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RECREAÇÃO, LAZER E SOCIEDADE-TÉCNICO EM TURISMO

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Prévia do material em texto

e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 5
Aula 1 | O lazer
Meta da aula
Apresentar os significados de lazer e as trajetórias da recreação •	
e do lazer, entrelaçando-os por meio das atividades lúdicas.
Objetivo da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar os significados de lazer em seu processo histórico.
Iniciando a aula...
Prezado aluno, esta é a nossa primeira aula da disciplina Recreação, Lazer e 
Sociedade. Provavelmente, no seu dia a dia, você está acostumado a usar as 
palavras “recreação” e “lazer” para atividades bem diferentes de uma aula, 
não é mesmo? Talvez você até tenha achado um pouco estranho ter de estu-
dar uma disciplina com este nome, mas saiba que, para o seu futuro campo 
de atuação, ela é indispensável.
O Turismo é um dos setores que mais crescem no mundo. Suas amplas ativi-
dades, em que se destacam a Recreação e o Lazer, permitem rápido retorno 
de investimento, gerando empregos diretos e indiretos. Assim, as atividades 
turísticas estão ligadas aos mecanismos de arrecadação de recursos como as 
que mais contribuem para o desenvolvimento de diversos países.
Para que isso aconteça, é fundamental que o Turismo seja desenvolvido de 
forma organizada e planejada. O nosso país, graças às condições territoriais, 
climáticas e culturais, possui grande vocação para o Turismo, que representa 
uma de suas melhores expectativas de integração e desenvolvimento.
Veja que a Recreação e o Lazer se destacam como mercado ainda não de-
finido, com lacunas a serem preenchidas em todas as áreas de atuação que 
necessitam de profissionais capacitados. Por isso, ser profissional do ramo é 
ter pela frente um fértil e promissor campo de trabalho. Com o nosso curso, 
Turismoe-Tec Brasil 6
você tem grande chance de se inserir no mercado profissional. Assim, faça 
bom proveito do material. Esperamos que goste do curso!
Começaremos nossa aula com um histórico do lazer e de suas diferentes 
concepções, para que você possa compreender o atual fenômeno de sua 
valorização pela sociedade.
Lazer, você sabe o que essa palavra significa?
A noção de lazer se origina de scholé, palavra grega utilizada para designar 
o tempo ocupado por atividades ideais e nobres para o ser, como, por exem-
plo, a contemplação teórica, a especulação filosófica e o ócio. Na Grécia 
antiga, no século VII a.C. (antes de Cristo), o ócio era tido como atividade 
contemplativa e de dedicação às artes em geral; era o exercício mais nobre 
a que um cidadão grego poderia se dedicar: a melhor maneira de conhecer 
a verdade e de ser sábio. O ócio era visto como “atividade de se encontrar”, 
desvinculado e até mesmo em oposição a tarefas necessárias à sobrevivên-
cia, realizadas por escravos. A palavra grega paidéia, que significa recreio, 
divertimento, era empregada para se referir às brincadeiras infantis e aos 
divertimentos da classe trabalhadora nos momentos de descanso e de recu-
peração do trabalho.
K
on
st
an
tin
os
 D
af
al
ia
s
Fonte: www.sxc.hu/photo/862426
Figura 1.1: O Parthenon é um templo construído em homenagem à deusa grega 
Atena no século V a.C.
Em língua portuguesa, a palavra lazer surgiu do verbo francês loisir, que, 
por sua vez, se origina da forma infinitiva latina de licere, que significa “o 
permitido”.
e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 7
Ra
tn
es
h 
Bh
at
t
Fonte: www.sxc.hu/photo/692537
Figura 1.2: Miniatura da Torre Eiffel (a original se encontra na capital da França, Paris).
Em espanhol, o termo usado para lazer é ócio, derivado do latim, traduz 
repouso, tranquilidade, parada. O antônimo de ócio é negócio, derivado da 
palavra negotium, que significa a negação do ócio.
La
vi
ni
a 
M
ar
in
Fonte: www.sxc.hu/photo/886781
Figura 1.3: Palácio Real de Madri (capital e maior cidade da Espanha).
História do lazer
Para compreendermos a história do lazer, devemos levar em conta suas di-
mensões sociocultural e política e as transformações que ocorreram na so-
ciedade. Ao longo da história humana, as concepções de vida e de trabalho 
sofreram transformações na sociedade, que, consequentemente, geraram 
modificações na relação entre o tempo de trabalho e o lazer.
Turismoe-Tec Brasil 8
Veja que, por sete mil anos (desde 5000 a.C.), a produção rural foi o princi-
pal modo do sistema social no mundo. Os primeiros agricultores europeus 
produziam basicamente trigo, ervilhas, papoula e outros. Os bovinos predo-
minavam, mas cabras e bodes eram igualmente criados e poucos porcos e 
animais silvestres apareciam no restante dessa cultura. Essa época era carac-
terizada pelas atividades agropecuárias e pelo poder exercido pelos donos 
das terras. Tal tipo de sociedade predominou até o século XVIII, na Inglaterra, 
e até o início do século XIX, na Europa e nos Estados Unidos.
N
at
ha
n 
Be
rr
y
Fonte: www.sxc.hu/photo/989095
Figura 1.4: O modo de vida rural predominou durante sete mil anos.
O trabalho era delimitado pelo clima, pelos ciclos das estações e pelas pausas 
para repouso, que incluíam cantos, jogos e cerimônias. Essas atividades ain-
da não poderiam ser chamadas de “lazer”, pois, neste momento histórico, 
festas e cerimônias estavam vinculadas ao culto religioso, e não ao lazer.
Entre os séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial (veja mais no boxe a 
seguir), as pessoas do meio rural são atraídas para as cidades. Nesse período 
ocorreram mudanças no cenário urbano. Uma delas foi o fenômeno de se-
gregação social devido à falta de planejamento para receber, na cidade, os 
novos moradores que, chegando do campo, iam morar em bairros periféri-
cos, com problemas de infraestrutura e sem a qualidade de vida dos bairros 
das classes mais abastadas.
e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 9
A Revolução Industrial aconteceu a partir da substituição da pro-
dução artesanal, baseada no trabalho manual, pela produção com 
utilização das máquinas. A produção industrial é caracterizada 
pela produção de bens em grande escala, com a organização do 
trabalho em etapas de produção.
Fonte: http://www.imdb.com/media/rm3949041664/tt0027977
Figura 1.5: Esta cena do filme Tempos modernos com Charles 
Chaplin, conta a história de um operário da época da Revolução 
Industrial.
 
Nesse mesmo período, houve também o avanço dos movimentos sindicais e 
trabalhistas das sociedades industriais. Eles conquistaram a regulamentação 
das horas de trabalho e o direito às férias do trabalhador por meio das leis 
trabalhistas, instituindo-se, assim, o tempo livre. O aparecimento do lazer 
ocorre nesse período, já que a vida dos trabalhadores passou a ser coman-
dada pela jornada de trabalho, e o tempo de “não trabalho” foi instituído 
como tempo livre (ócio).
Aproximadamente duzentos anos depois, a partir da Segunda Guerra Mun-
dial (veja mais no boxe a seguir), durante a segunda metade do século XX, 
observamos o surgimento da “Sociedade Pós-Industrial”, também chamada 
de “Pós-Moderna”. Essa “nova sociedade” é caracterizada pelo avanço tec-
nológico e científico. Ocorrem mudanças, sobretudo no setor econômico, 
com a transição do predomínio do setor secundário (indústria) para o setor 
terciário (serviços). Dentre as atividades predominantes da Sociedade Pós-
Industrial, destacam-se a prestação de serviços, o consumo e o lazer.
Turismoe-Tec Brasil 10
Você já deve ter ouvido falar em Adolf Hitler, não é mesmo? Talvez 
você já saiba que ele foi um nazista que liderou a Alemanha na Se-
gunda Guerra Mundial (1939-1945). As principais potências aliadas 
eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Esta-
dos Unidos, que combateram contra a Alemanha, a Itália e o Japão, 
que, por sua vez, formavam as forçasdo Eixo. O Brasil se integrou 
aos Aliados em 1943. Esse foi o conflito que causou mais vítimas 
em toda a história da humanidade. Se você quiser saber mais sobre 
o assunto, alugue um destes filmes.
 
Estudos especializados sobre o lazer ressaltam que as transformações na 
sociedade, principalmente o avanço tecnológico, são as causas de modifica-
ções nas relações entre o tempo de trabalho e o lazer.
Esta primeira seção da disciplina é teórica por necessidade, mas estou certo 
de que o lazer até aqui estudado despertou sua curiosidade. Então, para 
você exercitar tudo o que aprendeu até agora, vamos fazer uma atividade?
Atividade
Atende ao Objetivo 1
Indique na linha do tempo a seguir quais são os momentos importantes na 
história do lazer:
X a.C.
Visão de lazer como tem-
po para atividades nobres 
como, por exemplo, a de-
dicação às artes.
18 e 19
O lazer apareceu como 
consequência da regu-
lamentação do tempo 
de trabalho. 
1945
A prestação de serviços, 
o consumo e o lazer são 
importantes característi-
cas desta sociedade que 
surgiu.
e-Tec BrasilAula 1 | O lazer 11
Agora, aproveite este momento para listar suas conclusões e dúvidas (se houver) 
e enviá-las para seu tutor.
Se houver algum colega de curso próximo a você, monte um grupo de estu-
do. Agora, mãos na massa e bom estudo!
Você possui algum colega que more perto de você?
( ) SIM ( ) NÃO
Você tem a possibilidade de participar de um grupo de estudo?
