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Brucelose em animais e humanos

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BRUCELOSE
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Andréa Maria Góes Negrão
 Doença infectocontagiosa, geralmente crônica
 É uma antropozoonose – doença primária de animais que pode ser transmitida ao homem (acidental)
 Infecção das células do sistema mononuclear fagocitário
Ocorre em várias regiões do mundo
 Acomete várias espécies animais
 Causa problemas reprodutivos em animais de produção
 Acarreta problemas sanitários e grandes prejuízos econômicos à cadeia de carne e leite
Definição
 DOENÇA DE BANG
 ABORTO CONTAGIOSO
 ABORTO INFECCIOSO
Sinonímia
 FEBRE ONDULANTE
 FEBRE DE MALTA
 FEBRE DO
MEDITERRÂNEO
Importância Econômica
 Surtos de abortamentos
 Distúrbios reprodutivos
 Queda na produção leiteira - 10 a 25%
 Queda na produção de carne – 10 a 15%
Aumento na taxa de reposição de animais – 30%
 Morte de bezerros
 Queda de 15% no nascimento de bezerros
Aumento do intervalo entre partos (20 meses)
 Interrupção de linhagens genéticas
 Restrições comerciais
PERDAS
DIRETAS
Importância Econômica
 Infecções humanas
 Custos com diagnóstico e tratamento
 Internações prolongadas
 Ausência no trabalho
PERDAS INDIRETAS
 Bactérias do gênero Brucella
 Morfologia de cocobacilos
 São Gram negativas
 Intracelalares facultativas
 São imóveis
 Não capsuladas e nem esporuladas
 São aeróbias e microaerófilas
 Multiplicam-se nos macrófagos
 Tem 11 espécies
 As colônias podem ser lisas ou rugosas
Etiologia
Crescimento em meio de cultura
 Crescimento lento: 48 horas a 37° C
 Meios de cultura suplementados com soro, sangue ou extratos teciduais: ágar brucela, ágar sangue brucela, ágar soro dextrosado, caldo albioni brucela, caldo tripticase soja
 B. abortus e B. ovis: 5 a 10% CO2
B. ovis
B. canis
B. neotomae
B. abortus B. melitensis B. suis
Espécies de Brucella spp
B. pennipedialis B. ceti B. microti
B01T B02
B. ovis - Buddle - 1953 – Nova Zelândia B. neotomae - Stoenner - 1957 – USA B. canis - Carmichael - 1968 – USA
B. melitensis - Bruce - 1887 - Ilha de Malta - 3 biovares B. abortus - Bang - 1897 - Dinamarca - 7 biovares B. suis - Traum - 1914 - USA - 5 biovares
Espécies de Brucella spp
B. pennipedialis (focas e golfinhos) - Ross - 1994 – Escócia
B. ceti (baleias) – Foster – 1996
B. microti (roedores silvestres) – Scholz – 2008
B01T – proposto B. inopinata – Scholz – 2009 B02 – Tiller - 2010
Bactérias Gram negativas
Classificação quanto às colônias
 Brucella abortus
 Brucella suis
 Brucella melitensis
Colônias Lisas
Colônias Rugosas
 Brucella ovis
Brucella canis
Parede Celular
Gram +
Gram -
A membrana externa é composta por dupla camada lipídica, a interna constituída por fosfolipídios e a externa por lipopolissacarídeos (LPS ou endotoxina)
Peptídioglicano
Peptídioglicano
Membrana Externa
Membrana Plasmática
Membrana Plasmática
LPS
Cadeia O
Núcleo
Lipídeo A
Poli B
Glicano
PME
Lipoproteina
Peptidioglicano
Fosfolipídios
Estrutura do LPS das brucelas
É uma endotoxina responsável pela patologia da doença
É o sítio imunodominante da bactéria e o responsável pelo desencadeamento da maior parte da resposta imune humoral nas infecções naturais e na desenvolvida após a vacinação com a B19
Também se relaciona com a aderência da bactéria às células do hospedeiro, com a capacidade da brucela de manter-se viva dentro dos fagócitos e com a sua proteção contra a ação dos anticorpos e do sistema complemento. Devido a essas particularidades, acredita- se que a CO seja um importante fator de interação parasita-hospedeiro e que sua ausência resulte em perda de virulência
Cadeia O
 É o sítio imunodominante da bactéria e o responsável pelo desencadeamento da maior parte da resposta imune humoral nas infecções naturais e na desenvolvida após a vacinação com a B19
 Também se relaciona com a aderência da bactéria às células do hospedeiro
 Com a capacidade da brucela de manter-se viva dentro dos fagócitos
 Proteção contra a ação dos anticorpos e do sistema complemento.
