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Evolução Cromossômica 
 
Cromossomos Procariontes X Eucariontes 
 Podemos conceituar um cromossomo como uma longa molécula de DNA 
contendo proteínas associadas, bem como enormes regiões sem nenhuma função 
aparente. 
 Em organismos Procariontes e em Eucariontes, a estrutura dos cromossomos é 
organizada de forma bem diferente; em indivíduos Procariontes, os cromossomos são 
geralmente uma única estrutura formada por um filamento de DNA, sem nenhuma 
configuração definida como nos organismos Eucariontes. Em procariontes, quase toda a 
informação contida em sua extensão é composta de DNA codificante, ou seja, sem a 
existência de longas sequencias repetitivas e não codificáveis como nos indivíduos 
eucariontes. Algumas bactérias possuem um filamento de DNA acessório conhecido 
como plasmídeo. Tais estruturas possuem uma vantagem adaptativa muito grande, pois 
geralmente possuem sequências que conferem resistência a antibióticos ou a substâncias 
nocivas. Os procariontes podem trocar entre si os plasmídeos, aumentando o sucesso 
adaptativo de toda uma população de bactérias. 
 Já em organismos Eucariontes, os cromossomos possuem uma aparência bem 
característica, contendo determinadas regiões e estruturas bem específicas: todo 
cromossomo é composto por duas cromátides, que são divididas por uma estrutura bem 
condensada denominada centrômero, de grande importância durante o processo de 
divisão celular na formação do fuso mitótico. Cada pedaço da cromátide dividida é 
denominado braço, e a posição do centrômero pode variar de cromossomo para 
cromossomo. 
 Alguns cromossomos possuem uma constrição secundária, além da constrição 
primaria que compõe o centrômero. Essa região presente em somente alguns 
cromossomos é geralmente encontrada próxima a 
extremidade do braço, e delimita uma região 
denominada zona satelitária (zona SAT), que é uma 
estrutura responsável pela reorganização do 
nucléolo celular após a divisão celular. 
 Como dito anteriormente, os cromossomos 
podem ser classificados quanto a posição do seu 
centrômero: Ele é denominado metacêntrico 
quando, dividindo o comprimento de um braço 
pelo outro (medida denominada razão de braços) 
encontra-se um valor entre 1 até 1,7. Ele é 
considerado submetacêntrico quando a razão de 
braços esta entre 1,71 até 3, acrocêntrico quando a 
razão de braços está entre 3,1 até 7, e telocêntrico 
quando essa razão de braços é maior do que 7. 
 O número de cromossomos presentes em 
organismos eucariontes pode ser muito variado, 
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podendo variar desde 2n = 2, até 2n =1250. Em algumas populações naturais podemos 
encontrar até mesmo uma variação intraespecífica em relação ao número de 
cromossomos. A definição do sexo em algumas espécies se dá pela presença ou não de 
cromossomos específicos. Em algumas espécies, como nos mamíferos, o sexo feminino 
é definido como aquele indivíduo que recebe dois cromossomos X, e o sexo masculino 
quando recebe um cromossomo X e outro cromossomo menor, denominado 
cromossomo Y. Esse sistema é denominado XY. Em aves, o sexo heterogamético é o 
sexo feminino, sendo que o sistema cromossômico é denominado ZW, aonde indivíduos 
ZZ são do sexo masculino e ZW, sexo masculino. Alguns outros sistemas, como o 
sistema X0, presentes em insetos, o sexo é definido quanto à dosagem de cromossomos 
sexuais que recebe, sendo considerada fêmea o individuo que recebe dois cromossomos 
X (XX), e macho aquele que recebe apenas um cromossomo (X0) 
 