( ) SIM ( ) NÃO
Justifique sua resposta:
Resumo
Na primeira aula da disciplina Recreação, Lazer e Sociedade, o tema Lazer é 
abordado para apresentar os seus significados e as trajetórias da recreação 
e do lazer, entrelaçando-os em seu processo histórico, com os seguintes 
destaques:
Estudos especializados sobre o assunto ressaltam que as transformações •	
na sociedade, principalmente o avanço tecnológico, são as causas de 
modificações nas relações entre o tempo de trabalho e o lazer.
Turismoe-Tec Brasil 12
A instituição do tempo livre (ócio) surge após a Revolução Industrial, graças •	
aos movimentos sociais que conquistaram a aplicação das leis trabalhistas, 
a regulação das horas de trabalho e o direito às férias do trabalhador.
A “nova sociedade”, chamada também de Pós-Moderna, após a Segun-•	
da Guerra Mundial, é caracterizada pelo avanço tecnológico e científico, 
pela produção de serviços, pelo consumo e pelo lazer.
Hoje se sabe que o lazer é de extrema importância para o ser humano, •	
ficando concebido como um tempo livre e ocioso, que deve ser adequa-
damente preenchido.
Mesmo assim, o termo “lazer” não apresenta consenso relativo ao seu •	
conceito, nem numa compreensão unânime de suas ideias.
Resposta da atividade
Atividade
X a.C.
Visão de lazer como tem-
po para atividades nobres 
como, por exemplo, a de-
dicação às artes.
Grécia Antiga
18 e 19
O lazer apareceu como 
consequência da regu-
lamentação do tempo 
de trabalho. 
Revolução Industrial
1945
A prestação de serviços, 
o consumo e o lazer são 
importantes característi-
cas desta sociedade que 
surgiu.
Sociedade Pós-Moderna 
ou Pós-Industrial
Referências bibliográficas
CAMARGO, Luiz O. Sociologia do lazer. In: ANSARAH, M. G. dos R. Como aprender, como 
ensinar turismo. São Paulo: Senac, 2001. v. 2. p. 235-276.
DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980.
REQUIXA, Renato. Sugestão de diretrizes para uma política nacional de lazer. São Paulo: 
SESC, 1980.
WERNECK, Christiane L. G. Lazer, trabalho e educação: relações históricas, questões 
contemporâneas. Belo Horizonte: UFMG, 2000.
e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 13
Aula 2 | Concepções de lazer
Meta da aula
Apresentar as diferentes concepções de lazer.•	
Objetivo da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. listar as diferentes concepções de lazer.
Pré-requisito
Separe prancheta e papel para fazer a atividade desta aula.•	
Iniciando a aula...
Nesta segunda aula, nossa meta é apresentar para você as diferentes concepções 
de lazer, estabelecidas por estudos especializados. Para tanto, esperamos que, 
após a leitura desta aula, você esteja pronto para listar essas concepções. Você vai 
rever alguns termos empregados para lazer, em várias línguas (francês, inglês e 
espanhol) já vistos na aula anterior e, agora, também em grego – paidéia – signi-
ficando recreio e divertimento. Nessa etapa, especialistas destacam dois elemen-
tos fundamentais nas concepções de lazer: o trabalho e o tempo.
Conforme estudamos na história do lazer, podemos ver que as mudanças de 
valores e de costumes no mundo moderno vão constituindo, também, novos 
conceitos de trabalho/trabalhadores e, consequentemente, novas vinculações 
entre ócio e negócio, o que leva, portanto, a novas concepções de lazer.
Estou certo de que você fará uma agradável leitura e aproveitará bastante a 
segunda aula do curso.
Desejo-lhe um bom estudo e mais um tempo de aprendizado motivado, 
alegre e produtivo.
Turismoe-Tec Brasil 14
Concepções de lazer
O termo lazer não apresenta consenso relativo ao seu conceito, nem uma 
compreensão unânime. Portanto, apresentamos a seguir as concepções vei-
culadas por especialistas acerca do tema e que são necessárias ao desenvol-
vimento desta seção.
O lazer, desde a antiguidade grega, aparece como referência a dois elementos:
o trabalho, entendido como execução de tarefas e atividades necessárias a) 
à sobrevivência, e
o tempo, como intervalo, período ausente de atividades laborais, neces-b) 
sário à recuperação das forças do trabalho e de alívio das tensões que 
dele resultam.
Dumazedier (1976) utiliza a expressão “tempo livre” para designar e definir 
o lazer como vivência destituída de obrigatoriedade profissional, familiar e 
social, nos períodos livres dessas obrigações. Lazer é o conjunto de ocupa-
ções, às quais o indivíduo pode entregar-se de livre e espontânea vontade, 
seja para:
repousar;•	
Si
na
n 
A
ca
r
Fonte: www.sxc.hu/photo/976588
divertir-se;•	
recrear;•	
entreter-se;•	
Joffre Dumazedier
(1915-2002)
Sociólogo francês pioneiro 
nos estudos do lazer e de 
formação.
Fonte: http://pt.wikipedia.
org/wiki/Joffre_Dumazedier 
(acesso em 06 de junho de 
2008).
Glossário
e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 15
desenvolver sua informação desinteressada;•	
Sa
nj
a 
G
je
ne
ro
Fonte: www.sxc.hu/photo/974637
participar voluntariamente de alguma ação social;•	
Io
fo
to
Fonte: www.sxc.hu/photo/993880
desenvolver sua capacidade criadora.•	
So
ot
ya
ng
el
’s
Fonte: www.sxc.hu/photo/597543
Turismoe-Tec Brasil 16
Marcellino (1996) sugere a substituição da expressão “tempo livre” por 
“tempo disponível”, porque todo e qualquer tempo que o indivíduo dispo-
nha está submetido à regulamentação do convívio, a regras e leis sociais. 
Para o mesmo autor,
[...] apesar da polêmica sobre o conceito, a tendência que 
se verifica na atualidade sobre os estudiosos do lazer é 
considerá-lo tendo em vista os dois aspectos – tempo e 
atitude [...]. Considerado do ponto de vista histórico, tem-
po algum pode ser entendido como livre de coação ou 
normas de conduta social. Talvez fosse mais correto falar 
em tempo disponível. Mesmo assim, permanece a questão 
da consideração do lazer, como esfera permitida e contro-
lada da vida social, que provocaria a morte do lúdico, e a 
ocorrência do lazer marcada pelas mesmas características 
alienantes verificadas em outras áreas de atividade huma-
na (MARCELLINO, 1996, p. 9).
Além disso, o conteúdo de algumas atividades dificilmente permitiria clas-
sificá-lascomo atividades de obrigação ou atividades voluntárias. Um dos 
critérios sugeridos para caracterizar a atividade de lazer é a atitude do sujeito 
em relação à atividade vivenciada.
[...] aquilo que pode ser altamente atraente e prazeroso 
para uma pessoa não raro significa tédio ou desconfor-
to para outros indivíduos. [...] O lazer considerado como 
atitude será caracterizado pelo tipo de relação verificada 
entre o sujeito e a experiência vivida, basicamente a satis-
fação provocada pela atitude (MARCELLINO, 1996, p. 8).
Na concepção do autor, o caráter desinteressado dessa vivência é funda-
mental para ser caracterizado como lazer, e o tempo disponível pode ser 
empregado na atividade prática ou contemplativa. O objetivo principal é a 
satisfação do indivíduo. A liberdade (voluntária) de escolha para o tempo 
de lazer é o argumento mais utilizado, mesmo considerando suas restrições 
em algumas situações. As atividades de lazer foram agrupadas, segundo as 
seguintes funções básicas:
Educativas, caracterizadas pelo interesse próprio ampliando novas expe-•	
riências e novos conhecimentos, como, por exemplo, o seu prazer de sair 
Nelson Carvalho 
Marcellino 
(1950)
Sociólogo, mestre em 
Filosofia da Educação e 
doutor em Educação. Há 
mais de vinte e seis anos 
desenvolve ações e estudos 
na área do lazer. Entre 
artigos e livros tem mais de 
uma centena de trabalhos 
publicados, destacando-se 
entre eles os livros Lazer 
e Humanização, Lazer e 
Educação, Pedagogia da 
animação, entre outros.
Fonte: Marcellino (2002)
Glossário
e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 17
do trabalho e estudar, participar, resolver as atividades da segunda aula 
de nosso curso.
De ensino, que compreende a assimilação ou aprendizagem das normas •	
culturais, das normas de convivência social ou de comportamento.
Integrativas, que têm por objetivo formar ou solidificar os grupos, prin-•	
cipalmente os familiares, de amizade/companhia, de interesses comuns, 
pertencer a um grupo ou de ser reconhecido.
Recreativas, que compreendem a atividade relacionada ao descanso •	
psicológico e físico.
Culturais, que se referem à compreensão e à assimilação dos valores cul-•	
turais ou à criação de novos.
Compensadoras, que seriam as atuações de alguma forma, levando a •	
pessoa a uma atitude de “viver tudo aquilo que, em outras situações, 
não pôde ser realizado”
O acesso ao tempo livre vincula-se ao tempo industrial e possui como prin-
cipal característica o repouso e a recuperação do trabalho. Como exemplo, 
podemos citar o adulto que sabe diferenciar os seus lazeres de sua atividade 
profissional, mesmo que encontre prazer. Isto é, o lazer é diferente de traba-
lho, é tempo de repouso reparador e de atividades que possuem valor em si.
Em nossa sociedade de consumo, as vivências de lazer e de turismo se torna-
ram parte de um estilo de vida, fazendo com que alguns setores da econo-
mia da indústria cultural se expandissem rapidamente: o cinema, os parques 
temáticos, o turismo global, os centros de lazer, a moda, a culinária e os 
shopping centers.