Importante fator de interação parasita-hospedeiro e que sua ausência resulte em perda de virulência
Colônias Lisas
 Parede celular – LPS longo – Com cadeia “O”
 Maior virulência
 Maior grupo antigênico
 Características: brilhantes, claras, convexas, emulsificáveis
 Antígenos de superfície: A e M
Colônias Rugosas
 Parede celular – LPS mais curto – sem cadeia “O”
 Menor virulência
 Menor grupo antigênico
 Características: menos transparentes, superfícies granulares, friáveis ou viscosas, difíceis de destacar
 Antígenos de superfície: R
Colônias Lisas e Rugosas
B. abortus: biovares 1,2 e 3 B. suis: biovar 1 B. ovis B. canis
Brucelose
Fonte: Carrillo,2009.
Brucelas confirmadas no Brasil
Resistência
Luz solar direta 4 – 5 horas
Solo seco 4 dias
Solo úmido ______________________66 dias a baixas temperaturas__________________ 151 – 185 dias
Fezes 20 dias
Dejetos a altas temperaturas 2 – 4 horas
Esgoto 8 - 240/700 dias
Água potável 5 – 114 dias
Água poluída 30 – 150 dias
Feto à sombra 180 dias
Exsudato uterino 200 dias
Leite 17 dias
Leite congelado > 800 dias
Queijos até 6 meses
Manteiga até 4 meses
Iogurte até 96 dias
Temperatura de 60ºC 10 minutos
Temperatura de 71,7ºC 15 segundos
Resistência
Destruição por desinfetantes
Álcool 96oGL
Hipoclorito de sódio 5%
Hipoclorito de cálcio 5%
Formol 3%
Fenol 5%
Destruição pelo Calor
Autoclavação: 120oC por 20 minutos
Pasteurização lenta: 65oC por 30 minutos
Pasteurização rápida: 72 a 74oC por 15-20 segundos
Fervura
Fonte: WHO/VPH/84.4.
Inativação da Brucella sp
Epidemiologia da Brucelose
Ocorrência Mundial
 Países afetados: Países europeus da região mediterrânea, países da África, Oriente Médio, Índia, Ásia Central, América Central e do Sul.
 Erradicados: Austrália, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Reino Unido e Japão.
 Controlados: EUA, Chile, México
Hospedeiros
Espécie
Hospedeiro Primário
Hospedeiro Secundário
Acidental
B. abortus
Bovinos, bubalinos
Suínos, cães, ovinos, caprinos, equídeos
Homem
B. suis
Suídeos
Bovídeos, cães, ovinos, equídeos, lebres, roedores
Homem
B. melitensis
Caprinos
Ovinos, bovídeos, suínos, cães, lhamas, camelos
Homem
B. ovis
Ovinos
Suínos
-
B. canis
Canídeos
Gatos
Homem
B. neotomae
Rato do deserto
?
?
B. ceti
Baleias
?
?
B. pinnipedialis
Focas, golfinhos
?
?
B.microti
Roedor
?
?
B. Inopinata
?
?
Homem
B02
?
?
