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e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 5 Aula 1 | O lazer Meta da aula Apresentar os significados de lazer e as trajetórias da recreação • e do lazer, entrelaçando-os por meio das atividades lúdicas. Objetivo da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. identificar os significados de lazer em seu processo histórico. Iniciando a aula... Prezado aluno, esta é a nossa primeira aula da disciplina Recreação, Lazer e Sociedade. Provavelmente, no seu dia a dia, você está acostumado a usar as palavras “recreação” e “lazer” para atividades bem diferentes de uma aula, não é mesmo? Talvez você até tenha achado um pouco estranho ter de estu- dar uma disciplina com este nome, mas saiba que, para o seu futuro campo de atuação, ela é indispensável. O Turismo é um dos setores que mais crescem no mundo. Suas amplas ativi- dades, em que se destacam a Recreação e o Lazer, permitem rápido retorno de investimento, gerando empregos diretos e indiretos. Assim, as atividades turísticas estão ligadas aos mecanismos de arrecadação de recursos como as que mais contribuem para o desenvolvimento de diversos países. Para que isso aconteça, é fundamental que o Turismo seja desenvolvido de forma organizada e planejada. O nosso país, graças às condições territoriais, climáticas e culturais, possui grande vocação para o Turismo, que representa uma de suas melhores expectativas de integração e desenvolvimento. Veja que a Recreação e o Lazer se destacam como mercado ainda não de- finido, com lacunas a serem preenchidas em todas as áreas de atuação que necessitam de profissionais capacitados. Por isso, ser profissional do ramo é ter pela frente um fértil e promissor campo de trabalho. Com o nosso curso, Turismoe-Tec Brasil 6 você tem grande chance de se inserir no mercado profissional. Assim, faça bom proveito do material. Esperamos que goste do curso! Começaremos nossa aula com um histórico do lazer e de suas diferentes concepções, para que você possa compreender o atual fenômeno de sua valorização pela sociedade. Lazer, você sabe o que essa palavra significa? A noção de lazer se origina de scholé, palavra grega utilizada para designar o tempo ocupado por atividades ideais e nobres para o ser, como, por exem- plo, a contemplação teórica, a especulação filosófica e o ócio. Na Grécia antiga, no século VII a.C. (antes de Cristo), o ócio era tido como atividade contemplativa e de dedicação às artes em geral; era o exercício mais nobre a que um cidadão grego poderia se dedicar: a melhor maneira de conhecer a verdade e de ser sábio. O ócio era visto como “atividade de se encontrar”, desvinculado e até mesmo em oposição a tarefas necessárias à sobrevivên- cia, realizadas por escravos. A palavra grega paidéia, que significa recreio, divertimento, era empregada para se referir às brincadeiras infantis e aos divertimentos da classe trabalhadora nos momentos de descanso e de recu- peração do trabalho. K on st an tin os D af al ia s Fonte: www.sxc.hu/photo/862426 Figura 1.1: O Parthenon é um templo construído em homenagem à deusa grega Atena no século V a.C. Em língua portuguesa, a palavra lazer surgiu do verbo francês loisir, que, por sua vez, se origina da forma infinitiva latina de licere, que significa “o permitido”. e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 7 Ra tn es h Bh at t Fonte: www.sxc.hu/photo/692537 Figura 1.2: Miniatura da Torre Eiffel (a original se encontra na capital da França, Paris). Em espanhol, o termo usado para lazer é ócio, derivado do latim, traduz repouso, tranquilidade, parada. O antônimo de ócio é negócio, derivado da palavra negotium, que significa a negação do ócio. La vi ni a M ar in Fonte: www.sxc.hu/photo/886781 Figura 1.3: Palácio Real de Madri (capital e maior cidade da Espanha). História do lazer Para compreendermos a história do lazer, devemos levar em conta suas di- mensões sociocultural e política e as transformações que ocorreram na so- ciedade. Ao longo da história humana, as concepções de vida e de trabalho sofreram transformações na sociedade, que, consequentemente, geraram modificações na relação entre o tempo de trabalho e o lazer. Turismoe-Tec Brasil 8 Veja que, por sete mil anos (desde 5000 a.C.), a produção rural foi o princi- pal modo do sistema social no mundo. Os primeiros agricultores europeus produziam basicamente trigo, ervilhas, papoula e outros. Os bovinos predo- minavam, mas cabras e bodes eram igualmente criados e poucos porcos e animais silvestres apareciam no restante dessa cultura. Essa época era carac- terizada pelas atividades agropecuárias e pelo poder exercido pelos donos das terras. Tal tipo de sociedade predominou até o século XVIII, na Inglaterra, e até o início do século XIX, na Europa e nos Estados Unidos. N at ha n Be rr y Fonte: www.sxc.hu/photo/989095 Figura 1.4: O modo de vida rural predominou durante sete mil anos. O trabalho era delimitado pelo clima, pelos ciclos das estações e pelas pausas para repouso, que incluíam cantos, jogos e cerimônias. Essas atividades ain- da não poderiam ser chamadas de “lazer”, pois, neste momento histórico, festas e cerimônias estavam vinculadas ao culto religioso, e não ao lazer. Entre os séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial (veja mais no boxe a seguir), as pessoas do meio rural são atraídas para as cidades. Nesse período ocorreram mudanças no cenário urbano. Uma delas foi o fenômeno de se- gregação social devido à falta de planejamento para receber, na cidade, os novos moradores que, chegando do campo, iam morar em bairros periféri- cos, com problemas de infraestrutura e sem a qualidade de vida dos bairros das classes mais abastadas. e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 9 A Revolução Industrial aconteceu a partir da substituição da pro- dução artesanal, baseada no trabalho manual, pela produção com utilização das máquinas. A produção industrial é caracterizada pela produção de bens em grande escala, com a organização do trabalho em etapas de produção. Fonte: http://www.imdb.com/media/rm3949041664/tt0027977 Figura 1.5: Esta cena do filme Tempos modernos com Charles Chaplin, conta a história de um operário da época da Revolução Industrial. Nesse mesmo período, houve também o avanço dos movimentos sindicais e trabalhistas das sociedades industriais. Eles conquistaram a regulamentação das horas de trabalho e o direito às férias do trabalhador por meio das leis trabalhistas, instituindo-se, assim, o tempo livre. O aparecimento do lazer ocorre nesse período, já que a vida dos trabalhadores passou a ser coman- dada pela jornada de trabalho, e o tempo de “não trabalho” foi instituído como tempo livre (ócio). Aproximadamente duzentos anos depois, a partir da Segunda Guerra Mun- dial (veja mais no boxe a seguir), durante a segunda metade do século XX, observamos o surgimento da “Sociedade Pós-Industrial”, também chamada de “Pós-Moderna”. Essa “nova sociedade” é caracterizada pelo avanço tec- nológico e científico. Ocorrem mudanças, sobretudo no setor econômico, com a transição do predomínio do setor secundário (indústria) para o setor terciário (serviços). Dentre as atividades predominantes da Sociedade Pós- Industrial, destacam-se a prestação de serviços, o consumo e o lazer. Turismoe-Tec Brasil 10 Você já deve ter ouvido falar em Adolf Hitler, não é mesmo? Talvez você já saiba que ele foi um nazista que liderou a Alemanha na Se- gunda Guerra Mundial (1939-1945). As principais potências aliadas eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Esta- dos Unidos, que combateram contra a Alemanha, a Itália e o Japão, que, por sua vez, formavam as forçasdo Eixo. O Brasil se integrou aos Aliados em 1943. Esse foi o conflito que causou mais vítimas em toda a história da humanidade. Se você quiser saber mais sobre o assunto, alugue um destes filmes. Estudos especializados sobre o lazer ressaltam que as transformações na sociedade, principalmente o avanço tecnológico, são as causas de modifica- ções nas relações entre o tempo de trabalho e o lazer. Esta primeira seção da disciplina é teórica por necessidade, mas estou certo de que o lazer até aqui estudado despertou sua curiosidade. Então, para você exercitar tudo o que aprendeu até agora, vamos fazer uma atividade? Atividade Atende ao Objetivo 1 Indique na linha do tempo a seguir quais são os momentos importantes na história do lazer: X a.C. Visão de lazer como tem- po para atividades nobres como, por exemplo, a de- dicação às artes. 18 e 19 O lazer apareceu como consequência da regu- lamentação do tempo de trabalho. 