A
nn
a 
M
ar
ia
 L
op
ez
 L
op
ez
Pa
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 S
zu
st
ka
Fonte: www.sxc.hu/photo/444174 Fonte: www.sxc.hu/photo/973681
Sociedade de consumo
É aquela que se encontra 
em uma avançada etapa de 
desenvolvimento industrial 
e se caracteriza pelo 
consumo maciço de bens e 
serviços.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 18
C
ris
ti 
M
od
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an
Ri
ca
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o 
Va
sq
ue
z
Fonte: www.sxc.hu/photo/673678Fonte: www.sxc.hu/photo/1006764
Ze
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 L
or
en
zo
Fonte: www.sxc.hu/photo/946597
M
ah
ja
be
en
 M
an
ka
ni
Fonte: www.sxc.hu/photo/999929
Figura 2.1: Exemplos de locais de lazer.
Para análise da palavra lazer, podem ser apontadas três tendências:
Primeira: o que caracteriza o lazer é a ideia de permissão para atuar. O •	
lazer seria apontado como um conjunto de atividades, nas quais proibi-
ções, restrições, censuras e repressão são ausentes.
Segunda: mostra a ausência de impedimento de ordem temporal no la-•	
zer, o que nos remete à ideia de lazer como um tempo livre, sem restri-
ções ou compromissos.
Terceira: noção de qualidade de ordem subjetiva, em que o lazer seria •	
constituído por atividades livremente escolhidas, ou seja, autônomas, 
agradáveis e com benefícios físicos e psicológicos.
A mudança na organização do trabalho na Revolução Industrial favoreceu o 
surgimento do lazer como “uma liberação periódica do trabalho no fim do dia, 
da semana, do ano ou da vida de trabalho” (DUMAZEDIER, 1999, p. 28).
e-Tec BrasilAula 2 | Concepções de lazer 19
Você também já deve ter contado os dias para a chegada do final de semana, 
não é mesmo?
M
ax
im
e 
Pe
rr
on
 C
ai
ss
y
Fonte: www.sxc.hu/photo/544232
Atividade
Atende ao Objetivo 1
Depois desta leitura, você deve ter pensado sobre as concepções de “lazer”, 
confrontando-as com o que você sempre achou acerca do significado da 
palavra.
E agora, como você vê o lazer? Que tal fazer uma enquete em sua família e 
em seu bairro, perguntando para os vizinhos e amigos: Qual sua concepção 
de lazer? Faça isso com pelo menos três pessoas, além de você mesmo. Classi-
fique as respostas encontradas dentro das concepções estudadas nesta aula.
Agora, papel, prancheta, caneta na mão e boa pesquisa!
Resumo
As concepções de lazer aqui estudadas não são perfeitas nem pretendem •	
ser. Devem ser consideradas, antes de tudo, como guia para que o pro-
fissional da área possa estabelecer confrontos entre as diferentes visões 
e momentos.
Mesmo diante das diferentes concepções sobre o lazer, o tema se destaca •	
no contexto social e chama a atenção para as possibilidades de interven-
ção e conscientização da população e dos poderes públicos constituídos.
Turismoe-Tec Brasil 20
Resposta da atividade
Atividade
Claro que aqui teremos respostas diversas para as concepções de lazer em 
nosso cotidiano. Provavelmente, aparecerão respostas distintas e, agora, sua 
função é classificá-las dentro das concepções estudadas. Se ainda restar al-
guma dúvida, fale com o seu tutor.
Referências bibliográficas
DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980.
MARCELLINO, N.C. Estudo do lazer: uma introdução. 3.ed. Campinas, SP: Autores 
Associados, 2002 (Coleção Educação Física e Esportes).
MARCELLINO, N.C. Estudo do lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores Associados, 
1996.
SESC, 1980.
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 21
Aula 3 | Conteúdos de lazer
Meta da aula
Apresentar os conteúdos de lazer.•	
Objetivos da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. conceituar conteúdo de lazer;
2. reconhecer e aplicar os diferentes conteúdos de lazer. 
Pré-requisito
Para esta aula, você precisa relembrar as concepções de lazer apre-
sentadas na Aula 2. Isso o ajudará a compreender melhor o tema 
da nossa aula de hoje, os conteúdos de lazer. 
“Diversão é solução sim, 
Diversão é solução pra mim” 
(Nando Reis e Sérgio Britto)
Diversão deve fazer parte da vida de todas as pessoas, não é mesmo? 
Todas as pessoas deveriam ter direito a momentos de diversão e lazer. Afinal, 
para que uma pessoa se sinta completa e satisfeita com sua vida, ela deve ter 
algumas horas destinadas a diversão e lazer, além das suas obrigações com 
o trabalho e suas responsabilidades com a família.
Nesta aula, vamos tratar dos conteúdos das atividades de que normalmente 
as pessoas se ocupam quando estão livres de tarefas relacionadas ao traba-
lho: os conteúdos de lazer. Essas atividades, de acordo com o tipo de lazer 
que oferecem, isto é, de acordo com o seu conteúdo, vão teruma determi-
nada classificação. Apresentaremos as características e a classificação dos 
conteúdos de lazer, destacando a visão de especialistas no assunto presente 
Turismoe-Tec Brasil 22
na maioria das publicações sobre o tema, tanto no meio impresso quanto 
no digital. 
Como vimos na Aula 2, a concepção ainda dominante, surgida a partir da 
Revolução Industrial, é a de que o lazer é considerado uma necessidade das 
pessoas na recomposição das forças de trabalho. Ele também se destaca 
como um mercado de trabalho amplo e promissor na área turística. 
O lazer e o turismo são fenômenos que vêm ganhando destaque no cotidia-
no da vida moderna. As pessoas vão, aos poucos, dando mais importância a 
esses aspectos de sua vida, pois percebem o quanto o lazer proporciona bem-
estar em suas vidas. Atualmente, alguns empresários e administradores de 
empresa já se preocupam com o bem-estar de seus funcionários, oferecendo-
lhes atividades de lazer, pois já entenderam que quando a equipe está bem 
produz mais e melhor e encontra soluções criativas para problemas antigos. 
 
Você já ouviu a expressão “ócio criativo”? 
Ócio é uma palavra de origem latina (otiu) que significa descanso ou 
folga do trabalho. A expressão “ócio criativo” foi cunhada pelo so-
ciólogo italiano Domenico De Masi. Os estudos desse sociólogo cau-
saram muito alvoroço no mundo do trabalho, pois ele questionou a 
forma de organização das empresas. Ele defende que as empresas 
se reestruturem e que haja a diminuição da jornada de trabalho. E 
acrescenta: se há desemprego, o ideal seria diminuir o horário de 
trabalho das pessoas, de forma que mais pessoas pudessem ser con-
tratadas e ninguém ficasse sobrecarregado com suas obrigações. 
Ele afirma o seguinte em seu livro O Ócio Criativo:
“O ócio criativo é uma arte que se aprende e se aper-
feiçoa com o tempo e com o exercício. Existe uma 
alienação por excesso de trabalho pós-industrial, as-
sim como existia uma alienação por excesso de ex-
ploração pelo trabalho industrial. É necessário apren-
der que o trabalho não é tudo na vida e que existem 
outros grandes valores: o estudo para produzir saber; 
a diversão para produzir alegria; o sexo para produzir 
prazer; a família para produzir solidariedade etc.”
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 23
 
Enfim, ele revolucionou o pensamento contemporâneo acerca do 
trabalho. 
Ele escreveu vários livros sobre o assunto. Desenvolvimento sem 
Trabalho, A Emoção e a Regra, O Ócio Criativo e O Futuro do Traba-
lho são alguns deles, caso você queira conhecer mais suas ideias.
 
Então, vamos conhecer o atraente mundo do lazer? Esperamos que esta 
aula aumente ainda mais o seu interesse pelo tema, fundamental para sua 
formação em técnico em turismo. 
Conteúdos de lazer
Todos nós sabemos a diferença entre fazer algo porque temos a obrigação e 
fazer por estarmos motivados por nossa vontade, porque queremos fazê-lo, 
não é verdade? 
Que ideia lhe vem à mente quando você vê a imagem adiante? 
Fonte: www.sxc.hu/photo/1027303
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Bem, muitas ideias devem ter passado pela sua cabeça...
Uma história possível para esse personagem é a seguinte: ele deve ser um 
executivo, um trabalhador de escritório, que acabou de sair do seu ambien-
te de trabalho e está se sentindo livre por isso. Ele provavelmente deve ter 
trabalhado muito, deve ter resolvido muitos problemas e deve estar aliviado 
Turismoe-Tec Brasil 24
por ter algum tempo livre para descansar ou se divertir. Enfim, ele terá algu-
mas horas de lazer e deve ter várias opções disponíveis para escolher. Afinal, 
todos merecem um descanso, não é mesmo? 
Lembra-se do especialista em lazer que você conheceu na Aula 2, o profes-
sor Nelson de Carvalho Marcellino? Para ele, a realização de qualquer ati-
vidade de lazer envolve a satisfação de aspirações dos seus praticantes. Ou 
seja, podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das 
pessoas como uma forma de satisfação e de prazer, uma escolha pessoal que 
proporcione sensação agradável e que provavelmente permanecerá presente 
na memória. 
Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e hábitos 
que orientam sua vida. Muitas vezes esse estilo de vida acaba gerando al-
gumas tensões que se refletem no corpo e na mente. É comum, então, que 
a pessoa procure alívio dessas tensões buscando alternativas muitas vezes 
em algum conteúdo de lazer, para reencontrar o equilíbrio do seu corpo e/
ou da sua mente. 
