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21/05/2019 Disciplina Portal
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Ética geral e pro�ssional
Aula 8 - Incompatibilidades e impedimentos
para o exercício da advocacia
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos conhecer os dispositivos do Estatuto que versam sobre incompatibilidades e impedimentos para o
exercício da advocacia.
OBJETIVOS
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De�nir os conceitos de incompatibilidade e impedimento;
Identi�car as hipóteses de incompatibilidade para a advocacia;
Identi�car as hipóteses de impedimentos no exercício da advocacia;
Reconhecer os impedimentos especiais e suas exceções.
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As hipóteses de incompatibilidades e de impedimentos com a advocacia estão elencadas nos artigos 28 a 30 do
EOAB. Inicia-se com a leitura do artigo 27 do EOAB, que contém a de�nição para os conceitos de incompatibilidade e
impedimento.
Assim, a incompatibilidade implica a proibição total de advogar ao Bacharel em Direito que exerça ou passe a exercer
cargos ou funções que o Estatuto expressamente indica como proibidos de serem cumulados.
A proibição é total, mas pode ser permanente ou temporária, dependendo do exercício ou da natureza do cargo ou da
função. É importante ressaltar que a incompatibilidade é sempre total e absoluta: não existe qualquer possibilidade de
exercício da advocacia.
A incompatibilidade superveniente, quando permanente, acarreta
o cancelamento de�nitivo da inscrição, que, uma vez cancelada,
jamais se restaura e extingue todos os efeitos dela decorrentes
(LÔBO, 2015). A incompatibilidade prévia impossibilita a
inscrição nos quadros da OAB. Como exemplo, temos a hipótese
de um Bacharel em Direito que exerce a função de gerente em
instituição �nanceira. Poderá obter o grau de Bacharel em
Direito, fazer a prova do Exame de Ordem, mas não poderá
requerer sua inscrição nos quadros da advocacia por exercer
cargo incompatível na forma do artigo 28 do EOAB. Se a
incompatibilidade for superveniente, mas temporária, resultará
na licença (artigo 12 do EOAB). Imaginemos a hipótese de o
advogado disputar um cargo para prefeito de sua cidade. Como
o cargo é incompatível com a advocacia e é mandato eletivo, ele
solicitará, caso eleito e antes da diplomação, uma licença dos
quadros da advocacia.
 
Vamos analisar o artigo 28 e seus incisos? Devemos cumular os incisos do artigo 28 com os artigos 11, inciso IV, e 12,
inciso II, do EOAB, que tratam da hipótese de cancelamento ou de licença nos casos de incompatibilidade.
Na hipótese de o pro�ssional se tornar incompatível, estará proibido de exercer a advocacia judicial ou extrajudicial,
mesmo que em causa própria. A proibição cessará por ocasião de aposentadoria, de falecimento, de renúncia ou
exoneração da função incompatível. Atente-se que, se o titular do cargo público for posto em disponibilidade
remunerada, permanecerá incompatível.
O artigo 28 do EOAB observa, então, que a advocacia é incompatível (proibição total), mesmo em causa própria, com
as seguintes atividades, a saber:
I - Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder
Legislativo e seus substitutos legais;
No inciso I, há duas situações distintas.
Situação 1
A primeira: os titulares dos entes públicos com fundamento no princípio da isonomia. Nessa
hipótese, vices e suplentes estão submetidos ao mesmo óbice, independente do efetivo
exercício do cargo. Acrescente-se que a função eletiva exigirá exclusividade. Ademais,
restou muito pertinente o comentário de D’Ávila (2006). Vejamos sua observação e algumas
decisões do Conselho Federal da OAB para a hipótese:
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Ademais, por razões de ordem ética, para prevenir a corrupção da advocacia, é justo que se
proíba totalmente o exercício da advocacia por tais pessoas, porque possuem enorme poder
sobre direitos e interesses de terceiros, buscando-se, assim, evitar que barganhas sejam
feitas ilegalmente, através do exercício da advocacia, manchando-se esta nobre pro�ssão.
Evita-se, também, a captação de clientela.
