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Operações Unitárias I Sólidos Particulados / Peneiramento Prof: Bruno Baêta / Mateus Amaral 1 O que é um sólido particulado? Um material composto de materiais sólidos de tamanho reduzido (partículas). O tamanho pequeno das partículas pode ser uma característica natural do material ou pode ser devido a um processo prévio de fragmentação. 2 Importância O conhecimento das propriedades dos sólidos particulados é fundamental para o estudo de muitas operações unitárias como: Redução de tamanho Fluidização Transporte Pneumático Centrifugação Decantação Sedimentação Filtração 3 PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS A) as que dependem da natureza das partículas: o tamanho, a forma, a dureza, a densidade, o calor específico e a condutividade. B) as que dependem do sistema (leito poroso): a densidade aparente, a área específica, a porosidade, o ângulo de talude, entre outras. Neste caso, a propriedade passa a ser uma característica do conjunto de partículas (leito) e não mais do sólido em si. 4 Tamanho de Partículas Granulometria é o termo usado para caracterizar o tamanho das partículas de um material. 1 μm até 0,5 mm Sólidos Granulares 0,5 a 10 mm Blocos Pequenos 1 a 5 cm Blocos Médios 5 a 15 cm Blocos Grandes > 15 cm Pós Distinguem-se pelo tamanho cinco tipos de sólidos particulados: 5 A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente B) Densidade C) Dureza D) Fragilidade E) Aspereza F) Porosidade (e) G) Densidade Aparente Os parâmetros mais utilizados são os seguintes: FORMA E COMPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS A forma e composição das partículas é determinada pelo sistema cristalino dos sólidos naturais e no caso dos produtos industriais pelo processo de fabricação. A forma é uma variável importante. 6 A forma de uma partícula pode ser expressa pela esfericidade (), que mede o afastamento da forma esférica. = Superfície da esfera de igual volume da partícula Superfície externa da partícula real Logo = 1 para uma partícula esférica < 1 para qualquer outra forma 0 1 A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 7 Seja uma partícula de volume Vp e área Ap: Volume da esfera A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 8 p eq A d 2 = Por definição: 2 eqp dA = 9 A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 10p eq A d 2 = A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 11 p eq A d 2 = Número de partículas Dada uma massa (m) de partículas, de densidade s e Volume Vp, o número total de partículas (N) pode ser calculado como: A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 12 Paramos aqui Exercício Qual o número de partículas, considerando 1 tonelada de um minério hipotético, com densidade de 1500 kg/m3, e diâmetro equivalente de 1,24cm para: a) partículas esféricas; b) partículas cúbicas 13 s = a.D2 a = 6 para cubos a = π para esferas V = b.D3 b = 1 para cubos b = π/6 para esferas Se todas as partículas têm o mesmo volume (Vp) e a mesma forma, a área total das partículas = número de partículas x área da partícula Pode ser calculada a área por unidade de massa (área específica) se conhecemos o diâmetro equivalente para uma partícula i: A) Esfericidade e Diâmetro Equivalente 14 Iniciar aqui Exercício Qual a área total e de cada partícula, considerando 1 tonelada de um minério hipotético, com densidade de 1500 kg/m3, e diâmetro equivalente de 1,24cm para: a) partículas esféricas; b) partículas cúbicas 15 s = a.D2 a = 6 para cubos a = π para esferas V = b.D3 b = 1 para cubos b = π/6 para esferas Permite classificar os sólidos nas seguintes classes: - Leves (<500 kg/m3) = serragem, turfa, coque - Médios (1000 ≦ ≦ 2000 kg/m3) = areia, minérios leves - Muito Pesados ( > 2000 kg/m3) = minérios pesados - Intermediários (550< <1100 kg/m3) = produtos agrícolas B) Densidade 16 Esta propriedade costuma ter dois significados. Nos plásticos e metais corresponde a resistência ao corte, enquanto que no caso dos minerais é a resistência que eles oferecem ao serem riscados por outros minerais. A escala de dureza que se emprega nos minerais a Escala de Mohr, que vai de um a dez e cujos minerais representativos são: C) Dureza 17 Mede-se pela facilidade à fratura por torção ou impacto. Muitas vezes não tem relação com a dureza. Os plásticos podem ser pouco duros (moles) mas não são frágeis. Determina a maior ou menor dificuldade de escorregamento das partículas. É a propriedade da partícula que mais influencia as propriedades do conjunto (leito poroso) É a proporção de espaços vazios. Quanto mais a partícula se afastar da forma esférica, mais poroso será o leito. D) Fragilidade E) Aspereza F) Porosidade (e) 18 Porosidade 19 Leito particulado Volume total de vazios Volume total de sólidos Volume total do leito Conjunto de partículas Volume = soma dos volumes unitários Lembrando que em um leito poroso existem espaços vazios (zonas sem partículas). A porosidade () é definida como a razão entre o volume do leito que não está ocupado com material sólido e o volume total do leito. Quanto maior a esfericidade menor a porosidade do leito. F) Porosidade (e) 20 É a densidade do leito poroso, ou seja, a massa total do leito poroso dividida pelo volume total do leito poroso. Proporção de Sólido Densidade do Sólido Porosidade Densidade do Fluido G) Densidade Aparente (a) 21 Pode-se calcular por meio de um balanço de massa a partir das densidades do sólido e do fluido, que muitas vezes é o ar. ρa = (1- ε).