Você nunca ouviu um relato de alguém que teve um problema de saúde por 
não ter um estilo de vida adequado e que, após o episódio, teve que mudar 
radicalmente sua rotina, incorporando novos hábitos? 
Com o conteúdo de lazer selecionado (ou indicado) na medida certa, este 
surge como forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de bem-
estar físico ou mental. O lazer muitas vezes é indicado por profissionais de 
saúde como forma de contribuir na prevenção e/ou tratamentos de saúde. 
Ele vem se destacando como fator importante para a recuperação e o apri-
moramento de problemas físicos e mentais. E, no que se refere ao trabalho 
coletivo, revela-se como um poderoso agente de integração social. 
Você já deve ter ouvido ou lido a seguinte frase:
Estilo de vida
A forma como as pessoas se 
relacionam com o mundo. 
Envolve um conjunto de 
decisões individuais que 
têm reflexo no dia a dia. 
De acordo com o que 
o ambiente oferece, o 
indivíduo faz escolhas que 
vão definir o seu estilo de 
vida. Podemos perceber o 
estilo de vida das pessoas 
observando suas atitudes e 
seus hábitos. 
Glossário
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 25
– Você está estressado? 
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Fonte: www.sxc.hu/photo/692911
– Então, vá pescar!
Fonte: www.sxc.hu/photo/969131
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Turismoe-Tec Brasil 26
Pois bem, a pescaria é uma atividade que compõe um dos conteúdos de lazer.
A diversidade de conteúdos de lazer atende aos distintos interesses dos indiví-
duos. O que move a escolha de uma pessoa por determinada atividade é o seu 
interesse e a sua afinidade pelo conteúdo de lazer que a atividade apresenta. 
Segundo Dumazedier (1980), o que permite a classificação dos conteúdos 
é a identificação de qual aspiração ou desejo principal dos indivíduos a ati-
vidade atende. 
 
Sociologia Empírica do Lazer é mais um livro do sociólogo francês 
Joffre Dumazedier, que se dedicou ao estudo sobre o tema “lazer”, 
do qual falamos na Aula 2.
 
A classificação dos conteúdos de lazer mais aceita e utilizada pela maioria 
dos especialistas no assunto se distingue em seis áreas fundamentais:
interesses artísticos; 1) 
interesses intelectuais;2) 
interesses físicos; 3) 
interesses manuais; 4) 
interesses turísticos; 5) 
interesses sociais. 6) 
Interesses artísticos
O campo de domínio dos interesses artísticos é o imaginário, isto é, o estímu-
lo à imaginação, despertando as emoções e os sentimentos nas pessoas. Por 
exemplo, você já deve ter se emocionado num momento de beleza estética. 
Essa emoção tanto pode ser alegre ou triste. Vai dizer que você nunca teve seus 
olhos marejados de lágrimas ao ouvir uma música, aquela que traz à lembran-
ça algum momento especial de sua vida? 
Estética
Tem sua origem derivada 
da palavra grega aisthésis, 
que significa percepção 
e sensação. Platão e 
Aristóteles, importantes 
filósofos da Grécia Antiga 
(cerca de 5 mil anos a.C.), 
foram os primeiros a pensar 
sobre os sentimentos que a 
beleza desperta nas pessoas 
e sobre o porquê de tal 
coisa ser considerada bela. 
Eles desenvolveram um 
ramoda Filosofia que se 
chama Estética, que estuda 
o que é arte, as diferentes 
manifestações artísticas e a 
produção das emoções que 
a arte desperta nas pessoas.
Glossário
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 27
As atividades desse campo de interesse têm conteúdo estético e configuram 
a busca da beleza e do encantamento. Enfim, abrangem todas as formas de 
manifestações artísticas, como, por exemplo, a música, a dança, o teatro, o 
cinema etc.
Fonte: www.sxc.hu/photo/1017500
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Fonte: www.sxc.hu/photo/905436
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Figura 3.1: Atividades e locais que atendem aos interesses artísticos das pessoas. 
Turismoe-Tec Brasil 28
Interesses intelectuais
Nos interesses intelectuais, o que as pessoas buscam é conhecer o mundo, 
procurando informações objetivas e explicações racionais. Elas desejam ativi-
dades que deem ênfase ao conhecimento vivido, experimentado.
Alguns exemplos de atividades que atendam a esses interesses são: cursos de lín-
guas, leituras, jogos de raciocínio, palestras e cursos desvinculados do trabalho.
O que move a pessoa para tais atividades é a exploração e o contato com a 
realidade, o prazer em desvendar o mundo. Normalmente esse tipo de pessoa 
é considerado um curioso que está sempre em busca de explicações e infor-
mações para que possa conhecer cada dia mais o mundo e o ser humano. 
Fonte: www.sxc.hu/photo/1019383
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Fonte: www.sxc.hu/photo/840757
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e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 29
Fonte: www.sxc.hu
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Figura 3.2: Imagens de atividades que satisfazem a interesses intelectuais. 
 
Você conhece o jogo de RPG?
RPG, do inglês, sigla de Role Playing Game (Jogo de Personificação 
de Papéis), é um jogo de vivências de personagens, muito diferen-
te dos outros jogos em geral. Sua primeira versão surgiu em 1974, 
com o lançamento do Dungeons & Dragons (em português, Mas-
morras e Dragões). Ao final dos anos 70, o jogo já era uma atração 
bastante popular e adquiriu um formato de desenho animado com 
o nome Caverna do Dragão. Podemos assistir, no filme Mazes and 
Monsters (1980), ao personagem vivido por Tom Hanks participan-
do de uma aventura de RPG. 
 
O jogo exige dos participantes muita imaginação e estratégia e, diferen-
temente dos outros, não há vencedores ou perdedores. Há um jogador 
orientador ou narrador, que acompanha e comanda a aventura dos outros 
jogadores personagens, de acordo com as regras do sistema escolhido. A 
partir das definições iniciais, como as características dos personagens e a 
delimitação das regras que nortearão o jogo, é dada a partida à aventura. 
Mais informações podem ser obtidas no site www.rpgonline.com.br/, no 
qual podemos até mesmo criar um personagem e vivenciar uma aventura.
Turismoe-Tec Brasil 30
Interesses físicos
As práticas esportivas, os passeios, a pesca, a corrida, a ginástica, os alonga-
mentos, ou seja, os exercícios físicos em geral, incluindo as diversas modali-
dades esportivas, constituem o campo dos interesses físicos. 
As atividades deste campo têm a característica de atrair o interesse de pes-
soas com diversos estilos de vida, pois estão associadas à conquista de saúde 
e bem-estar. E existem várias opções de atividades para atender aos diver-
sos interesses. Por exemplo, há caminhadas ou passeios ecológicos, passeios 
ciclísticos, os chamados raftings, que são as descidas em balsas pelos rios, 
enfim, uma variedade de opções, que atende aos mais variados gostos e 
preparos físicos.
O Técnico em Turismo deve estar muito atento à adequação da atividade à 
condição física das pessoas participantes, pois algumas atividades podem exigir 
mais condicionamento físico do que normalmente as pessoas têm e colocar em 
risco a saúde. Para outras pessoas, certas atividades podem ser consideradas 
“muito fáceis”, o que pode desestimular a prática e o envolvimento. Assim, é 
fundamental tomar cuidado com a intensidade do esforço e o grau de movi-
mentação que se vai exigir, respeitando tanto os limites físicos do grupo quan-
to o desejo de cada participante nos conteúdos de lazer.
Fonte: www.sxc.hu/photo/223838
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e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 31
Fonte: www.sxc.hu/photo/915227
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Fonte: www.sxc.hu/photo/977387
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Fonte: www.sxc.hu/photo/710870
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Figura 3.3: Diferentes opções de atividades que atendem a pessoas motivadas pelo 
interesse físico. 
Turismoe-Tec Brasil 32
Atividade 1
Atende ao Objetivo 2
Vamos ajudar o turista a encontrar no qua-
dro a seguir os conteúdos de lazer estuda-
dos até o momento?
A G T S R E D F G B N A S D
W I Q R A F I S I C O C E D
F I O P D F G H J K A G E I
A S I P O I U P L A R I D E
P A R T I S T I C O R I Y T
Z A D E R O P I T Y N U J U
S D I N T E L E C T U A L A
X A S E D I T U W E Q T U Y
Atividade 2
Atende aos Objetivos 1 e 2
Pelo que você leu até agora, considerando o conceito de conteúdos de lazer, 
marque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.
( ) A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfa-
ção de aspirações dos seus praticantes.
( ) Podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das 
pessoas como uma atividade de seu interesse que lhe dá satisfação 
e prazer.
( ) A escolha de lazer feito pelo chefe imediato na empresa propor-
ciona uma sensação agradável a todas as pessoas da equipe na 
empresa.
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 33
( ) Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e 
hábitos que orientam sua vida. 
( ) Geralmente, o estilo de vida não interfere ou gera tensões que pos-
sam refletir no corpo e na mente das pessoas.
( ) A realização de qualquer atividade de lazer nem sempre envolve a 
satisfação de aspirações dos seus praticantes.
( ) Com o conteúdo de lazer selecionado na medida certa, este surge 
como uma forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de 
bem-estar físico ou mental.
( ) O conteúdo de lazer, muitas vezes indicado por profissionais de saú-
de, vem se destacando como fator importante para a recuperação 
e o aprimoramento de problemas físicos e mentais.
Interesses manuais
O que caracteriza os interesses manuais são o prazer e a habilidade manual, 
isto é, a capacidade de manipulação, quer para transformar ou produzir ob-
jetos ou materiais, como, por exemplo, o artesanato, a pintura e a colagem, 
quer para o cuidado com plantas, como a jardinagem, ou o cuidado com 
animais e outros. 
