Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A Descoberta dos Raios X Introdução No fim da tarde de 8 de novembro de 1895, quando todos haviam encerrado a jornada de trabalho, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) continuava no seu pequeno laboratório, sob os olhares atentos do seu servente. Enquanto Roentgen, naquela sala escura, se ocupava com a observação da condução de eletricidade através de um tubo de Crookes, o servente, em alto estado de excitação, chamou-lhe a atenção: "Professor, olhe a tela!". Nas proximidades do tubo de vácuo havia uma tela coberta com platinocianeto de bário, sobre a qual projetava-se uma inesperada luminosidade, resultante da fluorescência do material. Roentgen girou a tela, de modo que a face sem o material fluorescente ficasse de frente para o tubo de Crookes; ainda assim ele observou a fluorescência. Foi então que resolveu colocar sua mão na frente do tubo, vendo seus ossos projetados na tela. Roentgen observava, pela primeira vez, aquilo que passou a ser denominado raios X. O parágrafo acima pode ser uma dramatização do que de fato ocorreu naquele dia, mas o fato que a história registra é que esta fantástica descoberta teve estrondosa repercussão, não apenas na comunidade científica, como também nos meios de comunicação de massa. Por exemplo, em 1896, menos de um ano após a descoberta, aproximadamente 49 livros e panfletos e 1.000 artigos já haviam sido publicados sobre o assunto. Um levantamento feito por Jauncey no jornal norte-americano St. Louis Post-Dispatch, mostra que, entre 7 de janeiro e 16 de março de 1896, quatorze notas foram publicadas sobre a descoberta e outros estudos relacionados. Todavia, as mais conhecidas referências a essa descoberta tendem a minimizar o mérito do seu autor, enfatizando o aspecto fortuito da observação. Essa visão distorcida que se tem do trabalho de Roentgen só é eliminada quando se toma conhecimento dos seus relatos. Com 50 anos de idade na época da descoberta dos raios X, e menos de 50 trabalhos publicados, Roentgen tinha como temas prediletos as propriedades físicas dos cristais e a física aplicada (em 1878 apresentou um alarme para telefone, e em 1879, um barômetro aneróide). Sobre os raios X publicou apenas três trabalhos, e ao final da sua vida não chegou a ultrapassar a marca dos 60. Para um detentor do Prêmio Nobel de Física, esta é uma quantidade relativamente inexpressiva. Essa "pequena" produção talvez seja conseqüência do seu rigoroso critério de avaliação dos resultados obtidos. Pelo que se sabe, ele era tão cuidadoso, que jamais teve de revisar os resultados publicados. Lendo seus dois primeiros artigos sobre os raios X, percebe-se a acuidade do seu trabalho. Além da inegável importância na medicina, na tecnologia e na pesquisa científica atual, a descoberta dos raios X tem uma história repleta de fatos curiosos e interessantes, e que demonstram a enorme perspicácia de Roentgen. Por exemplo, Crookes chegou a queixar-se da fábrica de insumos fotográficos Ilford, por lhe enviar papéis "velados". Esses papéis, protegidos contra a luz, eram geralmente colocados próximos aos seus tubos de raios catódicos, e os raios X ali produzidos (ainda não descobertos) os velavam. Outros físicos observaram esse "fenômeno" dos papéis velados, mas jamais o relacionaram com o fato de estarem próximos aos tubos de raios catódicos! Mais curioso e intrigante é o fato de que Lenard "tropeçou" nos raios X antes de Roentgen, mas não percebeu. Assim, parece que não foi apenas o acaso que favoreceu Roentgen; a descoberta dos raios X estava "caindo de madura", mas precisava de alguém suficientemente sutil para identificar seu aspecto iconoclástico. Para entender porquê, é necessário acompanhar a história dos raios catódicos. . Raios Catódicos e Raios Lenard versus Raios X Em 1838, Faraday realizou uma série de experimentos com descargas elétricas em gases rarefeitos, ligando definitivamente seu nome à descoberta dos raios catódicos. Todavia, devido às dificuldades técnicas com a produção de vácuo de boa qualidade, esses trabalhos só tiveram novo impulso vinte anos depois. Essa nova fase, iniciada por volta de 1858, pelo físico alemão Julius Plücker (1801-1868), produziu resultados que desafiaram a inteligência humana durante quase quarenta anos, até que um bom entendimento do fenômeno fosse obtido. A denominação raios catódicos (Kathodenstrahlen) foi introduzida pelo físico alemão Eugen Goldstein (1850-1931), em 1876, ocasião em que ele apresentou a interpretação de que esses raios eram ondas no éter. Uma interpretação contrária, defendida pelos ingleses, também chamava a atenção do mundo científico da época. Para Crookes, os raios catódicos eram moléculas carregadas, as quais constituiam o quarto estado da matéria (essa denominação é hoje usada quando nos referimos ao plasma, que é exatamente o que se tem quando se produz uma descarga elétrica num gás rarefeito!). Em 1897, Thomson encerrou a polêmica, demonstrando que os raios catódicos eram elétrons. Ao longo desses 40 anos, diversas observações, comentários e hipóteses sugerem que vários pesquisadores andaram "rondando a porta da descoberta dos raios X". Anderson relaciona algumas dessas indicações; nos seus dois primeiros trabalhos, Roentgen se refere às possibilidades que Lenard teve de fazer a descoberta. Num artigo publicado em 1880, Goldstein menciona que uma tela fluorescente podia ser excitada, mesmo quando protegida dos raios catódicos. Publicado em alemão e em inglês, este trabalho deve ter chegado ao conhecimento de quase todos os pesquisadores envolvidos nesses estudos, no entanto, nos quinze anos seguintes ninguém questionou o fato de que a tela fluorescia, mesmo sem ser atingida pelos raios catódicos! Também Thomson chegou perto; um ano antes da descoberta dos raios X, ele relatou que havia observado fosforescência em peças de vidro colocadas a vários centímetros de distância do tubo de vácuo. Entre todos os pesquisadores, Lenard parece ter sido aquele que mais se aproximou da descoberta de Roentgen. Dando continuidade aos trabalhos do seu professor, Heinrich Hertz, Lenard realizou experiências para verificar se os raios catódicos produzidos no interior de um tubo de Crookes poderiam ser observados no exterior. Para tanto, construiu um tubo de Crookes com uma pequena janela de alumínio (espessura de aproximadamente 0,0025 mm) no lado oposto ao catodo, e passou a observar os raios catódicos fora do tubo, através da sua interação com materiais fosforescentes. Posteriormente esses raios ficaram conhecidos como raios Lenard. Em 1894 Lenard publica, na revista alemã Annalen der Physik, suas primeiras observações, entre as quais destacam-se: 1. Os raios Lenard sensibilizavam uma chapa fotográfica. 2. Um disco de alumínio eletricamente carregado descarregava-se quando era colocado no trajeto desss raios, mesmo quando este disco era colocado a uma distância superior a 8 cm (o alcance máximo dos raios catódicos no ar). Quando a mão era colocada na frente do feixe, o efeito de descarga elétrica desaparecia. Comentando esses resultados, Lenard escreveu: "Não se pode afirmar se estamos observando uma ação dos raios catódicos sobre a superfície da janela de alumínio, ou sobre o ar, ou finalmente sobre o disco carregado! Todavia, a última ação é bastante improvável a grandes distâncias da janela". 3. Os raios eram defletidos continuamente por um campo magnético; isto é, alguns raios eram defletidos mais do que outros, e existiam alguns que não se defletiam! De tudo que se sabe hoje, conclui-se que os raios Lenard eram constituídos de raios catódicos (elétrons) e de raios X, mas ele acreditava que eram apenas raios catódicos! Bastava que ele tivesse usado uma janela de alumínio bastante espessa, de tal modo que os elétrons não pudessem atravessá-la,para ter um feixe de raios X!. De acordo com Anderson, Lenard ficou profundamente desapontado por ter deixado escapar essa descoberta, e jamais usou o nome de Roentgen quando se referia aos raios X. O fortuito 8 de novembro de 1895 Na última década do século passado, as pesquisas sobre os raios catódicos constituíam o tema mais efervescente em toda a Europa, de modo que parece natural o desejo de Roentgen, então diretor do Instituto de Física da Universidade de Würzburg, de repetir algumas das experiências divulgadas. De acordo com Fuchs e Romer, os experimentos de Roentgen tiveram início em 1894, mas quase toda a literatura histórica dá conta de que esses trabalhos iniciaram em 1895. Mais adiante discutiremos esse pequeno mistério. Apresentaremos aqui o que se sabe dos fatos ocorridos a partir daquela sexta- feira, 8 de novembro de 1895. A literatura sobre a evolução dos fatos apresenta algumas controvérsias, mas uma coisa parece certa: Roentgen não trabalhou com os raios X mais do que 3 anos. Além disso, em menos de 8 semanas ele descobriu praticamente todas as propriedades fundamentais desses, escreveu três trabalhos sobre o assunto, e já em 1897 estava de volta aos seus temas favoritos, abandonando um assunto de tanta fertilidade, que proporcionou a obtenção do Prêmio Nobel de Física, não apenas a ele (1901), como também a Lenard (1905), Thomson (1906), Laue (1914), W.H. Bragg e W.L. Bragg (1915), Barkla (1917) e Siegbahn.