Aula 1 - As Organizacoes Internacionais e a ONU

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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
Aula 1 – As Organizações Internacionais e a Organização das Nações Unidas (teoria geral)
23.02.2015
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
Organizações Internacionais (“OI”) 
As OI’s surgiram dos tratados internacionais que se prolongaram no tempo, institucionalizando-se e materializando-se, variando suas estruturas e constituições a depender dos fins a que se propõe e são resultado das relações internacionais e da necessidade de cooperação entre os Estados.
São sujeitos de direito internacional público derivados, ou seja, foram criadas pelos Estados, mas passaram a ter manifestação de vontade própria.
O desaparecimento das OI’s pode se dar por múltiplas razões, desde a expiração do prazo do tratado constitutivo até o desaparecimento de interesses que motivaram sua criação. 
Da mesma forma, pode ser ocasionado por questões econômicas. As dissoluções surgem por acordo dos Estados-membros reunidos em Assembleia Geral ou por meio de acordo, decidido por unanimidade ou maioria absoluta.
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Definição de Organizações Internacionais por Ângelo Piero Sereni
“Organização internacional é uma associação voluntária de sujeitos de direito internacional, constituída por ato internacional e disciplinada nas relações entre as partes por normas de direito internacional, constituída por ato internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável, que possui um ordenamento jurídico interno próprio e é dotado de órgãos e institutos próprios, por meio dos quais realiza as finalidades comuns de seus membros mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhes foram conferidos”. 
As OI’s têm como característica distintiva:
(a) Estatuto interno que regula as relações entre seus órgãos (isso ocorre por ser a OI ente social);
(b) Possuem exercício de poderes próprios (esses poderes são fixados pelo tratado que a cria); e
(c) “Poderes implícitos” (precisam estar vinculados ao funcionamento das OI’s e, assim, atender aos seus fins).
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Características das OI’s
Personalidade jurídica
	Essa personalidade é proveniente da vontade dos Estados e não da própria natureza jurídica das OI’s.
	A autonomia das OI’s é pautada no entendimento de que após sua criação tomam corpo próprio, adquirem personalidade e vivem independentes de seus criadores. Entretanto, é de se observar que a personalidade internacional não significa automaticamente um poder de concluir tratado. Isso depende do tratado que cria a organização. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais (1986) confere a algumas OI’s a capacidade de concluir tratados internacionais. 
Órgãos
	As OI’s apresentam um órgão de competência executiva (Conselho – de funcionamento permanente), um órgão de administração (Secretaria – de funcionamento permanente), integrado por servidores neutros em relação à política dos Estados-membros, e também um órgão não permanente (Assembleia Geral).
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As OI’s frente a Estados não-membros
A imposição do tratado internacional a terceiro é mera via de fato, condicionada a potência da OI, à conjunção favorável das forças políticas no seu contexto, e, finalmente, à debilidade do Estado que faço objeto da pretendida coação.
Sede da OI
Por não possuir uma base territorial, é necessária a colaboração de um Estado que conceda uma parte específica de seu território para a instalação física dos órgãos de uma OI. Para que isso ocorra, há necessidade da celebração de um tratado bilateral entre o Estado e a OI, sendo denominado Acordo de Sede. Exemplo: Sede da ONU em Nova Iorque. 
Representação, Garantias e Imunidade
As OI’s têm o direito de fazer-se representar tanto no território de Estados-membros quanto no de Estados estranhos ao seu quadro, mas que com ela pretendam relacionar-se. Com efeito, seus representantes exteriores são integrantes da secretaria e gozam de privilégios semelhantes àqueles do corpo diplomático de qualquer soberania representada no exterior.
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Finanças da OI
As finanças da OI se formam por meio de contribuições dos Estados-membros. Os valores arrecadados são destinados para o pagamento das despesas da OI. A fixação da quantia com que cada Estado vai contribuir é geralmente determinada por um órgão que recebe competência para isso, ou, ainda, pelo próprio tratado constitutivo da OI.
Admissão de novos membros
Os critérios de admissão são estabelecidos pelo tratado constitutivo, levando em consideração a vontade de garantir uma solidariedade entre Estados-membros, fechando mais ou menos a OI, e as formalidades desta. Dependendo do caso, as exigências incidirão em certa proximidade geográfica dos Estados-membros, ou na uniformidade de seu regime econômico-social, ou mesmo em sua ideologia governamental. 
Sanção
São passíveis de responsabilidade internacional (por ato ou omissão). São responsáveis pelos atos praticados pelos seus órgãos, como também por atos particulares dentro de suas sedes. A responsabilidade internacional das obrigações repercute diretamente em seus membros.
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Retirada dos Estados-membros
Suspensão: É permissiva, e não mandatória. Ela atinge os direitos e privilégios dos Estados. Contudo, o Estado-membro continua tendo que cumprir as suas obrigações. 
Retirada voluntária do Estado-membro: Previsão no tratado constitutivo da OI. O texto prevê a eventualidade da denúncia, que é condicionada por dois elementos, quais sejam: (i) o prévio aviso (deve haver lapso de tempo entre a manifestação da vontade do Estado retirante e o rompimento efetivo do vínculo jurídico decorrente da sua condição de parte no tratado) e (ii) atualização de contas (é exigido do Estado que se afasta ter colocado em dia suas obrigações financeiras para com a OI).
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Classificação das OI’s
(a) Quanto ao ALCANCE
UNIVERSAIS: Aquelas que não têm qualquer limitação geográfica para que um Estado venha a ser seu membro.
REGIONAIS: O tratado constitutivo da OI limita o seu âmbito de atuação a alguns Estados que reúnem certas condições, normalmente por questões geográficas. Exemplo: União Europeia. 
(b) Quanto ao DOMÍNIO TEMÁTICO
VOCAÇÃO POLÍTICA: Aquelas que consagram sobretudo à preservação da paz e da segurança internacionais. Exemplo: ONU.
VOCAÇÃO ESPECÍFICA: As finalidades podem ser econômicas, militares, científicas, sociais, técnicas, entre outras.
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Exemplos
Organizações Internacionais de alcance regional e domínio político: Nesta categoria encontram-se aquelas organizações que retomam, em escala regional, os objetivos da ONU. Os órgãos são constituídos por representantes dos Estados e as decisões são tomadas por unanimidade ou maioria qualificada assim, são os próprios Estados que executam as decisões dos órgãos.
	Organização dos Estados Americanos (1951)
	Liga dos Estados Árabes (1945)
	Organização da Unidade Africana (1963) 
Organizações Internacionais de alcance regional e domínio específico: Encontram-se neste grupo as organizações regionais de cooperação e integração econômica (Exemplo: União Européia e Mercosul). As de cooperação são as mais comuns e procuram coordenar as atividades dos membros. Nessas organizações,
apesar das preocupações dos Estados, elas acabam por exercer pressão sobre eles. Nas de integração, impõem suas decisões.