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Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Carlos Augusto Andrade Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Classes de Palavras • Os Adjetivos • Os Numerais · Dando continuidade aos estudos sobre as classes de palavras, estudaremos, nesta Unidade, os adjetivos, numerais e pronomes, bem como alguns desdobramentos das relações que eles produzem. OBJETIVO DE APRENDIZADO Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não apro- fundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. ORIENTAÇÕES Classes de Palavras UNIDADE Classes de Palavras Contextualização Dando prosseguimento ao nosso Curso, passaremos, neste momento, a estudar três outras classes de palavras: os adjetivos, os numerais e os pronomes. Ressaltamos, novamente, que não pretendemos aprofundar o estudo de tais classes no nível morfossintático; faremos apenas algumas considerações, apontando a classificação e a flexão dessas palavras. A intenção é que possamos reconhecer cada uma delas, com a finalidade de observar os usos em enunciados concretos. Vamos nos deter um pouco mais nos pronomes, por se tratar de uma classe com mais variação, um pouco diferente daquelas que vimos até o momento. Esperamos que os conteúdos aqui apresentados contribuam para as suas reflexões em relação às questões gramaticais trabalhadas. Qualquer dúvida, não se esqueçam, estaremos sempre à disposição para esclarecê-las. 6 7 Os Adjetivos Dando continuidade ao estudo das classes de palavras, passaremos agora ao “ad- jetivo”. Observemos o poema abaixo, especialmente as palavras que estão grifadas. Degradação Presentificada pelo Escárnio das mentes acomodadas, Nesse atoleiro dos indigentes, as almas esquecidas vivem apagadas, desprezadas, invisíveis. Todos olham, mas ninguém vê. Visão apagada pela degradação consentida. (ANDRADE, 2009, p.23) Como podemos ver, há uma relação entre as palavras negritadas e as subli- nhadas. Essa relação pode ser chamada de caracterizadora, ou seja, as palavras sublinhadas caracterizam as negritadas e com elas concordam em gênero e núme- ro. Quando uma palavra caracteriza outra, é chamada de adjetivo. No poema de Andrade, temos: Substantivos (nomeiam) Adjetivos (caracterizam) Degradação Presentificada Mentes Acomodadas Almas Esquecidas, apagadas, desperezadas, invisíveis Degradação Consentida Encontramos em alguns livros didáticos e em algumas gramáticas pedagógicas o conceito de que o adjetivo marca uma “qualidade” de um determinado substantivo. Apesar de tal conceito ser empregado, semanticamente não é adequado, pois seu valor sugere que o que estiver caracterizando um substantivo seja uma qualidade. Nem todos os adjetivos representam qualidades, como em belos olhos, por exemplo. Basta observar os exemplos a seguir: água quente, animal morto, lápis azul e homem traficante, entre outros. As palavras quente, morto, azul e traficante não representam nenhuma qualidade dos substantivos a que se referem. Por isso, preferimos dizer que o adjetivo caracteriza o substantivo. 7 UNIDADE Classes de Palavras Assim como os substantivos e os artigos, os adjetivos também possuem classificação e flexão. Vamos estudá-las a partir de agora. Classificação dos Adjetivos Podemos classificar os adjetivos em duas categorias: restritivos ou explicativos. Enquanto os restritivos particularizam o significado do substantivo a que se referem, atribuindo-lhe uma característica que não é própria do ser, os explicativos apresentam características essenciais, inerentes ao ser a que se referem. Ex.: A neve estava mais fria que o normal. – Caracteriza o substantivo neve (a neve é fria por natureza). O adjetivo, nesse caso, é explicativo. Os cachos longos de seus cabelos fazem-me lembrar de Rapunzel. O adjetivo “longo” particulariza os cachos, pois eles poderiam ser curtos. Nesse caso, o adjetivo é restritivo. Como foi destacado em relação aos substantivos, os adjetivos também devem ser observados no contexto de produção. Observemos: Ex.: O belo Carlos, professor de Língua Portuguesa, chegou de viagem. Nes- se exemplo, o adjetivo belo caracteriza o substantivo Carlos. No entanto, se tivéssemos: O belo chegou. Nesse caso, belo está no lugar de um ser, portanto, ele é um substantivo. Flexão dos Adjetivos Os adjetivos podem ser flexionados em gênero, número e grau. Observemos o exemplo e logo em seguida a explanação: Ex.: A bela casa que compramos será entregue na próxima semana. 