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A1-AP397
6/3/2013
Mírian Patrícia
Programa de Noções de Contabilidade
© 2013 Vestcon Editora Ltda.
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. 
Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito 
do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográ-
fi cos, fonográfi cos, reprográfi cos, microfílmicos, fotográfi cos, gráfi cos ou outros. Essas proibições 
aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráfi cas.
Título da obra: PC-MG – Polícia Civil do Estado de Minas Gerais
Cargo: Perito Criminal da Polícia Civil – Nível Superior
Adendo: Programa de Noções de Contabilidade
(Conforme Edital nº 02/13 – Fumarc/Acadepol)
Programa de Noções de Contabilidade
Autora:
Mírian Patrícia
DIRETORIA EXECUTIVA
Norma Suely A. P. Pimentel
PRODUÇÃO EDITORIAL
Cinara Cristina Teixeira Guimarães
EDIÇÃO DE TEXTO
Cláudia Freires
Paulo Henrique Ferreira
CAPA
Ralfe Braga
ILUSTRAÇÃO
Fabrício Matos
Micah Abe
PROJETO GRÁFICO
Ralfe Braga
ASSISTENTE EDITORIAL
Gabriela Tayná Moura de Abreu
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Geane Rodrigues da Rocha
Laiany Calixto
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Adenilton da Silva Cabral
Carlos Alessandro de Oliveira Faria
Diogo Alves
Marcos Aurélio Pereira
REVISÃO
Ana Paula Oliveira Pagy
Dinalva Fernandes
Érida Cassiano
Giselle Bertho
Micheline Cardoso Ferreira
Raysten Balbino Noleto
SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DF
SAC: (61) 3034 9588 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399
www.vestcon.com.br
Publicado em março/2013
(A1-AP397)
Contabilidade Geral:
 Conceito, objeto, campo de aplicação .............................................................................................................................3
 Patrimônio e suas variações .............................................................................................................................................6
 Princípios e convenções contábeis .................................................................................................................................80
 Escrituração ....................................................................................................................................................................11
 Receita e Despesa ..........................................................................................................................................................12
 Apuração de resultados ..................................................................................................................................................21
 Variações do Patrimônio Líquido e DemonstraƟ vos Contábeis ......................................................................................60
SUMÁRIO
Programa de Noções de Contabilidade
PC-MG
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PROGRAMA DE NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Mírian Patrícia
Considerar o conteúdo a seguir para o primeiro item do 
sumário, conforme o edital (Contabilidade Geral)
CONTABILIDADE GERAL
A formação de convicção acerca de investimentos, 
idoneidade dos fatos contábeis registrados, concessão de 
créditos, transações para fornecimentos de mercadorias e 
serviços, entre outras operações, tem como fator primordial 
o conhecimento das informações e da forma como elas es-
tão evidenciadas. Quando o tema é o patrimônio, inúmeros 
fatores infl uenciam a formação de opinião. Na perspecƟ va 
da sociedade, a Contabilidade deve ser um instrumento de 
informação que atenda a essas expectaƟ vas.
Conceito
Contabilidade é uma ciência com metodologia espe-
cialmente concebida para cumprir as funções de registro, 
controle e interpretação dos fenômenos que afetam as 
circunstâncias patrimoniais, fi nanceiras e econômicas das 
pessoas İ sicas ou jurídicas, de direito público ou privado, 
com ou sem fi nalidade lucraƟ va, independentemente do 
porte da insƟ tuição.
No Brasil, a Contabilidade é ofi cialmente reconhe cida 
como ciência desde o 1º Congresso Brasileiro de Conta-
dores, realizado em 1924 que, entre outras conclusões, 
publicou a seguinte defi nição:
Ciência que estuda e praƟ ca as funções de orienta-
ção, de controle e de registros dos atos e fatos de 
uma administração econômica.
Objeto
A ciência contábil tem por objeto o patrimônio e sobre 
ele trabalha para produzir conhecimentos e informações.
Campo de Aplicação
A Contabilidade se aplica às aziendas, entendido como 
tal o sistema organizado para aƟ ngir fi ns específi cos, sob 
infl uência da gestão humana. Em resumo, o conceito de 
azienda reúne o patrimônio e a ação administraƟ va.
Contudo, o conceito de azienda não se confunde com o 
de empresa, já que esta é apenas uma espécie daquela que 
pode abranger, por exemplo, as organizações não governa-
mentais, autarquias e enƟ dades religiosas, entre outras.
Atente também para o fato de que um patrimônio não 
administrado pouco requer do trabalho de um contador. 
As alterações patrimoniais decorrentes da gestão adminis-
traƟ va é que requisitam o acompanhamento do profi ssional 
de ciências contábeis.
Observe que as diferentes Ɵ pifi cações de porte e Ɵ -
tularidade, situações de regularidade de registro ou não, 
fi nalidade social ou econômica, não são excludentes da 
utilização dos conhecimentos da ciência. Assim, onde 
houver patrimônio administrado, a Contabilidade se apli-
cará. Creches, igrejas, prefeituras, bancos, indústrias, lojas, 
hospitais, sem com isso ter a pretensão de esgotar todas 
as hipóteses possíveis.
Principais Grupos de Usuários das Informações 
Contábeis
Pode ser usuária das informações contábeis qualquer 
pessoa İ sica ou jurídica que tenha interesse na avaliação 
do patrimônio, o qual pode pertencer a uma enƟ dade ou 
mesmo a uma família. Ex.: acionistas, bancos e agências 
de fomento em geral, integrantes do mercado de capitais, 
diretores, o fi sco etc.
As informações produzidas podem ser de natureza eco-
nômica, fi nanceira, İ sica ou de produƟ vidade.
Informação de natureza econômica – A dimensão 
econômica da Contabilidade abrange os fl uxos de receitas 
e despesas (demonstração do resultado do exercício, por 
exemplo), bem como o capital e o patrimônio, em geral.
Informação de natureza fi nanceira – Os fl uxos de caixa 
e a análise de capital de giro, por exemplo, caracterizam a 
dimensão fi nanceira.
Informação de natureza İ sica – Refere-se às mensura-
ções como quanƟ dade de produtos em estoque, número de 
depositantes em estabelecimentos bancários etc.
Informação de natureza de produƟ vidade – Refere-se 
ao cruzamento de informações fi nanceiras e quanƟ taƟ vas, 
como receita bruta per capita, lucro líquido por ação, divi-
dendo por ação etc.
ObjeƟ vo principal da Contabilidade
PermiƟ r aos usuários a avaliação da situação econômica 
e fi nanceira da enƟ dade, bem como fazer inferências sobre 
suas tendências futuras.
A Contabilidade ajuda na avaliação de tendências se:
a) as conjunturas do passado se repeƟ rem, mesmo que 
em uma perspecƟ va monetária diferente (infl ação ou defl a-
ção, sem alteração profunda do mercado); ou
b) o agente (usuário) conseguir transformar o modelo 
informaƟ vo contábil em um modelo prediƟ vo, o que somente 
será possível dentro do esquema mental de conhecimento e 
da sensibilidade do previsor. O mo delo informaƟ vo-contábil 
e o modelo prediƟ vo são duas peças-componentes, não 
mutuamente exclusivas do processo decisório.
Para a Contabilidade alcançar esse objetivo dentro, 
principalmente, do contexto companhiaaberta/usuário 
externo, é preciso:
I – dar ênfase à evidenciação de todas as informações 
que permitem a avaliação da situação patrimonial e das 
mutações do patrimônio, de forma a possibilitar a realização 
de inferências perante o futuro. Se necessário, devem-se 
detalhar as informações em notas explicaƟ vas ou em quadros 
complementares.
II – a Contabilidade possui um grande relacionamento 
com os aspectos jurídicos que cercam o patrimônio, mas, 
não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a essência 
econômica. Nessas situações, a essência deve prevalecer 
sobre a forma. Exemplo: se uma empresa compra um aƟ vo, 
em arrendamento caracterizado como leasing fi nanceiro 
(quando o valor residual é diluído nas prestações e não invia-
biliza a resolução da propriedade em favor da empresa ao fi m 
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do contrato), embora a forma seja arrendamento (despesa 
de aluguel), deve-se registrar o bem entre os aƟ vos, pois a 
essência é a de compra fi nanciada.
Essas caracterísƟ cas de evidenciação ou de divulgação 
(disclosure) e de prevalência da essência sobre a forma cada 
vez mais se fi rmam como próprias da Contabilidade, dados 
seus objeƟ vos específi cos.
Patrimônio e suas variações
A Contabilidade é uma ciência de informação que tem por 
objeto o PATRIMÔNIO das insƟ tuições, ou seja, o conjunto de 
bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa İ sica 
ou jurídica.
Os elementos que compõem o patrimônio são os bens, 
direitos, obrigações da empresa com terceiros e obrigações 
da empresa com os sócios. Esse patrimônio recebe a infl uên-
cia dos resultados contábeis, que podem ser:
a) lucro = excesso das receitas sobre as despesas;
b) prejuízo = excesso das despesas sobre as receitas;
c) nulo = igualdade entre receitas e despesas.
Os principais conceitos apresentados pela Deliberação 
nº 539/2008 serão vistos ao longo desta aposƟ la, quando 
falarmos, por exemplo, o que são aƟ vos, passivos, receitas, 
despesas, atributos da informação contábil, regime de com-
petência, além de outros.
PATRIMÔNIO
Conceito Contábil
O objeto, que no caso da Contabilidade é sempre o pa-
trimônio, delimita o campo de abrangência de uma ciên cia. 
Defi ne-se patrimônio como o conjunto de bens, direitos e 
obrigações pertencente a uma pessoa İ sica ou jurídica ou 
a um conjunto de pessoas.