Alterações cromossômicas 
 Toda vez que uma célula entra em processo de divisão celular, algumas vezes 
erros referentes à divisão podem ocorrer e a célula originada no processo se diferir da 
célula ancestral em alguma parte do genoma. O próprio sistema biológico da célula 
possui características que permitem o reparo e até mesmo a morte celular em casos de 
má divisão ou anomalias nos cromossomos. 
 Podemos classificar essas alterações cromossômicas de duas maneiras, 
alterações cromossômicas numéricas e estruturais: 
Alterações Cromossômicas Numéricas são alterações que ocorrem em relação ao 
aumento ou diminuição do número de cromossomos de um cariótipo. Elas podem ser 
divididas em: 
 
Aneuploidias: quando ocorre o acréscimo ou deleção de alguns pares de 
cromossomos. 
 
Euploidias: quando ocorre a duplicação de todo um lote de complemento 
cromossômico. 
 
 Algumas espécies podem apresentar em seu conjunto cromossômico, 
cromossomos acessórios denominados cromossomos b. tais estruturas se diferem de 
outros cromossomos por apresentarem uma forma de dispersão não mendeliana, não se 
dividindo igualmente como os outros cromossomos durante a meiose, podendo se 
transferir ou não para as células filhas, sendo que seu número, mesmo dentro de uma 
mesma população, pode ser bastante variável. São cromossomos pequenos com 
presença grande de heterocromatina e podem conferir certa vantagem adaptativa para 
seus possuidores. 
 
Alterações Cromossômicas Estruturais: são alterações que ocorrem na estrutura de 
um cromossomo. Elas podem ser: 
Translocações: quando ocorrem trocas entre os braços de um cromossomo, 
podendo ser recíprocas quando pedaços são trocados entre si, ou simples quando 
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um pedaço de um cromossomo se transfere para outro. Há um tipo especial de 
translocação denominada Robertsoniana, que ocorre quando há a fusão de dois 
cromossomos acrocêntricos. 
 
Inversões: ocorrem quando um cromossomo se rompe e se reorganiza no 
mesmo lugar de maneira diferente, invertendo a ordem dos genes presentes 
nesse cromossomo. Elas podem ser pericêntricas quando contém o centrômero 
na inversão, e paracêntrica quando não o contêm. 
 
Deleções: Ocorre quando há deleção de um pedaço ou de todo um braço de um 
cromossomo de uma espécie, podendo ser perdidos genes de importância 
estrutural dessa forma. 
 
Duplicações: Ocorre quando há a duplicação de uma pequena área ou de um 
braço inteiro de um cromossomo. Geralmente essas cópias possuem genes que 
são mais maleáveis em relação a seleção natural, podendo adquirir novas 
funções. 
 
Estudo dos cromossomos 
 
 Quando estudamos o comportamento e o conjunto cromossômico de uma 
espécie, podemos organizar todo o complemento cromossômico em um diagrama 
denominado Cariótipo, onde os cromossomos são organizados de acordo com seu 
respectivo par, seu tamanho e o seu tipo para facilitar seu estudo e a sua identificação. 
Esse esquema é definido como um Cariograma quando se trata de uma microfotografia 
dos cromossomos organizados segundo os fatores citados acima, e Idiograma, onde 
seriam imagens esquemáticas das estruturas dos cromossomos. 
 Algumas técnicas podem ser empregadas para permitir melhor estudo e 
visualização de regiões específicas do cromossomo ou de cromossomos inteiros quando 
montados em um cariótipo. Tais técnicas são denominadas técnicas de bandamento. 
 Tais técnicas funcionam como um corante específico, que irá corar determinada 
região interessante a ser estudada, mediante a desnaturação e tratamento químico dos 
cromossomos. Essas técnicas podem ser dividas em: 
Bandamento G: Os cromossomos são desnaturados e corados com Giemsa, 
favorecendo o aparecimento de um padrão de bandas claras e escuras 
Bandamento C: Os cromossomos são tratados com uma solução de hidróxido 
de Bário e também corados com Giemsa. Dessa maneira são coradas áreas com 
grandes quantidades de DNA repetitivo. 
Bandamento NOR: Os cromossomos são tratados com uma solução de nitrato 
de prata e posteriormente corados comGiemsa. Nesse tratamento, são coradas as 
regiões 18S e 32S que são responsáveis pela região organizadora de nucléolo. 
 A mais moderna técnica citogenética utilizada é denominada FISH - 
fluorescence in situ hybridization, no qual são utilizados ácidos nucleicos de fita 
simples, denominados sondas, que irão se ligar a sequencia complementar a sua 
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denominada sequencia alvo. 
 Com tal técnica, é permitida a visualização de uma ampla gama de fatores de 
interesse, desde pequenas sequencias, regiões inteiras e até mesmo cromossomos 
individualmente. 
 
