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Resenha INTRODUÇÃO AO NARCISISMO

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Resenha Introdução ao Narcisismo
Capítulo I
Freud parte da descrição clínica do psiquiatra Paul Näcke, que conceituou o Narcisismo como uma perversão, ao qual o sujeito desloca os objetos sexuais ao próprio corpo, para depois refutá-la e nos dizer que Narcisismo não é um evento que se desvia da norma padrão do desenvolvimento humano, mas um investimento libidinal ao Eu para sua autoconservação. 
Em um primeiro momento ele desenvolve este conceito para explicar a esquizofrenia, ao qual ele chama de parafrenia. Partindo do patológico, apenas por ter um grau mais evidente, mas nota que este evento ocorre, também, a nível psicológico.
Para explicar este evento, Freud entra no conceito de libido para explicar tal evento nos histéricos e neuróticos obsessivos, dizendo que nas neuroses há um distanciamento da realidade e os neuróticos desviam-se dos objetos reais para os da sua fantasia, ou seja, o investimento que fariam nas pessoas ou objetos volta-se para si, em objetos que estão na nossa fantasia. 
 Já no caso dos parafrênicos, há uma regressão da libido, ela é retirada dos objetos e das pessoas sem qualquer investimento a fantasias, voltando-se para si, num movimento narcísico. Assim, Freud explica os dois sintomas da parafrenia, a psicose e a megalomania, onde a psicose encontra justificativa nesse regresso da libido ao Eu, levando ao desligamento com o mundo e a megalomania, que se origina do auto-investimento da libido objetal, que retira o investimento do mundo externo ao Eu, produzindo uma conduta narcísica. Os delírios seriam uma maneira de empenhar-se em se religar aos objetos.
Freud relata que há dois tipos de narcisismo, o narcisismo primário e o narcisismo secundário. Durante a fase inicial do desenvolvimento infantil a criança obtém prazer em estimular partes do seu corpo, não compreende seu corpo como uma unidade em separado. Sente prazer em sugar o seio da mãe e o compreende como uma extensão de si mesma.
Ao compreender seu corpo como uma unidade, a criança passa a investir libidinalmente nela própria, sendo incentivada pelos pais que atendem às suas necessidades prontamente. Ocorrendo o que Freud chamou de narcisismo primário.
Em outro momento, a criança não mais é atendida prontamente e é tolhida em seus desejos, tendo que atender às exigências do mundo externo, com suas regras e limitações. Tendo seu narcisismo primário frustrado, passa a se confrontar com a realidade, se sentindo parte do mundo e passe a investir libidinalmente nos objetos. Sendo este processo chamado por Freud de narcisismo secundário.
O fundamental em seu estudo sobre narcisismo, Freud consagra na distinção entre libido do Eu (pulsão de autoconservação) e libido de objeto (ligado às pulsões sexuais). Quanto mais se investe em uma, mais esvazia a outra. A libido objetal atinge seu ápice em um caso em que uma pessoa se apaixona, quando ela deixa de investir em si para investir no outro, ou seja, um investimento objetal.
Freud exemplifica a libido objetal, utilizando-se da metáfora de uma ameba, que se utiliza de seus bracinhos (que sai de si) para buscar o alimento (que está fora) e engoli-lo (retornar para si), assim como o investimento objetal, a libido que se projeta do eu sobre os outros objetos, mas que da mesma forma que foi investida, pode ser desinvestida e retornar ao eu. 
Capítulo II
Freud passa a demonstrar o conceito sobre narcisismo em outras manifestações psíquicas. Uma delas são as doenças, onde o sofrimento movimenta o sujeito a desinvestir sua libido no mundo externo e voltá-la para sua dor, para si, investindo novamente ao exterior assim que se cure.
Outra manifestação onde se verifica exemplo de narcisismo é na hipocondria, que, assim como nas doenças orgânicas, o sujeito desinveste sua libido no mundo exterior para si, sendo que neste caso, ele investe em fantasias de doença orgânica, que o leva à doença psíquica. O autor cita, ainda, o estado do sono como uma forma de retraimento narcísico para si. Neste caso, todo o mundo perde sentido e o sujeito volta-se somente para o ato de dormir.
