecem seu valor em sua prática ortodôntica (SARVER; YANOSKY, 2005a). 
Laser é uma abreviação para Light Amplification by Stimulated Emission of 
Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. São 
inúmeras as possibilidades de utilização desta técnica, que é composta por 
diversos equipamentos com funções diferentes, obtendo-se, por exemplo, 
resultados muito favoráveis para a realização de cirurgias de tecidos moles bucais 
(TÚNER; HODE, 2002). As mais freqüentes aplicações do laser para tecidos 
moles na Ortodontia são: realizar o contorno gengival estético dos dentes, 
estabelecer correta proporcionalidade dentária, corrigir assimetrias gengivais, 
remover tecido sobre caninos impactados, excesso de tecido criado pelo 
fechamento de espaço, capuz gengival sobre os últimos molares e realizar 
frenectomias (SARVER; YANOSKY, 2005b). 
Quando usado para aumento de coroas clínicas de unidades dentárias, 
acessórios podem ser fixados imediatamente após a gengivectomia pois não 
 48
ocorre sangramento devido ao selamento da incisão pelo laser. Quando o primeiropré-molar é colocado na posição do canino (nos casos de ausência congênita de 
incisivo lateral), sua coroa pode estar encurtada e alguns clínicos recomendam 
intrusão do mesmo e a colocação de uma coroa metaloplástica. Uma outra 
abordagem para esta situação, seria o aumento da coroa clínica com 
gengivectomia a laser (SARVER; YANOSKY, 2005b). 
Os equipamentos podem liberar uma grande quantidade de energia com 
extrema precisão. A atuação desta tecnologia nos diferentes tecidos resulta, a 
depender do tipo do laser, em efeitos térmicos, fotoquímicos e não-lineares 
(PINHEIRO, 1998b). 
 A radiação emitida pelo laser é eletromagnética não ionizante, sendo um 
tipo de fonte luminosa com características bastante distintas de uma fonte de luz 
fluorescente ou de uma lâmpada comum. São justamente as características 
especiais desse tipo de luz que a faz ter propriedades terapêuticas importantes 
(WALSH, 2003). 
O laser pode liberar energia no modo contínuo ou pulsátil. No modo 
contínuo, os tecidos tendem a absorver mais energia, resultando em maior 
aquecimento. Já no modo pulsátil, entre os pulsos de energia é permitido o 
resfriamento dos mesmos. A quantidade de calor gerada durante o processo 
resulta em efeitos colaterais e desconforto pós-operatório; devido a isso, o laser 
deve ser ajustado para o modo pulsátil para os procedimentos em tecidos moles 
(SARVER; YANOSKY, 2005a). 
Este tipo de laser, usualmente, produz radiação com comprimento de onda 
(λ) de 10.600nm. O longo comprimento de onda tem a vantagem de ser altamente 
 49
absorvido por tecidos que contêm água em grande extensão, apresentando 
evaporação mais fácil e proporcionando remoção das lesões sem causar uma 
queimadura profunda (TÚNER; HODE, 2002). 
O laser de CO2 age em pequenos vasos promovendo a coagulação 
sangüínea sendo possível trabalhar de forma controlada. Outra propriedade 
importante do mesmo é que, quando cortando, evaporando ou coagulando o 
tecido, a dor - após cessar o efeito do anestésico - persiste somente por poucos 
segundos depois da cirurgia, devido à formação de neuromas térmicos. O 
desconforto pós-operatório é consideravelmente menor do que nas cirurgias 
convencionais e o resultado estético final é muito mais aceitável (PINHEIRO, 
1998a, TÚNER; HODE, 2002). 
Vale lembrar que a técnica com laser de CO2 não requer a utilização de 
cimento cirúrgico, uma vez que a ferida é deixada para cicatrizar por segunda 
intenção e é recoberta por um “cimento” biológico resultante da coagulação 
superficial de proteínas (PINHEIRO; FRAME, 1998). 
E, contrariamente ao pensamento comum, o uso da radiação laser não é 
contra-indicado em pacientes gestantes, ou em indivíduos portadores de 
marcapasso, nem causa interferência nos equipamentos de monitoração 
(PINHEIRO, 1998a). 
Com vistas à divulgação deste tema na Ortodontia, serão apresentadas 
algumas indicações clínicas do uso do laser de CO2 para promoção de saúde e 
adequados nível e contorno gengival. 
 