O patrimônio das enƟ dades dispõe de autonomia em 
relação aos demais patrimônios existentes, inclusive em 
relação àquele de seus sócios. Isso quer dizer que a enƟ da-
de, que é sujeito de direitos e obrigações, administra seu 
patrimônio (objeto) de forma independente. Em decorrência 
disso, mesmo a pessoa İ sica que desenvolve aƟ vidades eco-
nômicas sob a condição de empresário (conforme previsão 
do Novo Código Civil Brasileiro – Lei nº 10.406/2002, em 
seu art. 966, antes registrada sob fi rma individual) deve 
contabilizar, em separado, os fenômenos que aƟ njam o 
patrimônio uƟ lizado nessa aƟ vidade daquele uƟ lizado para 
fi ns parƟ culares. Podem ser citadas também como exemplo 
as circunstâncias em que a empresa empresta dinheiro a um 
sócio. Nesse caso, além das alterações no total de recursos 
disponíveis (ou disponibilidades) que sofrerão alteração para 
ambos, a empresa registrará o direito de receber, e o sócio 
deverá indicar, entre suas dívidas, o valor a pagar.
Componentes Patrimoniais
Bens
São coisas materiais ou imateriais capazes de produzir 
beneİ cios presentes ou futuros, passíveis de mensu ração e 
que possam ser objeto de uma relação jurídica.
Para a Contabilidade, é relevante disƟ nguir os bens ma-
teriais ou tangíveis daqueles ditos imateriais ou intangíveis 
uma vez que, posteriormente, isso interferirá na idenƟ fi cação 
do critério de avaliação de aƟ vos a ser adotado (depreciação, 
amorƟ zação ou exaustão).
São exemplos de bens tangíveis:
• estoques de mercadorias;
• veículos;
• imóveis de aluguel;
• ferramentas;
• móveis e utensílios;
• máquinas e equipamentos;
• estoque de material de consumo.
São exemplos de bens intangíveis:
• fundo de comércio adquirido;
• marcas;
• patentes industriais;
• soŌ wares licenciados;
• direitos autorais.
Direitos
Na administração do patrimônio surgem os contratos, 
os quais podem defi nir direitos ou obrigações para as enƟ -
dades que deles sejam parte.
Direitos traduzem-se em contas representaƟ vas de re-
cursos da empresa que estejam na posse de terceiros, ou 
seja, valores a receber, a recuperar ou créditos. Exemplos: 
duplicatas a receber, aluguéis a receber, aplicações fi nancei-
ras, adiantamentos a empregados, emprésƟ mos concedidos 
a terceiros, entre outras contas.
Obrigações com Terceiros
Dos compromissos assumidos junto a terceiros resul-
tam dívidas ou obrigações que podem ser defi nidas como 
valores de terceiros na posse da enƟ dade ou insƟ tuição. 
Representam-se por contas a pagar ou a recolher nas 
transações com terceiros. Alguns exemplos: ơ tulos a pagar, 
emprésƟ mos bancários obƟ dos, provisão para o imposto de 
renda, ICMS a recolher.
Obrigações com os Sócios
Os recursos dos sócios que estejam aplicados na empresa 
sem previsão de retorno ao patrimônio dos proprietários 
consƟ tuem obrigações não exigíveis, razão pela qual são 
chamados de capital próprio. Em termos gerais, as contas 
representaƟ vas de tais obrigações são capital, reservas e 
lucros (ou prejuízos) acumulados.
Conclusão
Bens e Direitos = ATIVO
Obrigações com terceiros = PASSIVO
Obrigações com os sócios = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AƟ vo, Passivo e Situação Líquida Patrimonial ou 
Patrimônio Líquido
A Deliberação CVM nº 539/2008 que subsƟ tuiu a Deli-
beração nº 29/1986 conceituou os elementos diretamente 
relacionados com a mensuração da posição patrimonial 
fi nanceira das companhias, como segue:
– AƟ vo (A)
Conjunto dos recursos controlados pela enƟ dade como 
resultado de eventos passados e do qual se espera que 
resultem futuros beneİ cios econômicos para a enƟ dade.
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– Passivo (P)
Toda obrigação presente da enƟ dade, derivada de even-
tos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em 
saída de recursos capazes de gerar beneİ cios econômicos.
– Patrimônio Líquido (PL)
Valor residual dos aƟ vos da enƟ dade depois de deduzidos 
todos os seus passivos.
Representação dos Elementos do Patrimônio
Os elementos do patrimônio devem ser expressos segun-
do seus aspectos quanƟ taƟ vos e qualitaƟ vos. Estes úlƟ mos 
revelam a expressão formal dos elementos patrimo niais, 
assim:
Aspecto QualitaƟ vo
Dinheiro e cheques ainda não depositados. Caixa
Direitos gerados em vendas a prazo. Duplicatas a Receber
Bens de revenda. Mercadorias
Cadeiras, mesas, armários, vitrines. Móveis e Utensílios
Dívidas por compras de mercadorias e materiais a prazo. Fornecedores
InvesƟ mento inicial realizado pelos sócios. Capital
Observe que cada elemento patrimonial se encaixa como 
bem, direito ou obrigação. O conjunto de bens e direitos é 
chamado de aƟ vo. As obrigações com terceiros formam o 
passivo e as obrigações com os sócios o patrimônio líqui-
do (PL).
Quanto ao aspecto quanƟ taƟ vo dos elementos, ele apre-
senta a expressão monetária das contas. O reconhecimento 
do valor dos aƟ vos, dos passivos e do patrimônio líquido 
segue as determinações dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade (Resolução CFC nº 750/1993), a serem opor-
tunamente estudados.
Nome da Conta Aspecto quanƟ taƟ vo (R$)
Caixa1.000,00
Duplicatas a Receber 5.000,00
Mercadorias 14.000,00
Móveis e Utensílios 10.000,00
Fornecedores 9.000,00
Capital 21.000,00
Equação Patrimonial e suas Variações
O gráfi co patrimonial tem a forma de “T” e decorre da 
equação fundamental do patrimônio. Os elementos do aƟ vo 
são dispostos à esquerda e os do passivo e patrimônio líquido 
à direita. Admite-se a formatação verƟ cal registrando-se os 
grupos um após o outro.
Prata S.A.
Balanço Patrimonial em 2/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 1.000,00 Passivo
Duplicatas a Receber 5.000,00 Fornecedores 9.000,00
Mercadorias 14.000,00 Patrimônio Líquido
Móveis e Utensílios 10.000,00 Capital 21.000,00
Total 30.000,00 Total 30.000,00
Equação Fundamental do Patrimônio
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Essa equação também é provada se interpretada nas 
seguintes variações:
Origens = Aplicações
InvesƟ mentos = Fontes de Recursos
Recursos Econômicos = Obrigações em Geral
Representação Gráfi ca do Patrimônio
Observada a premissa da equação fundamental do 
patrimônio, o lado esquerdo do balanço patrimonial (AƟ vo) 
deve estar em equilíbrio com o lado direito (Passivo + PL).
Para que seja possível essa igualdade, desde o primeiro 
registro contábil da empresa é necessário controlar cada 
operação, idenƟ fi cando as contas de origem dos recursos 
envolvidos na transação e as de aplicação. Ou seja, de onde 
vêm os recursos e para onde vão. É esse raciocínio de causa 
e consequência que convalida a afi rmação segundo a qual 
a soma dos valores do aƟ vo é igual à dos passivos com o PL. 
É por isso que se pode dizer que os invesƟ mentos devem ser 
registrados com a indicação das respecƟ vas fontes de fi nan-
ciamento. Também é a correta aplicação desses pressupostos 
que permiƟ rá a compreensão do mecanismo de débitos e 
créditos a ser visto a seguir.
Para melhor entendimento, observe a evolução patrimo-
nial da Cia. Moema.
1. Em 2/12/2004, dois sócios realizaram em dinheiro
o capital inicial da Cia. Moema, com o valor nominal 
de R$ 10.000,00, na proporção de 60% e 40% cada um.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 2/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 10.000,00 Passivo 0,00
Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
2. 4/12/2004 – Compra à vista de balcões e prateleiras: 
R$ 2.000,00.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 4/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 8.000,00 Passivo 0,00
Móveis e Utensílios 2.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
3. Compra de bens de revenda para pagamento em 30 
dias, em 5/12/2004: R$ 3.000,00:
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 5/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 8.000,00 Passivo
Mercadorias 3.000,00 Fornecedores 3.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
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4. 6/12/2004 – Abertura de conta-corrente bancária com 
depósito inicial de R$ 7.000,00.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 6/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 1.000,00 Passivo
Bancos – conta 
movimento
7.000,00 Fornecedores 3.000,00
Mercadorias 3.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Total 13.000,00 Total 13.000,00
5. 10/12/2004 – Compra de uma loja para sediar o ponto 
de venda e a administração:
a) à vista, em cheque, a ơ tulo de entrada: R$ 5.000,00.
b) 10 parcelas iguais e sucessivas de R$ 2.500,00 cada 
uma: R$ 25.000,00.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 10/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 1.000,00 Passivo
Bancos – Conta 
Movimento
2.000,00 Fornecedores 3.000,00
Mercadorias 3.000,00 Títulos a Pagar 25.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Patrimônio Líquido
Imóveis 30.000,00 Capital 10.000,00
Total 38.000,00 Total 38.000,00
6. 18/12/2004 – Venda de toda a mercadoria disponível, 
à vista e em cheque, por R$ 5.000,00.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 18/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa* 6.000,00 Passivo
Bancos – Conta 
Movimento
2.000,00 Fornecedores 3.000,00
Mercadorias 0,00 Títulos a Pagar 25.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Patrimônio Líquido
Imóveis 30.000,00 Capital 10.000,00
Lucros acumulados 2.000,00
Total 40.000,00 Total 40.000,00
* Observe que os cheques recebidos são registrados inicialmente no caixa.
 O depósito em conta-corrente merecerá lançamento específi co a ser realizado 
posteriormente.