1. Gênero - O belo carro (A bela casa) que compramos será entregue na próxima semana; Marcelo é inteligente. / Renata é inteligente; 2. Número - As belas casas que compramos serão entregues na próxima semana; 3. Grau - A belíssima casa que compramos será entregue na próxima semana. Como pudemos ver nos exemplos, quanto ao gênero, assim como os substantivos, os adjetivos podem ser biformes ou uniformes pelo mesmo princípio (exemplo 1). Em relação ao número, eles podem estar no singular ou no plural (exemplo 2). 8 9 No entanto, quanto ao grau, há algumas particularidades que gostaríamos de apontar. Segundo alguns estudiosos, a mudança de grau nos adjetivos, observando-se a alteração na estrutura, seria apenas o grau “normal” (sem alteração na estrutura primitiva), e o superlativo absoluto, com acréscimo de sufixo que, hoje em dia, é estudado na medida em que se vê formação de palavras em morfologia, nesse caso, a sufixação. Ex.: inteligente – inteligentíssimo. No entanto, para os adjetivos, a estrutura da oração pode alterar o grau de determinado adjetivo com a inclusão de advérbios. Vejamos: a) Grau Comparativo • Igualdade – Coreolano é tão mesquinho quanto Marcelino. O adjetivo “mesquinho” encontra-se numa proposição de comparação entre dois substantivos da mesma categoria, portanto, dizemos que o adjetivo está no grau “comparativo de igualdade”; • Superioridade – Coreolano é mais mesquinho que Marcelino. Nesse caso, temos ainda uma comparação entre dois substantivos da mesma categoria. No entanto, o advérbio “mais” dá para Coreolano uma intensidade maior que para Marcelino. Portanto, temos o grau comparativo de superioridade para o adjetivo “mesquinho”; • Inferioridade – Coreolano é menos mesquinho que Marcelino. Agora, o advérbio “menos” diminui a intensidade do adjetivo sobre Coreolano. O grau, aqui, para “mesquinho”, é o comparativo de inferioridade; b) Grau superlativo O grau superlativo, diferentemente do comparativo, destaca a caracterização do adjetivo para seres de outras categorias ou para um determinado ser em relação ao todo. Há dois tipos de superlativos: absoluto e relativo; • Absoluto – Destaca a caracterização de um ser para um grupo de seres não expressos no enunciado. Ele pode ser analítico ou sintético; Ex.: Ele é muito rico. O adjetivo relaciona-se com o pronomeele. Nesse caso, podemos analisar que ele é, entre várias pessoas, alguém que tem muita riqueza – grau superlativo absoluto analítico; Ele é riquíssimo. Da mesma sorte, apontamos para o pronome ele como alguém que possui muita riqueza, mas, nesse caso, pegamos o adjetivo “rico” e modificamos a estrutura dele, com acréscimo de sufixo. Temos, assim, o grau superlativo absoluto sintético; • Relativo – Como o absoluto, o grau relativo procura relacionar o adjetivo a dois seres de categorias diferentes. Nesse caso, teremos, como no grau comparativo, a presença de dois elementos. 9 UNIDADE Classes de Palavras Ex.: Raiana é a mais alta de todas. Como podemos observar, há aqui uma comparação entre dois substantivos de categorias diferentes. Dessa forma, temos um superlativo relativo de superioridade. Adilson é o menos inteligente da turma. Aqui, o advérbio “menos” provou um sentido de inferioridade para Adilson em relação a uma coletividade. Portanto, temos um superlativo relativo de inferioridade. Nota: quanto à posição do adjetivo em relação ao substantivo no enunciado, podemos dizer que, em Língua Portuguesa, ele poderá estar anteposto ou posposto. Devemos tomar cuidado, pois em alguns casos, dependendo da posição, podemos ter variação do sentido do enunciado. Ex.: Pobre criança tem medo de tudo. A criança pobre foi levada ao orfanato. No primeiro