Evolução Cariotípica 
 
 Todas as alterações cromossômicas citadas acima podem ocorrer de maneira 
ampla em populações naturais, e essas alterações podem explicar grande parte dos 
mecanismos de isolamento reprodutivo encontrado entre as espécies, pois algumas 
alterações cromossômicas podem não mais permitir o pareamento dos cromossomos e 
os híbridos entre essas espécies serem indivíduos inviáveis ou estéreis. 
 Populações pertencentes a uma mesma espécie podem se isolar mediante a 
mecanismos naturais estocásticos, como alteração de cursos de rios ou o surgimento de 
cadeias montanhosas, criando barreiras geográficas que impedem o fluxo gênico entre 
essas populações. Quando essas populações permanecem por um período muito grande 
separadas, elas podem acumular diferenças significativas em seus cromossomos, e se 
porventura as espécies voltarem a se encontrar quando as barreiras são rompidas, elas 
podem não mais se reconhecer como pertencentes a mesma espécie, sendo então, 
classificadas como entidades independentes. 
 
 
Coevolução 
Interação entre os seres vivos 
 Nenhum ser vivo é por si só, um organismo isolado em uma ilha, sem manter 
qualquer tipo de relação com o ambiente e com outros organismos vigentes. Todas as 
espécies influenciam e sofrem influencia de outras formas de vida e das pressões 
ambientais criadas pelo meio. 
 Algumas espécies dentro de um bioma possuem uma importância biológica 
muito grande, sendo denominadas espécies-chave. Uma espécie pode receber tal 
designação quando ela é o centro de interação de diversas espécies, sendo relacionadas 
com diversas outras espécies, tanto antagonicamente como reciprocamente. Como 
exemplo podemos citar a onça-pintada, que mediante a sua posição de predador de topo 
de cadeia, controla a população de diversas outras espécies que são predadas pela 
mesma, contribuindo para a manutenção do equilíbrio no ambiente. A araucária também 
pode ser um excelente modelo de espécie chave pois possui diversos organismos 
associados, como micorrizas e liquens, bem como espécies que se utilizam de seus 
frutos para a alimentação. 
 As interações dos organismos vivos podem ser divididas em dois tipos 
principais: 
 
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Relações antagônicas: são interações em que apenas um indivíduo se beneficia da 
associação, prejudicando outro no processo. Ex: 
- Predação 
- Parasitismo 
- Amensalismo 
 
Relações harmônicas: são interações em que ambos os indivíduos se beneficiam da 
associação, ou ela é benéfica para um organismo e indiferente para outro. Ex: 
- Mutualismo 
- Comensalismo 
- Protocoperação 
 
O que é coevolução? 
 