7. 30/12/2004 – ConsƟ tuição de uma reserva de lucros 
no montante de 5% do ganho obƟ do.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 30/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 6.000,00 Passivo
Bancos – Conta 
Movimento
2.000,00 Fornecedores 3.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Títulos a Pagar 25.000,00
Imóveis 30.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Reservas de lucros 100,00
Lucros acumulados 1.900,00
Total 40.000,00 Total 40.000,00
8. 31/12/2004 – Os sócios reunidos em assembleia de-
cidiram que, em 30 dias, será feita a distribuição total 
dos lucros não desƟ nados às reservas, na proporção da 
parƟ cipação de cada um.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 31/12/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 6.000,00 Passivo
Bancos – Conta 
Movimento
2.000,00 Fornecedores 3.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Títulos a Pagar 25.000,00
Imóveis 30.000,00 Dividendos a Pagar 1.900,00
Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Reservas de lucros 100,00
Lucros acumulados 0,00
Total 40.000,00 Total 40.000,00
9. No ano seguinte, a empresa realizou o pagamento dos 
dividendos aos sócios conforme o previsto, mediante 
transferência eletrônica de saldos às contas-correntes 
deles.
Cia Moema
Balanço Patrimonial em 2005
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 6.000,00 Passivo
Bancos – Conta 
Movimento
100,00 Fornecedores 3.000,00
Móveis e Utensílios 2.000,00 Títulos a Pagar 25.000,00
Imóveis 30.000,00 Dividendos a Pagar 0,00
Patrimônio Líquido
Capital 10.000,00
Reservas de lucros 100,00
Total 38.100,00 Total 38.100,00
Situações Líquidas Patrimoniais ou Estados 
Patrimoniais
Em estáƟ ca patrimonial, o patrimônio líquido pode ser 
defi nido simplesmente pela diferença entre o aƟ vo e o pas-
sivo, considerado este úlƟ mo como obrigações ou dívidas 
com terceiros, restriƟ vamente.
Patrimônio Líquido = AƟ vo – Passivo
Uma vez mensurados os aƟ vos e passivos em uma data 
determinada, o patrimônio líquido será meramente o re-
sultado encontrado para aquele momento, e o montante 
encontrado não representará seu valor de mercado, nem 
a valoração subjeƟ va a ele atribuída pelos só cios ou pro-
prietários.
Essa visão decorre, segundo Kenneth Most, citado por 
Iudícibus (2000, p. 170)1, da Teoria do Proprietário, a qual 
atribui (ao PL) a condição de centro das atenções da Conta-
bilidade. Essa teoria, embora anƟ ga, auxilia na compreensão 
dos conceitos iniciais da ciência por traduzir a lógica formal 
das parƟ das dobradas que veremos posteriormente.
1 IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo, 2000, p. 170-171.
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Resumo da Teoria do Proprietário
 AƟ vos – Passivos = Proprietário
Uma outra abordagem interessante é a Teoria Patrimo-
nialista, segundo a qual o aƟ vo representa o aspecto posiƟ vo 
dos elementos patrimoniais e por isso é também chamado 
de patrimônio bruto. Em estudo sobre esse tema, Schmidt 
(2000, p. 202)2 ressalta que, no estudo do patrimônio, 
a abordagem da estáƟ ca patrimonial deve-se ocupar do 
equilíbriofuncional dos elementos que o compõem. Para 
isso, é preciso entender que não faz senƟ do falar em aƟ vo 
ou passivo negaƟ vos. Portanto, considere sempre:
A  0 e P  0
Representação Gráfi ca dos Estados Patrimoniais
A parƟ r de tais considerações é que surgem as situações 
líquidas patrimoniais, que podem assumir as representações 
a seguir. Para compreendê-las, uƟ lize as convenções:
A = AƟ vo
P = Passivo
SL = Situação Líquida
1. Situação Líquida POSITIVA, ATIVA ou FAVORÁVEL, com 
passivo igual a zero.
A SL
2. Situação Líquida POSITIVA, FAVORÁVEL, ATIVA ou 
SUPERAVITÁRIA, com passivo maior que zero.
A
P
SL
3. Se o aƟ vo se igualar ao passivo temos uma situação 
NULA ou COMPENSADA.
A P
4. Se o passivo superar o aƟ vo temos uma situação 
denominada PASSIVA, DEFICITÁRIA, DESFAVORÁVEL 
ou PASSIVO A DESCOBERTO.
A
P
SL
2 SCHIMIDT, Paulo. História do Pensamento Contábil. São Paulo, 2000, p. 202-203.
5. A pior situação possível, no entanto, ocorrerá quando 
da inexistência de aƟ vos para fazer frente ao passivo, 
como no momento denominado pós-falência.
SL P
Cabe esclarecer que analisar as situações líquidas não 
tem relação com a apuração de lucros ou prejuízos (que 
surgem na comparação de receitas com despesas). O que 
se verifi ca é a capacidade de uma empresa usar seus bens 
e direitos para saldar dívidas com terceiros. Por essa razão, 
ressalte-se que as confi gurações gráfi cas anteriores serão 
assim visualizadas, porém somente quando se tratar de 
estáƟ ca patrimonial.
Origens e Aplicações de Recursos
Ao estudar o patrimônio verifi ca-se que, no desempenho 
de suas aƟ vidades, as aziendas necessitam de re cursos que 
podem ser provenientes de duas origens ou fontes:
a) recursos próprios (ou capital próprio); e
b) recursos de terceiros (ou capital de terceiros).
Basicamente, os recursos próprios derivam de:
1. valores entregues pelos sócios ou proprietários em 
integralizações de capital;
2. excesso do lucro líquido sobre os dividendos pagos 
reƟ dos em contas de reservas dessa natureza ou na 
conta de lucros acumulados, antes de receber desƟ -
nação própria;
3. valores resultantes de ganhos advindos de opera-
ções de recebimento antecipado de receitas, sem 
contraparƟ da na entrega de bens ou na prestação de 
serviços, por parte da companhia a quem a benefi ciou, 
registrados nas contas de reservas de capital; e
4. valores resultantes dos ajustes de avaliação patrimo-
nial.
Por sua vez, os recursos de terceiros equivalem às exigibi-
lidades. Assim, o somatório dos recursos obƟ dos junto a 
terceiros com os capitais próprios gera o que se denomina 
capital a disposição da companhia ou enƟ dade.
Esses valores são aplicados na aquisição de bens ou na 
geração de direitos. Em termos gerais, portanto, o aƟ vo 
corresponde às aplicações de recursos e o somatório do 
passivo com o patrimônio líquido, às origens.
Um pressuposto fundamental para o registro dos fenô-
menos que aƟ ngem o patrimônio é o de que não há origem 
sem aplicação nem aplicação sem origem. Ou seja, tudo o 
que a empresa possui é passível de idenƟ fi cação da fonte 
que viabilizou a sua integração ao patrimônio. Logo:
Origens = Aplicações
OU
P + PL
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Conceitos de Capital
Capital Autorizado
Às sociedades por ações é facultado incluir em seu 
estatuto cláusula de autorização para aumento futuro do 
capital social, sem a necessidade de convocação de nova 
assembleia-geral. Por esse recurso os administradores fi cam, 
também, autorizados a emiƟ r novas ações a serem subs-
critas, dentro dos limites fi xados, sem promover alteração 
estatutária. Trata-se de situação potencial, de exercício a 
critério da administração.
Capital Social ou Nominal
Segundo a Lei nº 6.404/1976, é a conta genérica que traz 
como espécies o capital subscrito e o capital a realizar, a ser 
apresentado como dedução. Assim:
Patrimônio Líquido
Capital Social
 Capital Subscrito
 (–) Capital a Realizar
Capital Subscrito
O ato de subscrição de capital é aquele pelo qual os 
sócios assumem o compromisso de entregar parcela da sua 
riqueza pessoal para fazer parte da sociedade ou insƟ tuição, 
de forma a dar início a ela ou aumentar o valor invesƟ do. 
Sendo assim, pode acontecer na criação da insƟ tuição ou 
durante a sua existência. Seu valor será discriminado em 
cláusula específi ca do estatuto ou contrato social, expresso 
em moeda nacional, moƟ vo pelo qual é conhecido pelas 
expressões “capital nominal” ou “capital declarado”.
Capital a Realizar
A parcela do capital subscrito ainda não entregue pelo 
sócio fi ca registrada em conta específi ca, com função de 
reduzir o patrimônio líquido, para que se possa eviden ciar 
o capital efeƟ vamente realizado.
Exemplo:
Em 28/3/2004, os sócios Francisco Rocha, Pedro Pe-
dreira e Assis Stone se uniram para criar a Companhia dos 
Cristais com capital registrado em estatuto no valor de 
R$ 200.000,00, a ser por eles integralizado, posteriormente, 
na proporção de 50%, 30% e 20%, respecƟ vamente.
Companhia dos Cristais
Balanço Patrimonial em 28/3/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Passivo 0,00
Patrimônio Líquido
Capital 200.000,00
Capital a Realizar (200.000,00)
Total 0,00 Total 0,00
Em 1º/4/2005, o Sr. Assis Stone integralizou sua parcela 
de capital em cheque entregue à empresa, no valor de 
R$ 40.000,00.
Companhia dos Cristais
Balanço Patrimonial em 1/4/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
40.000,00 Passivo 0,00
Patrimônio Líquido
Capital 200.000,00
Capital a Realizar (160.000,00)
Total 40.000,00 Total 40.000,00
Em 2/4/2004, o Sr. Francisco Rocha entregou um galpão 
que deverá sediar a empresa, no valor de R$ 100.000,00, em 
integralização de capital.
Companhia dos Cristais
Balanço Patrimonial em 2/4/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 40.000,00 Passivo 0,00
Imóveis 100.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 200.000,00
Capital a Realizar (60.000,00)
Total 140.000,00 Total 140.000,00
Em 5/4/2004, o Sr. Pedro Pedreira realizou a parcela de 
sua subscrição pela entrega de maquinário específi co para o 
benefi ciamento de gemas, no valor de R$ 60.000,00.