As atividades manuais proporcionam ótimos momentos de lazer e relaxa-
mento, desde que não estejam vinculadas à formação para o exercício pro-
fissional. Um exemplo que não poderia ser classificado como atividade de 
lazer seria o de alguém que está fazendo um curso de preparo de velas, já 
que essa pessoa tem a intenção de trabalhar vendendo tais produtos.
Atividades que atendam aos interesses manuais devem servir para que o indiví-
duo tome contato e/ou conheça um tipo de manipulação que ele nunca tinha 
experimentado antes. Atividades com conteúdo manual devem ter formato 
leve, que seja agradável ao indivíduo e desperte nele alguma satisfação. 
Turismoe-Tec Brasil 34
Fonte: www.sxc.hu/photo/679219
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Fonte: www.sxc.hu/photo/944838
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Fonte: www.sxc.hu/photo/563453
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e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 35
Fonte:www.sxc.hu/photo/489433
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Figura 3.4: Atividades com conteúdos que atendem a indivíduos com interesses 
manuais. 
Interesses turísticos
Atividades que atendem a esse tipo de interesse são mais fáceis de serem 
percebidas, não é mesmo? Você provavelmente já deve ter participado de 
algum passeio ou viagem a algum lugar. Então, essas atividades que se ca-
racterizam pela quebra da rotina, no período de férias ou de feriado pro-
longado, em que as pessoas saem da cidade onde moram para conhecer 
outros lugares e pessoas, atendem às aspirações dos interesses turísticos. 
Fonte: www.sxc.hu/photo/986229
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Foto com efeitos especiais da Torre Eiffel, em Paris. 
Turismoe-Tec Brasil 36
Fonte: www.sxc.hu/photo/986229
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Stonehenge, monumento de origem desconhecida, localizado na Inglaterra, objeto 
de pesquisa, curiosidade e visitação por turistas de diferentes nacionalidades.
Fonte: www.sxc.hu/photo/936029
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Imagem de Buda, divindade oriental, considerado um espírito iluminado, uma ma-
nifestação divina.
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 37
Fonte: www.sxc.hu/photo/879492
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Pirâmide Chichén Itzá, monumento maia, localizado na cidade de Iucatã, México.
Fonte: www.sxc.hu/photo/813494
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Torre de Belém, à margem do Rio Tejo, em Lisboa, Portugal. 
Figura 3.5: Um mundo de possibilidades que atende aos interesses turísticos.
Turismoe-Tec Brasil 38
Interesses sociais
Atividades que atendem a esse interesse são aquelas em que o elemento 
motivador é exatamente a promoção de encontros como festas, reuniões em 
bares, restaurantes, passeios, encontros de associações/turmas e atividades 
turísticas em geral. O que prevalece nas atividades de interesse social é a rela-
ção com o outro, o contato pessoal, isto é, a interação entre os indivíduos.
A formação e a organização de grupos que manifestem preferencialmente 
interesse social não devem ser menosprezadas, e sim consideradas como 
atividades com objetivos menores. Esse tipo de atividade pode ser oferecido 
a empresas para promover a interação de suas equipes. 
Fonte: www.sxc.hu/photo/460195
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Fonte: www.sxc.hu/photo/796090
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Fonte: www.sxc.hu/photo/777662
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Fonte: www.sxc.hu/photo/648899
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Figura 3.6: Atividades que atendem aos interesses sociais dos indivíduos.
Atividade 3
Atende aos Objetivos 1 e 2
Agora que você já conhece a classificação completa dos conteúdos, exercite 
o que aprendeu com esta atividade! Numere a 2ª coluna, classificando as 
atividades de acordo com o interesse principal atendido:
exposição dos pintores representativos da Semana de Arte Moderna no 1. 
principal museu da cidade 
Turismoe-Tec Brasil 40
caminhada por trilha no bosque até o topo do morro Oco, onde se avista 2. 
toda a cidade
palestra sobre as últimas descobertas das pesquisas de célula-tronco/pa-3. 
lestra sobre as angústias do homem contemporâneo 
visita à cidade serrana, onde acontece anualmente a Festa do Tomate4. 
oficina de reciclagem de papel, por ocasião do Dia Nacional do Meio 5. 
Ambiente 
passeio de trem até a cidade histórica mais próxima 6. 
( ) interesse físico
( ) interesse estético
( ) interesse intelectual
( ) interesse turístico
( ) interesse manual
( ) interesse social 
“A gente não quer só comida, a gente quer 
saída para qualquer parte” (Titãs) 
O professor Nelson de Carvalho Marcellino diz que:
[...] o ideal seria que cada pessoa praticasse atividades que 
abrangessem os vários grupos de interesses, procurando 
assim exercitar, no tempo disponível, a imaginação, o cor-
po, o raciocínio, as habilidades manuais, conhecer outros 
lugares e costumes e o relacionamento social, onde, com 
quem e da maneira que quisesse.
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 41
O que se verifica, segundo o mesmo autor, é que as pessoas geralmente 
restringem suas atividades de lazer a determinado campo de interesse. E isso 
acontece porque elas desconhecem outras possibilidades. 
O técnico em turismo deve estar atento e com a sensibilidade aguçada para 
perceber o que as pessoas estão querendo, isto é, deve permanecer sensível 
para captar o desejo delas. Também deve conhecer muito bem o conteúdo 
das atividades e saber ressaltar o que é atraente e diferencial na atividade, 
envolvendo e estimulando a participação das pessoas. 
Você, como técnico em turismo, deve estar com seu foco voltado para as 
opções de lazer existentes na cidade em que trabalha. Pode verificar o que 
a cidade já oferece de atividades de lazer e sondar potenciais ainda não de-
senvolvidos. Quem sabe você não pode desenvolver um programa inédito de 
atividades, associando empresários de lazer com empresários de outro setor 
que têm em sua organização pessoas com interesses e aspirações nunca 
antes atendidas. 
Esteja certo de que informar e conscientizar as pessoas para os CONTEÚDOS 
de lazer serão os desafios fundamentais no cotidiano de sua futura vida 
profissional. 
Atividade 4
Atende aos Objetivos 1 e 2
A seguir há algumas perguntas. Busque responder elaborando uma espécie 
de relatório. Depois, leve suas anotações para discutir com seus colegas e 
tutor no polo e, assim, compartilhar as informações que obteve.
Qual(ais) dos conteúdos de lazer chama(m) mais sua atenção para seu a) 
tempo disponível ou livre?
Já pensando em sua futura atuação profissional, qual(ais) dos conteúdos b) 
de lazer apresentados na aula chama(m) mais sua atenção para uma pos-
sível aplicação de forma individual ou em grupo?
Turismoe-Tec Brasil 42
Agora, que tal fazer um levantamento sobre os interesses de conteúdos c) 
de lazer de seus familiares e amigos? Converse com algumas pessoas 
da sua família e com amigos e busque levantar informações sobre seus 
interesses com relação aos conteúdos de lazer. Após anotar todas as in-
formações obtidas, busque identificá-las e relacioná-las conforme a clas-
sificação dos conteúdos estudados nesta aula. 
Resumo
A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfação das •	
aspirações dos seus praticantes. 
O lazer, bem selecionado ou indicado, surge como forma de satisfação •	
pessoal, como uma sensação de bem-estar físico ou mental.
Os conteúdos de lazer estão divididos em seis interesses: •	
artísticos (levar a cada um a percepção das peculiaridades das artes, –
de cada manifestação em sua diversidade artística); 
intelectuais (a busca do prazer está diretamente relacionada à ativida- –
de de pensar, refletir, como jogar xadrez, por exemplo);
físicos (os esportes e os exercícios físicos em geral estão entre os conteú- –
dos mais procurados e mais divulgados pelos meios de comunicação);
manuais (centrados na manipulação de objetos); –
turísticos (caracterizam-se pela quebra da rotina, no período de férias –
ou de feriado prolongado, em que as pessoas saem da cidade onde 
moram para conhecer outros lugares e pessoas); 
 sociais (destacam-se aqui os encontros entre as pessoas em ambien- –
tes como os bares, os restaurantes e as festas em geral). 
As pessoas geralmente restringem suas atividades de lazer a um campo •	
único de interesse.
O desafio de informar e conscientizar as pessoas para os CONTEÚDOS •	
de lazer é fundamental no dia a dia da vida profissional do futuro técnico 
em turismo. 
e-Tec BrasilAula 3 | Conteúdos de lazer 43
Respostas das atividades
Atividade 1
A G T S R E D F G B N A S D
W I Q R A F I S I C O C E D
F I O P D F G H J K A G E I
A S I P O I UP L A R I D E
P A R T I S T I C O R I Y T
Z A D E R O P I T Y N U J U
S D I N T E L E C T U A L A
X A S E D I T U W E Q T U Y
Atividade 2
(V) A realização de qualquer atividade de lazer deve envolver a satisfação 
de aspirações dos seus praticantes.
(V) Podemos entender o lazer presente no tempo livre ou disponível das 
pessoas como uma atividade de seu interesse que lhe dá satisfação e 
prazer.
(F) A escolha de lazer feito pelo chefe imediato na empresa proporciona 
uma sensação agradável a todas as pessoas da equipe na empresa.
(V) Cada pessoa tem um estilo de vida próprio, isto é, adota atitudes e 
hábitos que orientam sua vida. 
(F) Geralmente, o estilo de vida não interfere ou gera tensões que pos-
sam refletir no corpo e na mente das pessoas.
(F) A realização de qualquer atividade de lazer nem sempre envolve a 
satisfação de aspirações dos seus praticantes.
(V) Com o conteúdo de lazer selecionado na medida certa, este surge 
como uma forma de satisfação pessoal, resultando na sensação de 
bem-estar físico ou mental.