 
 50
INDICAÇÕES DO USO DO LASER DE CO2 EM ORTODONTIA 
Para ilustrar as indicações do uso do laser de CO2 em Ortodontia, serão 
apresentados seis casos clínicos, envolvendo frenectomias, remoção de capuz 
gengival, correção de hiperplasias gengivais e aprimoramento da estética do 
sorriso. Os pacientes selecionados encontram-se em tratamento ortodôntico fixo, 
com aparelho Edgewise Standard, no Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial 
Prof. José Édimo Soares Martins - FOUFBA. Eles foram submetidos a exames 
prévios, como hemograma completo, coagulograma e glicemia em jejum. De 
posse destes e não apresentando nenhuma alteração que necessitasse de mais 
investigação, os mesmos foram encaminhados para a cirurgia, a qual foi realizada 
no Centro de Laser da FOUFBA. 
Para a realização dos procedimentos cirúrgicos foi utilizado o laser de CO2 
(SHARPLAN 20C, TELAVIV – ISRAEL), com uma potência média de 5W, 
λ10.600nm, o foco de 0,2mm e o raio foi focado/desfocado, em corrente contínua. 
Os pacientes foram instruídos a seguir um protocolo de higienização por 15 
dias que consistia na escovação do local com uma escova periodontal Colgate 
Professional Ultra Macia®, juntamente com o creme dental Colgate Total, três 
vezes por dia, e uso do fio dental, duas vezes por dia. Quanto à alimentação, os 
pacientes foram instruídos a fazerem uso de alimentos frios ou gelados apenas no 
dia da cirurgia. 
 - Frenectomias 
Paciente 1: 16 anos, sexo feminino, portadora da Síndrome de Rieger 
(caracterizada por ausências dentárias, dentes conóides e atresia maxilar) e 
 51
inserção baixa do freio labial superior (Figura 1A). Foi sugerida a frenectomia a 
laser por ser uma cirurgia rápida, sem sangramento e com um menor desconforto 
pós-operatório (Figura 1B). Sete dias após, houve recidiva na reinserção do freio 
(Figura 1C). Acredita-se que tal fato ocorreu devido a pouca mobilidade do lábio 
superior da paciente e, como ocorre nas cirurgias com laser, não foi utilizado 
cimento cirúrgico pois a ferida é deixada para cicatrizar por segunda intenção. 
Sendo assim a paciente foi encaminhada a um segundo tempo cirúrgico e neste 
deverá ser utilizado cimento cirúrgico, para evitar nova recidiva. 
 
 
 
 
 
Paciente 2: 18 anos, sexo masculino, apresentava inserção baixa do freio 
lingual, o que diminuía a mobilidade da língua (Figura 2C). Além disso, o paciente 
possuía interposição lingual entre os dentes anteriores durante as funções 
(fonação e deglutição) e em repouso (Figura 2B), com consequente mordida 
aberta anterior de 5,6mm (Figura 2A). A remoção do freio, então, foi indicada e um 
dia após o procedimento cirúrgico, uma boa cicatrização já pode ser observada 
(Figura 2D). Completado o processo de cicatrização - trinta dias após - (Figura 2E) 
e o paciente sem nenhuma queixa de dor durante a movimentação da língua, foi 
instalada uma barra com pontas ativas para correção da postura lingual. Após três 
meses, pode-se observar uma diminuição de 1,4mm na magnitude da mordida 
aberta (Figura 2F). 
A
C 
A 
A C B
 