 Podemos definir coevolução como um processo evolutivo recíproco, ocorrendo 
geralmente quando os processos evolutivos de uma espécie influenciam e provocam 
pressões seletivas em outra espécie, e o inverso também ocorre. 
 Estudos coevolutivos podem ser consideradas como uma ferramenta útil na 
preservação e na conservação ambiental, pois mediante a ela, podemos compreender 
todas as interações e relações próximas entre as espécies, e entender toda a dinâmica 
populacional ocorrente dentro de um ecossistema. 
 Para verificar se de fato, duas espécies estão em uma relação coevolutiva 
consolidada, é preciso verificar se ambas possuem uma relação filogenética histórica, 
em que os ancestrais também estiveram associados em algum momento do passado. 
Quando analisados ambas as filogenias, elas geralmente formam imagens especulares 
umas das outras, demonstrando uma associação histórica e filogenética: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Se as espécies possuírem uma filogenia especular, pode-se concluir que ambas 
estão em um processo de coevolução. Porém, se tal relação não ocorrer, as espécies 
podem ainda não estar em um processo consolidado de coevolução, estando 
simplesmente coadaptadas. As coadaptações podem ocorrer quando duas espécies que 
não possuíam qualquer relação se encontram no ambiente e passam a estar associadas. 
 Normalmente, as relações coevolutivas se desenvolvem mediante a um processo 
de coadaptação, que com o passar do tempo, se consolida como uma relação mais 
intima de coevolução. 
 
Relação Parasita X Hospedeiro 
 
 A relação parasita-hospedeiro pode ser considerada como uma relação 
antagônica desarmônica, no qual o parasita desenvolve características que permitam ele 
melhorar sua aptidão como parasita, e o hospedeiro desenvolve melhores características 
para resistir ao parasitismo. 
 Os processos coevolutivos relacionando parasitas e hospedeiros geralmente se 
resumem ao nível de virulência que um parasita possui. Em alguns casos o processo 
evolutivo pode desencadear um aumento acentuado dessa virulência, e em outros casos, 
favorecer os indivíduos que possuem uma virulência mais moderada. 
 A virulência moderada geralmente é mais benéfica para um parasita do que uma 
virulência severa. Por virulência podemos entender como a agressividade com que um 
parasita explora e consome o seu hospedeiro. Portanto uma virulência moderada permite 
que o hospedeiro permaneça vivo, e consequentemente garante que o parasita também 
permaneça, pois o mesmo é dependente do organismo parasitado. 
 Já em alguns casos, quando um mesmo hospedeiro é parasitado por mais de um 
tipo diferente de parasita, a seleção natural pode favorecer uma virulência mais forte, 
pois pode permitir que o parasita consuma o hospedeiro mais rapidamente do que os 
outros. 
 
Relação Inseto X Planta 
 
 As relações coevolutivas existentes entre insetos e plantas é uma das mais bem 
documentadas e estudadas dentro de um amplo universo de interações biológicas. 
 Dentro de tal universo, podemos encontrar tanto relações harmônicas como 
desarmônicas. Uma relação desarmônica comum que ocorre entre insetos e plantas é a 
relação entre insetos fitófagos e as plantas que servem de alimento para os mesmos. 
 As plantas predadas por tais insetos fitófagos sofrerão pressão seletiva para 
desenvolverem mecanismos de defesa contra a predação, desde a produção de 
substancias tóxicas e venenos, até estruturas morfológicas como espinhos, acúleos e 
películas protetoras. Que dificultarão a predação por parte desses insetos. Em 
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contraponto, os insetos fitófagos desenvolverão características para metabolizar e 
resistir aos efeitos nocivos do veneno, ou melhorias no seu aparato bucal para vencer as 
barreiras desenvolvidas pela planta. Essa interação pode levar a uma corrida 
armamentista, no qual insetos resistentes e plantas resistentes coevoluirão a uma taxa 
constante sempre tentando desenvolver características com mais aptidão. 
 Outra relação importante que se desenvolveu desde o período cretáceo é a 
relação entre insetos polinizadores e plantas polinizadas, favorecendo as característicasdas plantas que permitam atrair um tipo especifico de inseto e lhe fornecer algum 
atrativo interessante como o odor ou néctar e o inseto é selecionado especificamente 
para polinizar e se relacionar com uma planta específica. Esse tipo de situação pode ser 
denominado evolução sequencial, quando uma espécie influencia e cria uma pressão 
seletiva sobre outra espécie, mais o mesmo não ocorre. No caso a flor muda, e essa 
mudança gera apenas pressão sobre o polinizador, e o polinizador não gera nenhum 
impacto na planta. 
 