Companhia dos Cristais
Balanço Patrimonial em 2/4/2004
AƟ vo R$ Passivo e PL R$
Caixa 40.000,00 Passivo 0,00
Máquinas e equipamentos 60.000,00
Imóveis 100.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 200.000,00
Capital a Realizar (0,00)
Total 200.000,00 Total 200.000,00
Capital próprio: equivale ao Patrimônio Líquido.
Capital de terceiros: o mesmo que Passivo (circulante e 
não circulante).
Capital à disposição da enƟ dade: somatório do Passivo 
com o Patrimônio Líquido.
Capital realizado: diferença entre o montante subscrito 
e a parcela a realizar.
Diferenciação entre capital e patrimônio
Capital: expressão uƟ lizada para designar o invesƟ mento 
inicial feito pelos proprietários de uma empresa.
Patrimônio: conjunto de bens, direitos e obrigações 
pertencentes a uma pessoa İ sica ou jurídica.
CONTA: CONCEITO, DÉBITO, 
CRÉDITO, SALDO
Os registros dos fatos contábeis se processam pelo uso 
de contas representaƟ vas dos elementos patrimoniais e/ou 
de resultado.
Conceito de Conta
As contas são nomes ou ơ tulos técnicos atribuídos aos 
elementos patrimoniais ou de resultado (receitas e despesas) 
que receberão registros a cada alteração decorrente de fatos 
contábeis que modifi quem seu objeto.
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EFunção e Estrutura das Contas
As operações praƟ cadas pelas empresas são de natu-
reza variada. Para o correto e integral acompanhamento 
dos fenômenos contábeis, faz-se necessário uƟ lizar contas 
específi cas, as quais evidenciem as operações que aƟ njam os 
elementos patrimoniais e/ou de resultado. Assim, espera-se 
que as contas cumpram sua função: consolidar as operações 
da mesma espécie sob um mesmo ơ tulo, para que os usuários 
das informações contábeis tenham conhecimento da situação 
que cada uma refl ete (evolução, saldo e outras informações).
Conceito de Débito, Crédito e Saldo
DidaƟ camente, em sua estrutura, as contas são represen-
tadas em “T”, sendo o lado esquerdo do gráfi co desƟ nado aos 
registros denominados débitos, e o direito, para os créditos. 
Esses registros seguirão lógica própria, segundo as funções 
de cada conta.
A diferença entre os totais debitados e os creditados nas 
contas é o saldo.
Excesso de débitos em relação aos créditos gera SALDO 
DEVEDOR.
Se sobrarem créditos em relação ao total dos débitos, 
diz-se que houve SALDO CREDOR.
Exemplos:
Banco – Conta Movimento
D C
• Depósito em conta-corrente
• Transferências recebidas
• Saques
• Transferências efetuadas para 
outras contas
Fornecedores
D C
• Quitação de dívidas assumidas pelas 
compras
• Aquisição de bens de consumo ou 
revenda a prazo
Sistemas de Contas
Um sistema de contas deve contemplar, no mínimo:
1. Normas básicas: procedimentos contábeis que devem 
ser observados pelas insƟ tuições para o registro dos 
fatos contábeis.
2. Elenco de contas: também chamado Plano de Con-
tas, consƟ tui o modelo básico de contas a ser usado. 
Deve obedecer a critérios de uniformidade, indicar a 
função e o funcionamento das contas de acordo com 
o conteúdo dos grupos e subgru pos.
3. Documentos: devem ser previstos modelos de do-
cumentos contábeis a serem uƟ lizados.
Segundo os equipamentos de que se uƟ lizem, os sistemas 
de escrituração mais comuns são os seguintes:
a) Manual: praƟ camente em desuso no Brasil. Como o 
nome já diz se processa manualmente e dispensa a 
codifi cação das contas.
b) Maquinizado: se processa por meio do uso de má-
quinas de daƟ lografar, calcular e “fi chas tríplices”. 
Também dispensa a codifi cação das contas.
c) Mecanizado: vale-se de equipamentos contábeis 
específicos. Algumas das máquinas mais comuns 
encontradas no Brasil são adaptações de máquinas 
de daƟ lografar. Requer codifi cação das contas.
d) InformaƟ zado: pressupõe o uso de computadores e 
sistemas próprios (soŌ wares licenciados ou desen-
volvidos pela própria empresa). Trabalha com contas 
codifi cadas.
Contas Contábeis, Natureza e Movimentação
As contas podem ser:
a) patrimoniais: se do ativo, passivo ou patrimônio 
líquido; ou
b) de resultado: se de receitas ou despesas.
A movimentação das contas patrimoniais e de resultado 
se dá pelo mecanismo de funcionamento descrito segundo 
o método das parƟ das dobradas ao longo dessa aposƟ la.
Plano de Contas
O Plano de contas reunirá os elementos necessários ao 
registro das operações desenvolvidas que podem sofrer 
signifi caƟ vas variações de uma para outra empresa, confor-
me o ramo de atuação: indústria, agropecuária, comércio, 
serviços, extraƟ vismo. Deve corresponder a uma estrutura 
organizada das contas com a indicação da função de cada 
uma e de suas condições de funcionamento (quando deve 
ser debitada ou creditada).
Portanto, ele reunirá os elementos necessários ao regis-
tro das operações desenvolvidas que podem sofrer signifi -
caƟ vas variações de uma para outra empresa, conforme o 
ramo de atuação: indústria, agropecuária, comércio, serviços, 
extraƟ vismo. Cabe ao contador elaborá-lo de acordo com 
as caracterísƟ cas da enƟ dade, com a fl exibilidade possível 
para permiƟ r a inclusão ou exclusão de contas, segundo o 
que requisitar a dinâmica da aƟ vidade.
Os Planos de Contas são elaborados segundo técnicas 
próprias que discriminam os elementos patrimoniais ou de 
resultado até o maior grau de detalhamento possível.
CÓDIGO RUBRICAS
1 AƟ vo (Classe de Contas)
1.1 AƟ vo Circulante (Grupo)
1.1.1 Disponibilidades (subgrupo)
1.1.1.1 Caixa (Conta)
1.1.1.2 Bancos – Conta Movimento (Conta)
1.1.1.2.1 Banco do Desenvolvimento Rural e Nacional – 
BADERNA (Subconta)
1.1.1.2.2 Caixa Muito Econômica Federal – CMEF 
(Subconta)
ESCRITURAÇÃO
Normas Sobre Escrituração
Veja a nova redação do art. 177 da Lei nº 6.404/1976, 
alterada pela Lei nº 11.941/2009:
Art. 177. A escrituração da companhia será manƟ da 
em registros permanentes, com obediência aos pre-
ceitos da legislação comercial e desta Lei e aos prin-
cípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo 
observar métodos ou critérios contábeis uniformes 
no tempo e registrar as mutações patrimoniais se-
gundo o regime de competência.
§ 1º As demonstrações fi nanceiras do exercício em 
que houver modifi cação de métodos ou critérios 
contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la 
em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2º A companhia observará exclusivamente em livros 
ou registros auxiliares, sem qualquer modifi cação da 
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escrituração mercanƟ l e das demonstrações regula-
das nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de 
legislação especial sobre a aƟ vidade que consƟ tui 
seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incenƟ -
vem a uƟ lização de métodos ou critérios contábeis 
diferentes ou determinem registros, lançamentos ou 
ajustes ou a elaboração de outras demonstrações fi -
nanceiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, 
de 2009)
II – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, 
de 2009)
§ 3º As demonstrações fi nanceiras das companhias 
abertas observarão, ainda, as normas expedidas 
pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obri-
gatoriamente submeƟ das a auditoria por auditores 
independentes nela registrados. (Redação dada pela 
Lei nº 11.941, de 2009)
§ 4º As demonstrações fi nanceiras serão assinadas 
pelos administradores e por contabilistas legalmente 
habilitados.
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários a que se refere o § 3º deste arƟ go deverão 
ser elaboradas em consonância com os padrões inter-
nacionais de contabilidade adotados nos principais 
mercados de valores mobiliários. (Incluído pela Lei 
nº 11.638, de 2007)
§ 6º As companhias fechadas poderão optar por 
observar as normas sobre demonstrações fi nanceiras 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para 
as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638, 
de 2007)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, 
de 2009)
Cabe ressaltar também que, além dessas determinações 
legais, as empresas devem seguir a Resolução nº 563, de 28 
de outubro de 2003, que obriga a adoção dos livros Diário e 
Razão como registros permanentes.
SPED – Sistema Público de Escrituração Digital
É uma solução tecnológica que ofi cializa os arquivos 
digitais das escriturações contábil e fi scal dos sistemas em-
presariais dentro de um formato específi co e padronizado.
O SPED é administrado pela Receita Federal, que o dispo-
nibiliza às empresas e permite a elas manter e enviar àquele 
órgão informações contábeis e fi scais (a parƟ r da escrituração 
digital manƟ da nas empresas) e informações previdenciárias, 
bem como os Livros Fiscais, Comerciais e Contábeis gerados 
a parƟ r da escrituração (já registrados nos órgãos do Co-
mércio), além das Demonstrações Contábeis das mesmas. 
Função das Contas Patrimoniais
As contas patrimoniais, por meio da aplicação do me-
canismo de débitose créditos, traduzem os aumentos ou 
reduções dos saldos dos elementos que compõem o Balanço 
Patrimonial.
Por exemplo, em “Duplicatas a Receber” se registram os 
direitos decorrentes de vendas a prazo com emissão desse 
ơ tulo representaƟ vo, e os recebimentos decorrentes de tais 
operações. Assim, seu saldo aumenta quando a empresa 
vende a prazo e diminui quando tais valores são recebidos. 
A Provisão para o Imposto de Renda aumenta quando do 
registro do tributo devido, ainda não pago, e reduz seu saldo 
na quitação dessa dívida.
É no Plano de Contas que, além do elenco a ser uƟ lizado 
para o registro dos fatos administraƟ vos, se pode encontrar 
a descrição da função de cada uma e seu mecanismo de 
funcionamento.