exemplo, temos o adjetivo “pobre” no sentido de indefesa e, no segundo, de alguém que não possui bens. Dando continuidade, vamos ao estudo de mais uma classe: a dos numerais. Os Numerais O numeral é uma classe utilizada quando desejamos ordenar, quantificar, fracionar ou multiplicar os substantivos. Observemos no texto a seguir como eles são empregados. “Marcolino foi à feira fazer compras para sua mãe. Ao chegar, logo ouviu os feirantes fazendo promoções. Seu Juvêncio, da barraca de laranjas, gritava com rosto franzido, dizendo: – Vamos freguesa, hoje tá tudo uma beleza. A dúzia só três reais. Duas dúzias por cinco. Quem deixar pra depois, pode ficar comendo somente arroz. Na correria para fazer suas compras, dona Marceliana não percebeu que deixou a carteira em casa, ao ver o dinheiro que estava em seu bolso, percebeu que tinha apenas dez reais. Em todas as bancas por onde passava, logo perguntava: – Quanta custa meia dúzia? Até que chegou à barraca de seu Juvêncio e ele logo respondeu. – Pra senhora dona Marceliana, pra virar freguesa, meia dúzia fica um real e cinquenta, vou pegar as primeiras da caixa que estão mais frescas, pra senhora colocar na fruteira sobre a mesa”. 10 11 As palavras sublinhadas no texto acima quantificam, ordenam, fracionam ou multiplicam os substantivos a que fazem referência. Reflitamos a seguir sobre a classificação que a Gramática dá a esses numerais. Classifi cação dos Numerais Ao quantificarem, são chamados de cardinais, pois enumeram uma quantidade de seres. Ex.: Comprei dois abacaxis na feira. Caso desejemos ordenar, usamos os numerais ordinais. Eles indicam a ordem em que eu quero dispor algum ser no enunciado. Ex.: Armando foi o primeiro colocado na corrida. Na medida em que desejamos mostrar uma multiplicação, usamos os numerais multiplicativos. Ex.: Pago o dobro pelo seu carro. E, se a intenção for repartir ou fracionar, usamos os numerais fracionários. Ex.: Não se esqueça! Metade da laranja é minha. Precisamos ficar atentos para algo importante: alguns aspectos sobre a grafia dos numerais. Eles são geralmente grafados com algarismos arábicos. Ex.: oito pastas; quatro milhões de reais etc. Há, no entanto, alguns casos especiais. Caso – Observações Exemplo a) Depois do milhar separar por ponto Ele mora no 2.320 da rua 34. b) Códigos Postais tem grafia própria CEP 08612-003 c) Porcentagem – uso do ordinal, mas sinal correspondente Ele adquiriu 80% das ações. d) os ordinais em textos são grafados por extenso do primeiro ao décimo, depois, ordinais numericamente: 11º, 58º etc Este é o sexto livro que leio no semestre. Este é 13º degrau desta escada. e) Em se tratando de horas, usar algarismos arábicos seguidos de abreviação de horas e minutos, sem espaço. São 12h36min. Você está atasado. f ) Não colocar ponto em numeral que marca ano Josina nasceu em 1954. g) Em legislação, para marcar os artigos, usa-se os ordinais até o 9º, e depois ordinais §1º - Todos os políticos devem ser honestos. --- §10 – Todos os políticos devem observar o §1º da presente Lei, ou serão indiciados e levados a julgamento imendiato. 11 UNIDADE Classes de Palavras Caso – Observações Exemplo h) Algarismos romanos são usados em casos muito especiais. Observemos apenas a relação deles com os arábicos. I – um; II- dois; III- três; IV- quatro; V- cinco; VI- seis; VII- sete; VIII- oito; IX- nove; X- dez; L- cinquenta; C- cem; M- mil. Os demais são formados a partir desses. Ex. 1340 – MCCCXL (lembrando que podemos repedir apenas três vezes determinada letra) Na indicação de séculos, usamos os algarismos romanos; outras possibilidades, consultar bibliografia básica. Quando o algarismo estiver depois do substantivo, de I a X, lê-se como numeral ordinal (primeiro, segundo, terceiro...); de XI em diante, como numeral cardinal (onze, doze, treze...). Quando o algarismo estiver antes do substantivo, lê-se sempre como numeral ordinal. O século XX (vinte) foi marcado por expressivas mudanças. O século VIII (oitavo)... VIII (oitava) Feira de Agricultura. Bem, agora que passamos pelos numerais e muitos podem ter