(1924). Numa carta enviada em fevereiro de 1896 ao seu grande amigo Ludwig Zehnder, Roentgen diz que, durante os experimentos, não falou a ninguém sobre o seu trabalho, exceto à sua esposa. Assim, o parágrafo que inicia o presente artigo, extraído de um relato de Manes, pode ser falso; ele foi usado aqui como força de expressão dramática. O que se sabe é que em 28 de dezembro de 1895 Roentgen encaminhou ao presidente da Sociedade de Física e Medicina de Würzburg (SFMW) um manuscrito, intitulado "Sobre um novo tipo de raios" ("On a new kind of rays", ou, em alemão, "Ueber eine neue art von strahlen"), que ele considera como uma "comunicação preliminar". Pela profundidade e concisão com que os resultados são apresentados, não surpreende que este tenha sido o mais importante dos três trabalhos publicados por Roentgen. Em 9 de março de 1896 ele envia, à mesma sociedade, sua segunda comunicação, com o mesmo título da primeira. Em seu artigo, Watson transcreve essas duas comunicações; as versões originais, em alemão, e as traduções, em inglês. Segundo Jauncey, o terceiro artigo é datado de 10 de março de 1897. Na edição de 23 de janeiro de 1896, Nature publica uma versão inglesa da primeira comunicação, sendo imediatamente reproduzida em Science, Scientific American Supplement, Journal of the Franklin Institute e na revista popular Review of Reviews (semelhante a Reader’s Digest). A revista alemã Annalen der Physik, em sua edição de 1o de janeiro de 1898, reproduz os três artigos. Cópias do primeiro trabalho, com a radiografia de uma mão, foram enviadas, entre o final de dezembro e o início de janeiro, aos principais cientistas da Europa, que assim tomaram conhecimento da grande descoberta, uma vez que os anais da SFMW tinham circulação bastante limitada, praticamente local. Roentgen recebeu inúmeros convites para conferências, mas parece que declinou de todas, excepto uma, apresentada na SFMW, em 23 de janeiro de 1896, na qual obteve enorme sucesso, apesar da sua reconhecida timidez. Nessa conferência, ele tirou várias radiografias, inclusive uma que ficou famosa, da mão do grande anatomista, professor da Universidade de Würzburg, A. von Kölliker. A cada radiografia que ele conseguia, a audiência reagia com entusiasmo e estrondoso aplauso. As duas primeiras comunicações As duas primeiras comunicações de Roentgen, que ele considerava como uma única, são belos exemplos de objetividade e concisão, sem deixar de lado a profundidade que o tema requer. Impressiona a quantidade de dados obtidos em tão pouco tempo, mas frustra a expectativa do leitor interessado na heurística da investigação e na montagem do equipamento; não há qualquer informação detalhada nesse sentido. Ele informa que usou uma grande bobina de Ruhmkorff, mas não especifica que tipo de tubo de vácuo usou; mais adiante discutiremos essa questão. Os resultados são apresentados em 21 tópicos, muitos dos quais contendo um único parágrafo, ao longo dos quais Roentgen discute praticamente todas as propriedades fundamentais dos raios X. Na ordem em que aparecem nas comunicações, são as seguintes essas propriedades. Em primeiro lugar, os raios podem ser detectados através de cintilações numa tela fosforescente, ou de impressões numa chapa fotográfica. Diferentemente dos raios catódicos, os raios X podem ser observados mesmo quando a tela é colocada a uma distância de aproximadamente dois metros do tubo de vácuo (os raios catódicos não ultrapassam mais do que oito centímetros no ar). Roentgen testa a transparência de uma quantidade enorme de materias, verificando que duas propriedades são importantes: a densidade do material e a espessura; quanto mais denso e mais espesso, menos transparente. Depois de testar a transparência, Roentgen investiga efeitos de refração e de reflexão. Não observa nem um nem outro, embora tenha ficado em dúvida quanto à reflexão. Tenta defletir os raios X com o auxílio de uma campo magnético, mas não consegue, e aqui estabelece uma das fundamentais diferenças, do ponto de vista experimental, entre os raios X e os raios catódicos, pois estes são facilmente defletidos por uma campo magnético. No tópico 12 ele discute uma das questões mais fundamentais para a identificação dos raios X. Ele conclui que esses raios são produzidos pelos raios catódicos na parede de vidro do tubo de descarga! Na seqüência ele informa que observou raios X produzidos pelo choque de raios catódicos numa chapa de alumínio, e promete testar outros materiais. Um ano depois, em 17 de dezembro de 1896, o físico inglês Sir George Stokes demonstrou que os raios X são produzidos pela desaceleração de partículas carregadas, um fenômeno que ocorre quando, por exemplo, elétrons com alta energia penetram num material pesado! Ou, na linguagem da época, quando os raios catódicos penetram num material pesado! No tópico 17, que encerra a primeira comunicação, ele discute a natureza dos raios X. Obviamente descarta a identidade com os raios catódicos. Sugere que poderia ser algo como a luz ultravioleta, devido aos efeitos fluorescentes e à impressão de chapas fotográficas, mas no cotejamento de outras propriedades chega à conclusão de que os raios X não podem ser da mesma natureza da luz ultravioleta usual. Finaliza o artigo sugerindo que os raios X poderiam ser vibrações longitudinais no éter. Como se sabe, essa hipótese era usada pelos alemães (Goldstein, Hertz, Lenard, e outros) para explicar os raios catódicos. No início da segunda comunicação, tópico 18, Roentgen examina a questão do efeito dos raios X sobre os corpos eletrizados, fazendo referência aos resultados publicados por Lenard. De imediato sugere que os efeitos atribuídos por Lenard aos raios catódicos, eram, de fato, devidos aos raios X produzidos na janela de alumínio do seu tubo de vácuo. (Lenard estava com os raios X ali, na sua frente, e não sabia!) Nos tópicos finais, 19, 20 e 21, discute questões de ordem prática: operação da bobina de indução, manutenção do vácuo e diferença entre alumínio e platina, no que concerne à intensidade do feixe produzido. O que mais, além do acaso? Para se entender a descoberta dos raios X como fruto de um planejado trabalho científico, muito mais do que um evento fortuito, seria necessário o conhecimento da heurística que orientou o planejamento da pesquisa. Infelizmente,Roentgen não dá qualquer esclarecimento sobre essa heurística. Como vimos acima, seus relatos descrevem objetivamente os resultados obtidos, sem grandes elocubrações ou conjecturas teóricas. Ao historiador resta a alternativa de especular, a partir de fatos conhecidos, na tentativa de montar um esquema racional plausível para a grande descoberta. Duas dúvidas jamais foram esclarecidas na literatura: 1. Teria Roentgen usado vários tipos de tubos de vácuo? Se as informações de Fuchs e Romer estão corretas, por que Roentgen substituiu o tubo de Lenard por um tubo convencional (Hittorf ou Crookes)? 2. Por que envolver o tubo com uma cartolina preta? Numa entrevista concedida ao jornalista Dam, em janeiro de 1896, Roentgen informa que estava usando um tubo de Crookes no momento da descoberta (8 de novembro de 1895). Numa carta enviada a Zehnder (fevereiro de 1896), ele diz que usou uma bobina de Ruhmkorff 50/20 centímetros, com interruptor Deprez, e aproximadamente 20 amperes de corrente primária. O sistema é evacuado com uma bomba Raps, ao longo de vários dias. Os melhores resultados são obtidos quando os eletrodos da descarga estão afastados por uma distância de aproximadamente 3 cm. Mais uma vez, não especifica o tipo de tubo usado; diz apenas que o fenômeno pode ser observado em qualquer tipo de tubo de vácuo, inclusive em lâmpadas incandescentes. Que Roentgen descobriu os raios X por acaso, parece não haver dúvida. De que outra forma algo tão inesperado poderia ser descoberto? Agora, sobre o que não se tem certeza é qual foi o acidente que proporcionou a descoberta, e em que momento ele ocorreu. É difícil de imaginar que no primeiro arranjo experimental Roentgen tenha envolvido o tubo com a cartolina. O que ele esperava ver atravessando a cartolina preta, senão raios X? Como é possível, em menos de dois meses, alguém abordar aquela enorme quantidade de aspectos fundamentais de um fenômeno desconhecido, por mais genial que seja? Por outro lado, se o "verdadeiro" momento da descoberta não é o 8 de novembro, qual a razão para Roentgen fazer-nos crer que esta é a data correta? Puro acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que, com muita justiça, o primeiro Prêmio Nobel de Física (1901) foi concedido a Roentgen. A repercussão imediata Em termos de repercussão imediata, a descoberta dos raios X parece ser um caso único na história da ciência. A observação do eclipse solar de 1919, que comprovou parte da teoria da relatividade geral de Einstein, é um rival de respeito quando se considera a repercussão na imprensa, mas não chega a competir, nem de leve, quando se considera a repercussão no meio científico (A recente descoberta das cerâmicas supercondutores também teve forte impacto na imprensa e na comunidade científica, mas não temos conhecimento quantitativo desse impacto). As notáveis aplicações na medicina foram imediatamente percebidas pelo próprio Roentgen, que fez uma radiografia da sua mão. Pesquisadores em todo o mundo passaram a repetir a experiência de Roentgen, não apenas na tentativa de descobrir novas aplicações, como também com o objetivo de compreender o fenômeno, uma tarefa que desafiou a inteligência humano ao longo de quase três décadas. A primeira grande questão referia-se à natureza da radiação. Aliás, o levantamento do noticiário feito por Jauncey mostrou a confusão que se fazia entre raios X e raios catódicos. Não apenas os jornais usavam indistintamente esses dois termos, mas também alguns físicos. É importante salientar que a descoberta de que os raios catódicos eram elétrons foi feita por Thomson dois anos após a descoberta de Roentgen. Mesmo os cientistas que não confundiam raios catódicos com raios X, não sabiam do que se tratava essa coisa descoberta