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Curso: Engenharia Civil Disciplina: Estruturas de Aço e Madeira Professora: Raquel Barros Leal email: lealgondimeng@yahoo.com AULA 2 - PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA 1.0 INTRODUÇÃO • Conceito de “madeira” • Orgânico: estrutura molecular baseada em cadeias de carbono. Os principais elementos constituintes apresentam-se nas seguintes porcentagens aproximadas, independentemente da espécie vegetal considerada: » Carbono 50% » Oxigênio 44% » Hidrogênio 6% É um material orgânico, heterogêneo, poroso, higroscópico e anisotrópico. • O composto orgânico predominante é a celulose, que constitui cerca de 50% da madeira, formando os filamentos que reforçam as paredes das fibras longitudinais. • Outros dois componentes importantes são as hemiceluloses (constituindo 20 a 25% da madeira) e a lignina (20 a 30%) que envolvem as macromoléculas de celulose ligando-as. A lignina provê rigidez e resistência à compressão as paredes das fibras. • Heterogêneo: estrutura microscópica apresenta componentes de formas e tamanhos variados. Imagens microscópicas mostram detalhes da estrutura de madeiras de diferentes tipos de árvores da África • Poroso: Alguns elementos microscópicos são especializados na condução de líquidos. As fibras da madeira também possuem espaços para circulação de líquidos. • Higroscópico: Capacidade de retenção de água. • Anisotrópico: Comportamento diferenciado nos diferentes planos anatômicos. Antônimo: isotrópico (metais) • A madeira é o material de construção mais antigo , devido a sua vasta disponibilidade na natureza e sua relativa facilidade de manuseio. • Comparada a outros materiais usuais, a madeira apresenta uma excelente relação resistência/peso. VANTAGENS DA MADEIRA DESVANTAGENS DA MADEIRA 1.1 CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA • As madeiras utilizadas em construções são obtidas dos troncos de árvores, elas podem ser de dois tipos: • MADEIRAS DURAS (dicotiledôneas – Angiospermas): São provenientes de arvores frondosas, de crescimento lento, como peroba, aroeira, ipê, carvalho e etc. As madeiras duras de melhor qualidade são também chamadas de madeira de lei. • MADEIRAS MACIAS (Coníferas – Gymnospermas): São provenientes em geral das árvores coníferas, de crescimento rápido, como pinheiro-do-pará e pinheiro-bravo, pinheiros europeus e etc. • As árvores frondosas perdem geralmente suas folhas no outono, enquanto as arvores coníferas mantem suas folhas verdes o ano todo. MADEIRA MACIA MADEIRA DURA 1.2 PROPRIEDADES FISÍCAS DA MADEIRA • Devido à orientação das célula, a madeira é um material anisotrópico, apresentando três direções conforme mostra a figura abaixo: 1.2.1 ANISOTROPIA DA MADEIRA Anisotropia da madeira. São indicadas as direções longitudinal (L), radial (R) e tangencial (T). • A diferença de propriedades entre as direções radiais e tangenciais, raramente tem importância prática, bastando diferenciar as propriedades na direção das fibras principais, que no caso são as longitudinais. • A umidade da madeira tem grande importância sobre a suas propriedades. • O grau de umidade U é o peso de água contido na madeira expresso como uma porcentagem de peso da madeira seca em estufa Ps. ∪ % = 𝑃𝑖 −𝑃𝑠 𝑃𝑠 𝑥 100 1.2.2 UMIDADE Pi é o peso inicial da madeira em gramas. • As madeiras sofrem retração ou inchamento com a variação de umidade entre 0% e o ponto de saturação das fibras (30%). 1.2.3 RETRAÇÃO DA MADEIRA • A retração é um fenômeno anisotrópico, manifestando- se com maior intensidade na direção tangencial, com menor intensidade da direção radial, e de forma pouco pronunciada na direção longitudinal. Vista isométrica da madeira, mostrando as três direções principais e suas respectivas variações de umidade. 