ficado assustados por terem fugido da Matemática quando optaram por Letras, já puderam perceber que não conseguimos escapar dos numerais. Em seguida, passaremos a outra classe de palavra – os pronomes. Classes de Palavras – Os Pronomes Em todas as Línguas, encontramos palavras que substituem outras. Elas são empregadas para fazer referência a outra mencionada anterior ou posteriormente no enunciado. Nota: anáfora é o termo que faz lembrar algo que foi dito, portanto, ela se encontra depois da palavra a que se relaciona. Ex.: Márcio é mecânico. Ele foi indicado para arrumar seu carro. Dizemos que “ele” está numa posição anafórica, pois se relaciona com um antecedente, fazendo lembrar a figura de Márcio, que o precedeu. Catáfora – Ao contrário da anáfora, a catáfora tem a função de anunciar a palavra que representa, portanto, ela vem antes dessa palavra. Ex.: Eu preciso comprar isto: duas borrachas e dois lápis. O pronome “isto” vem antes daquilo com o qual se relaciona, portanto, dizemos que “isto” está em posição catafórica. Os pronomes podem estar se referindo ao substantivo ou ocupar o lugar dele. Vejamos alguns exemplos a seguir: Ex.: Ele fez a entrevista ontem. Ex.: Marcos atendeu ao chamado do anúncio; ele fez uma entrevista ontem. 12 13 Nos dois casos, temos o pronome ele substituindo um nome, um ser. No primeiro exemplo, o pronome utilizado está no lugar do nome. Já no segundo, o pronome faz uma referência ao nome citado anteriormente (Marcos). Como dissemos na nota, empregou-se o pronome anaforicamente. Classifi cação dos Pronomes De acordo com a natureza ou o uso efetivo no enunciado, a Gramática distingue, em primeiro lugar, os pronomes, designando-os como pronomes substantivos e pronomes adjetivos. Enquanto o primeiro está no lugar do nome, o segundo acompanha-o, para atribuir-lhe alguma caracterização. Ex.: Todos votaram contra. O pronome todos está no lugar das várias pessoas que acabaram de votar. Ele é, portanto, um pronome substantivo. Ex.: Algumas caixas estão quebradas. O pronome “algumas” está diretamente ligado ao substantivo “caixas”; portanto, ele atribui a elas um sentido particular, levando o leitor/ouvinte a entender que nem todas as caixas estavam quebradas. Nesseexemplo, o pronome é adjetivo. Ao observamos, ainda, a natureza de uso dos pronomes, além da classificação como adjetivos e substantivos, a Gramática designa os pronomes como apresentamos a seguir: Pronomes Pessoais São aqueles que indicam as pessoas do discurso e substituem ou acompanham o substantivo. Pessoas do Discurso Referência 1ª pessoa a que fala 2ª pessoa com quem se fala 3ª pessoa de quem se fala Ex.: Eu admiro a tua dedicação na escola. Ela, nem tanto. Os pronomes pessoais podem ser do caso reto e do caso oblíquo. São pronomes retos aqueles que funcionam como sujeito das orações. Pessoa do Discurso Singular Plural Exemplo 1ª pessoa Eu nós Eu vou ao cinema todos os domingos.Nós vamos ao teatro uma vez por mês. 2ª pessoa Tu vós Tu estás perto do aeroporto?Vós estais cansados e oprimidos. 3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela suporta toda pressão?Eles não ficaram quietos. 13 UNIDADE Classes de Palavras Já os pronomes do caso oblíquo exercem a função de complemento, ou seja, objeto na oração. Podem ser átonos ou tônicos. Pessoa do Discurso Átonos Tônicos 1ª pessoa me mim, nos 2ª pessoa te ti,vos 3ª pessoa se, lhe, o, os, as, lhes si, ele, ela, eles, elas. Acompanham as formas verbais, como nos exemplos: Ex.: Entreguei-lhe meu currículo, para as devidas providências. Ex.: Ele apresentou-me suas considerações. Os pronomes oblíquos tônicos são acompanhados de preposição no enunciado. São eles: mim, ti, ele, ela, si, nos, vos, eles, elas. Observemos o exemplo: Ex.: Meu pai comprou o violão para mim. Nota: quando tivermos verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a desinência de infinitivo (r) e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s). Nos verbos terminados em -am, -em, -ão e –õe, os pronomes se tornam no(s), na(s). Ex.: amar – amá-lo / amaram – amaram-no. Pronomes Possessivos Os pronomes possessivos, como o próprio nome já revela, indicam posse. Eles também se relacionam às pessoas do discurso, tal como no quadro a seguir: Pessoa do Discurso Singular Plural 1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s) 2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s) 3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s) Ex.: O lápis é meu, a agenda é tua e a caixa é dela. Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos são usados para produzir o sentido de localização no discurso de um dado elemento ou de uma dada pessoa em relação a outros. São pronomes demonstrativos: Pessoa do Discurso Singular Plural 1ª pessoa Este, esta, isto Estes, estas 2ª pessoa Esse, essa, isso Esses, essas 3ª pessoa Aquele, aquela, aquilo Aqueles, Aquelas 14 15 Ao escrever um enunciado, quando queremos produzir sentido dizendo que um objeto ou uma pessoa estão próximos de quem fala, usamos os pronomes demonstrativos de 1ª pessoa. Quando estão perto da pessoa com que se fala, usamos os de 2ª. Se estiverem próximos da pessoa de quem se fala, utilizamos os de 3ª pessoa, conforme exemplos: Ex.: Este pincel é meu. Ex.: Essa fita verde ficou ótima em seus cabelos. Ex.: Querido, posso fotografar aquela girafa? Temos de ter cuidado com o uso dos pronomes demonstrativos, pois, além de marcarem posição do objeto no espaço, eles marcam posição no tempo, Os pronomes de 1ª pessoa indicam um tempo atual ao ato de fala. Ex.: Este momento é muito importante para a vida dos nubentes. Os pronomes de segunda pessoa marcam um tempo anterior, relativamente próximo ao ato de fala. Ex.: No mês passado, voltei para a casa de meus pais. Nesse mesmo mês, fui chamado para lecionar. Já os pronomes de terceira pessoa são usados para fazer referência ao que foi dito há muito mais tempo. Ex.: Todos se lembram daquele saxofone que eu tocava? Observemos alguns casos: • Os pronomes de primeira pessoa fazem referência ao que será dito: Ex.: Espero sinceramente isto: que seja muito feliz! • Quando queremos fazer alguma referência ao que foi dito, utilizamos os pronomes de segunda pessoa. Ex.: Os carros modernos não são tão fortes como os de antigamente. Essas máquinas são feitas de material muito mais fraco. • Os de terceira pessoa serão usados quando estiverem em oposição aos de primeira, com a finalidade de nos referirmos ao mais distante. Veja: Ex.: Cinema e teatro me agradam muito. Este pela proximidade que faz com o público, aquele pelas possibilidades que tem de usar grandes efeitos especiais. Pronomes Indefinidos Os pronomes indefinidos referem-se à 3ª pessoa do discurso. Eles apresentam sentido vago, impreciso ou genérico em relação às coisas, às pessoas ou aos lugares a que fazem referência. Dão, ainda, a possibilidade de determinados conjuntos de quantidade indeterminada. 15 UNIDADE Classes de Palavras Substituem Pronomes Indefinidos Pessoas quem, alguém, ninguém, outrem... Lugares onde, algures, alhures, nenhures... Pessoas, lugares, coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada... Como podemos observar no quadro, alguns pronomes são variáveis em gênero e número, e outros são invariáveis. Ao empregar um pronome indefinido, devemos prestar atenção: • Ao pronome “algum”, após o substantivo a que se refere, pois assume valor negativo (= nenhum). Ex.: Homem algum pode justificar a devastação; • Ao utilizarmos o pronome indefinido “cada”, devemos, posteriormente, adicionar substantivos ou numerais. Ex.: Elas compraram dois lápis de olho cada uma; Ex.: Cada macaco no seu galho; • E nos lembrarmos de que alguns pronomes indefinidos, ao serem colocados após substantivos, passarão a ser adjetivos: Ex.: Eles sentaram nos lugares certos; • Ao fato de o pronome “bastante” pode tornar-se adjetivo se estiver determi- nando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação. Ex.: Isso é bastante para mim; • Que na medida em que utilizamos o pronome “nada” junto a verbos ou a adjetivos, ele equivalerá a advérbio. Ex.: Ele não está nada feliz hoje; • Que quando utilizarmos os pronomes indefinidos “todo ou toda” e eles ante- cederem um substantivo, não devemos usar artigo. Ex.: Toda empresa parou após a queda de energia. Pronomes Interrogativos Os pronomes interrogativos são pronomes indefinidos utilizados para formu- lar perguntas. São eles: que, quem, qual, quais, quanto(s), quantas(s). Ex.: Quem descobriu o Brasil? 