(V) O conteúdo de lazer, muitas vezes indicado por profissionais de saú-
de, vem se destacando como fator importante para a recuperação e o 
aprimoramento de problemas físicos e mentais.
Atividade 3
(2) interesse físico
(1) interesse estético
Turismoe-Tec Brasil 44
(3) interesse intelectual
(6) interesse turístico
(5) interesse manual
(4) interesse social 
Atividade 4
Nesta atividade, respondendo à questão a, você deve apresentar os conteú-
dos de lazer que mais se destacam entre as suas preferências.
Já na resposta à pergunta b, você deve citar aquelas que chamam sua aten-
ção como futuro profissional em turismo, ou seja, em qual dos conteúdos 
você gostaria de atuar e como.
Na resposta à questão c, você precisa ir a campo para fazer o levantamento 
entre familiares e amigos sobre os seus interesses nos conteúdos de lazer. 
Você deve relacioná-los e fazer a sua classificação, como, por exemplo:
Pedro Lucas, primo, 17 anos, gosta de jogar futebol nos finais de semana.
Classificação: interesse físico.
O cumprimento desta atividade será muito útil para a sua familiarização com 
os conteúdos estudados na aula, dando-lhe uma bagagem de informações 
práticas para reflexões e discussões com os demais alunos do polo, no en-
contro presencial do módulo.
Referências bibliográficas
DUMAZEDIER, Joffre. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980.
MARCELLINO, N. C. Estudo do Lazer: uma introdução. 3. ed. Campinas, SP: Autores 
Associados, 2002 (Coleção Educação Física e Esportes).
MARCELLINO, N.C. Estudo do Lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores Associados, 
1996.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 45
Aula 4 | Espaço urbano e equipa-
mentos de lazer
Meta da aula
Apresentar os equipamentos de lazer.•	
Objetivos da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. estabelecer quais são as normas para o planejamento de equi-
pamentos e serviços coletivos que atendem à população;
2. classificar os vários equipamentos de lazer de forma precisa.
Pré-requisitos
Para o estudo desta aula é necessário que você tenha uma •	
prancheta ou um bloco de anotações, papel e caneta, pois fa-
remos uma atividade prática.
“A gente não quer só comida... A gente quer 
comida, diversão e arte...”
Certamente, você já foi a um parque municipal ou outro qualquer e observou 
as pessoas que o frequentam. Você deve ter percebido que nele vão crianças, 
adolescentes, adultos e idosos e que, independentemente de serem ricos ou 
pobres, todos utilizam o mesmo espaço. Nesses espaços, cada um faz o que 
quer: caminha, corre, joga bola, anda de bicicleta, lê, joga xadrez ou, simples-
mente, vai para descansar, ver o movimento de pessoas, relaxar.
Turismoe-Tec Brasil 46
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Fonte: www.sxc.hu/photo/1037355
Figura 4.1: Seja pobre, rico, jovem ou idoso, os equipamentos de lazer públicos são 
para todos e para os mais variados tipos de atividades.
Mas, infelizmente, não são todas as cidades que dispõem desse espaço aber-
to, e de boa qualidade, para o lazer de sua população. No planejamento 
habitacional de grande parte das nossas cidades, em especial os destinados 
à população de baixa renda, esse espaço para o lazer é quase inexistente. 
Nesses espaços, muitas vezes ignorados por seus administradores, é onde 
estão ou deveriam estar constituídos os chamados equipamentos de lazer. 
Esses equipamentos têm a finalidade de atender a todas as classes sociais e 
servir de fator de integração da comunidade, do bairro, da cidade.
Dentro de um equipamento de lazer as pessoas buscam fazer o que elas gos-
tam. Um playground, um clube, um parque aquático ou temático, quadras 
esportivas, praças públicas, ou até mesmo um cinema ou o próprio lar, são 
exemplos de equipamentos de lazer.
Nesta aula, você aprenderá a identificar esses equipamentos de lazer e como 
classificá-los.
Vamos dar mais esse passo rumo à sua certificação como técnico em turismo? 
Mãos à obra!
Considerações sobre o espaço urbano
Na década de 20 foi criado e realizado o primeiro Congresso Internacional 
de Arquitetura Moderna. Na sua 4ª edição, em 1933, na Grécia, foi progra-
mada a “Carta de Atenas”. Essa carta tinha como objetivo apresentar um 
rumo para o estado de desorganização das cidades. Esse documento foi 
elaborado com a ideia de propor um modelo de cidade que atendesse as 
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 47
necessidades básicas de seus moradores e que estas seriam as mesmas em 
todas as partes do mundo. Ou seja, as cidades na Grécia, na Alemanha, na 
Inglaterra, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo deveriam ser organiza-
das para satisfazer quatro necessidades básicas:
habitação: o primeiro dever do planejamento urbano é pôr-se de acordo a) 
com as necessidades dos homens.
lazer: espaços públicos destinados ao lazer não podem ser de uso exclu-b) 
sivo de alguns privilegiados. Pelo contrário, esses espaços devem acolher 
as atividades coletivas da juventude, propiciar uma condição favorável à 
distração, aos passeios ou aos jogos das horas de lazer.
trabalho: as distâncias entre os locais de trabalho e os locais de habitação c) 
devem ser reduzidas ao mínimo.
circulação: as vias de circulação devem ser classificadas conforme a sua d) 
natureza (residencial, pedestres, bicicletas, cavalos e outros) e construí-
das em função de seus veículos e de suas velocidades.
Na Carta de Atenas, afirma-se também que:
A moradia abriga a família e em suas proximidades, como 
seus prolongamentos, devem estar [...] serviços médicos, 
creches, escolas, centros esportivos destinados a propor-
cionar aos adolescentes a trabalhos ou de jogos adequa-
dos à satisfação das aspirações próprias e, para completar 
[...] as áreas próprias à cultura física e ao esporte cotidiano 
de cada um.
E diz ainda que:
Há que exigir que todo o bairro de habitação compor-
te, daqui por diante, a superfície verde necessária para 
a disposição racional dos jogos e desportos infantis, dos 
adolescentes e adultos.
E você, o que acha das recomendações da Carta de Atenas?
Você acha que o planejamento de sua cidade, ou de nossas cidades como 
um todo, segue as orientações da Carta de Atenas?
Turismoe-Tec Brasil 48
No nosso país, na Constituição Federal de 1988 (artigo 182), em seu capítulo 
de política urbana, determina:
Todos os municípios com mais de 20.000 habitantes de-
vem elaborar e aprovar um Plano Diretor, cuja função bá-
sica é explicitar, no âmbito de cada cidade, as condições 
de cumprimento da função social da cidade e da proprie-
dade urbana.
Mas o que seria essePlano Diretor?
É com ele que podemos, de forma técnica e política, fazer valer os nossos 
direitos e buscar a organização de ações para os problemas do espaço urba-
no. Esse é o instrumento utilizado pela administração pública municipal, ou 
seja, pela prefeitura da sua cidade, para a estruturação dos espaços públicos, 
onde estão inseridos os equipamentos de lazer.
Portanto, o Plano Diretor é a nossa “arma”.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
O que é Carta de Atenas? Qual o seu objetivo?a) 
Quais são as quatro necessidades básicas que, segundo a Carta de Atenas, b) 
as prefeituras deveriam considerar para organizar as nossas cidades?
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 49
c) O que é Plano Diretor?
Equipamentos de lazer
O uso do espaço na cidade e a construção dos equipamentos de lazer 
são desafios importantes na melhoria da qualidade de vida da população. 
Os conceitos de espaço de lazer e equipamento de lazer muitas vezes se 
confundem. Você vai encontrar duas maneiras diferentes de entender 
esses conceitos:
os conceitos de espaço de lazer e equipamento de lazer são sinônimos;•	
há uma distinção conceitual entre espaço de lazer e equipamento de lazer.•	
O espaço de lazer é entendido como suporte para os equipamentos de lazer. 
E os equipamentos de lazer são os objetos que organizam o espaço de lazer 
em função de determinada atividade.
Nesta disciplina, vamos considerar que o espaço de lazer é onde estão orga-
nizados os equipamentos de lazer.
Como podemos classificar os equipamentos de 
lazer?
Ao classificar os equipamentos de lazer, podemos levar vários fatores em 
consideração. Aqui estão listados alguns que veremos nesta aula:
finalidade,•	
dimensão, e•	
faixa etária dos frequentadores desses equipamentos.•	
Turismoe-Tec Brasil 50
De acordo com a finalidade, os equipamentos de lazer podem ser classifica-
dos como:
específicos, e•	
não específicos.•	
Equipamentos específicos de lazer. O que é isso?
Quando falamos de equipamentos específicos de lazer estamos consideran-
do aqueles programados ou construídos especificamente para as atividades 
de lazer. Por isso são chamados de equipamentos específicos, que podem 
classificados considerando-se: suas dimensões, interesses e a faixa etária a 
que se destinam. Veja essa classificação na Tabela 4.1.
Tabela 4.1: Classificação dos equipamentos específicos de lazer*
Tipo A B C
Nº Dimensão
(tamanho)
Segundo: Nelson 
Marcellino
Interesse
(conteúdo de lazer)
Segundo: Joffre 
Dumazedier
Idade
(faixa de idade)
Segundo: Heloisa 
Bruhns
1
Exemplos
Microequipamento
teatro, 
cinema
Físico
atividade física, esportes 
em geral, aventura
Infantil
Playground, praças 
públicas
2
Exemplos
Médio equipamento
centro cultural,
centros esportivo
Artístico
museus, 
cinema, teatro
Adolescente
clubes esportivos, 
academias
3
Exemplos
Macroequipamento
parques temáticos
Manuais
jardinagem, 
costura
Adulto
Clubes Associativos, 
parques, academias, 
teatro, cinema
4
Exemplos
Turismo Social
Camping, colônia 
de férias, viagens, 
academia
Intelectuais
xadrez, damas
Idoso
Equipamentos em geral 
usados quando mais 
jovens
5
Exemplos –
Sociais
passeios em grupo, 
excursões, camping
–
*Organizamos a classificação como A, B e C para fins didáticos.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 51
Infelizmente, a grande maioria das nossas cidades não conta com um nú-
mero suficiente desses equipamentos de lazer para atender às necessidades 
da população.