Ele parte para o entendimento de que o equilíbrio entre investimento narcísico e investimento objetal, seria o ideal para homeostase psíquica quando diz que "Um forte egoísmo protege contra o adoecimento, mas afinal é preciso começar a amar, para não adoecer, e é inevitável adoecer, quando, devido à frustração, não se pode amar" (FREUD, p. 29), considerando, também, o ato de se apaixonar como um movimento narcísico e objetal.
Desta forma, ele envereda pelo caminho da escolha do objeto, que se constitui na vida amorosa do ser humano e na diferenciação dessa escolha para homens e mulheres. Relembra que o investimento libidinal da criança, a princípio, é pautado na função de autopreservação com o autoerotismo. Mais tarde, porém, com a experimentação dos cuidados de outra pessoa, a criança investe sua libido neste outro alguém, a que Freud chama "de apoio" (FREUD, p. 32).
Chama, na época, de pervertidos os homossexuais e nos diz que eles não fazem sua escolha inspirados no objeto "de apoio", mas sim neles mesmos, evidenciando uma escolha objetal narcísica.
Deixa claro que não existem grupos distintos de escolha de objeto, mas que existimos ambos e que está a disposição do indivíduo, sendo que ele faz sua escolha de acordo com sua preferência. Ressalta, ainda, que naturalmente o indivíduo possui dois objetos sexuais, ele mesmo e a pessoa "de apoio", sendo este o narcisismo primário contido em todos, que será preponderante na escolha do objeto.
O homem faz sua escolha objetal segundo a pessoa "de apoio", fazendo uma ligação libidinal com o objeto e as mulheres fazem suas escolhas de acordo com quem as valorizem, portanto, uma escolha objetal narcísica.
Freud ressalta que o investimento narcísico que algumas pessoas fazem, causam encantamento àqueles que abdicaram de seu próprio Eu para investirem libidinalmente em outro. Explica, dessa forma, que o encantamento que sentimos pelos bebês é causado pelo seu narcisismo, como se essa posição de investimento narcísico fosse inatingível e não vulnerável.
Desenvolve a escolha de objeto por parte da mulher de diferentes formas, além da escolha objetal narcísica, a mesma pode, a partir do narcisismo, dedicar-se ao amor objetal ao gerar um filho, que é parte de seu corpo. Outra forma, descrita por Freud, é a de que antes de sua maturação feminina, a mulher teve uma natureza masculina abdicada, buscando esta natureza perdida em um ideal masculino.
Freud resume a escolha de objeto da seguinte forma:
Segundo o tipo narcísico: - A si mesma;
 - o que ela já foi;
 - o que ela gostaria de ser;
 - quem fez parte de si.
Segundo modelo "de apoio": - a mulher que cuidou;
 - o homem que protegeu.
Fala-nos do amor parental como um investimento narcísico, abdicado ainda na infância, projetando no filho seus sonhos não realizados. A criança é o que Freud chama de "Sua Majestade o Bebê" (FREUD, p. 37), que não pode sofrer as vicissitudes da vida, deve ser privada de qualquer frustração. Na verdade, Freud relata que este amor parental, é tão somente um narcisismo renascido nos pais, que um dia foi transformado em amor objetal.
Capítulo III
Falando sobre investimentos objetais, ou mais precisamente investimentos amorosos, Freud nos diz ser necessário averiguar se este está em sintonia com o Eu ou se vivencia uma rejeição por parte do outro. O investimento desse amor no outro, rebaixa a autoestima, mas quando esse amor se torna recíproco, avulta-a outra vez. A satisfação amorosa é interrompida quando o investimento amoroso é rechaçado, rebaixando a autoestima, tornando necessário o reinvestimento no eu, o narcisismo.
A autoestima depende de três aspectos: do resquício do narcisismo infantil, das realizações do ideal do Ego que fomentamo poder absoluto infantil e, enfim, das relações amorosas exultantes. O indivíduo investe sua libido naquilo que preenche a falta ao Ego para torná-lo ideal, naquilo que ele gostaria de ser ou no que foi e se findou.

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