1.2.4 DILATAÇÃO LINEAR • O coeficiente de dilatação linear das madeiras, na direção longitudinal, varia de 0,3 x 𝟏𝟎−𝟓 a 0,45 x 𝟏𝟎−𝟓 por °C, sendo, 1/3 da do coeficiente de dilatação linear do aço. • Na direção tangencial ou radial, o coeficiente de dilatação varia com o peso especifico da madeira, sendo da ordem de 4,5 x 𝟏𝟎−𝟓 °C para madeiras duras e 8,0 x 𝟏𝟎−𝟓 °C para madeiras moles. • A madeira está sujeita a deterioração por diversas origens, dentre as quais se destacam: ataque biológico e ação do fogo. • Fungos, cupins, moluscos e crustáceos marinhos são exemplos de agentes biológicos que se instalam na madeira para se alimentar dos seus produtos. • Por ser combustível a madeira é frequentemente considerada um material de baixa resistência ao fogo, entretanto, quando projetadas e construídas adequadamente, apresentam ótimo desempenho sob a ação do fogo. 1.2.5 DETERIORAÇÃO DA MADEIRA - DURABILIDADE CKC-268® - Tinta Intumescente para madeira (Teste) 2.0 TIPOS DE MADEIRA DE CONSTRUÇÃO • A madeira bruta ou roliça é empregada em forma de tronco, servindo para estacas, escoramentos, postes, colunas, etc. • No Brasil, os roliços mais utilizados são os pinhos do paraná e os eucaliptos. Após o abate, remove-se a casca e deixa o tronco secar em local arejado e protegido do sol. • Se as madeiras não passarem por um período considerável de secagem, ficam sujeitas a retrações transversais que provocam rachaduras nas extremidades. 2.1 MADEIRA MACIÇA ROLIÇA • A madeira falquejada é obtida de troncos por corte com machados, formando seções maciças, quadradas ou retangulares. • São utilizadas em estacas, cortinas cravadas, pontes, etc. • Dependendo do diâmetro dos troncos, podem ser obtidas seções maciças falquejadas de grandes dimensões como, por exemplo, 30cm x 30cm ou mesmo 60cm x 60cm. • No falquejamento do tronco, as partes laterais cortadas constituem a perda. 2.2 MADEIRA MACIÇA FALQUEJADA • A madeira serrada é o produto estrutural mais comum. • O tronco é cortado em serrarias, em dimensões padronizadas para o comércio, passando depois por um período de secagem. • As madeiras serradas são vendidas em seções padronizadas com bitolas nominais em centímetros ou em polegadas. 2.3 MADEIRA MACIÇA SERRADA • A madeira compensada é formada pela colagem de três ou mais laminas, alterando as direções das fibras em ângulo reto. Os compensados podem ter três, cinco ou mais laminas, sempre em números ímpar. • As chapas de compensados são fabricadas com dimensões padronizadas de 2,50 x 1,25m e espessuras variando entre 4 e 30mm. 2.4 MADEIRA INDUSTRIALIZADA COMPENSADA • A madeira compensada apresenta uma série de vantagens em relação a madeira maciça. • Pode ser fabricada em folhas grandes, com defeitos limitados; • Reduz retração e inchamento, graças a ortogonalidade das direções das fibras. • É mais resistente na direção normal das fibras. • Reduz trincas na cravação de pregos e etc. • A desvantagem mais importante está no preço mais elevado. Compensado Plastificado. 5 a 10 desformas. Compensado Resinado. (Cola Fenólica)* 3 a 6 desformas. Processo de Fabricação de Compensado • A madeira laminada e colada é um produto estrutural, formado por associação de lâminas de madeira selecionada, coladas com adesivos e sob pressão. • As fibras das laminas são coladas na direção paralela. A espessura das laminas varia de 1,5cm a 3,0cm. 2.5 MADEIRA INDUSTRIALIZADA LAMINADA E COLADA (MLC) Detalhe de uma viga com madeira laminada e colada. • A madeira laminada e colada apresenta em relação a madeira maciça, as seguintes vantagens: • Permite a confecção de peças de grandes dimensões; • Permite melhor controle de umidade das laminas, reduzindo defeitos provenientes de secagem irregular; • Permite a seleçãoda qualidade das lâminas situadas nas posições de maiores tensões; • Permite a construção de peças de eixo curvo, muito