Receita e Despesa
No desenvolvimento de suas aƟ vidades, as empresas 
podem incorrer em variações posiƟ vas ou negaƟ vas em seu 
patrimônio, decorrentes de receitas ou despesas. Essas são 
as contas que permitem a apuração do resultado em cada 
exercício social: lucro ou prejuízo.
Receitas e Despesas: Conceitos e Classifi cação
As receitas e despesas são classifi cadas como contas 
de resultado e, segundo a Deliberação nº 539/2008, são 
defi nidas como:
• Receitas
São aumentos nos beneİ cios econômicos durante o 
período contábil sob a forma de entrada de recursos ou 
aumento de aƟ vos ou diminuição de passivos, que resultam 
em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam prove-
nientes de aporte dos proprietários da enƟ dade.
Exemplos de receitas:
a) por entrada de recursos: receita de venda de merca-
dorias à vista;
b) por aumento de aƟ vos: prestação de serviços a ter-
ceiros a prazo;
c) por diminuição dos passivos: prescrição de dívidas 
antes reconhecidas no passivo da empresa.
Resumindo
Receitas se registram no momento da ocorrência de seus 
fatos gerados, independentemente de estarem recebidas ou 
ainda por receber.
Atenção! Nem toda receita será recebida ou a receber. 
Existem receitas que não implicam recebimento atual nem 
futuro, pois decorrem de ganhos por “deixar de gastar”, 
como é o caso dos descontos obƟ dos e das anisƟ as fi scais, 
por exemplo.
Despesas
São decréscimos nos beneİ cios econômicos durante o 
período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução 
de aƟ vos ou incrementos em passivos, que resultam em de-
créscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenien-
tes de distribuição de lucros aos proprietários da enƟ dade.
As despesas são registradas no momento da ocorrência 
de seus fatos geradores, independentemente de serem à 
vista ou a prazo.
Nem todas as despesas acarretarão pagamentos pre-
sentes ou futuros. Existem despesas que não implicam pa-
gamento. Elas decorrem de perder ou de deixar de ganhar. 
Podemos exemplifi car essas duas situações com a danifi ca-
ção de estoques e a concessão de descontos aos clientes, 
respecƟ vamente.
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Exemplos PráƟ cos de Fatos Geradores de Receitas 
e Despesas
Considere uma sociedade que tenha prestado ser viços 
a terceiros com recebimento à vista no valor de R$ 85,00. 
Isso aumentará o aƟ vo Caixa, em razão de um aumento na 
conta Receita de Serviços. Ainda que os serviços devam ser 
recebidos posteriormente, a consequência será a elevação 
do aƟ vo, só que desta vez representado pela conta Valores 
a Receber, em subsƟ tuição ao Caixa.
No entanto, existem circunstâncias nas quais as receitas 
surgem pela redução de passivos, sem que o aƟ vo reduza 
na mesma proporção.
Suponha que a empresa deve a terceiros um valor de 
R$ 1.000,00. Ao antecipar o pagamento do valor devido, 
em dinheiro, obtém desconto de R$ 50,00. Nesse caso, 
o Passivo reduzirá pelo valor integral da dívida quitada
(R$ 1.000,00), o Caixa diminuirá em R$ 950,00 e a empresa 
deverá registrar a diferença como receita (Descontos Finan-
ceiros ObƟ dos).
Note que a função das contas de receitas é controlar 
(indicar a origem) das entradas de elementos no aƟ vo, sob 
a forma de disponibilidades ou direitos a receber, ou dos 
ganhos decorrentes das reduções de passivos, sem que sejam 
sacrifi cados aƟ vos, na mesma proporção.
As despesas, por sua vez, ao serem registradas, provocam 
reduções de aƟ vos ou aumentos de passivos.
Considere que a empresa usou os serviços de um ad-
vogado no valor de R$ 2.000,00 a serem pagos em 30 dias. 
O contador deverá registrar o aumento de “Despesas com 
Honorários Advocaơ cios”, com consequência idênƟ ca na 
conta “Honorários a Pagar”. Se, no entanto, o pagamento 
for imediato, deve-se subsƟ tuir a conta do passivo pelos 
aƟ vos Caixa ou Bancos (este se em cheque) com indicação 
de redução de saldo do disponível.
A despesa também pode decorrer do excesso de sa-
criİ cios de aƟ vos no pagamento de dívidas anteriormente 
registradas. Na hipótese de uma dívida com valor nominal 
de R$ 500, 00, sobre a qual, no pagamento (em cheque), 
incidam encargos de 2% pelo atraso, deve-se redu zir o aƟ vo 
pelo valor do principal acrescido de juros (R$ 510,00); em 
contraparƟ da, reduzir o passivo (R$ 500,00) e aumentar a 
despesa fi nanceira em R$ 10,00. Observe-se que a despesa 
deve ser registrada com a indicação da fi nalidade (salários, 
juros, aluguéis). O mesmo vale para a receita.
Sistema de ParƟ das Dobradas
A escrituração contábil se dá por uma técnica contábil 
denominada escrituração. Por ela se registram, em livros 
próprios e por critérios previamente insƟ tuídos, as operações 
que afetam o patrimônio. Os métodos de escrituração con-
sistem em critérios sistemáƟ cos que orientam a realização 
dos registros, formulados pela doutrina contábil.
O método das parƟ das dobradas, uƟ lizado universalmen-
te, foi pela primeira vez difundido, em obra publicada, pelo 
frade italiano Luca Pacioli, em 1494, no livro de sua autoria 
inƟ tulado Summa de ArithmeƟ ca, Geometria, ProporƟ oni et 
ProporƟ onalità, no qual apresentou seu Tractatus ParƟ cu-
laris de CompuƟ s e Scripturis. Entretanto, em manuscritos 
de BenedeƩ o Contrugli3, datados de 1458, já se observava 
o uso desse método, também conhecido por digráfi co ou 
digrafi a contábil.
3 SCHIMIDT, Paulo. História do Pensamento Contábil. São Paulo, 2000, p. 32-33.
Seu uso é universal e traz o seguinte axioma contábil:
Não há débito(s) sem crédito(s)
correspondente(s) de igual valor
Nessa acepção, os lançamentos das operações contá beis 
terão por consequência:
a) o valor total dos débitos será sempre igual ao valor 
dos créditos, ainda que essa igualdade surja pela soma 
de diversas contas a débito e/ou diversas a crédito;
b) o somatório dos saldos devedores será sempre igual 
ao dos saldos credores;
c) o total do aƟ vo (no qual serão registradas as contas 
devedoras do patrimônio) é sempre igual à soma do 
passivo com o patrimônio líquido (contas credoras do 
patrimônio).
Isso será possível por meio da correta aplicação do me-
canismo de funcionamento das contas. Portanto, debitar e 
creditar é respeitar a natureza dos saldos das contas, assim:
Mecanismo de Funcionamento das Contas Patri-
moniais (exceto Contas ReƟ fi cadoras ou Redu toras)
Classifi cação das 
contas
Consequência da operação 
no saldo das contas Natureza do 
SALDO
Aumento Diminuição
AƟ vo Débito Crédito DEVEDOR
Passivo Crédito Débito CREDOR
Patrimônio 
Líquido Crédito Débito CREDOR
O mecanismo de funcionamento das receitas e despesas 
guarda estreita relação com as consequências que elas tra-
zem sobre o patrimônio. Observe que as sobras de receitas 
são lucros que aumentam a riqueza dos sócios e que excessos 
de despesas acarretam prejuízos, com consequência inversa. 
Observe:
Mecanismo de Funcionamento das Contas deResultado (exceto Contas ReƟ fi cadoras ou Redutoras)
Classifi cação das 
contas
Consequência da operação 
no saldo das contas Natureza do 
SALDO
Aumento Diminuição
Despesas Débito Crédito DEVEDOR
Receita Crédito Débito CREDOR
É oportuno salientar que as reduções de saldo nas contas 
de resultado acontecem apenas em circunstâncias muito 
específi cas, como as correções de erros de lançamento e 
as transferências de saldos para apuração do resultado do 
exercício.
Fatos Contábeis e RespecƟ vas Variações 
Patrimoniais
Considere a ocorrência dos seguintes fatos contábeis 
ocorridos em outubro de 2009, descritos a seguir em ordem 
cronológica:
1. O contador registrou a realização de capital em dinhei-
ro por parte dos sócios, djando início às operações das 
‘Lojas Fácil’: R$ 80.000,00.
2. Depósito inicial de abertura de conta-corrente ban-
cária no valor de R$ 75.000,00.
3. Compra de uma sala para sede da loja nas seguintes 
condições:
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à vista, em cheque, a ơ tulo de
entrada: R$ 20.000,00
a prazo, em 4 parcelas iguais
e sucessivas de R$ 10.000,00
cada uma: R$ 40 000,00
TOTAL R$ 60.000,00
4. Aquisição de computadores, à vista, em cheque, 
com os quais pretende prestar serviços ao público: 
R$ 8.000,00.
5. Prestou serviços a terceiros pelos quais recebeu, no 
ato, em cheque: R$ 1.600,00.
6. Prestou serviços a terceiros a serem recebidos em 
30 dias: R$ 2.000,00.
7. Pagou despesas com transporte de empregados à 
vista, em dinheiro: R$ 100,00.
8. Registrou a folha de salários do mês de outubro 
a ser paga até o 5º dia úƟ l do mês de novembro: 
R$ 800,00.
Observe os desdobramentos desses lançamentos nos razonetes:
1. Caixa
80.000,00a Capital
2. Bancos – Conta Movimento
75.000,00a Caixa
3. Imóveis
a Diversos
a Bancos – Conta Movimento
a Títulos a Pagar
20.000,00
40.000,00 60.000,00
4. Computadores e Periféricos
8.000,00a Bancos – Conta Movimento
5. Caixa*
1.600,00a Receita de Serviços
6. Clientes
2.000,00a Receita de Serviços
7. Despesas de transporte
100,00a Caixa
8. Salários
a Salários a Pagar 800,00
* Os cheques recebidos na empresa são lançados no Caixa. Depois são enviados a depósito no banco.