 Figura 1: A- Pré-cirúrgico B- Pós-cirúrgico imediato C- Após sete dias 
 
A B C 
 52
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Capuz Gengival 
Paciente 3: 12 anos, sexo feminino, necessitava de instalação de banda 
ortodôntica no elemento 47, porém o mesmo possuía a face distal encoberta por 
tecido gengival (Figura 3A). Foi encaminhada para a gengivectomia com laser de 
CO2. Uma semana após a cirurgia, observa-se uma boa cicatrização da região 
(Figura 3B), a orientação quanto à higienização foi reforçada para permitir que o 
elemento fosse bandado, o que ocorreu duas semanas após (Figura 3C). 
 
 
 
 
 
 
CA B
 
 
 
Figura 2: A- Mordida aberta anterior B- Interposição lingual C- Inserção baixa do freio lingual 
D- Um dia após a frenectomia a laser E- Barra lingual com pontas ativas F- Três meses após 
a cirurgia 
A B C
D E F 
 
Figura 3: A- Inicial B- Uma semana após C- Após a instalação da banda 
A B C
 53
 
 Figura 4: A- Inicial B- Uma semana após 
 
- Hiperplasia Gengival 
Paciente 4; 16 anos, sexo feminino, apresentava hiperplasia gengival na 
região posterior superior, envolvendo dentes e papilas (Figura 4A), que não 
regredia mesmo quando a orientação da higienização foi reforçada. A paciente foi 
submetida à cirurgia a laser e uma semana após, a região já se apresentava bem 
cicatrizada (Figura 4B). 
 
 
 
 
 
- Estética Gengival 
Paciente 5: 20 anos, sexo feminino, apresentava a papila gengival distal do 
12 hiperplasiada devido à presençade uma alça de retração, que favorecia o 
acúmulo de placa (Figura 5A). Além disso, a paciente apresentava uma 
higienização deficiente. O arco de retração foi então removido e mesmo após um 
reforço e orientação para higienização correta, o tecido queratinizado não involuiu 
(Figura 5B). Havia também uma diferença mais acentuada do que o normal entre 
a margem gengival do 12 e a dos elementos 11 e 13. A paciente se submeteu à 
gengivectomia a laser (Figura 5C) e um mês após, já pode-se notar um 
relacionamento mais estético entre as margens gengivais dos elementos 13, 12 e 
11, e ausência de hiperplasia gengival na papila (Figura 5D). 
A B 
B B 
 54
B
B
B
B
A
A
A
A
 
 
 
Paciente 6: 22 anos, sexo feminino, apresentava uma assimetria nas 
margens gengivais dos incisivos centrais superiores e uma desproporção entre 
suas medidas de altura e largura (Figura 6A e 6D). De acordo com Sarver (2004), 
a largura dos incisivos centrais superiores deve corresponder a 80% de sua altura. 
Sendo assim, foi realizada a cirurgia a laser para a correção destes problemas 
(Figura 6B). Um dia após o procedimento, as margens gengivais apresentavam 
uma coloração esbranquiçada com ausência de sensibilidade dolorosa. 
Após um mês, pôde-se observar a simetria das margens dos incisivos 
centrais e uma adequada proporção entre largura e altura dos dentes anteriores 
(Figura 6C e 6E). 
 
 
 
 
 
Figura 5: A- Alça de retração B- Inicial C- Pós-operatório imediato 
 D- Um mês após 
C D 
B A
 55
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os pacientes aqui apresentados foram beneficiados com a cirurgia 
periodontal a laser. Os mesmos consideraram o procedimento confortável, não 
relataram sintomatologia dolorosa após a intervenção, de forma que nenhum 
paciente necessitou do uso de analgésico. Não houve sangramento durante as 
cirurgias e nem no período pós-operatório. Nenhum quadro de infecção foi 
observado. Em adição, pode-se constatar uma maior motivação para a 
manutenção de uma adequada higiene bucal. 
 