1945 A prestação de serviços, o consumo e o lazer são importantes característi- cas desta sociedade que surgiu. e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 11 Agora, aproveite este momento para listar suas conclusões e dúvidas (se houver) e enviá-las para seu tutor. Se houver algum colega de curso próximo a você, monte um grupo de estu- do. Agora, mãos na massa e bom estudo! Você possui algum colega que more perto de você? ( ) SIM ( ) NÃO Você tem a possibilidade de participar de um grupo de estudo? ( ) SIM ( ) NÃO Justifique sua resposta: Resumo Na primeira aula da disciplina Recreação, Lazer e Sociedade, o tema Lazer é abordado para apresentar os seus significados e as trajetórias da recreação e do lazer, entrelaçando-os em seu processo histórico, com os seguintes destaques: Estudos especializados sobre o assunto ressaltam que as transformações • na sociedade, principalmente o avanço tecnológico, são as causas de modificações nas relações entre o tempo de trabalho e o lazer. Turismoe-Tec Brasil 12 A instituição do tempo livre (ócio) surge após a Revolução Industrial, graças • aos movimentos sociais que conquistaram a aplicação das leis trabalhistas, a regulação das horas de trabalho e o direito às férias do trabalhador. A “nova sociedade”, chamada também de Pós-Moderna, após a Segun-• da Guerra Mundial, é caracterizada pelo avanço tecnológico e científico, pela produção de serviços, pelo consumo e pelo lazer. Hoje se sabe que o lazer é de extrema importância para o ser humano, • ficando concebido como um tempo livre e ocioso, que deve ser adequa- damente preenchido. Mesmo assim, o termo “lazer” não apresenta consenso relativo ao seu • conceito, nem numa compreensão unânime de suas ideias. Resposta da atividade Atividade X a.C. Visão de lazer como tem- po para atividades nobres como, por exemplo, a de- dicação às artes. Grécia Antiga 18 e 19 O lazer apareceu como consequência da regu- lamentação do tempo de trabalho. Revolução Industrial 1945 A prestação de serviços, o consumo e o lazer são importantes característi- cas desta sociedade que surgiu. Sociedade Pós-Moderna ou Pós-Industrial Referências bibliográficas CAMARGO, Luiz O. Sociologia do lazer. In: ANSARAH, M. G. dos R. Como aprender, como ensinar turismo. São Paulo: Senac, 2001. v. 2. p. 235-276. DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980. REQUIXA, Renato. Sugestão de diretrizes para uma política nacional de lazer. São Paulo: SESC, 1980. WERNECK, Christiane L. G. Lazer, trabalho e educação: relações históricas, questões contemporâneas. Belo Horizonte: UFMG, 2000. e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 13 Aula 2 | Concepções de lazer Meta da aula Apresentar as diferentes concepções de lazer.• Objetivo da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. listar as diferentes concepções de lazer. Pré-requisito Separe prancheta e papel para fazer a atividade desta aula.• Iniciando a aula... Nesta segunda aula, nossa meta é apresentar para você as diferentes concepções de lazer, estabelecidas por estudos especializados. Para tanto, esperamos que, após a leitura desta aula, você esteja pronto para listar essas concepções. Você vai rever alguns termos empregados para lazer, em várias línguas (francês, inglês e espanhol) já vistos na aula anterior e, agora, também em grego – paidéia – signi- ficando recreio e divertimento. Nessa etapa, especialistas destacam dois elemen- tos fundamentais nas concepções de lazer: o trabalho e o tempo. Conforme estudamos na história do lazer, podemos ver que as mudanças de valores e de costumes no mundo moderno vão constituindo, também, novos conceitos de trabalho/trabalhadores e, consequentemente, novas vinculações entre ócio e negócio, o que leva, portanto, a novas concepções de lazer. Estou certo de que você fará uma agradável leitura e aproveitará bastante a segunda aula do curso. Desejo-lhe um bom estudo e mais um tempo de aprendizado motivado, alegre e produtivo. Turismoe-Tec Brasil 14 Concepções de lazer O termo lazer não apresenta consenso relativo ao seu conceito, nem uma compreensão unânime. Portanto, apresentamos a seguir as concepções vei- culadas por especialistas acerca do tema e que são necessárias ao desenvol- vimento desta seção. O lazer, desde a antiguidade grega, aparece como referência a dois elementos: o trabalho, entendido como execução de tarefas e atividades necessárias a) à sobrevivência, e o tempo, como intervalo, período ausente de atividades laborais, neces-b) sário à recuperação das forças do trabalho e de alívio das tensões que dele resultam. Dumazedier (1976) utiliza a expressão “tempo livre” para designar e definir o lazer como vivência destituída de obrigatoriedade profissional, familiar e social, nos períodos livres dessas obrigações. Lazer é o conjunto de ocupa- ções, às quais o indivíduo pode entregar-se de livre e espontânea vontade, seja para: repousar;• Si na n A ca r Fonte: www.sxc.hu/photo/976588 divertir-se;• recrear;• entreter-se;• Joffre Dumazedier (1915-2002) Sociólogo francês pioneiro nos estudos do lazer e de formação. Fonte: http://pt.wikipedia. org/wiki/Joffre_Dumazedier (acesso em 06 de junho de 2008). Glossário e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 15 desenvolver sua informação desinteressada;• Sa nj a G je ne ro Fonte: www.sxc.hu/photo/974637 participar voluntariamente de alguma ação social;• Io fo to Fonte: www.sxc.hu/photo/993880 desenvolver sua capacidade criadora.• So ot ya ng el ’s Fonte: www.sxc.hu/photo/597543 Turismoe-Tec Brasil 16 Marcellino (1996) sugere a substituição da expressão “tempo livre” por “tempo disponível”, porque todo e qualquer tempo que o indivíduo dispo- nha está submetido à regulamentação do convívio, a regras e leis sociais. Para o mesmo autor, [...] apesar da polêmica sobre o conceito, a tendência que se verifica na atualidade sobre os estudiosos do lazer é considerá-lo tendo em vista os dois aspectos – tempo e atitude [...]. Considerado do ponto de vista histórico, tem- po algum pode ser entendido como livre de coação ou normas de conduta social. Talvez fosse mais correto falar em tempo disponível. Mesmo assim, permanece a questão da consideração do lazer, como esfera permitida e contro- lada da vida social, que provocaria a morte do lúdico, e a ocorrência do lazer marcada pelas mesmas características alienantes verificadas em outras áreas de atividade huma- na (MARCELLINO, 1996, p. 9). Além disso, o conteúdo de algumas atividades dificilmente permitiria clas- sificá-lascomo atividades de obrigação ou atividades voluntárias. Um dos critérios sugeridos para caracterizar a atividade de lazer é a atitude do sujeito em relação à atividade vivenciada. [...] aquilo que pode ser altamente atraente e prazeroso para uma pessoa não raro significa tédio ou desconfor- to para outros indivíduos. [...] O lazer considerado como atitude será caracterizado pelo tipo de relação verificada entre o sujeito e a experiência vivida, basicamente a satis- fação provocada pela atitude (MARCELLINO, 1996, p. 8). Na concepção do autor, o caráter desinteressado dessa vivência é funda- mental para ser caracterizado como lazer, e o tempo disponível pode ser empregado na atividade prática ou contemplativa. O objetivo principal é a satisfação do indivíduo. A liberdade (voluntária) de escolha para o tempo de lazer é o argumento mais utilizado, mesmo considerando suas restrições em algumas situações. As atividades de lazer foram agrupadas, segundo as seguintes funções básicas: Educativas, caracterizadas pelo interesse próprio ampliando novas expe-• riências e novos conhecimentos, como, por exemplo, o seu prazer de sair Nelson Carvalho Marcellino (1950) Sociólogo, mestre em Filosofia da Educação e doutor em Educação. Há mais de vinte e seis anos desenvolve ações e estudos na área do lazer. Entre artigos e livros tem mais de uma centena de trabalhos publicados, destacando-se entre eles os livros Lazer e Humanização, Lazer e Educação, Pedagogia da animação, entre outros. Fonte: Marcellino (2002) Glossário e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 17 do trabalho e estudar, participar, resolver as atividades da segunda aula de nosso curso. De ensino, que compreende a assimilação ou aprendizagem das normas • culturais, das normas de convivência social ou de comportamento. Integrativas, que têm por objetivo formar ou solidificar os grupos, prin-• cipalmente os familiares, de amizade/companhia, de interesses comuns, pertencer a um grupo ou de ser reconhecido. Recreativas, que compreendem a atividade relacionada ao descanso • psicológico e físico. Culturais, que se referem à compreensão e à assimilação dos valores cul-• turais ou à criação de novos. Compensadoras, que seriam as atuações de alguma forma, levando a • pessoa a uma atitude de “viver tudo aquilo que, em outras situações, não pôde ser realizado” O acesso ao tempo livre vincula-se ao tempo industrial e possui como prin- cipal característica o repouso e a recuperação do trabalho. Como exemplo, podemos citar o adulto que sabe diferenciar os seus lazeres de sua atividade profissional, mesmo que encontre prazer. Isto é, o lazer é diferente de traba- lho, é tempo de repouso reparador e de atividades que possuem valor em si. Em nossa sociedade de consumo, as vivências de lazer e de turismo se torna- ram parte de um estilo de vida, fazendo com que alguns setores da econo- mia da indústria cultural se expandissem rapidamente: o cinema, os parques temáticos, o turismo global, os centros de lazer, a moda, a culinária e os shopping centers. A nn a M ar ia L op ez L op ez Pa ul S zu st ka Fonte: www.sxc.hu/photo/444174 Fonte: www.sxc.hu/photo/973681 Sociedade de consumo É aquela que se encontra em uma avançada etapa de desenvolvimento industrial e se caracteriza pelo consumo maciço de bens e serviços. Glossário Turismoe-Tec Brasil 18 C ris ti M od or an Ri ca rd o Va sq ue z Fonte: www.sxc.hu/photo/673678Fonte: www.sxc.hu/photo/1006764 Ze th L or en zo Fonte: www.sxc.hu/photo/946597 M ah ja be en M an ka ni Fonte: www.sxc.hu/photo/999929 Figura 2.1: Exemplos de locais de lazer. Para análise da palavra lazer, podem ser apontadas três tendências: Primeira: o que caracteriza o lazer é a ideia de permissão para atuar. O • lazer seria apontado como um conjunto de atividades, nas quais proibi- ções, restrições, censuras e repressão são ausentes. Segunda: mostra a ausência de impedimento de ordem temporal no la-• zer, o que nos remete à ideia de lazer como um tempo livre, sem restri- ções ou compromissos. Terceira: noção de qualidade de ordem subjetiva, em que o lazer seria • constituído por atividades livremente escolhidas, ou seja, autônomas, agradáveis e com benefícios físicos e psicológicos. A mudança na organização do trabalho na Revolução Industrial favoreceu o surgimento do lazer como “uma liberação periódica do trabalho no fim do dia, da semana, do ano ou da vida de trabalho” (DUMAZEDIER, 1999, p. 28). e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 19 Você também já deve ter contado os dias para a chegada do final de semana, não é mesmo? M ax im e Pe rr on C ai ss y Fonte: www.sxc.hu/photo/544232 Atividade Atende ao Objetivo 1 Depois desta leitura, você deve ter pensado sobre as concepções de “lazer”, confrontando-as com o que você sempre achou acerca do significado da palavra. E agora, como você vê o lazer? Que tal fazer uma enquete em sua família e em seu bairro, perguntando para os vizinhos e amigos: Qual sua concepção de lazer? Faça isso com pelo menos três pessoas, além de você mesmo. Classi- fique as respostas encontradas dentro das concepções estudadas nesta aula. Agora, papel, prancheta, caneta na mão e boa pesquisa! Resumo As concepções de lazer aqui estudadas não são perfeitas nem pretendem • ser. Devem ser consideradas, antes de tudo, como guia para que o pro- fissional da área possa estabelecer confrontos entre as diferentes visões e momentos. Mesmo diante das diferentes concepções sobre o lazer, o tema se destaca • no contexto social e chama a atenção para as possibilidades de interven- ção e conscientização da população e dos poderes públicos constituídos. Turismoe-Tec Brasil 20 Resposta da atividade Atividade Claro que aqui teremos respostas diversas para as concepções de lazer em nosso cotidiano. Provavelmente, aparecerão respostas distintas e, agora, sua função é classificá-las dentro das concepções estudadas. Se ainda restar al- guma dúvida, fale com o seu tutor. Referências bibliográficas DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980. MARCELLINO, N.C. Estudo do lazer: uma introdução. 3.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002 (Coleção Educação Física e Esportes). MARCELLINO, N.C. Estudo do lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores Associados, 1996. SESC, 1980. e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 21 Aula 3 | Conteúdos de lazer Meta da aula Apresentar os conteúdos de lazer.• Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. conceituar conteúdo de lazer; 2. reconhecer e aplicar os diferentes conteúdos de lazer. Pré-requisito Para esta aula, você precisa relembrar as concepções de lazer apre- sentadas na Aula 2. Isso o ajudará a compreender melhor o tema da nossa aula de hoje, os conteúdos de lazer. “Diversão é solução sim, Diversão é solução pra mim” (Nando Reis e Sérgio Britto) Diversão deve fazer parte da vida de todas as pessoas, não é mesmo? Todas as pessoas deveriam ter direito a momentos de diversão e lazer. Afinal, para que uma pessoa se sinta completa e satisfeita com sua vida, ela deve ter algumas horas destinadas a diversão e lazer, além das suas obrigações com o trabalho e suas responsabilidades com a família. Nesta aula, vamos tratar dos conteúdos das atividades de que normalmente as pessoas se ocupam quando estão livres de tarefas relacionadas ao traba- lho: os conteúdos de lazer. Essas atividades, de acordo com o tipo de lazer que oferecem, isto é, de acordo com o seu conteúdo, vão teruma determi- nada classificação. Apresentaremos as características e a classificação dos conteúdos de lazer, destacando a visão de especialistas no assunto presente Turismoe-Tec Brasil 22 na maioria das publicações sobre o tema, tanto no meio impresso quanto no digital. Como vimos na Aula 2, a concepção ainda dominante, surgida a partir da Revolução Industrial, é a de que o lazer é considerado uma necessidade das pessoas na recomposição das forças de trabalho. Ele também se destaca como um mercado de trabalho amplo e promissor na área turística. O lazer e o turismo são fenômenos que vêm ganhando destaque no cotidia- no da vida moderna. As pessoas vão, aos poucos, dando mais importância a esses aspectos de sua vida, pois percebem o quanto o lazer proporciona bem- estar em suas vidas. Atualmente, alguns empresários e administradores de empresa já se preocupam com o bem-estar de seus funcionários, oferecendo- lhes atividades de lazer, pois já entenderam que quando a equipe está bem produz mais e melhor e encontra soluções criativas para problemas antigos. Você já ouviu a expressão “ócio criativo”? Ócio é uma palavra de origem latina (otiu) que significa descanso ou folga do trabalho. A expressão “ócio criativo” foi cunhada pelo so- ciólogo italiano Domenico De Masi. Os estudos desse sociólogo cau- saram muito alvoroço no mundo do trabalho, pois ele questionou a forma de organização das empresas. Ele defende que as empresas se reestruturem e que haja a diminuição da jornada de trabalho. E acrescenta: se há desemprego, o ideal seria diminuir o horário de trabalho das pessoas, de forma que mais pessoas pudessem ser con- tratadas e ninguém ficasse sobrecarregado com suas obrigações. Ele afirma o seguinte em seu livro O Ócio Criativo: “O ócio criativo é uma arte que se aprende e se aper- feiçoa com o tempo e com o exercício. Existe uma alienação por excesso de trabalho pós-industrial, as- sim como existia uma alienação por excesso de ex- ploração pelo trabalho industrial. É necessário apren- der que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores: o estudo para produzir saber; a diversão para produzir alegria; o sexo para produzir prazer; a família para produzir solidariedade etc.” e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 23 Enfim, ele revolucionou o pensamento contemporâneo acerca do trabalho. Ele escreveu vários livros sobre o assunto. Desenvolvimento sem Trabalho, A Emoção e a Regra, O Ócio Criativo e O Futuro do Traba- lho são alguns deles, caso você queira conhecer mais suas ideias. Então, vamos conhecer o atraente mundo do lazer? Esperamos que esta aula aumente ainda mais o seu interesse pelo tema, fundamental para sua formação em técnico em turismo. Conteúdos de lazer Todos nós sabemos a diferença entre fazer algo porque temos a obrigação e fazer por estarmos motivados por nossa vontade, porque queremos fazê-lo, não é verdade? Que ideia lhe vem à mente quando você vê a imagem adiante? Fonte: www.sxc.hu/photo/1027303 Sa ch in G ho dk e Bem, muitas ideias devem ter passado pela sua cabeça... Uma história possível para esse personagem é a seguinte: ele deve ser um executivo, um trabalhador de escritório, que acabou de sair do seu ambien- te de trabalho e está se sentindo livre por isso. Ele provavelmente deve ter trabalhado muito, deve ter resolvido muitos problemas e deve estar aliviado Turismoe-Tec Brasil 24 por ter algum tempo livre para descansar ou se divertir. Enfim, ele terá algu- mas horas de lazer e deve ter várias opções disponíveis para escolher. Afinal, todos merecem um descanso, não é mesmo? Lembra-se do especialista em lazer que você conheceu na Aula 2, o profes- sor Nelson de Carvalho Marcellino? Para ele, a realização de qualquer ati- vidade de lazer envolve a satisfação de aspirações dos seus praticantes. Ou seja, podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das pessoas como uma forma de satisfação e de prazer, uma escolha pessoal que proporcione sensação agradável e que provavelmente permanecerá presente na memória. Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e hábitos que orientam sua vida. Muitas vezes esse estilo de vida acaba gerando al- gumas tensões que se refletem no corpo e na mente. É comum, então, que a pessoa procure alívio dessas tensões buscando alternativas muitas vezes em algum conteúdo de lazer, para reencontrar o equilíbrio do seu corpo e/ ou da sua mente. Você nunca ouviu um relato de alguém que teve um problema de saúde por não ter um estilo de vida adequado e que, após o episódio, teve que mudar radicalmente sua rotina, incorporando novos hábitos? Com o conteúdo de lazer selecionado (ou indicado) na medida certa, este surge como forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de bem- estar físico ou mental. O lazer muitas vezes é indicado por profissionais de saúde como forma de contribuir na prevenção e/ou tratamentos de saúde. Ele vem se destacando como fator importante para a recuperação e o apri- moramento de problemas físicos e mentais. E, no que se refere ao trabalho coletivo, revela-se como um poderoso agente de integração social. Você já deve ter ouvido ou lido a seguinte frase: Estilo de vida A forma como as pessoas se relacionam com o mundo. Envolve um conjunto de decisões individuais que têm reflexo no dia a dia. De acordo com o que o ambiente oferece, o indivíduo faz escolhas que vão definir o seu estilo de vida. Podemos perceber o estilo de vida das pessoas observando suas atitudes e seus hábitos. Glossário e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 25 – Você está estressado? Ju lia F re em an -W oo lp er t Fonte: www.sxc.hu/photo/692911 – Então, vá pescar! Fonte: www.sxc.hu/photo/969131 Ro dr ig o C om is ar en co Turismoe-Tec Brasil 26 Pois bem, a pescaria é uma atividade que compõe um dos conteúdos de lazer. A diversidade de conteúdos de lazer atende aos distintos interesses dos indiví- duos. O que move a escolha de uma pessoa por determinada atividade é o seu interesse e a sua afinidade pelo conteúdo de lazer que a atividade apresenta. Segundo Dumazedier (1980), o que permite a classificação dos conteúdos é a identificação de qual aspiração ou desejo principal dos indivíduos a ati- vidade atende. Sociologia Empírica do Lazer é mais um livro do sociólogo francês Joffre Dumazedier, que se dedicou ao estudo sobre o tema “lazer”, do qual falamos na Aula 2. A classificação dos conteúdos de lazer mais aceita e utilizada pela maioria dos especialistas no assunto se distingue em seis áreas fundamentais: interesses artísticos; 1) interesses intelectuais;2) interesses físicos; 3) interesses manuais; 4) interesses turísticos; 5) interesses sociais. 6) Interesses artísticos O campo de domínio dos interesses artísticos é o imaginário, isto é, o estímu- lo à imaginação, despertando as emoções e os sentimentos nas pessoas. Por exemplo, você já deve ter se emocionado num momento de beleza estética. Essa emoção tanto pode ser alegre ou triste. Vai dizer que você nunca teve seus olhos marejados de lágrimas ao ouvir uma música, aquela que traz à lembran- ça algum momento especial de sua vida? Estética Tem sua origem derivada da palavra grega aisthésis, que significa percepção e sensação. Platão e Aristóteles, importantes filósofos da Grécia Antiga (cerca de 5 mil anos a.C.), foram os primeiros a pensar sobre os sentimentos que a beleza desperta nas pessoas e sobre o porquê de tal coisa ser considerada bela. Eles desenvolveram um ramoda Filosofia que se chama Estética, que estuda o que é arte, as diferentes manifestações artísticas e a produção das emoções que a arte desperta nas pessoas. Glossário e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 27 As atividades desse campo de interesse têm conteúdo estético e configuram a busca da beleza e do encantamento. Enfim, abrangem todas as formas de manifestações artísticas, como, por exemplo, a música, a dança, o teatro, o cinema etc. Fonte: www.sxc.hu/photo/1017500 A ng el a K ni pe Fonte: www.sxc.hu/photo/905436 K im be rle e K es sl er Figura 3.1: Atividades e locais que atendem aos interesses artísticos das pessoas. Turismoe-Tec Brasil 28 Interesses intelectuais Nos interesses intelectuais, o que as pessoas buscam é conhecer o mundo, procurando informações objetivas e explicações racionais. Elas desejam ativi- dades que deem ênfase ao conhecimento vivido, experimentado. Alguns exemplos de atividades que atendam a esses interesses são: cursos de lín- guas, leituras, jogos de raciocínio, palestras e cursos desvinculados do trabalho. O que move a pessoa para tais atividades é a exploração e o contato com a realidade, o prazer em desvendar o mundo. Normalmente esse tipo de pessoa é considerado um curioso que está sempre em busca de explicações e infor- mações para que possa conhecer cada dia mais o mundo e o ser humano. Fonte: www.sxc.hu/photo/1019383 K ris s Sz ku rla to w sk i Fonte: www.sxc.hu/photo/840757 Th ia go F el ip e Fe st a e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 29 Fonte: www.sxc.hu Ba zi l R au ba ch Figura 3.2: Imagens de atividades que satisfazem a interesses intelectuais. Você conhece o jogo de RPG? RPG, do inglês, sigla de Role Playing Game (Jogo de Personificação de Papéis), é um jogo de vivências de personagens, muito diferen- te dos outros jogos em geral. Sua primeira versão surgiu em 1974, com o lançamento do Dungeons & Dragons (em português, Mas- morras e Dragões). Ao final dos anos 70, o jogo já era uma atração bastante popular e adquiriu um formato de desenho animado com o nome Caverna do Dragão. Podemos assistir, no filme Mazes and Monsters (1980), ao personagem vivido por Tom Hanks participan- do de uma aventura de RPG. O jogo exige dos participantes muita imaginação e estratégia e, diferen- temente dos outros, não há vencedores ou perdedores. Há um jogador orientador ou narrador, que acompanha e comanda a aventura dos outros jogadores personagens, de acordo com as regras do sistema escolhido. A partir das definições iniciais, como as características dos personagens e a delimitação das regras que nortearão o jogo, é dada a partida à aventura. Mais informações podem ser obtidas no site www.rpgonline.com.br/, no qual podemos até mesmo criar um personagem e vivenciar uma aventura. Turismoe-Tec Brasil 30 Interesses físicos As práticas esportivas, os passeios, a pesca, a corrida, a ginástica, os alonga- mentos, ou seja, os exercícios físicos em geral, incluindo as diversas modali- dades esportivas, constituem o campo dos interesses físicos. As atividades deste campo têm a característica de atrair o interesse de pes- soas com diversos estilos de vida, pois estão associadas à conquista de saúde e bem-estar. E existem várias opções de atividades para atender aos diver- sos interesses. Por exemplo, há caminhadas ou passeios ecológicos, passeios ciclísticos, os chamados raftings, que são as descidas em balsas pelos rios, enfim, uma variedade de opções, que atende aos mais variados gostos e preparos físicos. O Técnico em Turismo deve estar muito atento à adequação da atividade à condição física das pessoas participantes, pois algumas atividades podem exigir mais condicionamento físico do que normalmente as pessoas têm e colocar em risco a saúde. Para outras pessoas, certas atividades podem ser consideradas “muito fáceis”, o que pode desestimular a prática e o envolvimento. Assim, é fundamental tomar cuidado com a intensidade do esforço e o grau de movi- mentação que se vai exigir, respeitando tanto os limites físicos do grupo quan- to o desejo de cada participante nos conteúdos de lazer. Fonte: www.sxc.hu/photo/223838 M ar ce l A ni ce to e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 31 Fonte: www.sxc.hu/photo/915227 H er m an B rin km an Fonte: www.sxc.hu/photo/977387 Ja re k Pu sz ko Fonte: www.sxc.hu/photo/710870 A nn a Tr in ch er a Figura 3.3: Diferentes opções de atividades que atendem a pessoas motivadas pelo interesse físico. Turismoe-Tec Brasil 32 Atividade 1 Atende ao Objetivo 2 Vamos ajudar o turista a encontrar no qua- dro a seguir os conteúdos de lazer estuda- dos até o momento? A G T S R E D F G B N A S D W I Q R A F I S I C O C E D F I O P D F G H J K A G E I A S I P O I U P L A R I D E P A R T I S T I C O R I Y T Z A D E R O P I T Y N U J U S D I N T E L E C T U A L A X A S E D I T U W E Q T U Y Atividade 2 Atende aos Objetivos 1 e 2 Pelo que você leu até agora, considerando o conceito de conteúdos de lazer, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas. ( ) A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfa- ção de aspirações dos seus praticantes. ( ) Podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das pessoas como uma atividade de seu interesse que lhe dá satisfação e prazer. ( ) A escolha de lazer feito pelo chefe imediato na empresa propor- ciona uma sensação agradável a todas as pessoas da equipe na empresa. e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 33 ( ) Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e hábitos que orientam sua vida. ( ) Geralmente, o estilo de vida não interfere ou gera tensões que pos- sam refletir no corpo e na mente das pessoas. ( ) A realização de qualquer atividade de lazer nem sempre envolve a satisfação de aspirações dos seus praticantes. ( ) Com o conteúdo de lazer selecionado na medida certa, este surge como uma forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de bem-estar físico ou mental. ( ) O conteúdo de lazer, muitas vezes indicado por profissionais de saú- de, vem se destacando como fator importante para a recuperação e o aprimoramento de problemas físicos e mentais. Interesses manuais O que caracteriza os interesses manuais são o prazer e a habilidade manual, isto é, a capacidade de manipulação, quer para transformar ou produzir ob- jetos ou materiais, como, por exemplo, o artesanato, a pintura e a colagem, quer para o cuidado com plantas, como a jardinagem, ou o cuidado com animais e outros. As atividades manuais proporcionam ótimos momentos de lazer e relaxa- mento, desde que não estejam vinculadas à formação para o exercício pro- fissional. Um exemplo que não poderia ser classificado como atividade de lazer seria o de alguém que está fazendo um curso de preparo de velas, já que essa pessoa tem a intenção de trabalhar vendendo tais produtos. Atividades que atendam aos interesses manuais devem servir para que o indiví- duo tome contato e/ou conheça um tipo de manipulação que ele nunca tinha experimentado antes. Atividades com conteúdo manual devem ter formato leve, que seja agradável ao indivíduo e desperte nele alguma