Observe os desdobramentos desses lançamentos nos razonetes:
Caixa Capital Bancos – Conta Movimento Imóveis
d c d c d c d c
1) 80.000
5) 1.600
75.000 (2
100 (7
80.000,00 (1 2) 75.000 20.000 (3
8.000 (4
3) 60.000
Sf)* 6.500 80.000 (Sf* Sf)* 47.000 Sf)* 60.000
Títulos a Pagar Computadores e Periféricos Clientes Receitas de Serviços
d c d c d c d c
40.000 (3 4) 8.000 6) 2.000 1.600 (5
2.000 (6
40.000 (Sf* Sf)*8.000 Sf)* 2.000 3.600 (Sf**
Despesas de Transporte Salários Salários a Pagar
d c d c d c
7) 100 8) 800 800 (8
Sf)* *100 Sf)**800 800 (Sf*
Sf)* Saldo fi nal.
Sf)** Saldo fi nal antes da apuração do lucro ou prejuízo do período.
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BALANCETE DE VERIFICAÇÃO: CONCEITO, 
FORMA DE APRESENTAÇÃO, FINALIDADE E 
ELABORAÇÃO
As regras para a elaboração do balancete de verifi cação 
estão previstas, atualmente, na ITG 2000, aprovada pela 
Resolução CFC nº 1.330, de 2011, a seguir:
1. O balancete de verifi cação do razão é a relação de 
contas, com seus respecƟ vos saldos, extraída dos 
registros contábeis em determinada data.
2. O grau de detalhamento do balancete deverá ser 
consentâneo com sua fi nalidade.
3. Os elementos mínimos que devem constar do balan-
cete são:
a) idenƟ fi cação da enƟ dade;
b) data a que se refere;
c) abrangência;
d) idenƟ fi cação das contas e respecƟ vos grupos;
e) saldos das contas, indicando se devedores ou 
credores;
f) soma dos saldos devedores e credores.
4. O balancete que se desƟ nar a fi ns externos à enƟ da-
de deverá conter nome e assinatura do contabilista 
responsável, sua categoria profi ssional e número de 
registro no CRC.
5. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensal-
mente.
Logo, uma vez realizados os lançamentos, e na periodici-
dade legal, ou menor, se conveniente, elabora-se o balancete 
de verifi cação. Veja o exemplo das ‘Lojas Fácil’:
Balancete de Verifi cação das
Lojas Fácil em 31/10/2009
Nº Contas
Saldo (em R$)
Devedor Credor
1. Caixa 6.500,00
2. Bancos – Conta Movimento 47.000,00
3. Clientes 2.000,00
4. Computadores e Periféricos 8.000,00
5. Imóveis 60.000,00
6. Despesas de Transporte 100,00
7. Salários 800,00
8. Salários a Pagar 800,00
9. Títulos a Pagar 40.000,00
10. Capital 80.000,00
11. Receitas de Serviços 3.600,00
Total 124.400,00 124.400,00
Livros de Escrituração
Diariamente, as empresas comerciais registram ocor-
rências que aƟ ngem seu patrimônio e resultado, em livros 
próprios. Esses livros têm várias fi nalidades:
a) registrar em ordem cronológica os fatos contábeis;
b) registrar compras;
c) registrar vendas;
d) controlar os estoques;
e) registrar atas de assembleia-geral;
f) apurar tributos.
Assim, os livros se classifi cam como contábeis, fi scais 
ou societários.
Livros Fiscais
São aqueles de uso determinado pela legislação tribu-
tária de União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sua 
fi nalidade é acompanhar o tributo que deve ser registrado 
em sua escrituração (IR, IPI, ICMS, ISS e outros).
Livros Contábeis
São livros desƟ nados à escrituração dos fenômenos 
contábeis que aƟ njam o patrimônio. Seu preenchimento é 
feito segundo método e critérios próprios ditados por normas 
de escrituração contábil. Exemplos mais conhecidos são o 
Diário e o Razão.
Livros Societários
Exigidos pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 
nº 6.404/1976) para as empresas que se consƟ tuam como 
sociedades anônimas, de capital aberto ou fechado.
Livros de Escrituração: Obrigatoriedade, Funções e 
Formas de Escrituração
Por determinação do Novo Código Civil Brasileiro, o em-
presário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com 
base na escrituração uniforme de seus livros, lastreado em 
documentos hábeis, e a demonstrar anualmente o Balanço 
Patrimonial e o de Resultado Econômico.
No que lhe cabe, o CFC se manifestou sobre a escrituração 
dos livros, por meio da norma descrita a seguir:
ITG 2000 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Conceito e Finalidade
Técnica contábil responsável pelo registro dos fatos 
contábeis que aƟ njam o patrimônio das enƟ dades, em seu 
aspecto qualitaƟ vo (permutaƟ vo) ou quanƟ taƟ vo, visando 
ao controle dos elementos patrimoniais e de resultado. A 
escrituração processa-se por meio de lançamentos.
Processos de Escrituração
Formalidades da escrituração contábil, segundo a Reso-
lução CFC nº 1.330, de 2011
1. A escrituração contábil deve ser realizada com obser-
vância aos Princípios de Contabilidade.
2. O nível de detalhamento da escrituração contábil 
deve estar alinhado às necessidades de informação 
de seus usuários. Nesse senƟ do, esta Interpretação 
não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere 
um plano de contas a ser observado. O detalhamento 
dos registros contábeis é diretamente proporcional 
à complexidade das operações da enƟ dade e dos 
requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto 
nos casos em que uma autoridade reguladora assim 
o requeira, não devem necessariamente observar um 
padrão pré-defi nido.
3. A escrituração contábil deve ser executada:
a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d)com ausência de espaços em branco, entrelinhas, 
borrões, rasuras ou emendas; e
e) com base em documentos de origem externa ou 
interna ou, na sua falta, em elementos que com-
provem ou evidenciem fatos contábeis.
4. A escrituração em forma contábil de que trata o item 
5 deve conter, no mínimo:
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o 
fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
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d) histórico que represente a essência econômica da 
transação ou o código de histórico padronizado, 
neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em 
livro próprio;
e) valor do registro contábil;
f) fi nformação que permita idenƟ fi car, de forma uní-
voca, todos os registros que integram um mesmo 
lançamento contábil.
5. O registro contábil deve conter o número de idenƟ fi ca-
ção do lançamento em ordem sequencial relacionado 
ao respecƟ vo documento de origem externa ou inter-
na ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou 
evidenciem fatos contábeis.
6. A terminologia uƟ lizada no registro contábil deve 
expressar a essência econômica da transação.
7. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro 
Diário e o Livro Razão, em forma não digital, devem 
revesƟ r-se de formalidades extrínsecas, tais como:
a) serem encadernados;
b) terem suas folhas numeradas sequencialmente;
c) conterem termo de abertura e de encerramento 
assinados pelo Ɵ tular ou representante legal da 
entidade e pelo profissional da contabilidade 
regularmente habilitado no Conselho Regional de 
Contabilidade. 
8. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diá-
rio e o Livro Razão, em forma digital, devem revesƟ r-se 
de formalidades extrínsecas, tais como:
a) serem assinados digitalmente pela entidade e 
pelo profi ssional da contabilidade regularmente 
habilitado;
b) serem autenƟ cados no registro público competente.
9. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos 
históricos dos lançamentos, desde que permanentes 
e uniformes, devendo constar o signifi cado dos códi-
gos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro 
especial revesƟ do das formalidades extrínsecas de 
que tratam os itens 9 e 10. 
10. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, 
peças, análises, demonstraƟ vos e demonstrações 
contábeis são de atribuição e de responsabilidade 
exclusivas do profi ssional da contabilidade legalmen-
te habilitado.
11. As demonstrações contábeis devem ser transcritas 
no Livro Diário, completando-se com as assinaturas 
do Ɵ tular ou de representante legal da enƟ dade e do 
profi ssional da contabilidade legalmente habilitado.
Livro Diário e Livro Razão
1. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem 
cronológica, com individualização, clareza e refe-
rência ao documento probante, todas as operações 
ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem 
variações patrimoniais. 
2. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gera-
dos por processo que uƟ lize fi chas ou folhas soltas, 
deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e 
Balanços”.
3. No caso da enƟ dade adotar processo eletrônico 
ou mecanizado para a sua escrituração contábil, os 
formulários de folhas soltas, devem ser numerados 
mecânica ou Ɵ pografi camente e encadernados em 
forma de livro.
4. Em caso de escrituração contábil em forma digital, 
não há necessidade de impressão e encadernação 
em forma de livro, porém o arquivo magnéƟ co au-
tenƟ cado pelo registro público competente deve ser 
manƟ do pela enƟ dade.
5. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obe-
decer aos preceitos gerais da escrituração contábil.
6. A enƟ dade é responsável pelo registro público de 
livros contábeis em órgão competente e por averba-
ções exigidas pela legislação de recuperação judicial, 
sendo atribuição do profi ssional de contabilidade a 
comunicação formal dessas exigências à enƟ dade.
CaracterísƟ cas dos Livros de Escrituração
Livro Diário
É o livro indispensável para todas as empresas, exceto o 
pequeno empresário* (NCCB arts. 1.179, parágrafo único, 
e 1.180). É preenchido segundo a ordem cronológica das ope-
rações realizadas pela enƟ dade, com a observância dos demais 
requisitos descritos pelas Normas Brasileiras de Contabilidade.
Trata-se de livro:
• Obrigatório: de preenchimento indispensável.
• Comum: exigido para todas as empresas, independen-
te do Ɵ po societário, porte ou aƟ vidade.
• Principal: registra todos os fatos contábeis.
• Cronológico: obedece rigorosamente a ordem de 
ocorrência dos fatos, em termos de dia, mês e ano.