convenientes para arcos, tribunas, cascas, etc; • A desvantagem mais relativa das madeiras laminadas é o seu preço, mais elevado do que a madeira serrada. Palais D'Exposition D'Avignon – França - com mais de 100m de vão livre. Bodegas Protos em Peñafiel, Espanha 3.0 SISTEMAS ESTRUTURAIS EM MADEIRA • O sistema estrutural treliçado de cobertura é o mais tradicional, utilizado tanto em residências, como em indústrias e pontes. • As treliças de cobertura, também chamadas de tesouras, sustentam o telhamento e o seu vigamento de apoio. • No caso da utilização de telhas cerâmicas, mais usados em coberturas de edificações residencial, o vigamento de apoio é composto dos seguintes elementos: terças, caibros e ripas. • As treliças de cobertura são dispostas de planos verticais, sendo a estabilidade do conjunto de treliças promovidas pelos sistemas de contraventamentos. 3.1 TRELIÇAS DE COBERTURA ELEMENTOS UTILIZADOS NAS TESOURAS A tesoura é compostas pelos elementos: • Banzo Superior: peça de sustentação da terça, indo do ponto de apoio da tesoura do telhado ao cume, geralmente trabalham à compressão. Popularmente conhecido como Perna. • Banzo Inferior: peça que corre ao longo da parte inferior da tesoura e vai de apoio a apoio, geralmente trabalham à tração. Popularmente conhecido como Linha. • Estribo: são ferragens que garantem a união entre as peças das tesouras. • Montante: peças que ligam a banzo superior ao banzo inferior. Popularmente são conhecidos como pendural o montante central, e os demais de tirantes. • Diagonal e escoras: são peças inclinadas que ligam o banzo superior ao banzo inferior, encontram-se, geralmente, em posição oblíqua. Popularmente são chamadas de asna a que sai do pé do montante central, as demais de escoras. Em tesouras simples no mínimo devemos saber: • As tesouras devem ser contraventadas, com mãos francesas e diagonais na linha da cumeeira. • O espaçamento máximo entre duas tesouras é de aproximadamente 4 m; 4,5m. • O espaçamento ideal entre duas terças, com telhas cerâmica é de 1,6 m. • O espaçamento entre dois caibros é de 50 cm; • O espaçamento entre duas ripas depende da galga da telha (gabarito da telha). • Os pisos ou assoalhos de madeira são constituídos de vigas biapoiadas de seção retangular ou I com espaçamento da ordem de 50 cm e revestidas por tábuas. • As vigas para piso, geralmente são dimensionadas visando a ação de cargas estáticas uniformemente distribuídas, onde a partir disso pode-se conduzir uma estrutura caracterizada por vibrações excessivas devido ao caminhar das pessoas. • A inclusão de contraventos entre as vigas para piso, propicia uma melhor distribuição de cargas entre as vigas, reduzindo assim o problema das vibrações. 3.2 VIGAMENTO PARA PISOS Vigamento para piso em madeira. • Pórticos são usualmente adotados como sistemas portante principal de edificações destinadas a galpões, estádios esportivos, ou estações rodoviárias com vãos livres variando entre 20 a 100m. • Os pórticos, em geral, são estruturas biarticuladas ou triarticuladas. Os triarticulados são mais utilizados pela facilidade e rapidez na montagem. • Diversos pórticos paralelos de uma estrutura são ligados pelas terças e pelo contraventamentos. 3.3 PÓRTICOS Pórticos em madeira para galpões, estádios de esporte e espaços em geral. A) pórtico biarticulado treliçado, b) pórtico biarticulado de alma cheia em seção I, c) e d) pórticos triarticulados em madeira laminada e colada. Pórticos associados e sistema de contraventamentos. 