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Ementa 004/2001/PCA. O exercício do cargo de
Vice-Prefeito é incompatível com a advocacia, “ex vi” do art. 28, inciso I, do EOAB.
Desistência de recurso voluntário homologada. (Recurso nº 5.536/2001/PCA-CE. Relatora:
Conselheira Omara Gusmão de Oliveira, julgamento: 12.03.2001, por unanimidade, DJ
02.04.2001, p. 381, S1e);
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Ementa 06/2001/OEP. A advocacia, mesmo em
causa própria, é incompatível com a atividade de Vice-Prefeito, conforme art. 28, inciso I, do
Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94). (Processo 321/2001/OEP. Relator:
Conselheiro José Carlos Sousa Silva (MA), julgamento: 09.04.2001, por unanimidade, DJ
01.06.2001, p. 626, S1e).
Situação 2
Em seguida, encontramos a segunda hipótese nesse inciso: a incompatibilidade para os
parlamentares que ocupam a mesa diretora de sua casa legislativa a qualquer título. Os
Senadores da República, os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados
Distritais e Vereadores, a priori impedidos na forma do artigo 30, inciso II, do EOAB, tornam-
se incompatíveis na forma do artigo 28, inciso I, segunda parte, do EOAB, quando ocupam a
função diretora de suas casas legislativas, incluindo-se, também, seus substitutos legais.
II - Membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem
como todos os que exerçam função de julgamento em
órgãos de deliberação coletiva da administração pública
direta ou indireta; (juiz classista foi extinto com a Emenda
Constitucional n.º 24 de 1999)
No inciso II, encontramos as funções de julgamento: magistrados, demais sujeitos com poder de julgar, com o poder de
decidir a vida do cidadão que recorre ao Judiciário ou ao poder público. Devemos combinar esse inciso com o inciso IV
do mesmo artigo, pois trata dos auxiliares da Justiça, porque estes têm o que se denomina inside information.
Portanto, qualquer função, ainda que privada, mas que se vincula, direta ou indiretamente, ao Poder Judiciário
acarretará incompatibilidade.
Dessa forma, cabe notar que aos membros do Ministério Público é vedado exercer a advocacia, sendo, inclusive,
motivo de exclusão daquele órgão. Ademais, a Lei Maior proíbe o exercício da advocacia antes de decorridos três anos
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do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (artigo 129, parágrafo 5º, inciso II, alínea b c/c artigo 95,
parágrafo único, inciso V da Constituição). Assim, a incompatibilidade é sempre absoluta.
Cabe ressaltar, também, que, em nosso sistema, o termo magistrado é espécie, cujo gênero é juiz. Há juízes que não
são magistrados, a saber: juiz-árbitro, jurados, juiz de paz, juízes leigos, conciliadores, cidadãos que atuam como juízes
eleitorais na junta eleitoral em cada zona, o antigo juiz classista e o juiz da justiça desportiva. Assim, devemos
combinar o inciso II do artigo 28 desse estatuto com os artigos 92 e 95 da Constituição.
Observe que os juízes leigos e os conciliadores não são incompatíveis, mas impedidos, conforme artigo 7º e seu
parágrafo único da lei nº 9.099/1995. Ocorre que o juiz leigo não é titular de Vara ou de Juizado. Acrescente-se,ainda,
que a função de juiz classista foi extinta com a Emenda Constitucional nº 24/1999.
Convém lembrar que não existe uma magistratura eleitoral de carreira, já que a Justiça Eleitoral é exercida por
membros do Poder Judiciário que atuarão na competência eleitoral, na forma do artigo 121, parágrafo 2º da
Constituição.
O artigo 8º do RGOAB estabelece que a incompatibilidade não se aplica aos advogados que participam dos órgãos
como representantes dos advogados, �cando apenas impedidos de exercer a advocacia perante os órgãos em que
atuam. É importante observar que os juízes de paz não exercem função jurisdicional, mas podem mediar con�itos –
atividade para a qual se exige a imparcialidade.