Livro Razão
Trata-se de livro obrigatório para contribuinte sujeito ao 
lucro real (Regulamento do Imposto de Renda – RIR), embora 
facultaƟ vo para efeitos da legislação empresarial.
Trata-se de livro:
• FacultaƟ vo: para pessoas jurídicas optantes do Simples 
e Lucro Presumido.
• Obrigatório: para pessoas jurídicas optantes do Lu-
cro Real.
• Principal: registra todos os fatos contábeis.
• SistemáƟ co: organiza as informações registradas da 
maneira mais úƟ l ao contabilista.
Livros Especiais
Existem livros que são exigidos especifi camente para 
determinadas empresas em razão de sua complexidade ou 
das parƟ cularidades de suas aƟ vidades.
Exigem-se para as Sociedades por Ações:
1. Registro de ações NominaƟ vas
2. Transferência de Ações NominaƟ vas
3. Registro de Partes Benefi ciárias NominaƟ vas
4. Transferência de Partes Benefi ciárias NominaƟ vas
5. Atas de Assembleias-Gerais
6. Presença de Acionistas
7. Atas das Reuniões do Conselho de Administração se 
houver, e Atas de Reuniões de Diretoria;
8. Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Escrituração Fiscal: Livros Obrigatórios e 
FacultaƟ vos no Âmbito das Legislações do IR, 
ICMS, IPI e ISS
Livros Fiscais
a) Exigidos pela legislação do imposto de renda para os 
contribuintes do Lucro Real:
1. Registro de Inventário
* O pequeno empresário não é classifi cado como empresa.
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2. Registro de Compras
3. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)
4. Registro Permanente de Estoques, no caso de cons-
trutoras, loteadoras, incorporadoras, ou empresas 
que promovam desmembramento de terrenos 
para venda, compra ou venda e imóveis.
5. Movimentação de combustíveis (escrituração 
diária pelo posto revendedor)
b) Exigidos pela legislação do ICMS:
1. Registro de Entradas – Modelo 1*
2. Registro de Entradas, Modelo 1-A**
3. Registro de Saídas, Modelo 2*
4. Registro de Saídas, Modelo 2-A**
5. Registro de Controle da Produção e Estoque
6. Registro de UƟ lização de Documentos Fiscais e 
Termos de Ocorrência
7. Registro de Inventário
8. Livro Registro de Apuração do ICMS
c) De uso determinado pela legislação do IPI:
1. Registro de Entrada
2. Registro e Saídas
3. Registro de Controle de Produção e Estoque
4. Registro de Selo de Controle
5. Registro de Impressão de Documentos Fiscais
6. Registro de UƟ lização de Documentos Fiscais e 
Termos de Ocorrência
7. Registro de Inventário
8. Registro de Apuração do IPI
d) De uso determinado pela legislação do ISS:
1. Livro Registro dos Serviços Prestados
2. Livro Registro de Contratos
3. Livro Registro de UƟ lização de Documentos Fiscais 
e Termos de Ocorrência
LALUR
O Livro de Apuração do Lucro Real é aquele no qual 
deve ser:
a) lançado o ajuste do lucro líquido do período de apura-
ção, segundo as adições e exclusões prescritas em lei;
b) transcrita a demonstração do lucroreal;
c) manƟ do o registro de controle de prejuízos fi scais a 
compensar e de outros valores previstos na legislação 
do imposto de renda.
Lançamentos Contábil – RoƟ nas e Fórmulas
Conceito e Funções
O registro de um fato contábil, por meio da uƟ lização 
do método das parƟ das dobradas, é o que se denomina 
lançamento. O lançamento é o meio pelo qual, segundo 
o método das parƟ das dobradas, se cumpre a função de 
registro abarcada no conceito de Contabilidade. De forma 
objeƟ va, por meio dos lançamentos é que se controlam as 
movimentações dos elementos patrimoniais e de resultado.
* Para contribuintes sujeitos ao IPI e ICMS.
** Para contribuintes sujeitos somente ao ICMS.
Métodos de Escrituração
Métodos de escrituração são formulações gerais sobre 
como se processam os registros dos fatos contábeis, tais 
como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc. 
Os métodos de escrituração efeƟ vam-se por meio de lan-
çamentos contábeis.
Os métodos de escrituração mais conhecidos são a uni-
grafi a (método das parƟ das simples) e a digrafi a (método 
das parƟ das dobradas).
Método das ParƟ das Simples
Método que preconiza a escrituração unilateral, isto 
é, registra os fatos contábeis usando exclusivamente uma 
conta (elemento). Em razão disso, não é possível visua lizar 
a conta que comparƟ lha o fenômeno contábil, inexisƟ ndo 
aqui a máxima que assegura que a todo débito corresponde 
crédito de igual valor. Este método não permite o controle 
completo do patrimônio.
Método das ParƟ das Dobradas
Método de escrituração bilateral que pressupõe que cada 
fato contábil se registra pela uƟ lização de, no mínimo, uma 
conta debitada e outra creditada. Assim, para todo débito 
existe um crédito correspondente e vice-versa. Por ele se 
processa o controle completo dos elementos patrimoniais e 
de resultado, sendo, portanto, de adoção universal.
Processo de Escrituração
O processo de escrituração consiste na adoção de técni-
cas de escrituração e na observância de formalidades para 
a efeƟ vação dos registros dos fatos contábeis. Essas ações e 
formalidades encontram-se em textos normaƟ vos expedidos 
pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Nas determinações normaƟ vas sobre como se realiza o 
processo de escrituração encontra-se a que se refere aos atri-
butos que a documentação contábil deve ter, para que possa 
gozar de presunção de legiƟ midade (que, no entanto, não é 
incontestável). A referida documentação compreende todos 
os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, que 
apoiam ou compõem a escrituração contábil. Por ela é que 
se comprovam as circunstâncias geradoras dos lançamentos 
na escrituração mercanƟ l das companhias.
Segundo a ITG 2000, aprovada por meio da Resolução 
nº 1.336, de 2011, a documentação contábil deve revesƟ r-se 
de caracterísƟ cas ou formalidades intrínsecas ou extrínsecas. 
Quando relacionadas aos livros contábeis, em parƟ cular, 
o cumprimento de tais formalidades exige que eles devam:
I. Quanto às formalidades extrínsecas:
a) ser encadernados;
b) possuir páginas numeradas Ɵ pografi camente;
c) conter termos de abertura e encerramento;
d) ser autenticados no Registro Público das Empre-
sas Mercantis, se obrigatórios, antes de postos 
em uso, por determinação do art. 1.181, da Lei 
nº 10.406/2002, salvo disposição especial de lei.
II. Quanto às formalidades intrínsecas:
a) em seu preenchimento, observar método de escritu-
ração uniforme;
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b) registrar os fatos em língua e moeda nacionais, se-
gundo critérios de individuação e clareza;
c) observar rigorosamente a ordem cronológica de 
ocorrência dos fatos;
d) não conter rasuras, emendas, borrões, raspa duras, 
espaços em branco, transporte para as margens ou 
escritos em entrelinhas.
Elementos Essenciais do Lançamento
Para que um lançamento contábil seja considerado sob a 
óƟ ca da correção é necessário que ele contenha os seguintes 
elementos:
1. local e data;
2. conta(s) debitadas(s);
3. conta(s) creditada(s);
4. histórico; e
5. valor.
Escrituração
Para que você possa compreender como ocorre a escritu-
ração e os modelos de lançamentos contábeis que decorrem 
dessa técnica, vamos uƟ lizar exemplos.
Se a Comercial “Varejista” adquirir mercadorias à vista, 
em cheque, da Comercial “Atacadista” por R$ 1.800,00, 
o contador deve fazer o lançamento contábil correspon-
dente. Na forma mecanizada, é normal que o registro dessa 
operação se faça por uma das confi gurações de lançamento 
abaixo, na empresa adquirente:
Brasília, 21 de janeiro de 2006.
D: Estoque de Mercadorias 1.800,00
C: Bancos – Conta Movimento 1.800,00
Conforme NF nº X de emissão da Companhia Atacadista
ou:
Brasília, 21 de janeiro de 2006.
Débito Crédito
Estoque de Mercadorias 1.800,00
Bancos – Conta Movimento 1.800,00
Conforme NF nº X de emissão da Companhia Atacadista
No caso de escrituração pelo processo manual, teríamos:
 Estoque de Mercadorias
a Bancos – Conta Movimento
 Conforme NF nº X de emissão
 da Companhia Atacadista 1.800,00
Escrituração de Operações Típicas
O registro de operações no livro Diário ou parƟ das de 
Diário segue, como já foi dito, o método das parƟ das do-
bradas, o qual, inicialmente, envolvia apenas uma conta a 
débito e uma a crédito. Atualmente, pode acontecer de o 
registro contemplar mais de uma conta a débito, mais de 
uma conta a crédito, ou, simultaneamente, diversas contas 
a débito e a crédito.
De acordo com a quanƟ dade de contas debitadas e cre-
ditadas é que se idenƟ fi cam as fórmulas dos lan çamentos.
a) Lançamento de 1ª fórmula
Envolve somente uma conta a débito e uma a crédito.
Exemplo: depósito em conta-corrente bancária: R$ 1.000,00:
 Bancos – Conta Movimento
a Caixa 1.000,00
ou:
D: Bancos – Conta Movimento 1.000,00
C: Caixa 1.000,00
b) Lançamento de 2ª fórmula
Ocorre quando o registro da operação uƟ liza uma conta 
a débito e duas ou mais a crédito.