3.4 PONTES EM MADEIRA • Ao longo dos séculos, diversos sistemas estruturais para pontes em madeira, têm sido adotados. Destacam-se os sistemas em: Ponte de Vihantasalmi (Finlândia). • Um importante aspecto do projeto de pontes é a durabilidade. • As modernas pontes geralmente não são construídas com coberturas e a proteção da madeira deve ser garantida por tratamentos para preservação, revestimentos impermeáveis do tabuleiro e detalhes construtivos. • Os cimbramentos são estruturas provisórias destinadas a suportar o peso de uma estrutura em construções até que se torne autoportante. • As características de elevada resistência e reduzido peso especifico da madeira, aliadas a facilidade de montagem e desmontagem de peças, tornaram este material vantajoso para uso em estruturas de cimbramentos. 3.5 CIMBRAMENTO EM MADEIRA Sistema tradicional de fôrmas de madeira para vigas e lajes em concreto Requisitos necessários: - Rigidez: Para resistir as cargas de peso do concreto sem deformação apreciável; - Estanqueidade: Para evitar o vazamento de nata de cimento. Viaduto sobre o Vale dos Diabos, BR-158/RS. 4.0 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA • As principais propriedades físicas e mecânicas das espécies de madeira são determinadas por meio de ensaios padronizados em amostras sem defeitos (para evitar a incerteza de resultados). • Grande numero de aplicações da madeira em Engenharia Civil exige perfeito conhecimento do comportamento elástico e da resistência mecânica da mesma. • De acordo com a NBR 7190, para a caracterização completa da madeira para uso em estruturas, as seguintes propriedades devem ser determinadas (por meio de ensaios). • IMPORTANTE!!! As propriedades mecânicas obtidas com os ensaios variam de com o teor de umidade da amostra, por isso, depois da determinação do teor de umidade da amostra de madeira, deve-se ajustar para a condição padrão de umidade (U = 12%) • Algumas das principais propriedades mecânicas vistas anteriormente podem ser explanadas a seguir: a) Compressão Paralela às Fibras (Fc0): Esquema de ensaio para compressão paralela às fibras. • Em certo momento do ensaio, depois do aumento gradativo da tensão de compressão, o corpo de prova começa a apresentar características de flambagem e fratura do matéria. • O modulo de elasticidade de compressão é dado pela inclinação da curva no trecho linear. • Os esforços tendem a esmagar as partículas, que se apertam e diminuem o comprimento da peça. É menor que a resistência à tração, mas ambas são elevadas. Esquema de ensaio para compressão paralela às fibras. b) Compressão Perpendicular às Fibras (fc90): • O ensaio de compressão perpendicular as fibras é feito de forma semelhante ao de compressão, mudando apenas a direção das fibras da madeira, como mostra a figura a) • As fibras que são constituídas por células ocas, quando comprimidas, apresentam grandes deformações. • O modulo de elasticidade em compressão normal as fibras é determinado com procedimento semelhante ao do ensaio de compressão paralela as fibras. Esquema de ensaio para compressão normal às fibras. Esquema de ensaio para compressão normal às fibras. c) Tração Paralela às Fibras; • O comportamento à tração paralela as fibras é caracterizado pelo regime linear até tensões bem próximas à ruptura (ft). • Percebe-se que a madeira submetida a compressão, tem menor resistência, acompanhada de maiores deformações. • Assim, a ruptura é dúctil em compressão e frágil em tração. Observação: A madeira é raramente solicitada à tração normal às fibras. A solicitação aparece, entretanto, em algumas ligações e em vigas curvas de madeira laminada colada. Esquema de ensaio para tração paralela às fibras. d) Cisalhamento Paralelo às Fibras (fv0) • O mecanismo de ruptura ao cisalhamento paralelo às fibras envolve deslizamento entre fibras adjacentes à seção de corte. • A resistência ao cisalhamento perpendicularàs fibras é muito maior que na direção paralela às fibras, logo, no projeto, considera-se apenas na direção paralela. • Na direção perpendicular, devido à alta resistência de corte, o esforço necessário, já terá causado a