Homem
FI= Fonte de infecção VE = Via de eliminação VT = Via de Transmissão PE = Porta de Entrada S=Suscetível
Animais domésticos, silvestres e o Homem
Fonte: Cadeia da transmissão (GUIDO & GRASSO, 2005; ISHIZUKA et al, 2008)
Animal infectado
Leite, sêmen, restos e anexos fetais, secreções vaginais e fezes
Lambedura, olfato, Leite e derivados crus, carne crua, IA, água, forragens, pastagens, fômites e ambientes contaminados
Mucosas: digestiva, conjuntiva e pele lesionada
Cadeia de Transmissão
Transmissão Direta e Indireta:
Via oral
Via genital
Transmissão
Fonte de contaminação
Fatores que influenciam a manutenção e disseminação de Brucella dentro do rebanho
Densidade populacional
Tamanho do rebanho
Nível de vacinação do rebanho
Maternidades individuais
Fatores que influenciam a manutenção e disseminação de Brucella inter-rebanhos
Aquisição de animais
Freqüência de compras
Fonte dos animais
Histórico dos animais
Fatores que influenciam a manutenção e disseminação
de Brucella inter-rebanhos
Proximidade de Rebanho infectado
Valas
Riachos
Pastos
Animais soltos
Animais silvestres
Veículos
Patogenia
da
Brucelose
Oral Respiratório Conjuntivas Genital Pele
Linfonodo regional
Disseminação
Hemática e/ou Linfática
Macrófagos Neutrófilos
Linfonodos Baço Fígado Medula óssea Sistema reprodutor Articulações
Porta de Entrada
Patogenia
 Linfonodosregionais
 Sistema reprodutor
 Outros órgãos e tecidos ricos em células do SMF
Patogenia
Disseminação Livre ou intracelular
Articulações, baço, fígado, medula óssea
 Linfonodos
Tecidos das articulações
 Sistema reprodutor: principalmente útero durante a gestação, placenta, glândulas mamárias
Tecidos de Eleição
FÊMEAS
 Linfonodos
Tecidos das articulações
 Sistema reprodutivo: principalmente testículos – epidídimo – vesículas seminais
Tecidos de Eleição
MACHOS
Tecidos de Eleição
APARELHO LOCOMOTOR
Infecções articulares
HIGROMAS
Bursites Osteoartrites Tenosinuvites Osteoespondilites
 Fêmeas infectadas são geralmente assintomáticas
 Período de incubação - 2 semanas a 2 meses ou mais
 Bactéria eliminada no meio ambiente no periparto
 Durante incubação a bactéria localiza-se na mucosa local: útero (epitélio trofoblástico), placenta, úbere e linfonodos regionais
 Sobrevivência e multiplicação em macrófagos (inibição fusão fagossoma-lisossoma)
Patogenia
Penetração fagocitose monócitos macrófagos
Penetração fagocitose monócitos macrófagos
Determinantes da Virulência
 Inibição do fagolisossoma
 Inibição da resposta inflamatória
 Fatores proteicos não identificados: sobrevivência em macrófagos
Presença de LPS
Eritritol Testículo e placenta de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e cães (Ausente na mulher e égua) Intensa multiplicação local Lesão piogranulomatosa
Patogenia
Patogenia do Aborto
Lesão Inflamatório-necrótica dos placentomas (união carúncula-cotiledone) – Placentite necrótica
Os placentônios ou placentomas são compostos por uma parte fetal, o cotilédone, e uma parte materna, a carúncula (Leiser et al 1998).