A mesma regra é aplicável aos membros dos Tribunais e Conselhos de Contas, incluindo seus substitutos legais.
Quando a lei utiliza o termo membro quer dizer: ministros, conselheiros e auditores, excluindo-se da restrição os
servidores. Conforme preleciona o ilustre conselheiro Lôbo (2015), os servidores estão na regra do artigo 30, inciso I,
do EOAB, que estudaremos a seguir:
 
Incompatíveis com o exercício da advocacia são os Conselheiros e Auditores que
possam substituí-los (art. 28, II, da Lei 8.906/94). Todos os demais servidores dos
Tribunais e Conselhos de Contas estão dispensados, sujeitos aos impedimentos
previstos no art. 30, I, da Lei 8.906/94. Precedente de uniformização de
jurisprudência. (Proc. 005.139/97/PCA-MS, Rel. Paulo Luiz Netto Lôbo, j. 20.10.97,
DJ 05.11.98, p. 56922) 
 
Sabemos que os ministros dos Tribunais de Conta da União possuem as mesmas garantias dos ministros do STJ,
conforme estabelece a Constituição em seu artigo 73, parágrafo 3º, a saber:
 
Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas
constantes do artigo 40. (Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional
nº 20/98, DOU 16.12.1998). 
 
Por conseguinte, considerando o princípio da simetria constitucional, a mesma restrição se aplica ao conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado, por analogia aos Desembargadores dos Tribunais de Justiça. Bem como a mesma regra
se aplica aos Tribunais de Contas dos Municípios, ou seja, seus membros também se a�guram incompatíveis com a
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advocacia (D’ÁVILA, 2006).
Quando a lei menciona órgãos de deliberação coletiva (função de julgar) incluem-se na hipótese as autarquias,
fundações públicas, empresas de economia mista e empresas públicas. Todos que atuam em órgão de deliberação
coletiva �cam incompatíveis com o exercício da advocacia.
III - Ocupantes de cargos ou funções de direção
em órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em
suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público;
No inciso III, a lei focaliza as funções de direção, função com poder de decisão sobre terceiros. Trata-se da autoridade
do órgão que tem o poder de proferir ou realizar ato decisório �nal. É o “Diretor” que não se submete a controle
hierárquico, a saber: Assessor Superior, Coordenador Geral, Superintendente etc. Não confunda a função de Direção
que estamos observando com o cargo de Diretor Jurídico de Departamento Jurídico de órgão da administração
pública. Neste último é requisito fundamental estar inscrito nos quadros da OAB.
EMENTA: 17/19 – Órgão
Julgador: Pleno do TED. 
Órgão Julgador: Pleno do TED. Consulta. Incompatibilidade.
Consulta sobre incompatibilidade para o exercício da advocacia
de que o TED conhece e aprecia, porque se relaciona
diretamente com representação oferecida (Proc. n.º 8.750/97).
Não pode exercer a advocacia quem ocupa o cargo temporário
de Secretário de Educação do município, mesmo que seja em
causa própria (art. 28, item III, da Lei n.º8.906/94), remessa do
processo à 1ª Câmara do Conselho Seccional para que decida
quanto ao licenciamento da consulente do exercício da pro�ssão
(artigo 13, item III, do regimento interno da OAB/RJ). Decisão
unânime. (Processo Nº 10.397/97, Rel. CARLOS HENRIQUE
FRÓES, 27/04/1998)
 
IV - Ocupantes de cargos ou funções
vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de
registro;
Neste inciso, encontramos a hipótese dos serventuários da justiça que são incompatíveis com a advocacia. Exemplo:
os analistas judiciários, técnicos judiciários, auxiliares judiciários, o�ciais de justiça, escrivães e diretores de secretaria,
e, outros pro�ssionais, como dentistas, médicos, contadores etc. Não podemos esquecer os auxiliares do Juízo, os
peritos, intérpretes, depositários, administradores, psicólogos, assistentes sociais e os leiloeiros. Na hipótese
apontamos algumas ementas do Conselho Federal:
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB - 012/2004/PCA
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Ementa 012/2004/PCA. Recurso. Investidura em cargo público de provimento efetivo que seja incompatível com a advocacia
(analista judiciário). Cancelamento da inscrição. Inteligência do disposto no art. 11, inc. IV do EAOAB. Pelo improvimento.
