Contrarazões de apelação

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EXCELENTÍSSIVO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO RIO DE JANEIRO/RJ
Processo nº...
Rodrigo Já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por meio de seu advogado, que a esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, não se conformando com o recurso interposto pelo Ministério Público, com fundamento na artigo 600, do Código de Processo Penal, requerer a juntada das CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO.
Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento das contrarrazões, pede deferimento.
Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2015
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Advogado/OAB nº...
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: Ministério Público
Apelado: Rodrigo	
Origem: 
Autos do Processo nº...	
EGRÉGIO TRIBUANAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
	No caso em tela, não se conformando com o recurso interposto pelo Ministério Público contra a respeitável decisão de fls... proferida em favor do apelado, vem apresentar CONTRARRAZÕES, aguardando afinal se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir expostas:
DOS FATOS
O réu foi denunciado acusado de ter praticado roubo majorado pelo uso de arma e pelo concurso de pessoas, conduta tipificada no artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal.
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que o apelado figurava como indiciado e três ações penais que este respondia na condição de réu, porém, vale ressaltar que em nenhuma das citadas ações havia sentença com trânsito em julgado.
Ao final da instrução o apelado foi condenado a pena de 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto e ainda 13 dias-multa. Sento que o juiz aplicou a pena-base no mínimo legal e na segunda faze não reconheceu nem uma agravante ou atenuante; na terceira reconheceu as Majorantes específicas do § 2º, incisos I e II do artigo 157, do Código Penal.
O Órgão Ministerial foi intimado da decisão no dia 14 de setembro de 2015, no entanto, inconformado com a decisão interpôs apelação no dia 30 de setembro de 2015.
O juízo a quo então recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e intimou no dia 19 de outubro de 2015 o réu para apresentar defesa.
DO DIREITO
Da intempestividade
O Ministério Público fora intimado da sentença no dia 14 de setembro de 2015, porém inconformado com a decisão interpôs apelação no dia 30 de setembro de 2015, deve ser observado de o lapso temporal transcorrido foi de 15 dias, extrapolando assim o prazo previsto no artigo 593, do Código de Processo Penal que estabelece tal prazo como sendo de 5 (cinco) dias. 
Dos maus antecedentes
O Parquet pleiteia o aumento da pena base, argumentando que o interrogado tem maus antecedentes, baseando-se em anotações de que o apelado já fora indiciado em dois inquéritos e também figura como réu em três ações penais acontece tal entendimento não poderá prosperar, sob pena de violação do Princípio da Presunção de Inocência e da prescrição da Súmula 444, do Superior Tribunal de Justiça, que assim dispõe:
“Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.”  
Da agravante da Gravidez
O Órgão Ministerial postula, do mesmo modo, pelo agravamento da pena em razão da gravidez da vítima, tipificado no artigo 61, inciso II, alínea h, contudo, a própria vítima há poucas horas do ocorrido não sabia de seu estado de gravidez, pois havia acabado de receber a notícia de um médico, o que por si só demonstra a impossibilidade do conhecimento do réu de tal fato, impossibilitando assim a imputação de tal agravante a sua pessoa, segundo a melhor doutrina:
“(...) Mulher grávida, para justificar a agravante, deve ser aquela em estágio avançado da gestação, capaz de torná-la mais vulnerável às investidas criminosas, e desde que a sua peculiar condição facilite a prática do delito. O agente deve ter ciência da gravidez, pois não se admite a responsabilidade penal objetiva." (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014. p. 321-322) 
Da agravante da Embriagues Preordenada
O Apelante busca ainda, agravante em razão da embriagues preordenada, acontece que o réu não ingeriu bebidas alcoólicas para que com isso tomasse iniciativa da empreitado delituosa, mas sim em razão do evento festivo do qual participara anteriormente, não se tratando portanto de embriagues preordenada.
Da majoração da pena
O Ministério Público ainda requer a majoração do quantum de aumento da pena em razão das causas de aumento previstas no artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas a Majorantes, entretanto, a Súmula 443, do STJ prevê em contrário, in verbis:
“Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.”
Da fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena
O representante do Parquet postula pela fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, em razão do os roubos praticados com o uso de facas assombrarem a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.
Acontece que, a Súmula 719, do Supremo Tribunal Federal prescreve que o agravamento do regime inicial de cumprimento e pena prescinde de motivação idônea, não obstante, a súmula 718, do Supremo Tribunal Federal ainda dispõe que:
 “Súmula 718 - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.”
Desta feita resta indubitável que o simples fato de esta modalidade de roubo está assolando o Rio de Janeiro, enseja o agravamento da fixação de regime inicial de cumprimento de pena.
DO PEDIDO
Diante do exposto, o não conhecimento do recurso interposto pelo Ministério Público em decorrência de sua intempestividade.
Não entendendo Vossas Excelências pela intempestividade do recurso interposto pelo Órgão Ministerial requer o não provimento do recurso, para que seja mantida a sentença recorrida em sua integralidade.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2015.
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Advogado/ OAB nº...