por Roentgen. Existiam duas escolas de pensamento. Uma, à qual pertenciam os ingleses Thomson e Stokes, acreditava que os raios X eram vibrações transversais no éter, da mesma forma como a luz ordinária. A outra escola, à qual pertencia o alemão Lenard, defendia que os raios X eram vibrações longitudinais no éter. Depois de extensivos experimentos, a polêmica foi decidida favoravelmente à escola inglesa. Quando, em 1905, Einstein propôs a idéia do fóton de energia, um conceito que admitia um caráter corpuscular para a luz, foi possível calcular o comprimento de onda associado aos raios X, mas evidências experimentais do caráter corpuscular só surgiram com os trabalhos de Bragg, depois de 1908. Por volta de 1912 mais confusão veio à tona. Naquele ano, Laue e seus estudantes W. Friedrich e P. Knipping descobriram a difração dos raios X em cristais de sulfeto de zinco (ZnS), uma experiência definitiva para o estabelecimento do caráter ondulatório dos raios X. A confusão causada por essa dualidade só foi resolvida com os trabalhos de de Broglie, a partir de 1923. Portanto, a visão que se tem hoje dos raios X, é que eles pertencem ao espectro eletromagnético, e como tal apresentam a dualidade partícula-onda: dependendo das circunstâncias, evidenciam propriedades corpusculares ou ondulatórias. Ao espectro eletromagnético pertencem a luz visível, as ondas de rádio, o ultravioleta, o infravermelho e as radiações gama. Fundamentalmente, o que diferencia uma radiação de outra é o comprimento de onda. Para se ter uma idéia, o comprimento de onda da luz visível é mil vezes maior do que o dos raios X. Além desse enorme interesse despertado na comunidade científica, é interessante avaliar o interesse despertado na comunidade leiga, que muito contribuiu para a criação de um folclore em torno do fenômeno. A título de ilustração, vejamos algumas das mais pitorescas notícias publicadas pelo jornal norte-americano St. Louis Post-Dispatch. No dia 11 de fevereiro de 1896, saiu uma nota dando conta de uma invenção de um professor de Perugia (Itália), que permitia ao olho humano ver os raios X. No dia 13 de fevereiro, o jornal informava que Roentgen havia iluminado seu cérebro e visto sua pulsação. No dia seguinte, uma matéria relatava a opinião defendida por alguns cientistas, segunda a qual a descoberta de Roentgen poderia estabelecer novas teorias sobre a criação do mundo. Outras notícias extravagantes são relatadas no artigo de Jaucey. Em um jornal não identificado, uma matéria alertava para a vulnerabilidade a que todos estavam sujeitos depois da descoberta dos raios X. Qualquer um armado com um tubo de vácuo, dizia o jornal, podia ter uma visão completa do interior de uma residência. Outras notícias sugeriam aplicações fantásticas para os raios X, como a de ressucitar pessoas eletrocutadas. Um famoso engenheiro eletricista, defendendo a hipótese de que os raios X ou os raios catódicos eram ondas de som, afirmava ter ouvido a emissão desses raios. Outro engenheiro eletricista fez tentativas para fotografar o cérebro humano, mas não obteve sucesso. O caráter sensacionalista que o assunto estava despertando, motivou o New York Times a alertar, em 15 de março de 1896: "Sempre que algo extraordinário é descoberto, uma multidão de escritores apodera-se do tema e, não conhecendo os princípios científicos envolvidos, mas levados pelas tendências sensacionalistas, fazem conjecturas que não apenas ultrapassam o entendimento que se tem do fenômeno, como também em muitos casos transcendem os limites das possibilidades. Este tem sido o destino dos raios X de Roentgen". Essa enorme curiosidade levou muita gente a correr sérios riscos de saúde ao realizar suas tentativas de novas aplicações dos raios X. No dia 29 de março de 1896, o jornal St. Louis Globe-Democrat fazia o primeiro alerta público sobre o perigo dos raios X para os olhos. A propósito, há uma história, aparentemente folclórica, segunda a qual uma sapataria de Nova York tinha como grande apelomercadológico o fato de que os sapatos sob encomenda eram testados com o auxílio dos raios X! Como os raios X são produzidos Nas suas publicações Roentgen não especifica o tipo de equipamento utilizado, mas não é difícil imaginar os possíveis componentes do seu arranjo experimental: uma bateria de corrente contínua, uma bobina de indução, um tubo de vácuo e uma bomba de vácuo. Incrementados por fantásticos desenvolvimentos tecnológicos, e recebendo diferentes denominações, esses componentes continuam em uso na moderna pesquisa científica. Na época de Roentgen, eles eram conhecidos pelos nomes dos seus descobridores. Assim, as principais baterias eram as de Volta (inventada em 1800) e as de Bunsen (1843). Entre as bobinas de indução, as de Ruhmkorff (1851) eram as mais famosas. No que se refere à utilização do vácuo, a primeira experiência que se tem notícia foi realizada pelo italiano Gasparo Berti, por volta de 1640. A partir desses experimentos, passando pelo barômetro de Torriceli (1644) e pela primeira bomba de vácuo construída por Guericke (1650), chegamos às diversas bombas disponíveis no final do século passado, entre as quais destacam-se: a bomba de pistão-duplo de Hauksbee (1709), as bombas de mercúrio de Geissler (1855), de Toepler (1862) e de Sprengel (1873), e a bomba de óleo de Fluess (1892). Na carta enviado a Zehnder, Roentgen informa que usou uma bomba Raps, cuja descrição não se encontra na literatura pertinente. A elaboração de tubos de vácuo para observação de descarga elétrica teve início com os trabalhos de William Morgan, por volta de 1785, e consistência experimental com os resultados obtidos por Faraday, por volta de 1833. Todavia, foi somente depois dos desenvolvimentos das bombas de vácuo, ocorridos depois de 1850, que as pesquisas sobre descargas elétricas em gases rarefeitos tiveram considerável impulso. Em conseqüência, os tubos de vácuo mais conhecidos levam os nomes dos pesquisadores dessa época. Destacam-se os tubos de: Geissler, Pluecker, Hittorf, Crookes e Lenard. A título de recuperação histórica, apresentaremos breves descrições dos possíveis equipamentos utilizados por Roentgen. A bobina de Ruhmkorff, funcionando segundo o princípio do transformador de corrente, é capaz de produzir altas voltagens. Ela contém duas bobinas enroladas em um núcleo de ferro, e isoladas entre si. A bobina interna (primária) é feita com um fio relativamente curto (de 30 a 50 metros), enquanto a externa (secundária) é feita com um fio muito longo (centenas de quilômetros). Para o funcionamento do equipamento, usa-se uma baterial de corrente contínua (p. ex. bateria de Volta) para fornecer uma determinada voltagem à bobina primária. Quando a corrente é subitamente interrompida, uma voltagem maior é induzida na bobina secundária. O fator de transformação da voltagem é proporcional à razão dos comprimentos dos fios. As bobinas utilizadas no final do século passado produziam tensões de milhares de volts A interrupção da corrente pode ser realizada, por exemplo, com o auxílio de um interruptor usado nas transmissões telegráficas de código Morse. As potências dessas bobinas, medidas pelo comprimento da centelha que elas produziam, serviam para classificar os laboratórios da época. Para se ter uma idéia da ordem de grandeza, a Royal Institution of London preserva uma grande bobina de Ruhmkorff com 280 milhas de fio na bobina secundária, e capaz de produzir centelhas com 42 polegadas de comprimento. Parece certo que o primeiro tubo de vácuo utilizado por Roentgen foi um tubo de Lenard, mas, aparentemente, ele comprou outros tubos de raios catódicos convencionais. A diferença essencial entre um e outro tipo de tubo, é que o de Lenard possui uma janela de alumínio, projetada para permitir o estudo dos raios catódicos no seu exterior. Confeccionados em vidro, esses tubos possuíam apenas dois eletrodos no seu interior. Com o uso cada vez mais freqüente dos raios X, outros tubos passaram a ser construídos. Até 1913, o mais usado era o tubo de focalização, mas logo depois passou a ter larga aceitação o tubo de Coolidge, um modelo ainda usado nos dias atuais. Do que se sabe, podemos imaginar o seguinte procedimento adotado por Roentgen: os terminais da bobina de Ruhmkorff foram ligados aos eletrodos do tubo de vácuo; com a manipulação de um interruptor do tipo telégrafo alta voltagem era produzida entre os terminais; o choque do feixe de raios catódicos (elétrons) com o anodo (eletrodo positivo) produzia os raios X. Na essência, o procedimento utilizado atualmente é o mesmo. Costuma-se distinguir dois tipos de raios X produzidos nesse processo (veja detalhes no texto sobre os conceitos elementares de raios X). Um deles constitui o espectro contínuo, bremsstrahlung em alemão, e resulta da desaceleração do elétron durante a penetração no anodo. O outro tipo é o raio X característico do material do anodo. Assim, cada espectro de raios X é a superposição de um espectro contínuo e de uma série de linhas espectrais características do anodo. Os Raios X e a Tabela Periódica Por volta de 1913, Moseley mediu as freqüências das linhas espectrais dos raios X característicos de cerca de 40 elementos. A partir do gráfico da raiz quadrada da freqüência versus o número atômico Z do elemento, ele obteve uma relação que passou a ser conhecida como lei de Moseley (veja detalhes no texto sobre os conceitos elementares de raios X). A repercussão imediata deste resultado foi a alteração da tabela periódica. Esse trabalho de Moseley teve papel importantíssimo na consolidação e aceitação internacional do modelo de Bohr. Na verdade, foi o primeiro dos trabalhos experimentais a confirmar as