Agora, vamos às descrições mais detalhadas dos três tipos de classificação 
dos equipamentos específicos de lazer.
Classificação do tipo A
Os equipamentos específicos de lazer podem ser classificados em:
microequipamentos: essa denominação é dada em função das dimen-•	
sões dos equipamentos de lazer. No caso dos microequipamentos, como 
o próprio nome indica, essas dimensões são quase sempre reduzidas e 
atendem a um dos conteúdos do lazer. Nas pequenas cidades ou nos 
bairros das grandes cidades, esses equipamentos são necessários para a 
difusão cultural do lazer em conteúdos diversos.
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Fonte: www.sxc.hu/photo/270405
Figura 4.2: Locais como os ateliês de arte, onde podemos aprender pintura, são 
exemplos de microequipamentos de lazer.
equipamentos médios: são chamados de médios pelo mesmo critério •	
de tamanho considerado no tipo de equipamento apresentado anterior-
mente. Esses equipamentos médios também são considerados de atendi-
mento único (exemplo: jogo de voleibol) ou de atendimento diversificado 
(feira cultural) aos interesses do lazer. São exemplos de equipamentos 
médios: centros comunitários, centros culturais e centros esportivos.
Turismoe-Tec Brasil 52
Fonte: http://www.pg.pr.gov.br/index.php?q=gallery&g2_itemId= 
10329&g2_GALLERYSID=d1ec3955b70704231c5bb8459e1ecf51
Figura 4.3: Centros esportivos são exemplos de equipamentos médios. Nele as pes-
soas podem utilizar uma quadra para diferentes esportes, como basquete, vôlei, fu-
tebol e handebol.
macroequipamentos polivalentes: como o próprio nome diz, tratam-se •	
de equipamentos de lazer suficientemente amplos, tanto em tamanho 
quanto em interesse. Esses equipamentos permitem que a população os 
utilize para diferentes interesses. A classificação desses equipamentos é 
dada pelo seu tamanho e finalidade, como os grandes parques, com suas 
construções variadas.
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Fonte: www.sxc.hu/photo/37286
Figura 4.4: Os grandes parques temáticos são exemplos de macroequipamentos 
polivalentes.
turismo social urbano e não urbano: essa é a última classificação tipo A, •	
segundo Nelson Marcellino.
São chamados de equipamentos de turismo social urbano os equipamen-
tos que têm a finalidade de mudar a rotina, o ritmo de vida na cidade. 
Exemplo: colônia de férias.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 53
Já o turismo social não urbano é a busca da mudança do estilo de vida, como 
é o caso do camping.
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Fonte: www.sxc.hu/photo/1153112
Figura 4.5: Os campings são exemplos de turismo social não urbano.
Classificação do tipo B
Na classificação que estamos chamando de B, segundo Joffre Dumaze-
dier, temos as classificações dos equipamentos de conteúdos ou interes-
ses de lazer:
físicos: aqueles que implicam esforço e exercícios do tipo corporal, como •	
as atividades físicas em geral, as esportivas individuais ou coletivas, as 
variadas modalidades de academias, dentre outros.
manuais: aquelas atividades práticas que podem fazer parte do cotidia-•	
no, mas que há prazer em desenvolvê-las, como jardinagem, costura, 
artesanato, culinária, dentre outros.
intelectuais: que têm relação com o cultivo do raciocínio, do intelecto e •	
da cultura, como, por exemplo, jogo de xadrez, damas e outros.
artísticos: que têm a ver com a prática de alguma atividade artística, como •	
visita ao museu, exposição de fotografia, bibliotecas, cinema e outras.
sociais: em geral, todas as atividades de lazer tendem a envolver grupos, •	
mas, aqui, destaca-se a programação de atividades para encontros, como 
festas, encontros em restaurantes, passeios e outros.
Turismoe-Tec Brasil 54
Conteúdos
de lazer Físico Manual Intelectual Artístico Social
Equipamentos
lazer
Quadras e
parques
infantis
Cursos de
jardinagem e
artesanato
Biblioteca
e auditório
Cinema,
teatro,
cineclube,
ateliês de
costura e
de arte
Festas,
encontros em
restaurantes
e passeios
Figura 4.6: Classificação de tipo B, segundo Joffre Dumazedier.
Classificação do tipo C
Agora, vamos ver outras formas declassificá-los de acordo com a idade do 
participante:
infância,•	
adolescência,•	
adulto,•	
idoso.•	
Infância
A Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pelas Nações Unidas de 20 
de novembro de 1959, foi proclamada para que esta “possa ter uma infân-
cia feliz...”.
No seu princípio 7º, a referida Declaração ressalta que:
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brinca-
deiras, os quais deverão estar dirigidos para a educação. 
A sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para 
promover o exercício deste direito.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 55
A Lei nº. 8.069, de 13 de junho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança 
e do Adolescente e, em seu artigo 59, declara que:
Os municípios, com apoio dos estados e da União, esti-
mularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços 
para programações culturais, esportivas e de lazer volta-
das para a infância e a juventude.
A Carta do Lazer, estabelecida no Seminário mundial de Lazer promovido 
pela fundação Van Clé em Bruxelas, no seu artigo 4º, afirma que:
A família, a escola e todos os educadores têm papel determi-
nante a desempenhar quanto da iniciação da criança numa 
atividade lúdica e ativa de lazer, no qual a frequente contra-
dição entre o ensino e a realidade necessita ser eliminada.
Poderíamos enumerar outros documentos oficiais e princípios fixados visan-
do os direitos das crianças e da juventude, mas vamos mencionar apenas 
mais um, o da nossa Constituição de 1988:
É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à 
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o di-
reito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi-
nação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Assim, o que podemos verificar é que há uma distância enorme entre o legal 
e o real. O discurso que sempre ouvimos de nossos representantes políticos, 
eleitos com os nossos votos, não é acompanhado por ações concretas, como 
prega a legislação.
As atividades inerentes às crianças, como, por exemplo, brincar no play-
ground (público ou privado) conduz a experiências culturais, motoras, afeti-
vas e sociais e constitui um direito, previsto na legislação.
Diante da ausência de equipamentos de lazer para as crianças ou da falta 
de segurança nos próprios espaços/equipamentos existentes, os pais muitas 
vezes privam as crianças de brincar em equipamentos públicos. Assim, elas 
Turismoe-Tec Brasil 56
ficam na dependência de um adulto para acompanhá-las aos parques, às 
praças e a outros espaços públicos de lazer. Isso reflete o quanto a questão 
do lazer ainda precisa ser discutida e desenvolvida em nossa sociedade.
www.sxc.hu/photo/909359 www.sxc.hu/photo/493240
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Figura 4.7: Toda criança tem direito à diversão e ao lazer. Por isso é tão importante 
que os governantes deem atenção aos espaços públicos de lazer, de forma a garantir 
esse direito.
Adolescência
Nessa fase da vida, os equipamentos de lazer passam a ter outros significados 
para os desafios da idade. Na adolescência, é comum as atividades esporti-
vas competitivas, como os jogos esportivos, como basquetebol, voleibol, fu-
tebol, saltos, arremessos e outros. Mesmo que alguns desses equipamentos 
se repitam, nessa idade eles têm conotações diferentes em relação à forma 
e à intensidade de uso. Clubes associativos, quadras escolares, quadras par-
ticulares, parques e praças públicas, associação de bairros, clube de boliche, 
pista de patinação e academias também são exemplos dessa classificação.
Assim, para os adolescentes, devido às mudanças hormonais que modificam 
o corpo e os interesses, os equipamentos de lazer passam a ter outros signi-
ficados. Eles os utilizam para promover a reunião de grupos e relaxar depois 
das atividades escolares.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 57
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Fonte: www.sxc.hu/photo/1030865
Figura 4.8: Os adolescentes procuram os espaços de lazer, em geral, para reunir os 
amigos e relaxar, seja para praticar um esporte ou conversar.
Adulto
No caso dos adultos, os espaços e equipamentos de lazer parecem sofrer 
uma diminuição de abrangência. Devido ao maior envolvimento com o tem-
po de trabalho, os equipamentos procurados podem ser: clubes associativos, 
quadras particulares, parques e praças públicas, academias.
C
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Fonte: www.sxc.hu/photo/1056251
Figura 4.9: Adultos têm menor oferta de espaços e equipamentos de lazer em função 
do maior tempo destinado ao trabalho.
Idoso
É a fase mais crítica da utilização de equipamentos de lazer. Nem todos que 
chegam a essa idade têm integridade física que lhes permita continuar par-
ticipando dos mesmos equipamentos físico-esportivos utilizados nas faixas 
etárias mais jovens. Em geral, a tendência é manter, na terceira idade, os 
hábitos que marcaram a história do idoso ao longo de sua vida. Se o idoso 
teve o hábito de fazer atividades esportivas, haverá uma tendência a man-
ter a utilização de equipamentos fisicoesportivos de lazer. Mas, geralmente, 
Turismoe-Tec Brasil 58
prevalecem as atividades nas quais as pessoas buscam uma boa conversa, a 
caminhada, sentar no banco da praça com os amigos ou jogar baralho. Ou 
seja, o estar junto com outras pessoas e se relacionar. A boa leitura, o desafio 
das palavras cruzadas, viagens e festas também podem ser incluídos nessa 
classificação.