Comprometimento da circulação materno-fetal
Patogenia do Aborto
Placentite necrótica - lesão inflamatório-necrótica dos placentomas (união carúncula-cotiledone)
Comprometimento da circulação materno-fetal
Fêmeas primíparas
Fêmeas multíparas
ABORTO
Natimortos, neonatos fracos
Aborto Bezerros fracos Natimortos
Tropismo pelo útero de animais prenhes e placenta
Placentite necrótica
Retenção de placenta Endometrite Infertilidade
Doença na fêmea
Inflamação aguda do sistema reprodutor
Cronificação (assintomática)
Doença no macho
Testículo Epidídimo Vesículas seminais Ampolas seminais
Orquite uni ou bilateral (necrose, fibrose ou pús)
Brucelose nos Animais Domésticos
Brucelose nos bovinos e bubalinos
 Principal agente: B. abortus
 Contaminação: ingestão, sêmen na I.A, inalação
 Sinais clínicos: abortamento no terço final de gestação, nascimento de bezerros fracos, natimortos, retenção de placenta, repetição de cio, vesiculite, orquite
 Acarreta infertilidade ou esterilidade em fêmeas e machos
Brucelose nos suínos
 Principal agente: B. suis
 Contaminação: sêmen, ingestão
 Sinais clínicos: abortamento em qualquer idade, nascimento de leitões fracos, orquite
 Artrite, manqueira e paralisia • Esterilidade - infertilidade temporária ou definitiva, tanto em porcas quanto em cachaços.
Brucelose nos suínos
Brucelose nos ovinos
 Principal agente: B. ovis
 Contaminação: venérea
 Sinais clínicos: abortamento no terço final de gestação, epididimite
Brucelose nos caprinos
 Principal agente: B. melitensis
 Brasil: B. ovis
 Contaminação: ingestão
 Sinais clínicos: abortamento no terço final de gestação, orquite, mastite
Brucelose nos caninos
 Principal agente: B. canis
 Contaminação: ingestão, sêmen
 Sinais clínicos: orquite, dermatite escrotal, aborto, morte peri-natal, artrite, infertilidade
 Tratamento: Doxiciclina - 10 mg/kg – 1 x dia - durante 14 dias
Brucelose nos eqüinos
 Principal agente: B. abortus
 Contaminação: ingestão de água e pastos contaminados
 Sinais clínicos: Lesões abscedantes em região cervical, bursas, tendões e articulações – Bursites Popularmente chamado Mal da Cernelha
Ocorrência em equinos – diretamente proporcional à endemia no rebanho bovino
Brucelose no Homem
Doença Ocupacional
Grupos de Risco
 Médicos Veterinários
 Tratadores de animais
 Magarefes
 Trabalhadores de laticínios
 Laboratoristas
 Vacinadores
Consumidores de produtos de origem animal sem inspeção oficial
Patogenicidade para o Homem
Brucella melitensis B. suis B. abortus B. canis
Brucelose no Homem
 Contaminação: conjuntiva, lesões, ingestão, inalação
 Período de Incubação: prolongada > 3semanas
 Curso longo: vários anos, quando não tratada
 Sinais clínicos: febre ondulante, cansaço, suores noturnos, dores musculares e articulares, mialgias, artrites, alterações do sono, calafrios, anorexia, depressão
“síndrome da fadiga crônica”
Brucelose no Homem
 Menos de 10% dos casos são identificados
 A incidência varia conforme:
Densidade do rebanho
Endemia animal
Nível socioeconômico
Hábitos alimentares
Transmissão para o Homem
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Fonte de Contaminação
Transfusão de sangue
Transplante de medula óssea
Relação sexual
Fonte de Contaminação para o Homem
A transmissão entre pessoas, embora possível, é um acontecimento bastante raro em brucelose
Há casos na literatura de transmissão por meio de:
Tratamento da Brucelose Humana
 Doxiciclina + estreptomicina – 6 semanas ou
 Doxiciclina + rifampicina – 6 semanas
Recaídas inferior a 5%
Recaídas de 30%
Cotrimoxazol (combinação de trimetoprim e sulfametoxazol) – 6 semanas
Diagnóstico da Brucelose
Exame clínico: deve ser considerado com cautela, pois os sintomas são inespecíficos sendo que os principais sintomas – o aborto e a infertilidade - podem ter etiologia diversa;
O abortamento costuma ocorrer após o 5° mês de gestação, sendo comum a retenção fetal por 24-72 horas após a morte;
Ocorre com frequência a retenção de placenta e endometrite;
O feto abortado é aparentemente saudável pois não há infecção fetal.