predições de Bohr. Em carta escrita a Bohr no dia 16 de novembro de 1913, Moseley observa que a sua fórmula poderia ser escrita numa forma idêntica àquela obtida com o modelo de Bohr. Antes do trabalho de Moseley o número atômico era associado à posição do átomo na tabela periódica de Mendelev, a qual distribuía os elementos de acordo com o seu peso. Moseley mostrou, por exemplo, que o argônio deveria ter Z=18, ao invés de Z=19 (conforme a tabela de Mendelev). Por outro lado, o potássio deveria ter Z=19, ao invés de Z=18. Ele também mostrou que o cobalto deve preceder ao níquel, apesar do peso atômico do Co ser maior do que o do Ni. De acordo com Mendelev, o número atômico era aproximadamente igual à metade do peso atômico. Moseley definiu o peso atômico como igual ao número de elétrons do átomo eletricamente neutro. Comparando-se as expressões obtidas por Moseley com a fórmula de Balmer- Rydberg deduzida por Bohr, vê-se que elas diferem pela presença de uma constante subtrativa ao valor de Z. Moseley explicou-a como sendo devido ao efeito de blindagem da carga nuclear pelos elétrons orbitais mais intensos. A lei de Moseley apresentava resultados bastante diferentes daqueles do paradigma científico vigente. Através dela Moseley deduziu que entre o hidrogênio e o urânio, deveria haver exatamente 92 tipos de átomos, cujas propriedades químicas eram governadas por Z, e não pelo peso atômico. Isto significava dizer que a tabela periódica devia seguir a ordem crescente do número atômico e não a do peso atômico. Obedecida essa seqüência, alguns lugares daquela tabela ficaram vagos, os correspondentes a Z = 43, 61, 75, 85 e 87. Por essa época, havia uma grande polêmica entre os químicos a respeito do número exato de terras raras; discutia-se se estas iam de Z=58 a Z=71 ou a Z=72. O grande estudioso das terras raras era Georges Urbain, sendo ele inclusive o descobridor de uma delas, o lutécio (Z=71), em 1907. Em 1911, Urbain pensou ter isolado uma outra terra rara, com Z=72, a que chamou de céltio. No entanto, os métodos químicos de análise até então usados eram complicadose incertos. Ao ouvir falar, em 1914, do método de Moseley, Urbain deslocou-se da França para a Inglaterra, levando amostras de terras raras, inclusive uma do provável céltio. Em poucas horas Moseley as examinou e as classificou sem, no entanto, confirmar o céltio. A amostra deste, observou Moseley, nada mais era do que uma mistura de terras raras conhecidas. Urbain ficou tão impressionado com o trabalho de Moseley que resolveu divulgá-lo no comunidade dos químicos. Apesar dessa postura, Urbain continuou acreditando ser o elemento Z=72 uma terra rara, e prosseguiu em sua busca. Essa crença foi fortemente renovada quando em maio de 1922, Alexandre Dauvillier anunciou ter isolado o céltio, através de uma análise do espectro de raios-X do tipo L de amostras contendo as terras raras ytérbio (Z=70) e lutécio. Essa notícia foi tão fantástica que chegou a impressionar Rutherford, pois desde 1914 ele acompanhava com grande interesse a polêmica sobre ser ou não ser uma terra rara, o elemento 72. Convicto de que essa polêmica havia encerrado, Rutherford escreveu uma carta à Nature (17/6/1922) na qual dizia que um dos lugares vagos da tabela periódica de Moseley acabara de ser preenchido. Os físicos dinamarqueses, com base no modelo de Bohr, afirmavam que o elemento 72 devia ser um metal similar ao zircônio. O próprio Bohr fizera esta afirmação em sua sexta "lecture" Wolfskehl, ministrada em Göttingen, no dia 21 de junho de 1922. Ao ler a carta de Rutherford, na Nature do dia 17, Bohr chegou a pensar que sua afirmativa estava errada, tanto que manifestou essa opinião em carta enviada a James Franck em 15 de julho do mesmo ano. No entanto, ao saber que Dirk Coster, um especialista em espectroscopia de raios- X, não concordava com a interpretação de Dauvillier, Bohr resolveu convidá-lo a trabalhar em Copenhague para que, juntamente com von Hevesy, os três pudessem dirimir tão polêmica questão. Coster chegou em Copenhague em setembro, iniciando imediatamente a busca do elemento 72 em minérios de zircônio. No dia 11 de dezembro, poucos minutos antes de proferir sua "Nobel lecture", Bohr recebeu um telefonema de Coster dando conta de resultados positivos. No final da sua "aula Nobel", Bohr anunciou a importante descoberta. No volume 111 de Nature (20/01/1923), em carta assinada por Coster e von Hevesy, o mundo científico fica sabendo da descoberta do háfnio, o elemento com número atômico 72. O nome foi dado em homenagem a Copenhague, que em latim significa hafniae. Segundo Mehra e Rechenberg, essa descoberta constituiu-se no maior triunfo de Niels Bohr. Com relação aos elementos previstos por Moseley, é oportuno salientar que o elemento 75, o rénio, foi descoberto em 1925, pelo casal Noddack. O elemento 87, descoberto em 1939, por Marguerite Perey, recebeu o nome de frâncio e pertence a uma família radioativa natural. Os demais elementos (43, 61 e 85) foram obtidos artificialmente. Sendo suas vidas-médias muito curtas, esses elementos não podiam ser naturalmente produzidos, ou pelo menos observados. BIBLIOGRAFI http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod06/m_s01.html Física das Radiações Os Raios X e Sua Produção O que é uma radiografia? É uma gravação fotográfica visível, em filme, produzida pela passagem de raios X através de um objeto ou corpo. A radiografia torna possível estudar as estruturas internas do corpo como auxiliar de diagnóstico. Como uma radiografia é produzida - quais a reações físicas e químicas que ocorrem? O que são raios X? Por definição, raios x são uma forma de radiação eletromagnética parecida com a luz vizível mas de menor comprimento de onda. O primeiro passa para o entendimento da produção de uma radiografia é o conhecimento da natureza dos raios x e seu comportamento. Desta forma, consideremos os dois aspectos de seu comportamento como ondas e partículas. Uma onde pode ser definida como uma variação ou pertubação que transfere progressivamente energia radiante de um ponto a outro através de um meio. (Energia é simplesmente a capacidade para realizar um trabalho.) Uma vez que esta energia radiante viaja com movimento ondulador, uma caracteristica mensurável é seu comprimento de onda. O fato de que raios X têm ambos os aspectos de ondas e partículas ou vice-versa. Na verdade, outros fatores, tais como a maneira pela qual a radiação está sendo utilizada ou o método usado para localizá-lo ou gravá-la, determina qual dos dois aspectos (ondas ou partículas) constituem o conceito mais adequado. Para ajudar a esclarecer o conceito de ondas e comprimento de onda, imagine a pertubação causado num lago tranqüilo quando se atira a estua uma pedra. Assim que a pedra toca na água, algumas de seus energias produzem ondes que viajam externamente em círculos cada vez maiores. Embora a água esteja em movimento, ele não viaja progressivamente para frente. Por exemplo, uma folha que flutua subiria e desceria com as ondas, mas não sairia de seu local original. A energia aplicada à água é convertida em ondas que procedem de dentro para fora. O comprimento de onda das águas é a distancia de uma crista a outra ou de uma depressão a outra. Em qualquer sistema de ondas, a distância entre dois locais sucessivos correspondentes no padrão de energia em movimento chama-se comprimento de onda. O Espectro Eletromagnético Raios X, raios, gama, ondas de rádio, luz, etc. são ondas de energia de influência elétrica e magnética. Elas são chamadas de ondas eletromagnéticas e viajam a enorme velocidade - aproximadamente 300.000 km por segundo. Todas estas formas de radiação eletromagnética são agrupadas de acordo com o seu comprimento de onda no que se chama de espectro eletromagnético. O diagrama (fig.1) mostra sua localização no espectro e alguns de seus usos mais comuns. RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA Comprimento de onda (Medido em nanometro) Tipo de Raio Utilização 1/100.000 Radiografia industrial e 1/10.000 terapeutica 1/1.000 Raios X e Gama 1/100 1/10 Radiografia médica 1 Raios X muito suave 10 100 Raios ultra violeta 1.000 luz vizível fotografia 10.000 Raios infra vermelho torradeiras 100.000 abaixo medidas em metro 1/1.000 1/100 Radar 1/10 1 10 Televisão 100 1.000 10.000 Ondas de rádio Rádio 100.000 1.000.000 Radiação associada 10.000.000 com ondas elétricas 100.000.000 O comprimento de cada onda eletromagnética gerada por corrente alternada de 60 hertz (ciclos por segundos) é aproximadamente a distância entre uma costa a outra dos Estados Unidos. Os comprimentos de ondas usadas em televisão é mais ou menos igual a altura de um homem. Os raios X médicos - medem aproximadamente 1/10.000 do comprimento de onda da luz vízível - têm um comprimento de onda de mais ou menos um bilionésimo de uma polegada. Eles são comumente medidos em nonômetros abreviado nm), que é igual a um-milionésimo de um milimetro. Em radiografia médica se empregram comprimentos de ondas de aproximadamente 0.01 a 0,05 nm (0,1 a 0,5 angstrom). Em publicações anteriores, o comprimento de ondas para radiação eletromagnética era comumenda dado em unidades de angstrom (abreviado Â). Uma unidade de angstron é igual a 1/10 de nanômetro. O comprimento de onda da luz no centro de um espectro visível é de aproximadamente 550 nm enquanto que os raios X usados para radiografia, aqueles próximos ao centro do espectro de raios X médico têm um comprimento de onda de aproximadamente 0,055 nm ou mais ou menos 1/10.000 da luz visível. Ondas e Partículas Uma parte da natureza dupla dos raios X é sua habilidade de agir como se consistissem de pequenos pacotes separados de energia chamados quanta ou fóton. Em certas circunstâncias, a ação de um feixe de raio Xé mais fácil de se compreender se for considerado como uma chuva de partículas em vez de uma sucessão de ondas. As duas "naturezas" dos raios X são inseparáveis. Por exemplo, para se saber a energia de um único quanta (um dos pequenos pacotes separados de energia), deve-se saber o comprimento de onda da radiação. O comprimento de onda, entretanto, é uma característica de onda e deve ser determinada através da consideração da natureza ondulatória da radiação. Propriedades Fundamentais dos Raios X Os raios X obedecem todas as leis da luz. Entretanto, por causa de seu curto comprimento de onda, é dificil demonstar fenômenos, tais como reflexão, para raios X usando aparelhagem óptica comum. Eles também têm certas propriedades de especial interesse. 