Corrida Armamentista e Hipótese da Rainha Vermelha 
 
 Podemos definir uma corrida armamentista dentro de um contexto coevolutivo 
como a capacidade de um predador adquirir características para melhor predar suas 
presas e as presas desenvolverem também características vantajosas para escapar dos 
predadores. Dizemos, portanto, que há uma corrida armamentista, pois ambos, presa e 
predador, coevoluem sempre no sentido de tentar superar seu adversário. Um exemplo 
clássico ilustrando a corrida armamentista pode ser encontrado no registro fóssil da 
megafauna do Cenozóico, no qual há um aumento constante no tamanho cerebral dos 
predadores e logo em seguida também havia um aumento no cérebro do tamanho da 
presa. O tamanho cerebral está intimamente relacionado com a inteligência desses 
indivíduos. 
 A corrida armamentista também pode ser definida como evolução em escalada, 
pois as características são neutralizadas, as inovações evolutivas dos predadores são 
neutralizadas pelas das presas. 
 O contexto da hipótese da Rainha vermelha foi proposta por Van Valen em 1973, 
inspirado em uma frase do livro de Lewis Carrol, Alice através do espelho: “Aqui, veja 
você, é preciso correr tanto quanto se consegue para ficar no mesmo lugar”. Na hipótese 
da rainha vermelha as espécies sofrem pressão seletiva, tanto presa como predador, para 
aprimorarem suas características, em uma taxa constante. Devido a isso, a hipótese é 
denominada Rainha Vermelha, pois as espécies sempre precisam desenvolver 
características para sobrepujar tanto a presa como o predador, e se manter em uma taxa 
constante, análoga a ideia de “correr para permanecer no mesmo lugar”. 
 
Conservação Biológica 
Efeito Antrópico 
 Sabe-se que todas as espécies dentro de um ambiente natural causam algum tipo 
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de impacto no meio em que vivem, mas nenhuma o faz de maneira tão intensa quanto o 
ser humano. Podemos compreender como efeito antrópico, toda influencia e impacto 
que as ações humanas causam no meio ambiente e em seus ecossistemas. Com o 
advento da modernidade e a produção em massa de bens de consumo, o impacto das 
atividades humanas tem se acentuado de maneira brusca e a grande maioria dessas 
atividades é movida por interesses econômicos das grandes corporações, sendo quase 
sempre, prejudiciais a biosfera em geral. 
 Dentre as principais atividades humanas de alto impacto podemos destacar: 
Pesca: quando é realizada de forma descontrolada, pode levar a extinção de 
espécies e populações naturais de peixes, que são de extrema importância para o 
frágil equilíbrio energético das cadeias tróficas. 
Industrialização e Urbanização: A indústria produz resíduos tóxicos que são 
lançados constantemente no solo, ar e na água. Tais compostos químicos podem 
se acumular na cadeia trófica e causar problemas sérios aos animais afetados, 
efeito denominado bioacumulação. A urbanização da mesma forma, impacta o 
ambiente, pois toma o lugar aonde antes eram áreas naturais e podem prejudicar 
diversas espécies dependentes dos ecossistemas devastados. 
Desmatamento: o desmatamento florestal é uma das principais atividades 
impactantes que o ser humano desempenha, pois áreas de floresta nativa são 
inteiramente devastadas, dando origem a práticas agropecuárias e exploração 
ilegal de madeira. O Brasil é o primeiro no rank da emissão de CO2 devido ao 
desmatamento da floresta amazônica e estima-se que mais de 22 milhões de 
hectares tenham sido devastados entre os anos 1900 e 200. 
 As espécies se extinguem de maneira natural na natureza, porém devido a todos 
os fatores antrópicos citados acima, os processos de extinção que normalmente 
ocorreriam de forma mais lenta, são acelerados de maneira acentuada e brusca 
principalmente nos anos mais recentes. Essa taxa absurda de extinção se deve 
principalmente a perda de hábitat dessas populações naturais, a caça, mudanças globais 
causadas pelo aumento de temperatura com a emissão exagerada de gases que causam o 
efeito estufa, desequilíbrios ecológicos, etc. 
 Todo esse impacto exagerado que o ser humano gera tem efeitos desastrosos na 
biodiversidade, pois podem levar a perdas irremediáveis para o patrimônio biológico 
mundial, extinguindo espécies únicas que nunca mais existirão no planeta. 
 