Diagnóstico
CLÍNICO
LABORATORIAL
Direto
Indireto
Diagnóstico Laboratorial
Presença do agente etiológico:
Isolamento do agente em meio de cultura e identificação bioquímica
Detecção de DNA (PCR)
DIRETOS
 INDIRETOS
Pesquisa de anticorpos específicos:
Testes sorológicos
Alto risco
Diagnóstico Bacteriológico
VANTAGENS:
 Fácil execução e interpretação
 Rapidez na obtenção dos resultados
 Baixo custo (triagem e algumas confirmatórias)
 Maioria das provas é padronizada internacionalmente
Diagnóstico Sorológico
Diagnóstico Sorológico
DESVANTAGENS:
 Nem todo animal positivo está infectado (vacinado, outros agentes) – FALSO POSITIVO
 Nem todo animal negativo está livre da doença (período inicial da doença, ac incompletos) – FALSO NEGATIVO
 Especificidade e sensibilidade variáveis conforme o teste
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Colheita de Soro para Diagnóstico Sorológico da Brucelose
 Brucelas lisas poduzem anticorpos contra brucelas lisas
 Reação cruzada: B. abortus, B. melitensis, B. suis
 Brucelas rugosas produzem anticorpos contra brucelas rugosas
 Reação cruzada: B. canis, B. ovis
Diagnóstico Sorológico
Reação antígeno-anticorpo em resposta à infecção
Diagnóstico Sorológico
Principal antígeno envolvido:
Reação antígeno-anticorpo em resposta à infecção
Diagnóstico Sorológico
LPS
E. coli O:157 Salmonella O:30 Vibrio cholerae O:1 Yersinia enterocolítica O:9
Reações cruzadas
0
100
200
0 5 12
Tempo em meses
Título de Anticorpos em UI
IgG1
IgM
IgA
IgG2
Resposta dos principais isotipos de anticorpos em bovinos infectados
com amostra patogênica de B. abortus - período prolongado
Resposta Imune em Bovinos
Resposta dos principais isotipos de anticorpos em fêmeas vacinadas entre3-8 meses de idade com B19
0
100
200
0 5 12
Tempo em meses
Título de Anticorpos em UI
IgG1
IgM
IgA
IgG2
Resposta Imune em Bovinos
Teste do Anel em Leite - Ring Test
Prova do Antígeno Acidificado Tamponado - AAT
Teste do 2-Mercaptoetanol - 2-ME
Teste de Fixação de Complemento - FC
Diagnóstico da Brucelose em Bovídeos
Teste de Polarização Fluorescente -FPA
Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT)
Teste do Anel em Leite (TAL)
Diagnóstico Sorológico da Brucelose (Provas Oficiais PNCEBT)
Testes de Triagem
2-Mercaptoetanol (2-ME)
 Teste de Fixação de Complemento (FC)
 Teste da Polarização Fluorescente (TPF)
Diagnóstico Sorológico da Brucelose (Provas Oficiais PNCEBT)
Testes Confirmatórios
Antes do Teste
Depois do Teste
Diagnóstico Sorológico
Teste de triagem
Teste qualitativo de fácil execução, boa sensibilidade
 Antígeno a 8%; tamponado em pH ácido – 3,65 - 3,65 (aumenta o poder de aglutinação da IgG1 e reduz a reatividade da IgM)
 Corado com rosa bengala
 Soro e antígeno em T° 22°C +/- 4°C, no mínimo 30 minutos
Presença ou ausência de IgG1
 Teste de aglutinação = Ag + Ac
Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) - Rosa Bengala
• Antígeno para AAT • Soros a testar • Micropipetador de 30 μL ou de volume ajustável • Ponteiras • Placas com quadrados de 4 cm delimitados • Misturadores de plástico ou de metal • Caixa com luz indireta para leitura • Soro controle positivo • Soro controle negativo • Agitador de placas (opcional)
Material
Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) - Rosa Bengala
Antígeno suspensão B. abortus amostra 1119-3 inativada, corada pelo Rosa Bengala
