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OCLUSÃO EM PRÓTESE TOTAL REMOVÍVEL Luiz Estevão do Prado Vieira Souto de Oliveira. Introdução Em um paciente edêntulo a função dentária perdida afeta todos os elementos funcionais do aparelho estomatognático e a reabilitação protética visa construir o equilíbrio funcional dentro das condições apresentadas pelo paciente. Quando ocorre o contato oclusal entre os aparelhos protéticos ocorre também a distribuição de forças sobre o material que acarreta em sobrecarga nas estruturas de suporte, e quando adaptamos a prótese temos uma mudança nos proprioceptores musculares assim como no padrão mastigatório. A mudança nesse padrão de funcionamento pode acarretar estresse em decorrência do desequilíbrio muscular e da alteração da dimensão vertical de oclusão. A fim de minimizar as consequências do estabelecimento de um novo padrão oclusal e de uma diferente interação entre a prótese e as estruturas que estão envolvidas na função de oclusão, é necessário distribuição de forças ao longo da prótese nas estruturas de suporte. Como referência para altura e posicionamento dos dentes, podemos levar em consideração a altura da crista do rebordo residual, o formato do rebordo e a oclusão convencional balanceada (a cúspide lingual maxilar oclui na fossa Central mandibular), desse modo é obtidos o contato bilateral dinâmico, conferindo estabilidade a prótese. Podemos também levar como referência a oclusão lingualizada balanceada (cúspides mais baixas na mandíbula e a cúspide lingual maxilar oclui na fossa central mandibular), que permite articulação equilibrada durante os movimentos mandibulares. A posição dos contatos dos dentes posteriores está intimamente relacionada com a magnitude da abertura oclusal, e a oclusão lingualizada balanceada apresenta uma maior facilidade de ajuste da dimensão vertical de oclusão, uma vez que, possui menor número de contatos. A Articulação bilateral balanceada é essencial para prótese total, pois promove o equilíbrio, retenção e estabilidade, o que influi principalmente no conforto resultante do maior número de contatos entre a base da prótese e a mucosa da área de suporte. Pela perda proprioceptiva, o paciente desdentado possui ineficiência das funções mastigatórias no quesito força e amplitude de ciclo, além de outros como a velocidade de abertura e fechamento, e, a adaptação de um novo aparelho protético requer uma atividade muscular que inibe a amplitude dos movimentos. Diante dessa adaptação pode-se considerar que condições funcionais não são suficientes para ocasionar fraturas na resina acrílica, entretanto a concentração de estresse, técnica laboratorial, interface dente base e hábitos parafuncionais, alteram o padrão de distribuição de forças que podem ser concentradas e acarretar em uma deformação permanente. Discussão A estabilidade e a correta distribuição de pressão nas estruturas de suporte devem ser levadas em consideração na escolha do posicionamento dentário artificial, diante disso a oclusão lingualizada balanceada, que possui menor número de contatos em relação cêntrica, tem eficiência mastigatória comprometida uma vez que, a tensão se acumula em um menor número de pontos. A articulação bilateral balanceada proporciona maior estabilidade, retenção e equilíbrio, além disso, possui melhor distribuição dos estresses na área basal o que acarreta em uma maior preservação do rebordo alveolar remanescente. Em relação às fraturas, o posicionamento vestibularizado dos dentes artificiais acarreta em uma maior concentração de forças na junção dente/base o que leva a fratura, e o estresse na prótese mandibular difere da prótese maxilar. Na prótese mandibular ocorre baixa compressão e baixo cisalhamento, já na maxilar ocorre alto estresse por tração e cisalhamento, e, por isso a fratura protética maxilar é mais frequente relação à mandibular. Conclusão Podemos concluir que, a oclusão mais indicada para o restabelecimento da função dentária com aparelho protético é aquela que possui o melhor posicionamento dentário, melhor distribuição de forças e menor sobrecarga da interface dente base. A oclusão lingualizada balanceada, apesar de ter uma maior facilidade de ajuste, possui menor número de contatos oclusais, e então, maior pressão sobre os contatos, além de que a vestibularização dos dentes causa estresse na região cervical. Qualquer modificação nas condições das cargas, ou no esquema oclusal, altera o padrão de distribuição do estresse e acarreta desequilíbrio para as estruturas da área de suporte, que, também sofrerão alterações. Bibliografia: GOIATO M.C. et al; DENTAL OCCLUSION IN COMPLETE DENTURE; Revista Odontológica de Araçatuba, v.29, n.1, p. 60-64, Janeiro/Junho, 2008
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