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Tanto doenças hereditárias como adquiridas têm sido alvos constantes de estratégias de terapia gênica. O tratamento de doenças humanas através da transferência de genes foi originalmente direcionado para doenças hereditárias, causadas normalmente por defeitos em um único gene, como a fibrose cística, as hemofilias, hemoglobinopatias , e no caso desse artigo , distrofias musculares.(Dani, 2000; The Journal of Gene Medicine Website). 
Ademais, a quantidade mínima de distrofia necessária para induzir estabilidade funcional do músculo não é conhecida, contudo estudos têm mostrado que a expressão de aproximadamente 20% dos níveis endógenos normais é suficiente. (5)( Wells DJ. Therapeutic restoration of dystrophin expression in Duchenne muscular dystrophy. J Muscle Res Cell Motil )
 Nesse sentido,as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento da terapia génica são: a necessidade de atingir diferentes músculos (em particular o diafragma e coração), a otimização da via de administração, a necessidade de uma expressão mais prolongada do transgene, a possível ocorrência de resposta imune ou de fibrose e a prevenção de lesões versus substituição/reparação das fibras musculares necróticas. (9) Muir LA, Chamberlain JS. Emerging strategies for cell and gene therapy of the muscular dystrophies. Expert Rev Mol Med 
 O Brasil não apresenta qualquer protocolo clínico em curso aprovado no campo da terapia gênica até o presente momento. Ademais, o papel nacional no âmbito mundial da transferência gênica ainda é bastante incipiente, porém promissor. Estudos pré-clínicos in vitro já estão sendo desenvolvidos nas principais universidades e centros de pesquisa do país, basicamente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, com amplas perspectivas de expansão para modelos in vivo e talvez, futuramente, para a proposta de protocolos clínicos. Ainda na América do Sul, o Chile e principalmente a Argentina têm desenvolvido estudos pré-clínicos consistentes e avançando para modelos animais com resultados extremamente promissores na terapia contra o câncer através da vacinação. Fora do eixo América do Norte e Europa, países como Japão, Austrália e Israel também têm contribuído significativamente na área da terapia gênica para algumas doenças (OBA, Office of Biotechnology Activities).
As terapias celulares visam à reposição da distrofina no músculo distrófico. Os transplantes de mioblastos de organismos saudáveis injetados em pacientes com DMD ainda não obtiveram sucesso devido a baixa migração e sobrevivência dessas células, além da rejeição imunológica dos mioblastos transplantados. (FALZARANO et al., 2015).
Os tratamentos atuais para DMD, tanto a terapia gênica quanto a celular, apresentam muitas dificuldades e obstáculos na sua execução mesmo mostrando pontos positivos para seu uso. O sistema imune do distrófico pode responder negativamente aos vetores virais, aos mioblastos transferidos e à distrofina recém-sintetizada. A instabilidade da expressão da proteína, a toxicidade e a dificuldade da distribuição também prejudicam essas estratégias (KHURANA, DAVIES, 2003). A intervenção farmacológica mais utilizada, os glicocorticoides, apresentam pontos favoráveis para seu uso, porém seus efeitos colaterais são extensos (BLAT, BLAT, 2015).
 Esse vírus já é muito utilizado como vetor pela sua baixa patogênicidade, pelo seu conhecimento genético e pela sua afinidade por musculatura estriada. O tamanho desse vetor dificulta a terapia, visto que o gene da distrofina é muito grande. Portanto, há necessidade da produção de um gene menor com porções essenciais da distrofina. Essa nova proteína, a microdistrofina, proporciona uma melhora no fenótipo (SETO, BENGTSSON, CHAMBERLAIN, 2014).
Considerando o que foi exposto, a DMD é uma doença genética letal e sua causa central é a ausência da distrofina. A partir disso, diversos eventos, tanto celulares quanto teciduais, são desencadeados. Vários fatores devem ser avaliados em conjunto a fim de combater, conhecer e desenvolver tratamentos. Visto que o paciente sucumbe na maioridade, qualquer avanço que proporcione uma melhora no quadro é relevante. Um maior conhecimento sobre as manifestações patológicas da DMD mostra a importância da distrofina e do complexo distroglicano. Além disso, possivelmente esclarece os 42 V.6, N.2, 2015 mecanismos capazes de compensar sua ausência, aponta novos alvos terapêuticos para pesquisa científica e desmistifica outras distrofias com mecanismos semelhantes. Além de elucidar métodos eficazes no diagnóstico da doença. A cura para a doença ainda não é concreta, porém, alguns tratamentos mostram-se promissores. Mesmo com a efetividade, as terapias em geral só amenizam sintomas mais severos. Os tratamentos mais sofisticados são pouco acessíveis e os farmacológicos apresentam efeitos colaterais. A busca por novas terapias é indispensável.

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