(Recurso 0026/2004/PCA-BA. Relator: Conselheiro Ronald Cardoso Alexandrino (RJ). Relator p/ acórdão: Conselheiro Marcelo
Henrique Brabo Magalhães (AL), julgamento: 05.04.2004, por maioria, DJ 27.05.2004, p. 595, S1)
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
O cargo de auxiliar judiciário incompatibiliza o seu ocupante para o exercício da advocacia, mesmo na simples condição de
estagiário. (Proc. 5.314/98/PCA-RJ, Rel. José Paiva de Souza Filho (AM), Ementa 011/99/PCA, julgamento: 08.02.99, por
unanimidade, DJ 17.02.99, p. 198, S1);
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
Inscrição no quadro de estagiário - Ocupante de cargo de O�cial de Justiça Avaliador. Sua vinculação direta com órgão do Poder
Judiciário - Manifesta incompatibilidade de seu titular para o exercício da advocacia - Aplicabilidade do inciso IV, do art. 28 e
parágrafo 3º, do art. 9º, todos do Estatuto da Advocacia da OAB - Cancelamento da inscrição. Recurso conhecido e provido -
Permitida a frequência em estágio ministrado pela instituição de ensino a título de aprendizagem da prática jurídica. (Proc.
005.122/97/PCA-RJ, Rel. Airton Cordeiro, j. 08.12.97, DJ 13.01.98, p. 26/27).
Na eventual hipótese de nomeação ad hoc para determinado processo, sem qualquer habitualidade, não há que se
falar em incompatibilidade com a advocacia, se o nomeado for advogado. Veri�que-se ainda que os motoristas,
operadores de máquinas reprográ�cas, porteiros, editor de jurisprudência, vigilantes, telefonistas, recepcionistas,
atendentes, desde que sejam servidores ou lhe prestem serviços são incompatíveis. Veja que a lei fala em vinculação
direta ou indireta: EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB (glossário)
Aqueles que prestam serviços notariais e de registros públicos, atividades delegadas, são incompatíveis com a
advocacia.
Exemplo: os notários, os o�ciais de registro, e, além disso, mesmo aqueles contratados como prepostos pelo regime
da Consolidação das Leis do Trabalho, porque tais pessoas lidam com atividade sob controle do Poder Judiciário,
conforme exprime o artigo 236, parágrafo 1º, da Constituição (D’ÁVILA, 2006).
É importante ressaltar que a Lei dos Notários e Registradores, lei nº 8.935/1994, em seu artigo 3º exprime: “Notário, ou
tabelião, e o�cial de registro, ou registrador, são pro�ssionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o
exercício da atividade notarial e de registro”. E mais adiante, no artigo 25, assevera que “O exercício da atividade
notarial e de registroé incompatível com o da advocacia, o da intermediação de seus serviços ou o de qualquer cargo,
emprego ou função públicos, ainda que em comissão”.
V - Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
O inciso V fala da atividade policial de qualquer natureza, em caráter transitório ou permanente, incluindo-se os cargos
vinculados direta ou indiretamente à atividade policial, a saber: peritos criminais, médico legista, psicólogo, professor,
assistente social e todos os terceirizados vinculados à Secretaria de Segurança Pública. O referido inciso re�ete o que
já estava expresso no Provimento nº 62/1968. Assim, além daqueles que se enquadram na hipótese do artigo 144 da
Constituição, acrescentamos a Guarda Municipal. Nesse sentido, o Conselho Federal da OAB decidiu: EMENTA
013/2002/PCA (glossário)
VI - Militares de qualquer natureza, na ativa; (Exército,
Marinha e Aeronáutica, como também os Militares
Estaduais que integram a Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros)
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No inciso VI temos os servidores militares na ativa, ainda que em serviço burocrático, em nome do princípio da
independência pro�ssional. Inclui-se na hipótese não só os Militares das Forças Armadas, integrantes do Exército,
Marinha e Aeronáutica, como também os Militares Estaduais que integram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
Conclui-se que aqueles que estão cumprindo o serviço militar obrigatório �cam incompatíveis durante o período em
que estiveram no serviço militar. EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB (glossário)
VII - Ocupantes de cargos ou funções que
tenham competência de lançamento, arrecadação ou
�scalização de tributos e contribuições para�scais;
O inciso VII trata das atividades de �scalização. São os cargos relacionados à receita pública, tais como: Auditores
Fiscais da Receita Federal, Técnicos da Receita Federal, Auditores Fiscais do INSS, Auditores Fiscais do Trabalho, e os
�scais de tributos estaduais e municipais. Funções com competência para lançamento, arrecadação ou �scalização. O
lançamento é um procedimento onde se veri�ca a possibilidade do fato gerador da obrigação correspondente para
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identi�car o sujeito passivo e sendo caso, propor
a aplicação da penalidade cabível. Por �scalização entende-se o procedimento �scal externo que objetiva veri�car e
controlar o cumprimento das obrigações tributárias. E, por �m, a arrecadação pode ser vista como o recebimento de
determinado tributo, nas condições previstas em lei. Aqui estamos diante de funções vinculadas ao erário público.
Também podemos incluir na hipótese aqueles que possuem o poder de polícia, ou seja, aqueles que podem impor
restrições ao uso e gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse coletivo, conforme preceitua o artigo 78
do CTN. Vejamos algumas decisões: EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB (glossário)
VIII - Ocupantes de funções de direção e gerência em
instituições �nanceiras, inclusive privadas.
No inciso VIII temos a incompatibilidade dos dirigentes, gerentes e seus substitutos que trabalhem nas instituições
�nanceiras públicas ou privadas. Não se enquadram na restrição aqueles que atuam no departamento jurídico de tais
instituições. As funções de direção e gerência revelam o poder decisório para conceder empréstimos, aprovar projetos
�nanceiros, realizar operações �nanceiras, sigilo bancário, contratos de seguro, por �m, in�uenciam a vida �nanceira de
terceiros.
Entende-se por instituições �nanceiras: bancos; distribuidoras de valores mobiliários; corretoras de câmbio e de valores
mobiliários, sociedades de crédito, �nanciamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras
de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, administradoras de mercado de balcão organizado,
cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo, bolsas de valores e de mercadorias e futuros,
entidades de liquidação e compensação. Assim, todas as sociedades que, em razão da sua atividade econômica,
sejam consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como instituições �nanceiras (D’ÁVILA, 2006). EMENTA DO
CONSELHO FEDERAL DA OAB – Ementa 046/2003/PCA (glossário)
Devem-se observar atentamente os parágrafos do artigo 28 que apresentam informações importantes sobre a
incompatibilidade que permanece mesmo quando o interessado solicita licença no cargo, ainda que sem vencimento.
Não há incompatibilidade para aqueles supostamente ocupam a função de che�a, mas em cargo meramente
burocrático sem poder de decisão sobre a vida de terceiros e a pertinente aos coordenadores/diretores de cursos
jurídicos nas universidades públicas que na hipótese não �cam incompatibilizados. Temos que ter a cautela para não
confundir o coordenador ou Diretor do curso de Direito com o Reitor da universidade pública que não está incluído
nesta exceção.
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Art. 28, EOAB. § 1º - A incompatibilidade permanece mesmo que
o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo
temporariamente. 
§ 2º - Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não
detenham poder de decisão relevante sobre interesses de
terceiro, a juízo do Conselho Competente da OAB, bem como
a administração acadêmica diretamente relacionada ao
magistério jurídico. 
§ 1 – funcionários públicos sem poder de decisão sobre a vida
de terceiros – cargos burocráticos. 
§ 2 - Coordenadores/Diretores de curso de Direito em
Universidades Públicas.