1. Por causa de seu comprimento de onda extremamente curto, eles são capazes de penetrar materiais que absorvem ou refletem luz visível. 2. Fazem fluorescer algumas substâncias; isto é, emitem radiação de maior comprimento de onda (por exemplo, radiação visível e ultravioleta). 3. Assim como a luz, eles podem produzir uma imagem em um filme fotográfico que poderá então se tornar visível atraves da revelação. 4. Eles produzem mudanças biológicas valiosas em radioterapia, mas necessitam cuidado no uso da radiação X. 5. Eles podem ionizar os gazes: isto é, eles removem elétrons dos átomos para formar íons, os quais podem ser usados para medir e controlar a exposição. Estas especiais propriedades têm aplicações em radiografia médica e industrial, em radioterapia e em pesquisa. O Tubo de Raio X Como são gerados os raios X? Os raios X são produzidos quando elétrons em alta velocidade (partículas minúsculas, cada uma carregando uma carga elétrica negativa) chocam-se com matéria em qualquer forma. Dentro de um tubo de raios X isto é feito pela direção de uma corrente de elétrons em alta velocidade contra um objeto de metal. Conforme eles se chocam com os átomos do objeto, os elétrons liberam a maior parte de seua energia na forma de calor. Para condições normais de exposição usadas em radiografia médica, aproximadamente um por cento de sua energia é emitida em forma de raios X. A maneira mais eficiente de se gerar raios X é através de um tubo de raios X, e a forma mais simples de tubo de raios X é um invólucro de vidro vedado á vácuo. As duas partes mais importantes do tubo são o cátodo e o ânodo. Cátodo (-) é composto de um fio de tungstênio (filamento) enrolado na forma de uma espiral com aproximadamente 1,5 mm de diâmetro e de 10 a 15 mm de comprimento. É montado em um prendedor chamado de copo de foco, aproximadamente a 2,5 cm de distância do ânodo. Os fios do filamento se extendem ao lado de fora do tubo de maneira a produzir conexões elétricas. O filamento é aquecido e se ilumina (incandesce) da mesma forma que o filamento de uma lâmpada comum. Entretanto, não é aquecida para produzir luz, mas sim para agir como uma fonte de elétrons que são emitidos pelo filamento. O comprimento e diâmetro do filamento espiral, a forma e tamanho do copo de foco, e suas relativas posições são fatores que afetam a forma e tamanho do local onde os elétrons irão se chocar com o ânodo. A temperatura do filamento controla a quantidade de elétrons emitidos. Se a temperatura é aumentada, mais elétrons são emitidos, e fluxo da corrente elétrica através do tubo de raios X (mA) aumenta. Ânodo (+) É comumente formada de um bloco de cobre, o qual extende de um lado até ao centro do tubo. Uma placa de tungstênio de aproximadamente 10 a 15 mm quadrados e 3 mm de espessura se localiza na face anterior do ânodo, ao centro do tubo. Este é chamado de objetivo e é comumente feito de tungstênio porque o tungstênio tem um ponto de fusão alto (aproximadamente 3400ºC e deste forma suporta o calor extremo ao qual está sujeito, e tem um número atômico alto (74) e é um produtor de raios X mais eficiente do que materiais com números atômicos menores. A pequena área do abjetivo na qual os elétrons se chocam é chamado de ponto focal ou fonte. e é a origem dos raios X. Em aplicações especializadas usa-se outros tipos de materiais para objetivo, tais como o molibidênio. Há dois tipos de ânodo, o fixo e o giratório. A Produção de Raios X Quanto um potencial elétrico muito alto (quilovolts ou milhares de volts) é aplicado através dos dois componentes do tubo de raios X, o cátodo e o ânodo, os elétrons emitidos são atraídos pelo ânodo de tal maneira que eles se chocam no ponto focal com tremenda força. Quanto maior o potencial, maior a velocidade destes elétrons. Alta voltagem resulta em raios X de comprimentos de ondas mais curtas e de maior poder de penetração, assim como de maior intensidade. Entretanto, mesmo os elétrons que tenham a mesma energia, quando atingem o ponto focal podem produzir raios X que diferem de energia ou comprimento de onda. Esta variação em energia de raios X resulta das diferenças nas maneiras que elétrons individuais se relacionam com os átomos do objetivo, ponto focal. De qualquer forma, quanto maior a voltagem aplicada ao tubo de raios X, maior é o número de fótons de raios X de maior energia. A Produção de Calor O calor (assim como os raios X) são gerados pelo impacto de elétrons. Somente aproximadamente um por cento da energia resultante deste impacto é emitida do ponto foncal ou fonte em forma de raios X. A maioria da energia se dissipa em forma de calor. Este calor deve ser retirado do ponto focal de maneira mais eficiente possível. Do contrário o metal poderá se derreter e o tubo destruído. Em tubos com anodos fixos, coloca-se na parte posterior do objetivo um metal que seja com condutor de calor, tal como o cobre, que mutas vezes se estende através do invólucro de vidro a um radiador de chapa para dissipar o calor para fora do tubo. Outro método de esfriamento consiste em colocar o tubo junto a um recipiente metálico contendo óleo ao qual será transferidoa calor do ânodo. Como anteriormente mencionado, o ponto focal real é a área do objetivo no qual se chocam os elétrons do filamento aquecido. O tamanho do filamento espiral e a forma e tamanho do copo de foco do cátodo no qual a espiral está localizada são fatores que afetam a forma e tamanho do ponto focal. Quanto menor as dimensões da corrente de elétrons, menor é a área do objetivo onde eles se chocam (ponto focal real). O tamanho do ponto focal tem um efeito muito importante na formação da imagem de raios X. Quanto menor o ponto focal, maís nítida é a imagem (outros fatores continuam os mesmos) ; mais um ponto focal grande pode resistir mais ao calor do que um ponto focal pequeno. Assim deve-se encontrar métodos de se obter um ponto focal que forneçã uma imagem bem detalhada e com boa dissipação de calor. Eles são: o emprego do princípio de foco linear e rotação do ânodo. Princípio de Foco Linear O principio de foco linear tem o efeito de fazer com que o tamanho do ponto focal real pareça menor quando visto da posição do filme, por causa do ângulo do objetivo com referência à corrente de elétron. Como sugere a forma dos copos de focos e filamentos, a corrente de elétrons está focalizado em um retângulo estreito no objetivo. A face do objetivo é comumente feita a um ângulo de aproximadamente15 a 20 graus com relação ao cátodo (embora em alguns tubos possa ser tão baixo quanto 10 graus). Quando o ponto focal retangular é visto por debaixo, na posição do filme, parece ser mais um pequeno quadrado, o ponto focal efetivo ou aparente. Assim, a área do ponto focal efetiva ou projetada é somente uma fração da área real; e quanto menor o ângulo do objetivo, menor é o ponto focal efetivo, os demais fatores permanecem os mesmos. Ao denominar o tamanho do ponto focal, os fabricantes usam uma dimensão que é dotamanho do foco efetivo. Quer dizer, um tubo conhecido como 1,0 mm tem um ponto focal nominal projetado de 1 por 1 mm. Na prática, o ponto focal projetado ou efetivo pode variar com respeito ao seu tamanho nominal em até 50 por cento, de acordo com as margens de tolerâncias permitidas pela National Electrical Manufacturers' Association (NEMA) - Associação Nacional de Fabricantes Elétricos. Seu tamanho pode também variar de acordo com as condições de exposição. Por exemplo, o foco tende a "expandir" ou aumentar quando o número de elétrons que chegam a cada segundo (corrento do tubo) tornar-se muito grande. A utilização dos raios X que emergem a partir do ângulo menor melhora a definição radiográfica, ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de dissipar calor do ânodo uma vez que a corrente de elétrons se espalha por uma superfícia maior. Entretanto, há um limite prático para o ângulo do ânodo. Se for muito pequeno, pode causar um excessivo declínio de intensidade no lado anódico do feixe, acentuando, desta forma, o efeito talão.Também na medida em que o ângulo do ânodo diminue, o campo coberto pelo feixe de raios X também diminue em tamanho. Até o momento nós descrevemos um tupo de ânodo fixo. Por causa da limitada dissipação de calor e do tamanho do ponto focal associado com o ânodo fixo, seu uso se restringe a aparelhos portáteis para radiografia médica e aparelhos para raios X dental. Ânodo Giratório O tubo de ânodo giratório foi desenvolvido para aumentar ainda mais a capacidade do ânodo de resistir ao calor. Como o nome já diz, o ânodo em forma de disco, composto de tungstênio, molibdênio, ou algumas vezes de grafite ao qual se uni a uma liga de rênio e tungstênio, gira sobre um eixo colocado dentro do tubo. O filamento é posicionado de maneira a dirigir a corrente de elétron contra a área enviesada do disco de