ρp + ε.ρf Tais propriedades são, por exemplo, aplicadas em leitos de catalisadores (escoamento de gases nas fábricas de H2SO4 e HNO3), e em torres de adsorção com enchimento (purificação de gases com carvão ativado). total total V m =leito 22 A densidade aparente pode ser calculada por balanço de massa. Como exemplo, será mostrado a seguir o cálculo de (ρa) para um leito de areia que tem densidade ρ = 2,65 g.L- 1 e esfericidade Ψ = 0,75 em leito denso. Considere ar como fluido (ar: M=29g/mol e T=20°C) Calcule a densidade aparente de uma massa de grãos (ρ = 1,25 kg.m-3 e esfericidade Ψ = 0,9) imersa em água formando um leito normal. Exercício F) Porosidade (e) 23 24 1. Com o auxílio de um microscópio 2. Por peneiramento: fazer passar por malhas progressivamente menores, até que fique retida a maior porção. O tamanho corresponde ao tamanho da peneira o a média das peneiras. 3. Decantação: o material é posto numa suspensão que se deixa em repouso durante um certo tempo, findo o qual o nível dos sólidos decantados terá descido. A partir das frações de massa separadas, calcula-se o tamanho da partícula. O tamanho da partícula de materiais homogêneos (com partículas uniformes) pode ser obtido: 25 4. Elutriação: O princípio empregado é o mesmo, porém a suspensão é mantida em escoamento ascendente através de um tubo. Variando-se a velocidade de escoamento, descobre-se o valor necessário para evitar a decantação das partículas. Esta será a velocidade de decantação do material. 5. Centrifugação: A força gravitacional é substituída por uma força centrífuga cujo valor pode ser bastante grande. É útil principalmente quando as partículas são muito pequenas e, por conseqüência, têm uma decantação natural muito lenta. 26 MATERIAIS HETEROGÊNEOS Neste caso o material terá que ser separado em frações com partículas uniformes por qualquer um dos métodos de decantação, elutriaçãoou centrifugação anteriormente citados. O meio mais prático, no entanto, é o tamisamento, consiste em passar o material através de uma série de peneiras com malhas progressivamente menores, cada uma das quais retém uma parte da amostra. Esta operação, conhecida como análise granulométrica, é aplicável a partículas de diâmetros compreendidos entre 7 cm e 40 µm. 27 MATERIAIS HETEROGÊNEOS A análise granulométrica é realizada com peneiras padronizadas quanto à abertura das malhas e à espessura dos fios de que são feitas. Séries de Peneiras mais Importantes British Standard (BS) Institute of Mining and Metallurgy (IMM) National Bureau of Standards - Washington Tyler (Série Tyler) – A mais usada no Brasil 28 MATERIAIS HETEROGÊNEOS O sistema Tyler é constituído de quatorze peneiras e tem como base uma peneira de 200 fios por polegada (200 mesh), feita com fios de 0,053 mm de espessura, o que dá uma abertura livre de 0,074 mm. As demais peneiras, apresentam 150, 100, 65, 48, 35, 28, 20, 14, 10, 8, 6, 4 e 3 mesh. Quando se passa de uma peneira para a imediatamente superior (por exemplo da de 200 mesh para a de 150 mesh), a área da abertura é multiplicada por dois e, portanto, o lado da malha é multiplicado por 29 MATERIAIS HETEROGÊNEOS O ensaio consiste em colocar a amostra sobre a peneira mais grossa a ser utilizada e agitar em ensaio padronizado o conjunto de peneiras colocadas umas sobre as outras na ordem decrescente da abertura das malhas. Abaixo da última peneira há uma panela que recolhe a fração mais fina que consegue passar através de todas as peneiras da série. 30 MATERIAIS HETEROGÊNEOS 31 MATERIAIS HETEROGÊNEOS As quantidades retidas nas peneiras e na panela são pesadas. A fração de cada tamanho se calcula dividindo a massa pela massa total da amostra. 32 MATERIAIS HETEROGÊNEOS Esta fração poderá ser caracterizada de dois modos: 1) Como a fração que passou pela peneira i-1 e ficou retida na peneira i. Se estas forem as peneiras 14 e 20, respectivamente, será a fração 14/20 ou –14+20. 