Soro e antígeno temp. 22°C +/- 4°C, no mínimo 30 minutos
Depositar 0,03 ml de soro sobre uma placa de vidro (placa de Huddleson) ou plástico
 Posição vertical 0,03 ml (1 gota) de antígeno ao lado da porção do soro sem encostar no mesmo
Misturar o soro e antígeno com bastão de vidro ou de metal em movimentos tais, que proporcionem forma ovalada (4 minutos)
Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) - Rosa Bengala
Ausência de grumos – NÃO REAGENTE
Interpretação dos Resultados
Presença de grumos – REAGENTE
Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) - Rosa Bengala
Testes de Diagnóstico de Brucelose
negativo
positivo
Teste de triagem
 Antígenos corados com hematoxilina
 boa sensibilidade, pode ser usado para monitorar rebanhos leiteiros
Teste do Anel em Leite (TAL)
• Antígeno para TAL • Amostras do leite a ser testado • Tubos de 10 mm x 75 mm ou 10 mm x 100 mm • Grade para tubos • Pipetas de 1 mL • Micropipetador calibrado para 30 μL • Estufa ou banho-maria a 37ºC
Teste do Anel em Leite (TAL)
Material
1)Equilibrar as amostras de leite e o antígeno à temperatura ambiente por 1 hora
2)Misturar bem as amostras de leite
3)Colocar 1 mL de leite em tubos 10 mm x 100 mm
4)Adicionar ao leite uma gota (30 μL) de antígeno
5)Tampar o tubo e misturar por inversão várias vezes
6)Deixar em repouso por 1 minuto e verificar se a mistura está homogênea. Não deve sobrar antígeno nas paredes do tubo
7)Incubar por 1 hora a 37ºC.
Teste do Anel em Leite (TAL)
Técnica
Anel de creme branco e coluna de leite azul: NÃO REAGENTE
Interpretação dos resultados
Anel de creme azul e coluna de leite branca ou azulada: REAGENTE
 Teste confirmatório
 Executada em paralelo com a prova lenta em tubos
 Presença de IgM = - no 2ME e + na lenta
 Presença de IgG = + nas duas
1:25
1:50
1:100
1:200
Testes de Diagnóstico de Brucelose
2-Mercaptoetanol (2-ME)
Teste de referência e para trânsito internacional
boa sensibilidade, boa especificidade, também pode ser usado como opção de teste confirmatório
Testes de Diagnóstico de Brucelose
negativo
positivo
Fixação do Complemento (FC)
Teste de Polarização Fluorescente (FPA)
Testes de Diagnóstico de Brucelose
 Teste confirmatório
 Antígenos – cadeia O
 Pode ser usado em
soro e leite
 Tendo Ac – formação
de complexos Ag – Ac
conjugado – velocidade
de rotação inferior ao Ag
– Ac isolado
 Teste rápido
 Suínos, equinos e caprinos: AAT
 Ovinos: imunodifusão
 Caninos: imunodifusão, aglutinação lenta
 Homem: aglutinação lenta, PCR
Diagnóstico Sorológico
Testes Utilizados em Outras Espécies
TRICOMONOSE: repetição de cio, ciclo irregular, abortamento no primeiro terço da gestação, morte e maceração fetal, piometra, infertilidade temporária ou permanente, machos portadores sãos
LISTERIOSE: abortamento no terço final de gestação, autólise fetal
VIBRIOSE: abortamento aos 4-8 meses de gestação, não há retenção de placenta ou de feto morto, feto aparentemente normal
LEPTOSPIROSE: abortamento em qualquer fase da gestação, predominando no terço final, retenção fetal e de placenta, feto autolisado
TOXOPLASMOSE: abortamento ocorrerá caso infecção tenha se procedido na primeira metade da gestação, necrose e calcificação dos cotilédones da placenta, feto abortado aparentemente saudável
RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA BOVINA (IBR): aborto na segunda metade da gestação, retenção fetal, feto autolisado, vulvovaginite.