tungstênio. Assim, a posição do ponto focal ( a área do objetivo atingida pelos elétrons) permanece fixa no espaço enquanto que o disco de anódio gira rapidamente durante a exposição, fornecento uma superfície continuadamente fria para a recepção da corrente de elétron. Desta forma o calor é distribuido sobre uma área larga circular ou pista focal, e, para as mesmas condições de exposição, pode-se fazer uma área de ponto focal um sexto menor do que os tubos de ânodo fixo. A capacidade calorífica do ânodo e a intensidade da corrente de elétrons que ele pode acomodar pode ser aumentada através do aumento do diâmetro do disco giratório. Isto permite que o calor resultante do impacto do elétron posse ser distribuido sobre uma área maior. O eixo no qual o disco do ânodo está montado é comumente de molibdênio. O molibdênio é resistente, tem um ponto de fusão alto, e baixo condutibilidade térmica que reduz o fluxo de calor do ânodo para o rotor e seus suportes. A tecnologia atual permite ao ânodo ser operado continuadamente em temperaturas acima de 1200ºC, e nestas temperaturas a maioria do calor é transferido por radiação (em vez condução) ao óleo depositado ao redor do tubo e do alojamento do tubo. Para tubos desegnados a trabalhos pesados, tais como os usados em angiografia e tomografia computadorizada, o óleo do alojamento do tubo é muitas vezes circulado através de um permutador de calor. A maioria dos tubos contém dois filamentos separados, cada um com o seu próprio copo de foco separados, que fornece pontos focais de tamanhos diferentes e capacidade para acomodas uma variedade de técnicas e exames. Há um crescente interesse em tubos com pontos focais pequenos (diâmetros nominais de aproximadamente 0,1 mm) para uso em radiografia de amplificação. Alguns destes tubos usam ânodos fixos com grande ângulo de objetivo (de até 45 graus); mas por razões anteriormente mencionadas, sua carga instantânea de calor é limitada. Os fabricantes fornecem tabelas com todos os tipos de tubos de raios X para indicar os limites de funcionamento sem perigo, a quilovoltagem máxima, a miliamperagem, e o tempo que pode ser usado sem perigo para cada exposição. Existem também tabelas de resfriamento de tubos que indicam quando a exposição poder ser repitida. Os tubos devem ser usados dentro dos limites de seus capacidades. Funcionamento do Tubo de Raios X O equipamento elétrico necessário para o funcionamento do tubo de Raios X consiste de uma variedade de componentes básicos tais como transformadores para produzir alta voltagem, retificadores para manter a polaridade do ânodo (+) e cátodo (-), fornecedores de força e controles para o filamento, cronometros e dispositivos protetores (por exemplo, proteção contra radiação e travamentos térmicos). Os circuitos do tubo de raios X, do retificador e do transformador de alta voltagem estão posicionados de maneira que grande quantidade de voltagem positiva seja aplicada no extremo anódico do tubo; e grande quantidade de voltagem negativa seja aplicada no extremo catódico. Os elétrons do filamento quente do cátodo são carregados negativamente e são rejeitados pelo cátodo e atraido ao ânodo positivamente carregado. Como resultado os elétrons aceleram a enormes velocidades e chocam-se contra o ânodo com muita força. A alta voltagem é representada em quilovolts,abreviada kV (1 quilovolt = 1.000 volts). A quilovoltagem controla a velocidade do fluxo dos elétrons do cátodo ao ânodo. Quando maior for a quilovoltagem, mais rapidamente os elétrons se movimentam e mais energético e penetrante é o feixe de raios x que eles produzem. Forma de Onda de Voltagem Por tudo o que foi dito sobre a quilovoltagem aplicada ao tubo de raio X, a velocidade dos elétrons e as energias de raio X produzidas, assume-se que se usa uma voltagem constante e que, desta forma, todos os elétrons envolvidos em uma exposição têm a mesmo velocidade quando eles atingem o ponto focal. Na realidade não é assim por vários motivos, principalmente o fato de que para as unidades médicas de raios X, a voltagem aplicada ao tubo muda constantemente com o tempo. Nos Estados Unidos quase toda a ener gia elétrica é fornecida na forma de 60 hertz (60 cilcos por segundo) de corrente alternada (ac). Isto significa que a direção do fluxo (corrente) do elétrons se reverte 60 vezes por segundo. Normalmente, a volagem fornecida a um gerador de raio X tem um valor máximo de aproximadamente 220 volts. Através de transformadores esta voltagem é elevada ou "acelerada" para fornecer as altas voltagens necessárias para a produção de raio X. Ao mesmo tempo, a direção do fluxo da corrente é controlada por dispositivos denominados retificadores de maneira que o fluxo do elétrons através do tubo de raio X seja sempre do cátodo para o ânodo. Desta forma a voltagem fornecida ao tubo de raiox X tem sempre a mesma direção ou polaridade. Isto é o mesmo que tirar a depressão entre duas ondas abaixo da linha e inverte-las de forma a aparecerem como cristas acima da linha. Assim , o tubo de raio X recebe uma série de impulsos ou pulsos de voltagens, cada um com uma duração de 1/120 segundo, e desta maneira, produz os raios X em pulsos. A energia aplicada aos elétrons em viagem em direção ao ânodo, sem dúvida, muda com a voltagem aplicada de maneira que somente alguns elétrons alcançam a energia máxima disponível, isto associado com o máximo da kilovoltagem de onda (kVp). Como resultado, o feixe de raio X criado por estes elétrons contém radiação de comprimento de ondas diferentes e somente parte desta radiação X é energética o bastante para ser utilizada na produção de uma imagem radiográfica. Geradores Trifásicos A forma de onde que descrevemos, na qual há dois impulsos por ciclo vem de linhas de força elétrica monofásica. Outras formas de onda podem ser produzidas pelo uso de linhas de força trifásicas. Um circuito trifásico poder ser imaginado como três circuitosmonofásicos combinados para fornecer três ondas intercaladas em um único circuito. Há dois tipos de geradores de raios X que utilizam energia elétrica trifásica. Um tipo produz seis impulsos por ciclo (1/60 segundo) ; o outro produz doze impulsos por ciclo. Conforme se produz mais destes impultos intercalados em um intervalo de 1/60 segundo, mais próximos são os picos de suas formas de ondas individuais, assim o seu contorna dá uma aparência de pequenas ondulações em vez de grandes ondas. Além do mais, assem que a voltagem de um pulso começa a cair, aquela do pulso intercalado próximo começa a subir de forma que esta combinação de esforço previne a voltagem cais a zero como acontece em um gerador monofásico. De fato, o nível mínimo alcançado pela kilovoltagem de um gerador trifásico, de seis impulsos-por-ciclo é de somente mais ou menos 13 por cento abaixo do valor do pico. Para um gerador de doze impulsos, o kV mínimo é de aproximadamente 3 por cento menor que o valor do pico. De tudo isto, pode-se ver que o feixe de raio X produzido por um gerador trifásico difere daquele produzido por um gerador monofásico nas seguintes maneiras: 1. A energia média de raios X produzida por um gerador trifásico é maior do que a produzida por um gerador monofásico com a mesmo quilovoltagem. Por exemplo, para uma instalação de 100 kV, a kilovoltagem média fornecida ao tubo por um gerador monofásico é de aproximadamente 64 kV; para um gerador trifásocp de seis impulsos, mais ou menos 96 kV; e para um gerador de doze impulsos, aproximadamente 99 kV, somente 1 kV abaixo do valor do pico. Isto significa que um feixe de raios X produzido por um gerador trifásico é mais energético e penetrante do que um produzido por gerador monofásico, todos os outros fatores permanecem o mesmo. 2. A intensidade de raios X produzido por um gerador trifásico é maior do que a produzida por um gerador monofásico com a mesma quilovoltagem e miliamperagem. Por exemplo, usando as mesmas técnicas, um gerador trifásico de seis impultos requer em tempo de exposição de mais ou menos um terço do requerido por um gerador monofásico para produzir o mesmo escurecimento no filme. Para um gerador de doze impultos é necessário metade do tempo de exposição de um gerador monofásico. 3. A carga de calor no ânodo para a produção do mesmo tipo de escurecimento no filme é menor para um gerador trifásico do que para um gerador monofásico. Este fato é de especial interesse em angiografia onde, uma vez que em dada quilovoltagem, pode-se fazer aproximadamente duas vezes mais exposições com um gerador trifásico de doze pulsos do que com um gerador monofásico antes de se alcançar o limite de tolerância de calor. Miliamperagem O número de elétrons é controlado pela temperatura (grau de incandescimento) do filamento do cátodo. O controle é feito através do ajuste da corrente do filamento com seu próprio circuito elétrico de baixa voltagem. Quanto mais quente for o filamento, maior o número de elétrons disponível para formar a corrente de elétron; quer dizer, a corrente do tubo do raio X. No tubo de raio X, o número de elétrons por segundo é medido por miliamperes, abreviado mA (1 miliâmpere = 1/1.000 âmperes). a intensidade de raios X produzida a uma certa quilovoltagem depende deste número. Por exemplo, se o número de elétrons por segundo dobra, a corrente (miliâmperagem) também dobra, e por sua vez a intensidade de raios X também dobra. Ajustar a máquina de raios X a uma miliâmperagem específica significa, na verdade ajustar a temperatura do filamento para produzir a corrente (miliâmperagem) indicada. Como funcionam os raios X Introdução Assim como muitas das grandes descobertas do ser humano, a tecnologia do raio X foi inventada completamente por