CONCLUSÃO 
Este artigo apresentou várias indicações do laser de CO2 em Ortodontia, a 
saber: frenectomias, remoção do capuz gengival, aumento do comprimento das 
A C B
D E 
 
 
 
Figura 6: A- Inicial B- Pós-operatório imediato C- Um mês após D- Margens gengivais assimétricas 
 E- Nivelamento das margens gengivais após gengivectomia a laser 
A B C
D E 
 56
coroas clínicas, aquisição de uma melhor forma e contorno gengival, obtenção da 
proporcionalidade dentária ideal e resolução de assimetrias gengivais. 
 
REFERÊNCIAS 
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SARVER, D. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 1. Shape and 
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SARVER, D.; YANOSKY, M. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 
2. Soft tissue laser technology and cosmetic gingival contouring. Am J Orthod 
Dentofacial Orthop. v. 127, n.1, p. 85-90, Jan. 2005a. 
SARVER, D.; YANOSKY, M. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 
3. Laser treatments for tooth eruption and soft tissue problems. Am J Orthod 
Dentofacial Orthop. v. 127, n.2, p. 262-264, Feb. 2005b. 
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WALSH, L. J. The current status of laser applications in dentistry. Australian 
Dental Journal, v. 48, n 3, p. 146-155, Feb. 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 58
 
 
 
 
 
 
 
5 CONCLUSÃO 
- O laser de CO2 se mostrou eficaz na remoção de lesões de hiperplasia 
gengival. Pôde-se observar que os resultados obtidos com o procedimento 
cirúrgico, quanto ao aumento do comprimento da coroa clínica e à diminuição da 
profundidade do sulco gengival, foram mantidos ao longo do período observado. 
- O laser de CO2 pode ser utilizado em várias situações na clínica 
ortodôntica, a saber: frenectomias, remoção do capuz gengival, aumento do 
comprimento das coroas clínicas, aquisição de uma melhor forma e contorno 
gengival, obtenção da proporcionalidade dentária ideal e resolução de assimetrias 
gengivais. 
 
 
 
 
 
 
 
 59
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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SARVER, D. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 1. Shape and 
proporcionality of anterior teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v. 126, n.6, p. 
749-753, Dec. 2004. 
SARVER, D.; YANOSKY, M. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 
2. Soft tissue laser technology and cosmetic gingival contouring. Am J Orthod 
Dentofacial Orthop, v. 127, n.1, p. 85-90, Jan. 2005a. 
SARVER, D.; YANOSKY, M. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 
3. Laser treatments for tooth eruption and soft tissue problems. Am J Orthod 
Dentofacial Orthop, v. 127, n.2, p. 262-264, Feb. 2005b. 
 62
TÚNER, J.; HODE, L. Laser Therapy: Clinical Practice and Scientific 
Background. Sweden:Prima Books, 2002. 571p. 
WALSH, L. J. The current status of laser applications in dentistry. Aust Dent J, v. 
48, n 3, p. 146-155, Feb. 2003. 
ZACHRISSON, B. U. Ortodontia e Periodontia. In: LINDHE, J. Tratado de 
Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1999. p. 537-580. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 63
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 64
ANEXO 1 
FICHA CLÍNICA 
 
Paciente:_______________________________________________________ 
Telefone:___________________ 
Fase:______________________ 
 
4- Profilaxia _____ 
5- Sondagem 
 
 
 
 
Obs.: 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
6- Medições: 
13= CD:_____ 
12= CD:_____ 
11= CD:_____ 
21= CD:_____ 
22= CD:_____ 
23= CD:_____ 
33= CD:_____ 
32= CD:_____ 
31= CD:_____ 
41= CD:_____ 
42= CD:_____ 
43= CD:_____ 
 
4- Fotografia_____ 
 
 
 
 
 
13 
 
43 
23 
 
33

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