Veja como se processa o registro de uma aquisição de 
um veículo no valor de R$ 30.000,00, pelo qual a empresa 
paga, no ato, R$ 2.000,00 em dinheiro e R$ 4.000,00 em 
cheque, totalizando uma entrada de R$ 6.000,00; e assume 
um fi nanciamento de R$ 24.000,00 para pagamento em 24 
parcelas iguais e fi xas:
 Veículos
a Diversos
 Aquisição de um veículo,
 junto à ......., conforme NF nº
 ......., nas seguintes condições:
a Caixa
 à vista, em dinheiro: 2.000,00
a Bancos – Conta Movimento
 Parcela à vista, em cheque: 4.000,00
a Financiamentos a Pagar
 24 parcelas mensais de
 R$ 1.000,00 cada uma 24.000,00 30.000,00
Ou, simplesmente:
D: Veículos 30.000,00
C: Caixa 2.000,00
C: Bancos – Conta Movimento 4.000,00
C: Financiamentos a Pagar 24.000,00
c) Lançamentos de 3ª fórmula
Registram a ocorrência simultânea de dois ou mais dé-
bitos para um crédito.
Uma empresa Ɵ nha registrado em seu passivo uma dívida 
de R$ 8.000,00. Ao efetuar o pagamento com atraso, incorreu 
em juros de mora, que ainda não haviam sido apropriados, no 
valor de 2% da dívida, resultando em um desembolso total 
no valor de R$ 8.160,00, em cheque. O lançamento seria:
Diversos
a Bancos – Conta Movimento
 Pagamento que se faz nesta
 data, da seguinte forma:
Contas a Pagar
 Documento nº ..... emiƟ do
 por...., com vencimento
 em..... 8.000,00
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Despesa de Juros
 Juros de mora incidentes à
 razão de 2% 160,00 8.160,00
ou
D: Contas a Pagar8.000,00
D: Despesa de Juros 160,00
C: Bancos – Conta Movimento 8.160,00
d) Lançamentos de 4ª fórmula
Usados nas operações que envolvam o uso simultâneo 
de duas ou mais contas a débito, para duas ou mais contas 
a crédito.
Exemplo: uma empresa adquiriu 100 galões de Ɵ nta bran-
ca a R$ 12,00 cada um, sendo 90 para revenda e 10 para uso 
posterior na conservação de próprias instalações. Para isso, 
pagou à vista, em dinheiro, R$ 300,00, deixando o restante 
para pagar em 30 dias. Na operação não houve incidência 
de tributos. No Livro Diário deve-se registrar:
Diversos
a Diversos
 Compra de bens conforme
 descrição a seguir, junto
 à ..... pela NF nº .....
Estoque de Mercadorias
 90 galões de Ɵ nta adquiridos
 para revenda 1.080,00
Estoque de Material de Consumo
 10 galões que se desƟ nam a
 consumo posterior 120,00 1.200,00
a Caixa
 Pagamento no ato 300,00
a Fornecedores
 Pela dívida a vencer em 30 dias
 a contar dessa data 900,00 1.200,00
 ou, ainda:
D: Estoque de Mercadorias 1.080,00
D: Estoque de Material de Consumo 120,00
C: Caixa 300,00
C: Fornecedores 900,00
Problemas Contábeis Diversos
Existem lançamentos contábeis que se fazem em função 
de especifi cidades legais ou em decorrência dos chamados 
critérios de avaliação de aƟ vos e passivos. São exemplos de 
tais lançamentos: provisão para devedores duvidosos (ou 
para créditos de liquidação duvidosa); depreciação, amorƟ -
zação, exaustão, descontos de ơ tulos e outros. A forma pela 
qual se processam tais lançamentos será vista ao longo da 
aposƟ la, quando estudarmos provisões, descontos, depre-
ciação, amorƟ zação, exaustão e outros.
Atos AdministraƟ vos X Fatos Contábeis
O Conselho Federal de Contabilidade se manifesta em 
norma própria (ITG 2000) sobre as informações contábeis. 
Nela se encontra a indicação de que tais informações se 
expressam por diferentes meios, como as demonstrações 
contábeis, a escrituração manƟ da em registros permanen-
tes e sistemáƟ cos, documentos, livros, planilhas, listagens, 
notas explicaƟ vas, mapas, pareceres, laudos, diagnósƟ cos 
e quaisquer outros uƟ lizados pelo profi ssional, no exercício 
de suas aƟ vidades, por razões técnicas ou imposições legais.
Mas, como selecionar entre as inúmeras informações 
produzidas pelas empresas as que sejam objeto de lança-
mento contábil? Para isso, é importante diferenciar atos e 
fatos administraƟ vos.
Conceitos
Atos administraƟ vos são aqueles que, no momento de 
sua ocorrência, não provocam alterações nas contas patri-
moniais (bens, direitos e obrigações) nem nas contas de 
resultado (receitas e despesas). Exemplos: marcação de reu-
niões, contratação de empregados, assinatura de contratos 
de aluguel na condição de fi ador, consultas de preços junto 
a fornecedores. Em regra, não são objeto de lançamento em 
contas normais (patrimo niais ou de resultado).
Os fatos contábeis são aqueles que provocam alterações 
nos elementos patrimoniais ou de resultado.
Diferença entre Atos AdministraƟ vos e Fatos 
Contábeis
Muitos atos administraƟ vos têm como consequência a 
ocorrência futura de fatos administraƟ vos ou contábeis. Por 
exemplo, no momento da contratação do empregado o patri-
mônio não se altera, mas ao fi m do mês por ele trabalhado 
haverá a necessidade de sua inclusão na folha de pagamento, 
que deverá ser registrada para indicar a despesa pelo uso dos 
serviços do trabalhador e a dívida correspondente, a ser liqui-
dada, normalmente, até o quinto dia úƟ l do mês subsequente 
(fato contábil). Assim, na contratação (ato), a contabilidade 
não se manifesta, mas na apropriação da folha de pagamento 
deverá fazer o competente registro (fato).
Geralmente os atos administraƟ vos serão objetos de 
ação administraƟ va, não interessando à Contabilidade. No 
entanto, se os atos administraƟ vos puderem trazer conse-
quências relevantes sobre o patrimônio, poderão ser objeto 
de registro em contas de compensação.
As contas de compensação consƟ tuem sistema próprio 
e se desƟ nam ao registro de atos relevantes, cujos efeitos 
possam se traduzir em modifi cações do patrimônio da En-
Ɵ dade. Sua escrituração será obrigatória nos casos em que 
instrumentos normaƟ vos específi cos o exijam.
Como são contas de mero controle, não se apresentam 
no corpo das demonstrações contábeis, sendo as informa-
ções delas decorrentes divulgadas em notas explica Ɵ vas, 
quando for o caso.
Alguns exemplos comuns de atos administraƟ vos con-
trolados por meio de contas de compensação:
1. garanƟ as reais prestadas em contratos de fi nancia-
mentos (exemplo: hipoteca);
2. garanƟ as pessoais concedidas a terceiros (exemplo: 
fi anças e avais);
3. compromissos fi rmados em contratos de longo prazo 
para compras de matérias-primas.
Fatos Contábeis e RespecƟ vas Variações 
Patrimoniais
Os fatos contábeis, comumente chamados de fatos 
administraƟ vos, são aqueles que provocam alterações nos 
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elementos patrimoniais ou de resultado. ConsƟ tuem objeto 
de ação da Contabilidade, a qual deve se concentrar no re-
gistro, estudo e análise de tais fatos. Podem ser encontrados 
inúmeros exemplos, entre os quais:
1. pagamentos de dívidas junto a fornecedores;
2. compras de mercadorias à vista ou a prazo;
3. alienação de bens do aƟ vo imobilizado à vista ou a 
prazo;
4. baixa de aƟ vos imobilizados que percam a condição 
de uso e para os quais não seja viável o conserto;
5. integralização de capital por parte dos sócios;
6. recebimentos de direitos;
7. pagamento de dívidas com juros ou com des contos;
8. recebimentos de direitos com juros ou descontos.
Classifi cação dos Fatos AdministraƟ vos
Os diversos fatos contábeis podem ser estudados segun-
do as alterações que provoquem (ou não) sobre o montante 
do patrimônio líquido. Eles podem ser permuta Ɵ vos, modi-
fi caƟ vos ou mistos.
Fatos permutaƟ vos: não provocam alteração no VALOR 
do patrimônio líquido. Exemplos:
a) compra de mercadorias para revenda, à vista;
b) compras de mercadorias para revenda a prazo (o 
aƟ vo e o passivo aumentam simultaneamente, sem 
qualquer implicação sobre o patrimônio líquido);
c) recebimentos de direitos anteriormente regis trados;
d) pagamentos de dívidas pelo valor de face (no minal);
e) aumento de capital com uso de reservas ou de lucros.
Fatos modifi caƟ vos: provocam alterações no montante 
do patrimônio líquido, para mais (modifi caƟ vos aumentaƟ -
vos) ou para menos (modifi caƟ vos diminuƟ vos).
Fatos modifi caƟ vos aumentaƟ vos:
1. integralização de capital por parte dos sócios;
2. conversão de debêntures em ações;
3. registro de aluguéis gerados em favor da empresa no 
período, a serem recebidos no período subse quente.
Fatos modifi caƟ vos diminuƟ vos:
1. apropriação de despesa de salários do período a ser 
paga no período seguinte;
2. reƟ rada de um sócio da empresa sem que haja sua 
subsƟ tuição por outro, levando à redução do capital;
3. aluguéis do período ainda não pagos.
Fatos mistos: as ocorrências simultâneas de circunstân-
cias que combinem fatos permutaƟ vos com fatos modifi ca-
Ɵ vos, aumentaƟ vos ou diminuƟ vos, denominam-se fatos 
mistos. Exemplos:
Fatos mistos aumentaƟ vos:
1. venda de aƟ vos imobilizados com lucros;
2. venda de mercadorias acima do custo;
3. pagamento de dívidas com descontos.
Fatos mistos diminuƟ vos:
1. vendas de bens abaixo do custo;
2. recebimentos de direitos concedendo descontos ao 
cliente;
3. pagamentos de dívidas com juros.
Escrituração de Operações Típicas
As operações ơ picas das empresas comerciais são as 
compras, vendas, pagamentos, recebimentos, integralizações 
de capital,

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