acidente. Em 1895, um físico alemão chamado Wilhelm Roentgen fez essa descoberta enquanto fazia uma experiência com feixes de elétrons em um tubo de descarga de gás. Roentgen percebeu que uma tela fluorescente (em inglês) em seu laboratório começava a brilhar quando o feixe de elétrons era ligado. Somente essa reação não era tão surpreendente: material fluorescente normalmente brilha ao reagir com radiação eletromagnética; mas o tubo de Roentgen estava rodeado com papelão grosso e preto. Roentgen supôs que isso bloquearia a maior parte da radiação. Roentgen colocou vários objetos entre o tubo e a tela e ela ainda brilhava. Finalmente, ele colocou sua mão na frente do tubo e viu a silhueta de seus ossos projetada na tela fluorescente. Assim ele acabava de descobrir o raio X e uma de suas aplicações mais importantes. A extraordinária descoberta de Roentgen possibilitou um dos maiores avanços na história humana. A tecnologia do raio X permite que os médicos vejam através dos tecidos humanos e examinem, com extrema facilidade, ossos quebrados, cavidades e objetos que foram engolidos. Procedimentos com raios X modificados podem ser usados para examinar tecidos mais moles, como os pulmões, os vasos sangüíneos ou os intestinos. Neste artigo, descobriremos como as máquinas de raio X conseguem fazer este truque incrível. Como veremos, o processo básico é na verdade muito simples. O que é um raio X Raios X são basicamente o mesmo que os raios de luz visíveis. Ambos são formas de ondas de energia eletromagnética carregadas por partículas chamadas fótons. Veja Como funciona a luz para mais detalhes. A diferença entre raios X e raios de luz visível é a energia dos fótons individualmente. Isto também é chamado de comprimento de onda dos raios. Nossos olhos são sensíveis ao comprimento de onda da luz visível, mas não ao comprimento de onda mais curto, das ondas de maior energia dos raios X ou ao comprimento de onda mais longo de menor energia das ondas de rádio. Os fótons da luz visível e os fótons dos raios X são produzidos pelo movimento dos elétrons nos átomos. Os elétrons ocupam diferentes níveis de energia diferentes ou orbitais, ao redor do núcleo do átomo. Quando um elétron passa para orbital menor precisa liberar energia, e ela é liberada na forma de um fóton. A energia do fóton depende do quanto o elétron decaiu entre os orbitais. Veja esta página para uma descrição detalhada deste processo. Quando um fóton colide com outro átomo, esse átomo pode absorver a energia do fóton promovendo o elétron para um nível de energia mais alto. Para isto acontecer, a energia do fóton tem que combinar com a diferença de energia entre as duas posições do elétron. Senão, o fóton não pode deslocar elétrons entre os orbitais. Os átomos que compõem os tecidos do nosso corpo absorvem bem fótons de luz visível. A energia dos fótons deve combinar com as diferenças de energia entre as posições dos elétrons. Ondas de rádio não têm energia suficiente para mover elétrons entre orbitais em átomos maiores, então conseguem passar pela maioria dos materiais. Fótons de raio X também passam através de vários objetos, mas por outra razão: eles têm muita energia. Eles podem, entretanto, arrancar um elétron de um átomo. Uma parte da energia do fóton do raio X trabalha para separar o elétron do átomo e o restante é usado para fazê-lo se movimentar fora do átomo. Um átomo maior tem mais chances de absorver um fóton de raio X desta maneira, porque em átomos maiores as diferenças de energia entre os orbitais são maiores e essa energia se ajusta melhor com a energia do fóton. Átomos menores, em que os orbitais dos elétrons estão separados por níveis de energia relativamente baixos, têm menos chances de absorver fótons de raio X. Os tecidos macios do seu corpo são feitos de átomos menores e por isso absorvem muito bem os fótons do raio X. Os átomos de cálcio que fazem nossos ossos são muito maiores, então são melhores para absorver fótons de raio X. Na próxima seção, verificaremos como as máquinas deraio X usam esse efeito. Outros usos para o raio X As contribuições mais importantes da tecnologia do raio X têm sido no mundo da medicina, mas os raios X desempenham um papel crucial também em várias outras áreas. Os raios X são essenciais na pesquisa envolvendo a teoria da mecânica quântica, cristalografia e cosmologia. Na indústria, scanners de raio X são muito usados para detectar pequenas falhas em equipamentos de metal pesado. Scanners de raios X se tornaram também equipamentos padrão em segurança de aeroportos. A máquina de raio X O coração de uma máquina de raio X é um par de eletrodos , um cátodo e um ânodo, que ficam dentro de um tubo de vidro a vácuo. O cátodo é um filamento aquecido, como o que você vê em uma lâmpada fluorescente. A máquina passa corrente pelo filamento, aquecendo-o. O calor expulsa os elétrons da superfície do filamento. O ânodo positivamente carregado, é um disco achatado feito de tungstênio, que atrai os elétrons através do tubo. A diferença de voltagem entre o cátodo e o ânodo é extremamente alta; então, os elétrons movimentam- se pelo tubo com bastante força. Quando um elétron, em alta velocidade, choca-se com um átomo de tungstênio, um elétron que está em uma camada mais interna do átomo é liberado. Com isso, um elétron que está em um orbital com energia imediatamente mais alto (mais externo) migra para aquele nível de energia mais baixo (mais interno), liberando sua energia extra na forma de um fóton. Assim um fóton de raio X é a energia liberada num choque de elétrons. O elétron livre colide com o átomo de tungstênio, tirando um elétron de um orbital mais baixo. Um elétron de um orbital mais alto preenche a posição vazia, liberando seu excesso de energia como um fóton. Elétrons livres também podem gerar fótons sem atingir um átomo. O núcleo de um átomo pode atrair um elétron e com uma velocidade que apenas altere seu curso. Como um cometa girando ao redor do Sol, o elétron diminui a velocidade e muda de direção à medida que passa pelo átomo. Essa ação de "freio" faz o elétron emitir excesso de energia na forma de um fóton de raio X. O elétron livre é atraído para o núcleo do átomo de tungstênio. À medida que o elétron passa, o núcleo altera seu curso. O elétron perde energia, que é liberada como um fóton de raio X. As colisões de alto impacto envolvidas na produção dos raios X geram muito calor. Um motor gira o ânodo para que ele não derreta (o feixe de elétrons não está sempre focalizado na mesma área). Uma camada de óleo frio ao redor da ampola também absorve calor. Todo o mecanismo é protegido por uma blindagem grossa de chumbo. Ela evita que os raios X escapem em todas as direções. Uma pequena abertura na blindagem permite que alguns dos fótons de raio X escapem em um pequeno feixe. Esse feixe passa por uma série de filtros até chegar ao paciente. Uma câmera no outro lado do paciente grava o padrão de raios X que passam através de seu corpo. A câmera de raio X usa a mesma tecnologia de filmes que uma câmera comum, mas a reação química é acionada por luz de raios X ao invés de luz visível. Veja Como funciona o filme fotográfico para saber mais sobre esse processo. Geralmente, os médicos deixam a imagem no filme como um negativo. Isso quer dizer que as áreas que são expostas a mais luz ficam mais escuras e as áreas expostas a menos luz aparecem mais claras. Materiais duros, como ossos, aparecem em branco e materiais mais macios aparecem em preto ou cinza. Os médicos podem visualizar materiais diferentes variando a intensidade do feixe de raios X. Contrastes Em uma imagem de raio X normal, a maior parte dos tecidos macios não aparece claramente. Para visualizar alguns órgãos ou para examinar os vasos sangüíneos do sistema circulatório, deve- se introduzir um contraste dentro do corpo. Contrastes são líquidos que absorvem os raios -X com mais eficiência que o tecido ao redor. Para visualizar órgãos dos sistemas digestivo e endócrino, um paciente toma um contraste, geralmente um composto de bário. Se o foco for os vasos sangüíneos ou outros elementos do sistema circulatório, o contraste deve ser injetado na corrente sangüínea do paciente. Os contrastes são normalmente usados em conjunto com um fluoroscópio. Em fluoroscopia, os raios X passam pelo corpo até uma tela fluorescente, criando uma imagem de raio X móvel. Os médicos podem usar a fluoroscopia para traçar a passagem do contraste pelo corpo. Também é possível gravar essas imagens em filme ou vídeo. Os raios X fazem mal a você A descoberta dos raios X provocou um impacto extraordinário no mundo da medicina; eles permitem que um paciente seja examinado internamente sem nenhuma cirurgia. Mas os raios X também podem ser perigosos. No princípio da descoberta do raio X, muitos médicos ficaram expostos e expuseram seus pacientes aos feixes por longos períodos de tempo. Conseqüentemente, médicos e pacientes começaram a desenvolver doenças causadas por radiação e a comunidade médica percebeu que algo estava errado. O problema é que o raio X é uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas quando um raio X atinge um átomo, ele pode expulsar elétrons do átomo para criar um íon, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres colidem com outros átomos para criar mais íons. A carga elétrica de um íon pode gerar uma reação química anormal dentro das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA. Uma célula com uma cadeia de DNA quebrada pode morrer ou o DNA desenvolver uma mutação. Se várias células morrerem, o corpo pode desenvolver várias doenças. Se o DNA mutar, a célula pode tornar-se cancerígena e este câncer pode se espalhar. Se a mutação