O que é conservação biológica? 
 
 A conservação biológica pode ser considerada um estudo de caráter amplo, 
abrigando diversas áreas e disciplinas diferentes. Ela procura promover o uso 
sustentável dos recursos naturais, bem como realizar a manutenção de toda a 
biodiversidade existente no mundo. A conservação biológica também pode ser 
considerada uma ferramenta útil para avaliar como estará o estado de conservação de 
determinado bioma ao longo dos anos. Possivelmente a conservação biológica não 
existiria se o impacto humano fosse mínimo ou inexistente. 
 
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Porque é importante conservar? 
 
 Existem diversos motivos que podem justificar a importância de se conservar e 
promover a existência sustentável entre meio ambiente e interesses humanos. Talvez o 
motivo mais importante a se ressaltar seriam os serviços gerados pelo meio ambiente, 
denominados serviços ambientais. Os serviços ambientais podem ser definidos como 
todos os recursos produzidos pelo ambiente para a manutenção das formas de vida em 
um ecossistema. O ser humano pode se beneficiar diretamente ou indiretamente de 
muitos desses serviços ambientais, dentre eles: 
– Produção de matéria prima 
– Produção de alimentos (agricultura, pesca, caça) 
– Decomposição de matéria orgânica 
– Ciclagem de nutrientes 
– Balanço hídrico 
– Sequestro de carbono 
– Controle de erosões 
– Controle de pragas 
 Mesmo que todas as vantagens que os serviços ambientais desempenham 
para a sobrevivência do ambiente e da sociedade humana não fossem motivos 
suficientes para se preservar o ambiente, outro motivo seria o próprio valor intrínseco da 
biodiversidade. As espécies são únicas, produto de 3,8 bilhões de anos de evolução, são 
parte da história natural do nosso planeta, portanto elas não possuem valor mensurável. 
Por isso devem ser preservadas e mantidas sob proteção. 
 
Qual o impacto que uma espécie causa no meio ambiente? 
 
 Como já foi dito em aulas passadas, uma espécie não existe sozinha no 
ambiente, sem nenhum contato externo. Todos os indivíduos estão ligados em maior ou 
menor grau, e causam e sofrem impacto de outros indivíduos presentes no ambiente. 
Algumas vezes as relações biológicas podem ser fáceis de se visualizar, mais nem 
sempre elas são simples e diretas como na maioria das cadeias tróficas estudadas. 
 Muitas espécies quando saem da sua zona de abrangência comum e são 
introduzidas ou invadem ecossistemas diferentes, podem causar impacto no novo 
espaço colonizado. Essas espécies podem ser denominadas espécies invasoras. 
 Podemos definir as espécies invasoras como autóctone, quando são 
provenientes de regiões circunvizinhas ou de mesma bacia, ou espécies exóticas, 
quando são provenientes de áreas geográficastotalmente diferentes. Espécies invasoras 
podem alterar todo o equilíbrio biológico já estabelecido no meio ambiente, e competir 
por nichos ecológicos já ocupados e levar a extinção de espécies locais. 
 