16 17 São utilizados para formular perguntas diretas ou indiretas. Enquanto as primeiras, além do pronome interrogativo no início, terminam com ponto de interrogação, as segundas não iniciam com o pronome interrogativo e terminam com o ponto final. Ex.: Quem comeu o meu queijo? Enunciado interrogativo direto. Ex.: Fale-nos como você chegou a São Paulo. Enunciado interrogativo indireto. Pronomes Relativos Entre os pronomes, os relativos são utilizados para representar uma palavra substantiva que já foi citada anteriormente. São pronomes relativos: Variáveis Invariáveis o qual, a qual, os quais, as quais Que cujo, cuja, cujos, cujas Quem quanto, quanta, quantos, quantas Onde Vejamos alguns empregos importantes dos pronomes relativos: • O pronome relativo que é o mais empregado. Também chamado de relativo universal, pode fazer referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural: Ex.: Entendo bem a professora de Matemática que chegou ontem (relacionado à professora); Ex.: Gostei do carro que comprei em sua loja (relacionado ao carro); • Usamos o pronome quem para estabelecer relação com uma pessoa ou com uma coisa personificada. Sempre que fizer referência ao termo anterior explícito, deverá ser precedido de preposição. Ex.: Não vi o político de quem você falou na reunião; Ex.: Esse éo celular a quem devo minha vida. Graças ao sinal que ele emitiu à polícia, conseguiram me achar no cativeiro; • Devemos usar o pronome relativo “cujo” quando há sentido de posse, pois nesses casos ele é equivalente a do qual, de que e de quem. Lembremos de que ele deverá concordar sempre com a coisa possuída. Ex.: Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres; • Os vocábulos quanto, quantos e quantas serão pronomes relativos à medida em que seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Ex.: O ladrão pegou tudo quanto pode; • Há um descuido ao utilizar o relativo “onde”. Lembremos de que ele tem sentido aproximado a lugar e deve ser usado quando não há movimento. Se houver algum movimento, devemos utilizar “aonde”. 17 UNIDADE Classes de Palavras Ex.: Esta é a casa onde habito; Ex.: Todos estavam felizes em razão do casamento, mas não sabiam aonde ir após a cerimônia. Não devemos esquecer de que, para ampliar o conhecimento das questões apresentadas, é fundamental a pesquisa nas Referências propostas e a realização de todos os exercícios propostos. Bem, agora passaremos à próxima Unidade, para estudarmos os verbos, advérbios, preposições, conjunções e interjeições. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Adjetivo https://goo.gl/gMmCG5 Adjetivo https://goo.gl/GpAUyF Vídeos Português Gramática - O que é Adjetivo? https://youtu.be/7MqqdiDr7rw Adjetivo e Substantivo https://youtu.be/OUc4qVsviXk Leitura Substantivo e Adjetivo https://goo.gl/V2Q4z8 Semântica Gramatical: A Significação dos Pronomes https://goo.gl/8YXGK9 19 UNIDADE Classes de Palavras Referências ANDRADE, C. A. B. Reflexos do descaso: interações poético-fotográficas. São Paulo: Terracota, 2009. AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008. BECHARA, E. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? 12.ed. SP: Ática, 2006. ________. Moderna Gramática Brasileira. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009. COSERIU, E. Teoria del Lenguaje y lingüística general. Madri: Editorial Gredos, S.A., 1978. DUBOIS, J. e outros. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 2007. MONTEIRO, J. L. Morfologia Portuguesa. Campinas: Pontes, 1991. TRAVAGLIA, L. C.. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no primeiro e segundo graus. São Paulo: Cortez, 1997. SACONNI, L. A. Nossa Gramática. 30.ed. São Paulo: Nova Geração, 2009. 20
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