DIARRÉIA VIRAL BOVINA (BVD): reabsorção embrionária, mumificação fetal, aborto no final da gestação, feto abortado aparentemente saudável
Diagnóstico Diferencial
Controle da Brucelose
 Testes sorológicos a intervalos regulares (2 a 6 meses) com dois resultados negativos sucessivos para todo plantel
 Sacrifício ou abate sanitário dos animais reatores
 Quarentena para fêmeas que tenham abortado ou parido, só introduzindo no rebanho novamente após dois resultados sorológicos negativos
 Adotar a mesma conduta para animais que participaram de feiras e exposições, ou animais recém adquiridos, mesmo portando declaração de exame negativo
Controle da Brucelose
Quanto à fonte de infecção
 Restringir o tráfego de pessoas e animais estranhos à propriedade
 Programa de higiene e desinfecção de instalações
 Manter as pastagens baixas para facilitar a incidência de luz solar
 Orientar a população sobre os riscos da ingestão de alimentos que não sofreram inspeção oficial ou preparo adequado
Controle da Brucelose
Quanto às vias de transmissão
 Vacinação das bezerras bovinas e bubalinas - entre 3 e 8 meses de idade – Vacina B -19
Vacinação com vacina RB51 em fêmeas adultas em caso de focos de brucelose
Controle da Brucelose
Quanto aos suscetíveis
Vacinação contra a Brucelose
 Não induzir anticorpos que interfiram com o diagnóstico sorológico mesmo quando aplicada repetidamente
 Ser altamente atenuada, administrável em animais de qualquer idade, não provocar abortos em animais prenhes
 Uma única dose deve induzir uma imunidade forte e duradoura
 Ser estável
 Ser relativamente barata e fácil de preparar
Características de uma vacina ideal
Vacinação contra Brucelose
Vacina indutora de anticorpos aglutinantes - B19
Vacina não indutora de anticorpos aglutinantes – RB51
 Vacina viva atenuada – amostra B19
 Dose única
É de reduzida virulência e estável em fêmeas jovens
 Protege 65-75% das fêmeas
 Grau e duração da proteção nas bezerras é igual ao das adultas
 Apenas a vacinação não erradica a enfermidade
Vacinação com a B19
 Persistência de anticorpos é evitada com vacinação 3-8 meses
 Vacinação de infectados não altera curso da doença
 Vacinação previne a brucelose clínica
 Pode provocar o aborto quando aplicado em fêmeas prenhes
 Causa doença quando aplicada em machos
PATOGÊNICA PARA O HOMEM
Vacinação com a B19
LIPID A CORE
Cadena - O
LISA
RUGOSA
MUY INMUNODOMINANTE
ANTICUERPOS
B.abortus
B melitensis
B. suis
Cadeia O
Muito imunodominante
ANTICORPOS
RB51
B19
Cadeia O
Características mínimas: 1. Ser atenuada, de preferência mais atenuada que as vacinas existentes 2. Ser capaz de replicar no animal por um período curto para induzir uma boa reação imunológica do tipo celular 3. Proteger contra o aborto e infecção
Vacinação com amostra rugosa que carece de cadeia O evitaria a formação de anticorpos contra cadeia O e por isso, não daria sorologia positiva
VacinaRB51 B. abortus 2308 rifampicina RB51
Amostra rugosa viva atenuada de Brucella abortus
Não interfere nas provas sorológicas oficiais
Vacina oficial nos EUA e Chile
Uso permitido, juntamente com B19, na Colômbia, México, Costa Rica, Paraguai e Venezuela
EUA: vacinação de bovinos entre 4 a 12 meses de idade
Outros países: revacinação após 12 meses
Proteção semelhante à B19
Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinante
Vacinação com a RB51
Permitirá aumentar a cobertura vacinal
Recomendado o uso em:
 Fêmeas adultas que nunca foram vacinadas
 Falha na imunidade do rebanho (FOCO), com eliminação dos animais reagentes ao teste, seguido de vacinação dos restantes
Situações de alto risco de infecção
Vacinações estratégicas
Vacinação com a RB51
Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinante
Não deve ser utilizada em machos e fêmeas prenhes
Cuidados na aplicação
 Não pode ser usada fora das especificações
Vacinação com a RB51
PATOGÊNICA PARA O HOMEM
Anticorpos contra a cadeia “O” NÃO PROTEGEM contra a brucelose
A proteção é dada pela indução de IMUNIDADE CELULAR
Equipamento de Proteção Individual
Marcação das bezerras vacinadas
Marcação das bezerras vacinadas
Marcação de Animais Reagentes à Brucelose ou Tuberculose
Combate à Brucelose Bovina
Educação sanitária
Vacinação das fêmeas
Rotina de testes sorológicos
Abate sanitário ou destruição dos animais reagentes
Desinfecção das instalações e destruição de restos placentários, fetos abortados e secreções
Piquetes maternidade
Quarentena de animais introduzidos no rebanho
Exame de saúde das pessoas envolvidas
Profilaxia da Brucelose Humana
 Consumo de leite pasteurizado ou simplesmente fervido
 Consumo de produtos de origem animal com inspeção veterinária
 Uso de EPI
 Matadouros: bom sistema de ventilação, EPI
Algumas Normas e Procedimentos do PNCEBT
Unidades Regionais
do Serviço Estadual
Unidade Central do
Serviço Estadual
DDA - MAPA
DFA - MAPA
Comunicação
internacional
Organização do Serviço de Defesa Sanitária
Animal no Brasil
Cadastro
Serviço Oficial
Estadual:
Unidade Veterinária
Local
Baixar a prevalência e a incidência de novos focos de brucelose e tuberculose.
Garantia sanitária na origem, mediante a certificação de propriedades livres e monitoradas.
Objetivos Específicos do PNCEBT
Prevalência da Doença
Tempo (anos)
10-20
20-30
Vacinação e medidas de adesão voluntária
Controle
Erradicação
Detecção e eliminação de todos os focos
Zona Livre
Vigilância Epidemiológica
permanente
Redução progressiva do nº total de focos e da incidência de novos focos
Fases dos Programas Sanitários
Estratégia de Ação do PNCETB
MEDIDAS
VOLUNTÁRIAS
COMPULSÓRIAS
Certificação de Propriedades Livres Público alvo - Produtores de leite e de genética Normas seguem padrões internacionais
Certificação de Propriedades Monitoradas
Público alvo - Produtores de corte e
de genética
Aplicação de princípios de gestão de risco
Vacinação obrigatória de bezerras contra Brucelose vacina B19 Fêmeas: 3 a 8 meses de idade
Controle do trânsito e eventos Trânsito interestadual e exposições: animais destinados à reprodução
Diagnóstico de Brucelose
Teste da Prega Caudal (TPC)
Teste de triagem em gado de corte – qualitativo
Negativo (sem nenhuma reação) ou reagente
Teste Cervical Simples (TCS)
Teste de rotina em gado de leite – quantitativo
 0-1,9 mm - negativo
 2,0-3,9 mm - inconclusivo
  4,0 mm - positivo
Teste Cervical Comparativo (TCC)
Teste confirmatório quando ocorrem reações positivas ou inconclusivas no TCS e para animais reagentes ao TPC
pode ser utilizado como teste de rotina em propriedades com histórico de reações inespecíficas mesmo critério de leitura da prova simples
Testes de Diagnóstico de Tuberculose
Diagnóstico de Tuberculose
•Teste para trânsito interestadual de machos e fêmeas destinados à reprodução.
•Teste para participar em exposições e em leilões de gado de elite.

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