Evolução e Conservação 
 
 Diversos conceitos aprendidos e estudados em evolução podem possuir uma 
aplicabilidade muito grande quando são utilizados para a conservação de fauna e flora 
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silvestre. 
 O pool gênico e toda a variabilidade genética presente em uma espécie deve ser 
levada em consideração quando se realizam planos de manejo e de conservação. 
Espécies e populações com uma baixa variabilidade genética podem ser mais afetadas 
mais facilmente por desequilíbrios ambientais e por mudanças nos ecossistemas. 
Espécies com maior variabilidade genética podem resistir de melhor maneira a pressões 
seletivas do meio. 
 Processos coevolutivos são de suma importância na compreensão de todas as 
complexas redes de interação encontradas em ambientes naturais. Tais conceitos são 
importantes, pois permitem compreender a relação de interdependência entre dois 
indivíduos, e os problemas relacionados ao equilíbrio ecológico de um ambiente quando 
somente uma das espécies está presente no meio. 
 Estudos relacionados à extinção também devem ser levados em consideração, 
pois é importante entender quais são os fatores naturais que podem ocasionar o 
desaparecimento de populações naturais em um dado ambiente, e promover 
características favoráveis para a continuidade da mesma. 
 O tamanho populacional e a dinâmica populacional também permitem 
compreender como as metapopulações se relacionam e o tamanho populacional 
necessário para que ela possa ter uma continuidade na natureza. Esse conceito se liga 
diretamente com a variabilidade genética, pois populações grandes sofrem menos 
efeitos de deriva gênica do que populações pequenas. 
 
Diversidade Biológica 
 
 Podemos definir diversidade biológica como a diversidade da natureza viva, ou 
seja, a variedade de todos os organismos presentes em um ambiente e todas as suas 
relações biológicas. A diversidade pode ser divida entre diversidade genética, 
diversidade de espécies e diversidades de ecossistemas, todas intimamente relacionadas 
entre si. 
 Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas na conservação de toda a 
biodiversidade, elas podem ser dividas entre conservação in-situ e ex-situ: 
Conservação in-situ: quando as espécies conservadas no próprio ambiente natural a qual 
pertencem. Ex: 
 
Áreas de proteção 
Parques 
Reservas 
Corredores ecológicos 
 
Conservação ex-situ: quando as espécies são conservadas em ambientes artificialmente 
criados, fora do seu espaço original. Ex: 
Zoológicos 
Aquários 
Coleções de plantas 
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Bancos de germoplasma 
 Algumas espécies podem ser excelentes modelos para a conservação de diversas 
outras espécies associadas. Tais espécies podem ser divididas em: 
Espécies bandeira: Espécies geralmente carismáticas que podem ser considerados 
ícones ou símbolos de defesa ambiental, outras espécies podem se beneficiar da 
conservação de uma espécie bandeira 
Espécies Guarda-chuva: São espécies que necessitam de uma área geográfica ampla 
como território, portanto se seu território é preservado, diversas outras espécies que 
também necessitam desse território também serão beneficiadas 
 
Espécies Chave: são espécies com abundancia relativamente baixa e possuem um 
amplo impacto e influencia sobre diversas outras espécies associadas. 
 
Espécies indicadoras: 
Indicadoras de saúde ambiental: Espécies que possuem uma sensibilidade a 
poluentes e podem ajudar compreender os processos químicos que tais 
compostos desempenham no ambiente. 
Indicadoras de Biodiversidade: Uma espécie que possui relação com outras, 
portanto pode-se estimar a presença delas a partir de uma indicadora. 
 
Estado de Conservação 
 
 As espécies podem receber determinados rótulos relacionados com o nível do 
estado de conservação de cada uma. A IUCN mantém o catalogo mais detalhado do 
mundo a respeito de tal nível de conservação, variando desde espécies com pouca 
preocupação, até espécies criticamente ameaçadas e extintas na natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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