2) A fração será representada pelas partículas de diâmetro igual a média aritmética das aberturas das malhas das peneiras i e i-1. No caso que estamos exemplificando, será a fração com partículas de tamanho: 33 MATERIAIS HETEROGÊNEOS Quando temos uma mistura de partículas de diversos diâmetros, podemos definir um diâmetro médio que represente esse material. Uma mistura que contem frações com Ni partículas de diâmetro equivalente deq (se forem esféricas seria dpi) pode apresentar uma distribuição granulométrica com a seguinte forma: 34 Tabela ensaio granulométrico 35 Exemplo (Fração das partículas com diâmetros menores) MT=142,5g 36 Tyler di Massa (g) xi Xi 32-35 0,456 0,74 35-42 0,384 91,32 42-48 0,323 48,74 48-60 0,272 1,7 Xi = (MT – mi)/MT Exemplo (Fração das partículas com diâmetros menores) MT=142,5g 37 Tyler di Massa (g) xi Xi 32-35 0,456 0,74 0,005 99,48 35-42 0,384 91,32 0,641 35,40 42-48 0,323 48,74 0,342 1,19 48-60 0,272 1,7 0,012 0 Xi = (MT – mi)/MT 38 39 40 41 Modelos de Distribuição 42 Modelos de Distribuição 43 Peneiramento 44 O peneiramento é uma técnica de separação mecânica do tipo sólido-sólido usada para: • Dividir o sólido granular em frações homogêneas • Obter frações com partículas do mesmo tamanho Para se obter frações com partículas do mesmo tamanho deve-se peneirar o material granular de forma que a partícula cujo tamanho é de interesse passe ou fique retida pela malha da peneira (Figura 1). As partículas que passam pela peneira são os finos (F) e as que ficam retidas são os grossos (G). Se apenas uma peneira é utilizada obtém-se duas frações (F e G) ditas não classificadas. Isso ocorre porque ao se utilizar apenas uma peneira conhece-se apenas o diâmetro de corte (malha da peneira), ou seja, o diâmetro da maior partícula presente na fração F, que é equivalente ao diâmetro da menor partícula presente na fração G. 26/04 Peneiramento 45 Diversos fatores explicam a retenção de partículas finas na fração G: • Aderência => partículas finas (pó) se aderem às partículas grossas ou à tela resultando no seu entupimento progressivo. • Aglomeração => devido coesão ou forças atrativas eletrostáticas, hidrofóbicas... A coesão aumenta com o teor de umidade do sólido a ser peneirado. • Bloqueio malhas => partículas finas podem entrar simultaneamente nas malhas da peneira, causando seu entupimento parcial. O fenômeno de aderência explicado anteriormente também causa entupimento das malhas. • Mecanismo de operação => partículas se movimentam paralelamente ao plano das aberturas. Velocidades elevadas e fios muito grossos diminuem a abertura efetiva da peneira. Os principais fatores que explicam a passagem de partículas grossas para a fração F são: • Irregularidade das malhas => durante o peneiramento os fios das malhas afastam-se uns dos outros. Assim algumas aberturas ficam maiores que o Dc ao passo que outras ficam menores que Dc. • Incidência favorável => partículas pouco maiores que Dc podem passar pela peneira a depender da sua geometria e de como se ‘aproximam’ da malha. • Carga excessiva => partículas maiores podem ser forçadas a passar (malha elástica) indevidamente se há pressão suficiente. Peneiras- Estacionárias (inclinada) 46 Peneiras- Estacionárias (inclinada) 47 48 Peneiras- Mecânicas (giratórias) 49 Peneiras- Agitadas e vibratórias Cálculos de peneiramento 50 51 Cálculos de peneiramento 52 Cálculos de peneiramento Exercício Para orientar o projeto de uma unidade de processamento de farinha de milho, alguns ensaios de peneiramento foram realizados em escala piloto. Na tabela abaixo é mostrada a análise granulométrica da amostra. O material retido e o material que passou pela peneira têm suas frações indicadas nas colunas G e F, respectivamente. A peneira utilizada aproxima-se de 14 Mesh(d=1,2mm). Calcule: i) a razão de alimentação e a quantidade de finos produzida, considerando uma produção de 1,2 t/h da fração G; ii) as eficiências de peneiramento (EF, EG e E) e iii) a área de peneiramento necessária para um sistema com C = 50 t/m2.24h.mm operando continuamente. 53 Exercício 54 Classificação Granulométrica 55 I) Dinâmica de partículas sólidas 56 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas I) No início a velocidade é zero e há uma aceleração causada principalmente pela força resultante entre peso e empuxo II) A partícula passa a se movimentar sob a ação da gravidade, adquirindo velocidade constante III) Conforme a velocidade aumenta, a força de arraste aumenta progressivamente até que o somatório da Fe + Fr se iguala a Fp. Neste momento a velocidade da partícula atinge seu valor máximo, e torna-se constante, sendo então chamada de velocidade terminal. Velocidade termina => Quando a velocidade é terminal dv/dt é igual a zero Fp Fempuxo Fa Fp = Fe + Fr => Fp - Fe - Fa =0 Fp = mg Fe = mρg/ρp => Substituindo no balanço de força m/ρp (ρp – ρ ). g – Fa=0 57 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas 58 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas Rep = ρ dp vp/µ 59 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas 60 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas 61 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas 62 Classificação Granulométrica I) Dinâmica de partículas sólidas
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