Fonte: www.sxc.hu/photo/957993
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Fonte: www.sxc.hu/photo/839408
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Figura 4.10: Apesar da idade, idosos não deixam de procurar equipamentos de lazer. 
Pelo contrário! Eles os procuram com maior frequência devido à grande disponibili-
dade de tempo.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 59
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Exemplifique os equipamentos específicos de lazer, considerando:
suas dimensões:a) 
seus interesses ou conteúdos:b) 
c) a idade do participante:
Atividade 3
Atende ao Objetivo 2
Considerando a dimensão, o interesse e a idade para a classificação dos 
equipamentos específicos de lazer, classifique as situações descritas a seguir. 
Para isso, veja o exemplo.
Sofia tem 35 anos. Hoje, ela assistirá ao lançamento de um filme.a) 
Alex tem 16 anos, e depois da escola gosta de encontrar os amigos e b) 
jogar basquete.
Marcos tem 40 anos. Nos últimos tempos tem se preocupado com a c) 
saúde e tem procurado fazer exercícios físicos sempre antes de ir ao tra-
Turismoe-Tec Brasil 60
balho. Enquanto corre na esteira ou malha, aproveita para conversar. 
Ele se diverte e ao mesmo tempo cuida de si.
João tem 65 anos e uma saúde perfeita. Gosta de levar os netos para d) 
viajar e ensinar-lhes como fazer uma fogueira, uma trilha ou até mesmo 
como identificar os pássaros pelo seu canto, no meio do mato.
Carlos gosta de levar a família toda para passear. Todos gostam de ativi-e) 
dades com muito movimento e emoção. Só de pensar dá “frio na barri-
ga”, mas eles entramna fila novamente.
Dimensão (tamanho)
Segundo: 
Nelson 
Marcellino
Interesse
(conteúdo de lazer)
Segundo: Joffre 
Dumazedier
Idade
(faixa de idade)
Segundo: Heloisa 
Bruhns
a) Microequipamento Físico Adolescente
b)
c)
d)
e)
Equipamentos não específicos de lazer. O que são?
Estudos especializados na área do lazer mostram que a maioria da popula-
ção, em geral nas grandes cidades, desenvolve suas atividades de lazer no 
ambiente doméstico. É isso mesmo! Sua casa é, quase sempre, o principal 
exemplo de equipamento não específico de lazer. Ou seja, um espaço cons-
truído não para o lazer, mas que geralmente é utilizado para essa finalidade. 
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 61
Veja os principais exemplos na Tabela 4.2.
Tabela 4.2: Classificação dos equipamentos não específicos de lazer, 
segundo Nelson Carvalho Marcelino
Casa
Local onde pode haver:
- festinhas,
- encontros,
- descanso.
E que pode significar um local de:
- refúgio,
- entretenimento (televisão),
- entre outros.
Bar
Algumas pessoas têm um certo preconceito devido ao consumo de bebida 
alcoólica no local.
Espaço alternativo para:
- encontros,
- exposições de livros e fotografias,
- música ao vivo, 
- entre outros.
Escola
Amplo espaço constituído por:
- pátio,
- quadra,
- palco,
- auditórios,
- entre outros.
Rua
Pouco utilizada.
Festas para arrecadação de fundos para alguma campanha de doação.
Em geral nas ruas ou praças:
- festa junina,
- rua de recreio,
- torneio de truco,
- entre outros.
Lanchonete
- Visa ao consumo rápido.
- Inibe a convivência.
Casa
O lar é o mais utilizado dos equipamentos não específicos de lazer, apesar de 
não ser construído com essa função.
“[...] constitui um dos poucos equipamentos disponíveis 
para grande parte da população empurrada para dentro 
de suas casas” (MARCELLINO, 2002).
Turismoe-Tec Brasil 62
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Fonte: www.sxc.hu/photo/118437
Figura 4.11: Sua casa é o melhor exemplo de equipamento não específico de lazer. 
Nela você pode se divertir jogando vídeogames, fazendo reuniões de família e até 
aniversários.
Bar
Ainda há um certo preconceito que relaciona o bar ao consumo de bebida 
alcoólica, embora haja iniciativas de transformá-lo em espaço alternativo 
para encontros de turmas, exposições de livros, fotografias, música ao vivo 
e outros.
Escola
Nas escolas encontramos muitas possibilidades para o lazer, considerando 
seu amplo espaço: salas, palcos, auditórios, quadras, pátios, estrutura de 
sanitários e outros. Mas, infelizmente, as escolas estão quase sempre fecha-
das nos finais de semana e nos períodos de férias. Um dos motivos pode ser 
o medo de depredação do local. As festas promovidas nas escolas em geral 
são para arrecadar fundos para alguma campanha de doação. 
Rua
As ruas ou as praças, em geral, são usadas por moradores, que se organi-
zam e fecham a rua ou a praça para realizarem suas festas. Exemplos mais 
comuns: rua de recreio, festas juninas, torneios de truco, entre outros. Hoje, 
com a redução dos espaços livres nos grandes centros, não temos mais o 
“campinho de pelada” em chão batido, onde se jogava futebol após as 
tarefas escolares.
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 63
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Fonte: www.sxc.hu/photo/1023252
Figura 4.12: Campinho de pelada, o famoso lugar para espairecer depois da escola ou 
do trabalho. Infelizmente, esse espaço some conforme as cidades crescem.
Lanchonete
Normalmente em áreas nobres das cidades, as lanchonetes, com consumo 
rápido, não estimulam a convivência. A limpeza da mesa deve ser ágil, para 
o atendimento de mais um cliente.
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Fonte: www.sxc.hu/photo/448351
Figura 4.13: As lanchonetes são outro exemplo de equipamentos não específicos de 
lazer. Sua função original era servir ao cliente uma comida rápida de ser preparada e 
consumida, o que não possibilita um ambiente de convivência.
Para concluir a nossa aula, gostaria de destacar a necessidade da formação 
de profissionais com uma visão crítica de nossa política habitacional, pois esta 
também se expande para o espaço destinado ao lazer da população.
Turismoe-Tec Brasil 64
O conhecimento e reflexão sobre aspectos legais, a identificação e a classifi-
cação dos equipamentos de lazer poderão ser úteis para a compreensão de 
uma ação comprometida com a qualidade de vida da população.
Espero que tenha aproveitado bem a nossa aula de hoje.
Atividade 4
Atende aos Objetivos 1 e 2
Agora que você já viu as diferentes formas de classificação dos equipamen-
tos de lazer, vamos praticar!
Pegue a prancheta ou um bloco com papel e caneta.1. 
Leia com atenção as perguntas e depois procure respondê-las.2. 
Quantos habitantes têm a sua cidade?a) 
Quais são os equipamentos de lazer existentes em seu bairro ou nas re-b) 
dondezas da rua onde você mora? Identifique-os e, conforme o seu uso 
mais frequente, e classifique-os quanto:
À dimensão: ___________________
Ao interesse: ____________________
À idade: _______________________
e-Tec BrasilAula 4 | Espaço urbano e equipamentos de lazer 65
Dentre os equipamentos de lazer identificados na questão anterior, esco-c) 
lha um mais próximo de sua casa (ou que seja de mais fácil acesso), para 
que você possa observar sua utilização pela população, e responda (após 
uma semana de observação):
O equipamento de lazer escolhido foi: ________________________________
________________________________________________________________
Esse equipamento de lazer é:
( ) Bem aproveitado pela população ( ) Mal aproveitado pela população
Por quê?
Agora que você já possui seus dados anotados, leve-os para discutir com d) 
seus colegas e o tutor no pólo.
Resumo
Em 1933, foi elaborado um documento, intitulado Carta de Atenas, com •	
a ideia de propor um modelo de cidade que atendesse às necessidades 
básicas de seus moradores e que essas seriam as mesmas em todas as 
partes do mundo.
Para a Carta de Atenas, a organização das cidades deve obedecer a qua-•	
tro princípios fundamentais: moradia, lazer, trabalho e circulação.
No Brasil, todos os municípios com mais de 20.000 habitantes devem •	
elaborar e aprovar um Plano Diretor. A função básica desse plano é expli-
citar, no âmbito de cada cidade, as condições de cumprimento da função 
social da cidade e da propriedade urbana.
Turismoe-Tec Brasil 66
O uso do espaço na cidade e a construção dos equipamentos de lazer são •	
desafios importantes na melhoria da qualidade de vida da população.
Os equipamentos de lazer são classificados como específicos e não •	
específicos.
Os específicos podem ser classificados de três formas: quanto à dimen-•	
são (microequipamentos, médio equipamentos, macroequipamentos e 
turismo social); quanto ao interesse (físico, artístico, manual, intelectual e 
social) e quanto à faixa etária (infantil, adolescente, adulto e idoso).
Para concluir a nossa aula, gostaria de destacar a necessidade da forma-•	
ção de profissionais com uma visão crítica de nossa política habitacional, 
que, consequentemente, se expande também para o espaço destinado 
ao lazer da população.
O conhecimento e a reflexão sobre aspectos legais, a identificação e a clas-•	
sificação dos equipamentos de lazer poderão ser úteis para a compreensão 
de uma ação comprometida com a qualidade de vida da população.
Respostas das atividades
Atividade 1
É uma carta publicada no IV Congresso Internacional de Arquitetura a) 
Moderna – IV CIA, na Grécia, em novembro de 1933. Nela foram es-
tabelecidas as primeiras normas para o planejamento de equipamentos 
e serviços coletivos que atendem à população.

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