 
REGRA ESPECIAL PARA OS DIRIGENTES DA ADVOCACIA PÚBLICA
O artigo 29 do EOAB estabelece que os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de
órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional (glossário), são exclusivamente legitimados
para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. Deve esclarecer que o
artigo menciona a advocacia pública.
Na hipótese do artigo 29 do EOAB, encontramos um impedimento especial em que o advogado exercendo a função de
Diretor de departamento jurídico ou a che�a de sua instituição como o caso da Advocacia Pública, Defensor Geral,
Advogado Geral, por exemplo, �cam estritamente vinculados à função que exerçam, durante o período da investidura
no cargo, restando vedado o exercício da advocacia ainda que em causa própria. Há o exercício da advocacia restrito
às atribuições do cargo durante o período da investidura.
IMPEDIMENTO
IMPEDIMENTO = ADVOGA COM RESTRIÇÃO
Além da incompatibilidade, que signi�ca proibição total, o impedimento é a proibição parcial ao exercício da advocacia.
Como o legislador não foi muito feliz na de�nição do termo impedimento, podemos dizer, para uma melhor
compreensão, que o impedido advoga, mas o faz com restrições. Por isso, poderá se inscrever nos quadros da OAB,
tornando-se advogado, todavia com restrições.
A semelhança que encontramos entre as duas �guras está no fato de que tanto o incompatível quanto o impedido, no
âmbito do impedimento, não advogam, nem em causa própria. A proibição do impedido é restrita apenas a
determinadas causas, sendo livre para advogar em outras áreas. Aqui temos que observar os tipos de impedimentos
que encontramos: o impedimento atinente aos advogados públicos que se vinculam à própria função e o impedimento
do servidor público e dos parlamentares.
Assim, dizendo de outro modo, o impedimento permite o exercício da advocacia dentro de certos limites como
acontece na advocacia pública, exercida pelos integrantes da Advocacia Geral da União, da Defensoria Pública,
Procuradorias, consultoriasjurídicas dos entes da federação, autarquias, fundações públicas, obrigando-se à inscrição
na OAB para o exercício de suas funções.
No artigo 30 do EOAB, são impedidos de exercer a advocacia, ou seja, advogam com restrição:
 
I - os servidores da administração direta*, indireta* e fundacional*, contra a Fazenda Pública que os
remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;
A regra do inciso I observa que os servidores não podem advogar contra a fazenda que os remunere, especi�camente.
O que entendemos pela expressão “servidores públicos”?
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Servidores públicos são todos os agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função
pública em decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das pessoas
federativas, das autarquias e das fundações públicas de natureza autárquica. (...) não consideramos
servidores públicos os empregados das entidades privadas da Administração indireta, caso das
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado. Todos
são sempre regidos pelo regime trabalhista, integrando a categoria pro�ssional a que estiver
vinculada a entidade, como a de bancários, economiários, securitários etc. (CARVALHO FILHO, 2012,
p. 588) 
 
Art. 30, II, EOAB. Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das
pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço
público.
Importa mencionar que o parlamentar que ocupa a mesa diretora de sua casa legislativa deixa de ser impedido e se
torna incompatível pelo artigo 28, inciso I, do EOAB. Nessa hipótese do inciso II, temos o parlamentar, em qualquer
nível, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereador que não está na direção de sua casa legislativa, logo
poderá advogar com impedimento previsto neste inciso. Se, por exemplo, uma advogada, Deputada Federal ajuizar uma
ação em face da Caixa Econômica Federal, estará justamente atuando no âmbito de seu impedimento, será punida pela
OAB e sua casa legislativa, bem como seus atos serão considerados nulos na forma do artigo 4º do EOAB.
No artigo 30, parágrafo único, do EOAB, encontramos a exceção para os professores de direito das universidades
públicas e segundo a regra: não se incluem nas hipóteses do inciso I, logo estão liberados para advogar mesmo contra
a fazenda que os remunere. Todavia, se não for professor de disciplina jurídica, alocado no curso de Direito da
universidade pública será alcançado pela restrição. Vejamos uma ementa do Conselho Federal: EMENTA DO
CONSELHO FEDERAL DA OAB – INSCRIÇÃO NA OAB (glossário)
Como �ca o assessor de Desembargador? E os conciliadores e juízes leigos?