é em um espermatozóide ou em um óvulo, pode causar defeitos de nascença. Por causa de todos esses riscos,atualmente os médicos usam os raios X moderadamente. Mesmo com estes riscos, o raio X ainda é uma opção mais segura que a cirurgia. As máquinas de raio X são ferramentas médicas valiosas, assim como são valiosas em segurança e em pesquisa científica. Elas são uma das invenções mais úteis de todos os tempos. Para mais informações sobre raios X e máquinas de raio X, confira os links da próxima página. por Tom Harris - traduzido por HowStuffWorks Brasil Neste artigo 1. Introdução 2. A idéia básica 3. O procedimento de digitalização 4. Mais informações 5. Veja todos os artigos sobre Cuidados com a saúde O procedimento de digitalização O tomógrafo parece uma rosquinha gigante inclinada na lateral. O paciente deita em uma plataforma, que se move devagar através do buraco na máquina. O tubo de raios X é montado em um anel móvel ao redor das extremidades do buraco. O anel também suporta uma estrutura de detectores de raios X, diretamente opostos ao tubo do raio X. Your browser does not support JavaScript or it is disabled. Um motor gira o anel de maneira que o tubo do raio X e os detectores de raio X girem ao redor do corpo. Cada volta completa, digitaliza uma "fatia" estreita e horizontal do corpo. O sistema de controle move a plataforma para mais longe do buraco de maneira que o tubo e os detectores possam digitalizar a próxima fatia. Imagem cedida pelo Departamento de Defesa Os técnicos de radiologia geralmente operam os tomógrafos em uma sala separada, de maneira que não sejam expostos repetidamente à radiação Desta forma, o equipamento registra as fatias de raio X pelo corpo em um movimento espiral. O computador varia a intensidade dos raios X para digitalizar cada tipo de tecido com a potência ideal. Depois do paciente passar pela máquina, o computador combina todas as informaçõesde cada digitalização para formar uma imagem detalhada do corpo. Claro que não é necessário digitalizar o corpo inteiro. Com maior freqüência, os médicos só farão a tomografia de uma pequena seção. Uma vez examinado o corpo fatia por fatia, de todos os ângulos, as tomografias tornam-se muito mais completas que os raios X convencionais. Hoje, os médicos utilizam as tomografias para diagnosticar e tratar uma grande variedade de distúrbios, incluindo traumatismo craniano, câncer e osteoporose. Eles são uma ferramenta inestimável para a medicina moderna. Para mais informações sobre tomógrafos e outros digitalizadores médicos, confira os links na próxima página. http://saude.hsw.com.br/tomografia-computadorizada2.htm TOMOGRAFIA COMPUTARIZADA Imagem cedida pela NASA Tomografia de uma fatia de um fígado A Tomografia Computadorizada (TC) constitui-se num aparelho de Raios X muito mais complexo que o convencional. Uma imagem de Raios X normal é plana, sendo que o paciente fica posicionado entre o tubo ou ampola que emite Raios X e o filme fotográfico que receberá esses raios. O que se obtém é uma projecção em duas dimensões do interior do corpo do paciente. Nas máquinas de tomografia a ampola que emite os Raios X gira totalmente em volta do corpo do paciente e, à medida em que gira, emite Raios X em 360 graus, ou seja, fazendo uma circunferência complete em torno do paciente. Essa técnica foi chamada de Tomografia Computadorizada e foi criada por Godfrey Houndsfield e Allan Cormack em 1972. Por esse trabalho esses pesquisadores receberam o prêmio Nobel de Medicina de 1979. Na TC o Raio X é concentrado num feixe estreito que passa apenas por uma pequena parte (fatia) do corpo. Além da ampola emissora de Raios X que gira em torno do paciente, há também um complexo conjunto de detectores de Raios X vai simultaneamente recolhendo esses raios do lado oposto à ampola, portanto, girando também nos 360 graus. A intensidade do Raio X que chega em um detector é convertida em um sinal digital e se chama de "varredura" do feixe. Os Raios X recolhidos pelos detectores são variavelmente atenuados pelo corpo do paciente, cuja variação na densidade dos diversos tecidos corpóreos deixam passar maior ou menor quantidade de raios. O sinal de recepção dos Raios X gerado pelos detectores é processado por um computador para formar as imagens em alta resolução e de aspecto espacial. O computador processa essas informações do detector e reconstrói uma imagem tri-dimensional do interior do corpo do paciente. Portanto, a Tomografia Computadorizada foi desenvolvida graças à tecnologia da informática, por isso o "sobrenome" Computadorizada. A Tomografia Computadorizada tornou possível uma visualização tridimensional dos órgãos em geral e, em particular do cérebro, de nosso interesse. Embora o resultado visual da Tomografia Computadorizada seja monocromático, ou seja, mostra apenas os vários tons do cinza, indo do totalmente preto ao branco, mesmo assim são muito mais numerosas que as variações de tons de cinza do Raio X convencional. Uma imagem de Raios X convencional tem uma variação de 30 escalas de cinza no máximo, enquanto as imagens de Tomografia Computadorizada possuem uma variação que chega a 200 escalas de cinza. Essa variação da cor é que permite identificar a densidade do tecido examinado, sua constituição óssea, tumoral, líquida, etc. A Tomografia Computadorizada e, mais recentemente, a Ressonância Nuclear Magnética, têm ajudado significativamente o estudo do Sistema Nervoso Central, notadamente a perfeita localização, caracterização e delimitação de tumores. esse objectivo com raios-X de alta intensidade e focalização precisa. Raios-X O Raio-X foi inventado no dia 8 de novembro de 1895, pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. A pesquisa era feita em um tubo de raios catódicos (um tubo de vidro dentro do qual um condutor metálico aquecido emite elétrons). A primeira radiografia ocorreu no dia 22 de dezembro de 1895. A esposa do físico permaneceu com sua mão exposta à radiação durante 15 minutos. Roentgen decidiu chamar de Raio-X porque era uma incógnita para ele. Nada facilitou tanto a medicina como essa descoberta, pois foi através do Raio-X que surgiram a ultra-som, a ressonância magnética e a medicina nuclear. Possibilitou ainda um grande impulso na diagnose, porque tem o poder de penetrar em materiais. Curiosidades: Como nasce? O elétron sai do pólo negativo, atinge um elétron do pólo positivo. No choque, o elétron atingido ganha energia e muda de órbita. Depois, ele volta para onde estava e libera energia na forma de Raio-X. Como funciona? Quando o pólo negativo é aquecido, emite elétrons para o pólo positivo, liberando o Raio-X. Os raios atravessam, por exemplo, o pé, e são absorvidos pelo osso, que barra a maior parte da radiação, e pela pele, que deixa passar quase tudo. A radiação filtrada atinge o filme fotográfico que, quando revelado, mostra sombras em tons cinzas. Quanto mais clara a marca, mais denso é o tecido atravessado, por isso é que os ossos aparecem em branco. Equipamento Uma unidade de mamografia é semelhante a qualquer outro equipamento radiográfico que produz a Radiação-X Como se realiza o exame? Durante a mamografia um técnico Radiologista especialmente qualificado irá posicionar o paciente e efectuar o exame mamário. afim de obter uma imagem de qualquer parte corpo humano tal como o tórax ou os ossos. A parte principal da unidade de mamografia é semelhante a uma caixa rectangular que guarda o tubo no qual o Raio- X é produzido. É um sistema "dedicado" uma vez que é usado exclusivamente para o exame radiográfico dos seios. A unidade possui acessórios especiais que permitem que só os seios sejam expostos ao Raio-X. Adjacente a esta unidade existe um sistema que apoia e faz a compressão da mama posicionando-a para que as imagens sejam obtidas em ângulos diferentes. Como funciona o procedimento? A mama é exposta a uma pequena dose de radiação que produz uma imagem do tecido mamário interno. A imagem da mama é produzida como resultado de atenuação de alguns Raio-X que são absorvidos, enquanto outros passam através da mama, impressionando o filme radiográfico. O filme exposto é colocado numa máquina de revelar, produzindo imagens como os negativos de uma qualquer câmara fotográfica, podendo, em alternativa, ser as imagens arquivadas digitalmente em computador. Quais são os objectivos do procedimento? A Mamografia é usada para diagnosticar as doenças mamárias nas mulheres. O uso da Mamografia de rastreio é útil na detecção da doença mesmo quando não existem queixas ou sintomas. Enquanto a Associação Médica Americana e o Colégio Americano de Radiologia recomendam que as mulheres com 40 anos ou mais efectuem mamogramas anuais, o Instituto Nacional do Cancro Americano informa que as mulheres com um risco acrescido devido a história genética de carcinoma mamário ou as que já padeceram de carcinoma mamário podem necessitar de efectuar mamogramas numa idade mais precoce. As incidências mamográficas iniciais podem não ser suficientes para determinar da existência de doença maligna ou benigna com segurança; se são encontrados elementos suspeitos o médico radiologista poderá recomendar outros estudos diagnósticos. O que é que poderei sentir durante o exame? Geralmente é um procedimento não doloroso. Será sentida a pressão nas glândulas mamárias quando estas são comprimidas pelo compressor. Algumas mulheres com mamas mais sensíveis podem sentir desconforto, razão pela qual deverão marcar o exame para quando os seios estiverem menos tensos (semana após o período menstrual). A compressão deverá ser efectuada pelo técnico gradualmente. Informe o técnico se ocorrer dor enquanto a compressão vai aumentando.
Compartilhar