satisfação. Turismoe-Tec Brasil 34 Fonte: www.sxc.hu/photo/679219 M ur ra y Lo uw Fonte: www.sxc.hu/photo/944838 Be ve rly L us si er Fonte: www.sxc.hu/photo/563453 Ju lio C es ar E yr as C as tr o e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 35 Fonte:www.sxc.hu/photo/489433 G ab rie lla F ab br i Figura 3.4: Atividades com conteúdos que atendem a indivíduos com interesses manuais. Interesses turísticos Atividades que atendem a esse tipo de interesse são mais fáceis de serem percebidas, não é mesmo? Você provavelmente já deve ter participado de algum passeio ou viagem a algum lugar. Então, essas atividades que se ca- racterizam pela quebra da rotina, no período de férias ou de feriado pro- longado, em que as pessoas saem da cidade onde moram para conhecer outros lugares e pessoas, atendem às aspirações dos interesses turísticos. Fonte: www.sxc.hu/photo/986229 Pa bl o Pe re z Foto com efeitos especiais da Torre Eiffel, em Paris. Turismoe-Tec Brasil 36 Fonte: www.sxc.hu/photo/986229 Ja m es W ils he r Stonehenge, monumento de origem desconhecida, localizado na Inglaterra, objeto de pesquisa, curiosidade e visitação por turistas de diferentes nacionalidades. Fonte: www.sxc.hu/photo/936029 A si f A kb ar Imagem de Buda, divindade oriental, considerado um espírito iluminado, uma ma- nifestação divina. e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 37 Fonte: www.sxc.hu/photo/879492 Bh as ke r T Pirâmide Chichén Itzá, monumento maia, localizado na cidade de Iucatã, México. Fonte: www.sxc.hu/photo/813494 Sa m ue l R os a Torre de Belém, à margem do Rio Tejo, em Lisboa, Portugal. Figura 3.5: Um mundo de possibilidades que atende aos interesses turísticos. Turismoe-Tec Brasil 38 Interesses sociais Atividades que atendem a esse interesse são aquelas em que o elemento motivador é exatamente a promoção de encontros como festas, reuniões em bares, restaurantes, passeios, encontros de associações/turmas e atividades turísticas em geral. O que prevalece nas atividades de interesse social é a rela- ção com o outro, o contato pessoal, isto é, a interação entre os indivíduos. A formação e a organização de grupos que manifestem preferencialmente interesse social não devem ser menosprezadas, e sim consideradas como atividades com objetivos menores. Esse tipo de atividade pode ser oferecido a empresas para promover a interação de suas equipes. Fonte: www.sxc.hu/photo/460195 G ia nc o9 41 Fonte: www.sxc.hu/photo/796090 e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 39 Fonte: www.sxc.hu/photo/777662 Ra m zi H as hi sh o Fonte: www.sxc.hu/photo/648899 A nn a Jo e Figura 3.6: Atividades que atendem aos interesses sociais dos indivíduos. Atividade 3 Atende aos Objetivos 1 e 2 Agora que você já conhece a classificação completa dos conteúdos, exercite o que aprendeu com esta atividade! Numere a 2ª coluna, classificando as atividades de acordo com o interesse principal atendido: exposição dos pintores representativos da Semana de Arte Moderna no 1. principal museu da cidade Turismoe-Tec Brasil 40 caminhada por trilha no bosque até o topo do morro Oco, onde se avista 2. toda a cidade palestra sobre as últimas descobertas das pesquisas de célula-tronco/pa-3. lestra sobre as angústias do homem contemporâneo visita à cidade serrana, onde acontece anualmente a Festa do Tomate4. oficina de reciclagem de papel, por ocasião do Dia Nacional do Meio 5. Ambiente passeio de trem até a cidade histórica mais próxima 6. ( ) interesse físico ( ) interesse estético ( ) interesse intelectual ( ) interesse turístico ( ) interesse manual ( ) interesse social “A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte” (Titãs) O professor Nelson de Carvalho Marcellino diz que: [...] o ideal seria que cada pessoa praticasse atividades que abrangessem os vários grupos de interesses, procurando assim exercitar, no tempo disponível, a imaginação, o cor- po, o raciocínio, as habilidades manuais, conhecer outros lugares e costumes e o relacionamento social, onde, com quem e da maneira que quisesse. e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 41 O que se verifica, segundo o mesmo autor, é que as pessoas geralmente restringem suas atividades de lazer a determinado campo de interesse. E isso acontece porque elas desconhecem outras possibilidades. O técnico em turismo deve estar atento e com a sensibilidade aguçada para perceber o que as pessoas estão querendo, isto é, deve permanecer sensível para captar o desejo delas. Também deve conhecer muito bem o conteúdo das atividades e saber ressaltar o que é atraente e diferencial na atividade, envolvendo e estimulando a participação das pessoas. Você, como técnico em turismo, deve estar com seu foco voltado para as opções de lazer existentes na cidade em que trabalha. Pode verificar o que a cidade já oferece de atividades de lazer e sondar potenciais ainda não de- senvolvidos. Quem sabe você não pode desenvolver um programa inédito de atividades, associando empresários de lazer com empresários de outro setor que têm em sua organização pessoas com interesses e aspirações nunca antes atendidas. Esteja certo de que informar e conscientizar as pessoas para os CONTEÚDOS de lazer serão os desafios fundamentais no cotidiano de sua futura vida profissional. Atividade 4 Atende aos Objetivos 1 e 2 A seguir há algumas perguntas. Busque responder elaborando uma espécie de relatório. Depois, leve suas anotações para discutir com seus colegas e tutor no polo e, assim, compartilhar as informações que obteve. Qual(ais) dos conteúdos de lazer chama(m) mais sua atenção para seu a) tempo disponível ou livre? Já pensando em sua futura atuação profissional, qual(ais) dos conteúdos b) de lazer apresentados na aula chama(m) mais sua atenção para uma pos- sível aplicação de forma individual ou em grupo? Turismoe-Tec Brasil 42 Agora, que tal fazer um levantamento sobre os interesses de conteúdos c) de lazer de seus familiares e amigos? Converse com algumas pessoas da sua família e com amigos e busque levantar informações sobre seus interesses com relação aos conteúdos de lazer. Após anotar todas as in- formações obtidas, busque identificá-las e relacioná-las conforme a clas- sificação dos conteúdos estudados nesta aula. Resumo A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfação das • aspirações dos seus praticantes. O lazer, bem selecionado ou indicado, surge como forma de satisfação • pessoal, como uma sensação de bem-estar físico ou mental. Os conteúdos de lazer estão divididos em seis interesses: • artísticos (levar a cada um a percepção das peculiaridades das artes, – de cada manifestação em sua diversidade artística); intelectuais (a busca do prazer está diretamente relacionada à ativida- – de de pensar, refletir, como jogar xadrez, por exemplo); físicos (os esportes e os exercícios físicos em geral estão entre os conteú- – dos mais procurados e mais divulgados pelos meios de comunicação); manuais (centrados na manipulação de objetos); – turísticos (caracterizam-se pela quebra da rotina, no período de férias – ou de feriado prolongado, em que as pessoas saem da cidade onde moram para conhecer outros lugares e pessoas); sociais (destacam-se aqui os encontros entre as pessoas em ambien- – tes como os bares, os restaurantes e as festas em geral). As pessoas geralmente restringem suas atividades de lazer a um campo • único de interesse. O desafio de informar e conscientizar as pessoas para os CONTEÚDOS • de lazer é fundamental no dia a dia da vida profissional do futuro técnico em turismo. e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 43 Respostas das atividades Atividade 1 A G T S R E D F G B N A S D W I Q R A F I S I C O C E D F I O P D F G H J K A G E I A S I P O I UP L A R I D E P A R T I S T I C O R I Y T Z A D E R O P I T Y N U J U S D I N T E L E C T U A L A X A S E D I T U W E Q T U Y Atividade 2 (V) A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfação de aspirações dos seus praticantes. (V) Podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das pessoas como uma atividade de seu interesse que lhe dá satisfação e prazer. (F) A escolha de lazer feito pelo chefe imediato na empresa proporciona uma sensação agradável a todas as pessoas da equipe na empresa. (V) Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e hábitos que orientam sua vida. (F) Geralmente, o estilo de vida não interfere ou gera tensões que pos- sam refletir no corpo e na mente das pessoas. (F) A realização de qualquer atividade de lazer nem sempre envolve a satisfação de aspirações dos seus praticantes. (V) Com o conteúdo de lazer selecionado na medida certa, este surge como uma forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de bem-estar físico ou mental. (V) O conteúdo de lazer, muitas vezes indicado por profissionais de saú- de, vem se destacando como fator importante para a recuperação e o aprimoramento de problemas físicos e mentais. Atividade 3 (2) interesse físico (1) interesse estético Turismoe-Tec Brasil 44 (3) interesse intelectual (6) interesse turístico (5) interesse manual (4) interesse social Atividade 4 Nesta atividade, respondendo à questão a, você deve apresentar os conteú- dos de lazer que mais se destacam entre as suas preferências. Já na resposta à pergunta b, você deve citar aquelas que chamam sua aten- ção como futuro profissional em turismo, ou seja, em qual dos conteúdos você gostaria de atuar e como. Na resposta à questão c, você precisa ir a campo para fazer o levantamento entre familiares e amigos sobre os seus interesses nos conteúdos de lazer. Você deve relacioná-los e fazer a sua classificação, como, por exemplo: Pedro Lucas, primo, 17 anos, gosta de jogar futebol nos finais de semana. Classificação: interesse físico. O cumprimento desta atividade será muito útil para a sua familiarização com os conteúdos estudados na aula, dando-lhe uma bagagem de informações práticas para reflexões e discussões com os demais alunos do polo, no en- contro presencial do módulo. Referências bibliográficas DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980. MARCELLINO, N. C. Estudo do Lazer: uma introdução. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002 (Coleção Educação Física e Esportes). MARCELLINO, N.C. Estudo do Lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores Associados, 1996. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 45 Aula 4 | Espaço urbano e equipa- mentos de lazer Meta da aula Apresentar os equipamentos de lazer.• Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. estabelecer quais são as normas para o planejamento de equi- pamentos e serviços coletivos que atendem à população; 2. classificar os vários equipamentos de lazer de forma precisa. Pré-requisitos Para o estudo desta aula é necessário que você tenha uma • prancheta ou um bloco de anotações, papel e caneta, pois fa- remos uma atividade prática. “A gente não quer só comida... A gente quer comida, diversão e arte...” Certamente, você já foi a um parque municipal ou outro qualquer e observou as pessoas que o frequentam. Você deve ter percebido que nele vão crianças, adolescentes, adultos e idosos e que, independentemente de serem ricos ou pobres, todos utilizam o mesmo espaço. Nesses espaços, cada um faz o que quer: caminha, corre, joga bola, anda de bicicleta, lê, joga xadrez ou, simples- mente, vai para descansar, ver o movimento de pessoas, relaxar. Turismoe-Tec Brasil 46 K ym be rly V oh se n Fonte: www.sxc.hu/photo/1037355 Figura 4.1: Seja pobre, rico, jovem ou idoso, os equipamentos de lazer públicos são para todos e para os mais variados tipos de atividades. Mas, infelizmente, não são todas as cidades que dispõem desse espaço aber- to, e de boa qualidade, para o lazer de sua população. No planejamento habitacional de grande parte das nossas cidades, em especial os destinados à população de baixa renda, esse espaço para o lazer é quase inexistente. Nesses espaços, muitas vezes ignorados por seus administradores, é onde estão ou deveriam estar constituídos os chamados equipamentos de lazer. Esses equipamentos têm a finalidade de atender a todas as classes sociais e servir de fator de integração da comunidade, do bairro, da cidade. Dentro de um equipamento de lazer as pessoas buscam fazer o que elas gos- tam. Um playground, um clube, um parque aquático ou temático, quadras esportivas, praças públicas, ou até mesmo um cinema ou o próprio lar, são exemplos de equipamentos de lazer. Nesta aula, você aprenderá a identificar esses equipamentos de lazer e como classificá-los. Vamos dar mais esse passo rumo à sua certificação como técnico em turismo? Mãos à obra! Considerações sobre o espaço urbano Na década de 20 foi criado e realizado o primeiro Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. Na sua 4ª edição, em 1933, na Grécia, foi progra- mada a “Carta de Atenas”. Essa carta tinha como objetivo apresentar um rumo para o estado de desorganização das cidades. Esse documento foi elaborado com a ideia de propor um modelo de cidade que atendesse as e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 47 necessidades básicas de seus moradores e que estas seriam as mesmas em todas as partes do mundo. Ou seja, as cidades na Grécia, na Alemanha, na Inglaterra, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo deveriam ser organiza- das para satisfazer quatro necessidades básicas: habitação: o primeiro dever do planejamento urbano é pôr-se de acordo a) com as necessidades dos homens. lazer: espaços públicos destinados ao lazer não podem ser de uso exclu-b) sivo de alguns privilegiados. Pelo contrário, esses espaços devem acolher as atividades coletivas da juventude, propiciar uma condição favorável à distração, aos passeios ou aos jogos das horas de lazer. trabalho: as distâncias entre os locais de trabalho e os locais de habitação c) devem ser reduzidas ao mínimo. circulação: as vias de circulação devem ser classificadas conforme a sua d) natureza (residencial, pedestres, bicicletas, cavalos e outros) e construí- das em função de seus veículos e de suas velocidades. Na Carta de Atenas, afirma-se também que: A moradia abriga a família e em suas proximidades, como seus prolongamentos, devem estar [...] serviços médicos, creches, escolas, centros esportivos destinados a propor- cionar aos adolescentes a trabalhos ou de jogos adequa- dos à satisfação das aspirações próprias e, para completar [...] as áreas próprias à cultura física e ao esporte cotidiano de cada um. E diz ainda que: Há que exigir que todo o bairro de habitação compor- te, daqui por diante, a superfície verde necessária para a disposição racional dos jogos e desportos infantis, dos adolescentes e adultos. E você, o que acha das recomendações da Carta de Atenas? Você acha que o planejamento de sua cidade, ou de nossas cidades como um todo, segue as orientações da Carta de Atenas? Turismoe-Tec Brasil 48 No nosso país, na Constituição Federal de 1988 (artigo 182), em seu capítulo de política urbana, determina: Todos os municípios com mais de 20.000 habitantes de- vem elaborar e aprovar um Plano Diretor, cuja função bá- sica é explicitar, no âmbito de cada cidade, as condições de cumprimento da função social da cidade e da proprie- dade urbana. Mas o que seria essePlano Diretor? É com ele que podemos, de forma técnica e política, fazer valer os nossos direitos e buscar a organização de ações para os problemas do espaço urba- no. Esse é o instrumento utilizado pela administração pública municipal, ou seja, pela prefeitura da sua cidade, para a estruturação dos espaços públicos, onde estão inseridos os equipamentos de lazer. Portanto, o Plano Diretor é a nossa “arma”. Atividade 1 Atende ao Objetivo 1 O que é Carta de Atenas? Qual o seu objetivo?a) Quais são as quatro necessidades básicas que, segundo a Carta de Atenas, b) as prefeituras deveriam considerar para organizar as nossas cidades? e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 49 c) O que é Plano Diretor? Equipamentos de lazer O uso do espaço na cidade e a construção dos equipamentos de lazer são desafios importantes na melhoria da qualidade de vida da população. Os conceitos de espaço de lazer e equipamento de lazer muitas vezes se confundem. Você vai encontrar duas maneiras diferentes de entender esses conceitos: os conceitos de espaço de lazer e equipamento de lazer são sinônimos;• há uma distinção conceitual entre espaço de lazer e equipamento de lazer.• O espaço de lazer é entendido como suporte para os equipamentos de lazer. E os equipamentos de lazer são os objetos que organizam o espaço de lazer em função de determinada atividade. Nesta disciplina, vamos considerar que o espaço de lazer é onde estão orga- nizados os equipamentos de lazer. Como podemos classificar os equipamentos de lazer? Ao classificar os equipamentos de lazer, podemos levar vários fatores em consideração. Aqui estão listados alguns que veremos nesta aula: finalidade,• dimensão, e• faixa etária dos frequentadores desses equipamentos.• Turismoe-Tec Brasil 50 De acordo com a finalidade, os equipamentos de lazer podem ser classifica- dos como: específicos, e• não específicos.• Equipamentos específicos de lazer. O que é isso? Quando falamos de equipamentos específicos de lazer estamos consideran- do aqueles programados ou construídos especificamente para as atividades de lazer. Por isso são chamados de equipamentos específicos, que podem classificados considerando-se: suas dimensões, interesses e a faixa etária a que se destinam. Veja essa classificação na Tabela 4.1. Tabela 4.1: Classificação dos equipamentos específicos de lazer* Tipo A B C Nº Dimensão (tamanho) Segundo: Nelson Marcellino Interesse (conteúdo de lazer) Segundo: Joffre Dumazedier Idade (faixa de idade) Segundo: Heloisa Bruhns 1 Exemplos Microequipamento teatro, cinema Físico atividade física, esportes em geral, aventura Infantil Playground, praças públicas 2 Exemplos Médio equipamento centro cultural, centros esportivo Artístico museus, cinema, teatro Adolescente clubes esportivos, academias 3 Exemplos Macroequipamento parques temáticos Manuais jardinagem, costura Adulto Clubes Associativos, parques, academias, teatro, cinema 4 Exemplos Turismo Social Camping, colônia de férias, viagens, academia Intelectuais xadrez, damas Idoso Equipamentos em geral usados quando mais jovens 5 Exemplos – Sociais passeios em grupo, excursões, camping – *Organizamos a classificação como A, B e C para fins didáticos. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 51 Infelizmente, a grande maioria das nossas cidades não conta com um nú- mero suficiente desses equipamentos de lazer para atender às necessidades da população. Agora, vamos às descrições mais detalhadas dos três tipos de classificação dos equipamentos específicos de lazer. Classificação do tipo A Os equipamentos específicos de lazer podem ser classificados em: microequipamentos: essa denominação é dada em função das dimen-• sões dos equipamentos de lazer. No caso dos microequipamentos, como o próprio nome indica, essas dimensões são quase sempre reduzidas e atendem a um dos conteúdos do lazer. Nas pequenas cidades ou nos bairros das grandes cidades, esses equipamentos são necessários para a difusão cultural do lazer em conteúdos diversos. Sa ra h Jo os Fonte: www.sxc.hu/photo/270405 Figura 4.2: Locais como os ateliês de arte, onde podemos aprender pintura, são exemplos de microequipamentos de lazer. equipamentos médios: são chamados de médios pelo mesmo critério • de tamanho considerado no tipo de equipamento apresentado anterior- mente. Esses equipamentos médios também são considerados de atendi- mento único (exemplo: jogo de voleibol) ou de atendimento diversificado (feira cultural) aos interesses do lazer. São exemplos de equipamentos médios: centros comunitários, centros culturais e centros esportivos. Turismoe-Tec Brasil 52 Fonte: http://www.pg.pr.gov.br/index.php?q=gallery&g2_itemId= 10329&g2_GALLERYSID=d1ec3955b70704231c5bb8459e1ecf51 Figura 4.3: Centros esportivos são exemplos de equipamentos médios. Nele as pes- soas podem utilizar uma quadra para diferentes esportes, como basquete, vôlei, fu- tebol e handebol. macroequipamentos polivalentes: como o próprio nome diz, tratam-se • de equipamentos de lazer suficientemente amplos, tanto em tamanho quanto em interesse. Esses equipamentos permitem que a população os utilize para diferentes interesses. A classificação desses equipamentos é dada pelo seu tamanho e finalidade, como os grandes parques, com suas construções variadas. St ev an S he et s Fonte: www.sxc.hu/photo/37286 Figura 4.4: Os grandes parques temáticos são exemplos de macroequipamentos polivalentes. turismo social urbano e não urbano: essa é a última classificação tipo A, • segundo Nelson Marcellino. São chamados de equipamentos de turismo social urbano os equipamen- tos que têm a finalidade de mudar a rotina, o ritmo de vida na cidade. Exemplo: colônia de férias. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 53 Já o turismo social não urbano é a busca da mudança do estilo de vida, como é o caso do camping. M ar co s Sa nt os Fonte: www.sxc.hu/photo/1153112 Figura 4.5: Os campings são exemplos de turismo social não urbano. Classificação do tipo B Na classificação que estamos chamando de B, segundo Joffre Dumaze- dier, temos as classificações dos equipamentos de conteúdos ou interes- ses de lazer: físicos: aqueles que implicam esforço e exercícios do tipo corporal, como • as atividades físicas em geral, as esportivas individuais ou coletivas, as variadas modalidades de academias, dentre outros. manuais: aquelas atividades práticas que podem fazer parte do cotidia-• no, mas que há prazer em desenvolvê-las, como jardinagem, costura, artesanato, culinária, dentre outros. intelectuais: que têm relação com o cultivo do raciocínio, do intelecto e • da cultura, como, por exemplo, jogo de xadrez, damas e outros. artísticos: que têm a ver com a prática de alguma atividade artística, como • visita ao museu, exposição de fotografia, bibliotecas, cinema e outras. sociais: em geral, todas as atividades de lazer tendem a envolver grupos, • mas, aqui, destaca-se a programação de atividades para encontros, como festas, encontros em restaurantes, passeios e outros. Turismoe-Tec Brasil 54 Conteúdos de lazer Físico Manual Intelectual Artístico Social Equipamentos lazer Quadras e parques infantis Cursos de jardinagem e artesanato Biblioteca e auditório Cinema, teatro, cineclube, ateliês de costura e de arte Festas, encontros em restaurantes e passeios Figura 4.6: Classificação de tipo B, segundo Joffre Dumazedier. Classificação do tipo C Agora, vamos ver outras formas declassificá-los de acordo com a idade do participante: infância,• adolescência,• adulto,• idoso.• Infância A Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pelas Nações Unidas de 20 de novembro de 1959, foi proclamada para que esta “possa ter uma infân- cia feliz...”. No seu princípio 7º, a referida Declaração ressalta que: A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brinca- deiras, os quais deverão estar dirigidos para a educação. A sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 55 A Lei nº. 8.069, de 13 de junho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e, em seu artigo 59, declara que: Os municípios, com apoio dos estados e da União, esti- mularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer volta- das para a infância e a juventude. A Carta do Lazer, estabelecida no Seminário mundial de Lazer promovido pela fundação Van Clé em Bruxelas, no seu artigo 4º, afirma que: A família, a escola e todos os educadores têm papel determi- nante a desempenhar quanto da iniciação da criança numa atividade lúdica e ativa de lazer, no qual a frequente contra- dição entre o ensino e a realidade necessita ser eliminada. Poderíamos enumerar outros documentos oficiais e princípios fixados visan- do os direitos das crianças e da juventude, mas vamos mencionar apenas mais um, o da nossa Constituição de 1988: É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o di- reito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi- nação, exploração, violência, crueldade e opressão. Assim, o que podemos verificar é que há uma distância enorme entre o legal e o real. O discurso que sempre ouvimos de nossos representantes políticos, eleitos com os nossos votos, não é acompanhado por ações concretas, como prega a legislação. As atividades inerentes às crianças, como, por exemplo, brincar no play- ground (público ou privado) conduz a experiências culturais, motoras, afeti- vas e sociais e constitui um direito, previsto na legislação. Diante da ausência de equipamentos de lazer para as crianças ou da falta de segurança nos próprios espaços/equipamentos existentes, os pais muitas vezes privam as crianças de brincar em equipamentos públicos. Assim, elas Turismoe-Tec Brasil 56 ficam na dependência de um adulto para acompanhá-las aos parques, às praças e a outros espaços públicos de lazer. Isso reflete o quanto a questão do lazer ainda precisa ser discutida e desenvolvida em nossa sociedade. www.sxc.hu/photo/909359 www.sxc.hu/photo/493240 H or to ng ro u Ro ha n Ba um an n www.sxc.hu/photo/637659 www.sxc.hu/photo/790741 Ja m es B la ck bu rn A la n R. de L uz ur ia ga Figura 4.7: Toda criança tem direito à diversão e ao lazer. Por isso é tão importante que os governantes deem atenção aos espaços públicos de lazer, de forma a garantir esse direito. Adolescência Nessa fase da vida, os equipamentos de lazer passam a ter outros significados para os desafios da idade. Na adolescência, é comum as atividades esporti- vas competitivas, como os jogos esportivos, como basquetebol, voleibol, fu- tebol, saltos, arremessos e outros. Mesmo que alguns desses equipamentos se repitam, nessa idade eles têm conotações diferentes em relação à forma e à intensidade de uso. Clubes associativos, quadras escolares, quadras par- ticulares, parques e praças públicas, associação de bairros, clube de boliche, pista de patinação e academias também são exemplos dessa classificação. Assim, para os adolescentes, devido às mudanças hormonais que modificam o corpo e os interesses, os equipamentos de lazer passam a ter outros signi- ficados. Eles os utilizam para promover a reunião de grupos e relaxar depois das atividades escolares. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 57 Jim F re ch Fonte: www.sxc.hu/photo/1030865 Figura 4.8: Os adolescentes procuram os espaços de lazer, em geral, para reunir os amigos e relaxar, seja para praticar um esporte ou conversar. Adulto No caso dos adultos, os espaços e equipamentos de lazer parecem sofrer uma diminuição de abrangência. Devido ao maior envolvimento com o tem- po de trabalho, os equipamentos procurados podem ser: clubes associativos, quadras particulares, parques e praças públicas, academias. C ha rle s Fr et te rn y Fonte: www.sxc.hu/photo/1056251 Figura 4.9: Adultos têm menor oferta de espaços e equipamentos de lazer em função do maior tempo destinado ao trabalho. Idoso É a fase mais crítica da utilização de equipamentos de lazer. Nem todos que chegam a essa idade têm integridade física que lhes permita continuar par- ticipando dos mesmos equipamentos físico-esportivos utilizados nas faixas etárias mais jovens. Em geral, a tendência é manter, na terceira idade, os hábitos que marcaram a história do idoso ao longo de sua vida. Se o idoso teve o hábito de fazer atividades esportivas, haverá uma tendência a man- ter a utilização de equipamentos fisicoesportivos de lazer. Mas, geralmente, Turismoe-Tec Brasil 58 prevalecem as atividades nas quais as pessoas buscam uma boa conversa, a caminhada, sentar no banco da praça com os amigos ou jogar baralho. Ou seja, o estar junto com outras pessoas e se relacionar. A boa leitura, o desafio das palavras cruzadas, viagens e festas também podem ser incluídos nessa classificação. Fonte: www.sxc.hu/photo/957993 Sa m ue l R os a Fonte: www.sxc.hu/photo/839408 Ro do lfo B el lo li Fonte: www.sxc.hu/photo/1022446 Ju lie t Ja m es Fonte: www.sxc.hu/photo/757780 M ee L in W oo n Fonte: www.sxc.hu/photo/735910 Jorc Navarro Jo rc N av ar ro Fonte: www.sxc.hu/photo/121315 O le J ør ge n Br at la nd & G is el e Ja qu en od Figura 4.10: Apesar da idade, idosos não deixam de procurar equipamentos de lazer. Pelo contrário! Eles os procuram com maior frequência devido à grande disponibili- dade de tempo. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 59 Atividade 2 Atende ao Objetivo 2 Exemplifique os equipamentos específicos de lazer, considerando: suas dimensões:a) seus interesses ou conteúdos:b) c) a idade do participante: Atividade 3 Atende ao Objetivo 2 Considerando a dimensão, o interesse e a idade para a classificação dos equipamentos específicos de lazer, classifique as situações descritas a seguir. Para isso, veja o exemplo. Sofia tem 35 anos. Hoje, ela assistirá ao lançamento de um filme.a) Alex tem 16 anos, e depois da escola gosta de encontrar os amigos e b) jogar basquete. Marcos tem 40 anos. Nos últimos tempos tem se preocupado com a c) saúde e tem procurado fazer exercícios físicos sempre antes de ir ao tra- Turismoe-Tec Brasil 60 balho. Enquanto corre na esteira ou malha, aproveita para conversar. Ele se diverte e ao mesmo tempo cuida de si. João tem 65 anos e uma saúde perfeita. Gosta de levar os netos para d) viajar e ensinar-lhes como fazer uma fogueira, uma trilha ou até mesmo como identificar os pássaros pelo seu canto, no meio do mato. Carlos gosta de levar a família toda para passear. Todos gostam de ativi-e) dades com muito movimento e emoção. Só de pensar dá “frio na barri- ga”, mas eles entramna fila novamente. Dimensão (tamanho) Segundo: Nelson Marcellino Interesse (conteúdo de lazer) Segundo: Joffre Dumazedier Idade (faixa de idade) Segundo: Heloisa Bruhns a) Microequipamento Físico Adolescente b) c) d) e) Equipamentos não específicos de lazer. O que são? Estudos especializados na área do lazer mostram que a maioria da popula- ção, em geral nas grandes cidades, desenvolve suas atividades de lazer no ambiente doméstico. É isso mesmo! Sua casa é, quase sempre, o principal exemplo de equipamento não específico de lazer. Ou seja, um espaço cons- truído não para o lazer, mas que geralmente é utilizado para essa finalidade. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 61 Veja os principais exemplos na Tabela 4.2. Tabela 4.2: Classificação dos equipamentos não específicos de lazer, segundo Nelson Carvalho Marcelino Casa Local onde pode haver: - festinhas, - encontros, - descanso. E que pode significar um local de: - refúgio, - entretenimento (televisão), - entre outros. Bar Algumas pessoas têm um certo preconceito devido ao consumo de bebida alcoólica no local. Espaço alternativo para: - encontros, - exposições de livros e fotografias, - música ao vivo, - entre outros. Escola Amplo espaço constituído por: - pátio, - quadra, - palco, - auditórios, - entre outros. Rua Pouco utilizada. Festas para arrecadação de fundos para alguma campanha de doação. Em geral nas ruas ou praças: - festa junina, - rua de recreio, - torneio de truco, - entre outros. Lanchonete - Visa ao consumo rápido. - Inibe a convivência. Casa O lar é o mais utilizado dos equipamentos não específicos de lazer, apesar de não ser construído com essa função. “[...] constitui um dos poucos equipamentos disponíveis para grande parte da população empurrada para dentro de suas casas” (MARCELLINO, 2002). Turismoe-Tec Brasil 62 Je ff O sb or n Fonte: www.sxc.hu/photo/118437 Figura 4.11: Sua casa é o melhor exemplo de equipamento não específico de lazer. Nela você pode se divertir jogando vídeogames, fazendo reuniões de família e até aniversários. Bar Ainda há um certo preconceito que relaciona o bar ao consumo de bebida alcoólica, embora haja iniciativas de transformá-lo em espaço alternativo para encontros de turmas, exposições de livros, fotografias, música ao vivo e outros. Escola Nas escolas encontramos muitas possibilidades para o lazer, considerando seu amplo espaço: salas, palcos, auditórios, quadras, pátios, estrutura de sanitários e outros. Mas, infelizmente, as escolas estão quase sempre fecha- das nos finais de semana e nos períodos de férias. Um dos motivos pode ser o medo de depredação do local. As festas promovidas nas escolas em geral são para arrecadar fundos para alguma campanha de doação. Rua As ruas ou as praças, em geral, são usadas por moradores, que se organi- zam e fecham a rua ou a praça para realizarem suas festas. Exemplos mais comuns: rua de recreio, festas juninas, torneios de truco, entre outros. Hoje, com a redução dos espaços livres nos grandes centros, não temos mais o “campinho de pelada” em chão batido, onde se jogava futebol após as tarefas escolares. e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 63 Que saudade... Ro do lfo C lix Fonte: www.sxc.hu/photo/1023252 Figura 4.12: Campinho de pelada, o famoso lugar para espairecer depois da escola ou do trabalho. Infelizmente, esse espaço some conforme as cidades crescem. Lanchonete Normalmente em áreas nobres das cidades, as lanchonetes, com consumo rápido, não estimulam a convivência. A limpeza da mesa deve ser ágil, para o atendimento de mais um cliente. Pa tt i G ra y Fonte: www.sxc.hu/photo/448351 Figura 4.13: As lanchonetes são outro exemplo de equipamentos não específicos de lazer. Sua função original era servir ao cliente uma comida rápida de ser preparada e consumida, o que não possibilita um ambiente de convivência. Para concluir a nossa aula, gostaria de destacar a necessidade da formação de profissionais com uma visão crítica de nossa política habitacional, pois esta também se expande para o espaço destinado ao lazer da população. Turismoe-Tec Brasil 64 O conhecimento e reflexão sobre aspectos legais, a identificação e a classifi- cação dos equipamentos de lazer poderão ser úteis para a compreensão de uma ação comprometida com a qualidade de vida da população. Espero que tenha aproveitado bem a nossa aula de hoje. Atividade 4 Atende aos Objetivos 1 e 2 Agora que você já viu as diferentes formas de classificação dos equipamen- tos de lazer, vamos praticar! Pegue a prancheta ou um bloco com papel e caneta.1. Leia com atenção as perguntas e depois procure respondê-las.2. Quantos habitantes têm a sua cidade?a) Quais são os equipamentos de lazer existentes em seu bairro ou nas re-b) dondezas da rua onde você mora? Identifique-os e, conforme o seu uso mais frequente, e classifique-os quanto: À dimensão: ___________________ Ao interesse: ____________________ À idade: _______________________ e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 65 Dentre os equipamentos de lazer identificados na questão anterior, esco-c) lha um mais próximo de sua casa (ou que seja de mais fácil acesso), para que você possa observar sua utilização pela população, e responda (após uma semana de observação): O equipamento de lazer escolhido foi: ________________________________ ________________________________________________________________ Esse equipamento de lazer é: ( ) Bem aproveitado pela população ( ) Mal aproveitado pela população Por quê? Agora que você já possui seus dados anotados, leve-os para discutir com d) seus colegas e o tutor no pólo. Resumo Em 1933, foi elaborado um documento, intitulado Carta de Atenas, com • a ideia de propor um modelo de cidade que atendesse às necessidades básicas de seus moradores e que essas seriam as mesmas em todas as partes do mundo. Para a Carta de Atenas, a organização das cidades deve obedecer a qua-• tro princípios fundamentais: moradia, lazer, trabalho e circulação. No Brasil, todos os municípios com mais de 20.000 habitantes devem • elaborar e aprovar um Plano Diretor. A função básica desse plano é expli- citar, no âmbito de cada cidade, as condições de cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana. Turismoe-Tec Brasil 66 O uso do espaço na cidade e a construção dos equipamentos de lazer são • desafios importantes na melhoria da qualidade de vida da população. Os equipamentos de lazer são classificados como específicos e não • específicos. Os específicos podem ser classificados de três formas: quanto à dimen-• são (microequipamentos, médio equipamentos, macroequipamentos e turismo social); quanto ao interesse (físico, artístico, manual, intelectual e social) e quanto à faixa etária (infantil, adolescente, adulto e idoso). Para concluir a nossa aula, gostaria de destacar a necessidade da forma-• ção de profissionais com uma visão crítica de nossa política habitacional, que, consequentemente, se expande também para o espaço destinado ao lazer da população. O conhecimento e a reflexão sobre aspectos legais, a identificação e a clas-• sificação dos equipamentos de lazer poderão ser úteis para a compreensão de uma ação comprometida com a qualidade de vida da população. Respostas das atividades Atividade 1 É uma carta publicada no IV Congresso Internacional de Arquitetura a) Moderna – IV CIA, na Grécia, em novembro de 1933. Nela foram es- tabelecidas as primeiras normas para o planejamento de equipamentos e serviços coletivos que atendem à população.
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