O assessor de desembargador, sendo advogado e não pertencendo ao corpo de serventuários da justiça, exerce cargo
de provimento temporário incompatível com a Advocacia, na forma do artigo 28, inciso IV do EOAB.
Inscrição. Assessor de desembargador(...) Exercente de cargo de provimento temporário de Assessor de
Desembargador. Desempenha atividade incompatível com a Advocacia, na forma do artigo 28, inciso IV do EOAB.
Inaplicáveis os artigos 11 e 12, II, do mesmo EAOAB por não ser a hipótese. Recurso improvido para manter-se a
decisão recorrida que nega inscrição ao recorrente no quadro de Advogado. (Proc. 5.497/2000/PCA-RS, Rel. Edson
Ulisses de Melo (SE), Ementa 095/2000/PCA, julgamento: 17.10.2000, por unanimidade, DJ 19.12.2000, p. 807, S1e)
Observe que o artigo 8º do RGOAB estabelece que a incompatibilidade não se aplica aos advogados que participam
dos órgãos como representantes dos advogados, �cando apenas impedidos de exercer a advocacia perante os órgãos
em que atuam. Na lei nº 9.099/1995, artigo 7º, parágrafo único, temos a seguinte regra:
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ATIVIDADES
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Cultural da Comarca de Macapá, por meio do Promotor de Justiça
Adauto Barbosa, recomendou, no dia 03/06/08, ao Governo do Estado do Amapá (Defensor Público Geral) que
expedisse ato normativo, no prazo de 15 dias úteis, proibindo aos Defensores Públicos o exercício da advocacia fora
das atribuições institucionais, por contrariar a Constituição e, ainda, con�gurar ato de improbidade administrativa.
Logo após, a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (CGJ/TJAP) também
recomendou aos Juízes do Estado não proibirem o desempenho cumulativo defensoria e advocacia particular pelos
Defensores Públicos. Uma clara afronta à norma prevista no artigo 134, parágrafo 1º, da Constituição, adverte o
Promotor de Justiça.
O Ministério Público Estadual, diante disso, interpôs perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um pedido de
controle administrativo, com o objetivo de desconstituir a Recomendação editada pela Corregedoria-Geral de Justiça
do TJAP, explica o representante ministerial.
Adauto Barbosa esclarece que o processo foi levado a julgamento no dia 02/12/2008, e o CNJ, à unanimidade, julgou
procedente o pedido do MP-AP, cassando todos os efeitos da Recomendação nº 003/2008 da CGJ/TJAP.
Isso impediu os Defensores Públicos de exercerem a advocacia privada e, se assim o �zerem, poderão responder a
uma eventual Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa, ressalta o Promotor de Justiça.
Disponível no site Jusbrasil (glossário). Acesso em: 10 jan. 2017.
Analise e responda:
a) Como o Estatuto da Advocacia e da OAB classi�ca a atuação pro�ssional do advogado público, em especial, do
defensor público? Fundamente sua resposta no EOAB.
b) Poderia o juiz decretar a nulidade dos atos praticados pelo Defensor Público impedido?
Resposta Correta
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Glossário
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Atendente judiciário concursado. Membro efetivo de órgão judiciário. Impedimento.
Inteligência do art. 28, II, da Lei 8.906 de 04 de julho de 1994, onde estabelece que os membros do Judiciário são
incompatibilizados com o exercício da advocacia, mesmo em causa própria. Ocupando cargo ou função em caráter de�nitivo,
aplica-se a hipótese do art. 11, IV do Estatuto dos Advogados do Brasil. Cancelamento da inscrição.  (Proc. 005.143/97/PCA-BA,
Rel. Aristóteles Atheniense, j. 08.12.97, DJ 02.01.98, p. 23);
EMENTA 013/2002/PCA
Ementa 013/2002/PCA. Inscrição Principal - Bacharel que presta serviços em órgãos de natureza policial, seja de forma direta ou
indireta, exerce função incompatível com a advocacia nos exatos Termos do inciso IV do artigo 28 do EOAB. (Recurso nº
5.611/2001/PCA-MS. Relator: Conselheiro Orquinézio de Oliveira (RJ). Pedido de Vista: Conselheiro Marcelo Henriques Ribeiro de
Oliveira (DF). Relatora p/ o acórdão: Conselheira Ana Maria Morais (GO), julgamento: 18.03.2002, por maioria, DJ 03.04.2002, p.
508, S1).
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
Militar da ativa. Incompatibilidade. Taifeiro do Exército. Inclusão no efetivo da corporação militar. Condição de militar. Estando na
ativa, incidência da incompatibilidade prevista no artigo 28, inciso VI, da Lei 8.906/94 - EAOAB. Recurso conhecido e provido.
(Proc. 005.243/98/PCA-RJ, Rel. Fides Angélica de C.V.M. Ommati, j. 14.9.98, DJ. 29.9.98, p. 263);
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
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Incompatibilidade. 1 – Servidores da Receita Federal. Alteração das denominações dos cargos (atualmente – Auditor Fiscal e
Técnico, ambos da Receita Federal). 2 – Interpretação do DL 2225/85; MP 1915 e MP 1971-14. 3 – Atribuições: lançamento do
crédito tributário. Incompatibilidade. (Estatuto – art. 28).  (Proc. 294/2000/OEP, Rel. Roberto Rosas (AC), Ementa 023/2000/OEP,
julgamento: 04.09.2000, por unanimidade, DJ 23.10.2000, p. 329, S1e). Entendendo que o técnico é apenas impedido na forma do
art. 30, inciso I, do Estatuto da Advocacia:
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: O ocupante de cargo de Técnico do Tesouro Nacional de nível médio, não está
incompatibilizado para o exercício da advocacia, pois sua atividade não é de arrecadação, �scalização e lançamento de tributos.
Impedimento do art. 30, i da lei 8.906/94. Improvimento do recurso.  (Proc. 005.151/97/PCA-SP, Rel. Elena Natch Fortes, j.
08.12.97, DJ 19.5.98, p. 288) Similar: - Proc. 005.149/97/PCA-GO, Rel. Elena Natch Fortes, j. 12.12.97, DJ27.4.98, p. 303.
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB – EMENTA 046/2003/PCA
Ementa 046/2003/PCA. Gerente de Instituição Financeira. Atividades funcionais do recorrente ligadas à função primordial da
Instituição, que é a de emprestar dinheiro. Sendo o recorrente responsável pela análise e condução de operações de crédito, é de
se indeferir a inscrição. Incompatibilidade. Artigo 28, VIII, do Estatuto. (Recurso nº 0280/2003/PCA-MG. Relator: Conselheiro
Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira (DF), julgamento: 15.09.2003, por unanimidade, DJ 22.09.2003, p. 635,
FUNDACIONAL
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, antes de 1988, a expressão não era empregada. A Constituição inseriu no artigo 37 a
expressão, sendo imprópria porque o Estado só atua de duas maneiras, direta ou indiretamente. Sendo certo que as fundações
nada têm de especial, estão na mesma categoria das demais pessoas jurídicas. Nesta ocasião entendia-se que a expressão
ressaltava a atividade exercida pelas fundações instituídas pelo Estado – “fundações criadas pelo Estado”. A EC 19/98 corrigiu a
imprecisão, dando nova redação ao artigo 37 da Constituição, e consignou apenas as expressões administração direta e indireta
(CARVALHO FILHO, 2012, p. 456).
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB – INSCRIÇÃO NA OAB
Funcionário Público Estadual. Professor de Matemática. Inaplicação do disposto pelo parágrafo único do art. 30 da Lei
8.906/94. Inscrição deferida com o impedimento do art. 30, I da referida lei.  (Proc. 5.329/99/PCA, Rel. Paulo Lopo Saraiva (RN),
Ementa 026/99/PCA, julgamento: 08.03.99, por unanimidade, DJ 15.03.99, p. 28, S1)

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