ruptura por outro tipo de solicitação, como por exemplo, na compressão perpendicular as fibras. Esquema de ensaio para cisalhamento paralela às fibras. e) Flexão • Dentro do regime elástico, a peça fletida é solicitada por tensões de compressão paralela às fibras (fc) acima da linha neutra, tração paralela às fibras (ft) abaixo da linha neutra e cisalhamento paralelo às fibras. • Como a madeira é mais resistente a tração do que a compressão, a ruptura se dará em primeiro lugar a compressão e posteriormente a tração paralela às fibras. • É uma solicitação composta porque resulta no aparecimento de tensões de compressão na face que recebe a força e de tração na face oposta. • Densidade Básica e Aparente; • Densidade é a massa específica definida pela razão entre a massa seca e o volume saturado; • Quanto maior a densidade, maior é a quantidade de madeira por volume e, como consequência, a resistência também aumenta. ms : massa em quilogramas (ou gramas) do corpo-de-prova seco; Vm: volume em metros cúbicos (ou centímetros cúbicos). g) Densidade 4.1 VARIAÇAO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA • As propriedades mecânicas da madeira de cada espécie são influenciadas por diversos fatores, dentre os quais, os mais importantes são: Posição da árvore, defeitos na textura da madeira, decomposição; Umidade; Tempo de duração da carga. • A posição da peça na árvore influi na resistência. • A resistência (e também a densidade) da madeira é maior na base da árvore e nas camadas interiores do tronco. 4.1.1 FATORES DE MAIOR INFLUÊNCIA 4.1.2 POSIÇAO DA PEÇA NA ÁRVORE • Os defeitos de textura da árvore tem enorme influência na resistência de peças estruturais. • A presença de nós produz concentração de tensões e reduz a resistência das madeiras, sobretudo pelos desvios locais de direção das fibras. A redução de resistência a tração é menor do que a de compressão. • A presença de nós reduz substancialmente a resistência à tração paralela a fibra. • As fendas e ventas tem influencia pronunciada na resistência da madeira ao cisalhamento paralelo às fibras. 4.1.3 INFLUÊNCIA DE DEFEITOS NA TEXTURA DA MADEIRA • A umidade tem grande efeito sobre as propriedades das madeiras. • Com o aumento da umidade a resistência diminui até ser atingido o ponto de saturação das fibras, acima desse ponto, a resistência se mantem constante. 4.1.4 INFLUÊNCIA DA UMIDADE NA RESISTÊNCIA DA MADEIRA • Para melhor entendimento, no gráfico ao lado, vê-se a variação de resistência à compressão com a umidade. 4.1.5 INFLUÊNCIA DO TEMPO DE DURAÇÃO DA CARGA SOBRE A RESISTÊNCIA • A resistência das madeiras (f) é determinada em ensaios, nos quais o carregamento atua cinco minutos. • A perda de resistência com o tempo de duração da carga pode ser encarada como um fenômeno de acumulação de danos, tal como a fadiga dos materiais. • Para uma mesma deformação, uma peça com maior grau de umidade terá vida útil reduzida em relação à outra peça de menor grau de umidade. Variação da resistência, referida à resistência obtida com ensaios rápidos (5 minutos), com o tempo de duração da carga. • A madeira é um material viscoelástico, ou seja, sua deformação sob esforços depende do histórico do carregamento. • Uma peça de material viscoelástico, apresenta além de uma deformação elástica, um acréscimo de deformação com o tempo, mesmo com a carga sendo mantida constante. 4.1.6 FLUÊNCIA DA MADEIRA • Ao ser retirada a carga de um material viscoelástico, somente uma parte da deformação é recuperada, mantendo-se um resíduo de deformação variável com o tempo. • A madeira sofre, portanto, deformação lenta (fluência), sob a ação de carga com atuação demorada. Comportamento de material viscoelástico sob carga constante.. • Impondo à madeira uma deformação, mantida constante, a tensão elástica inicial sofre relaxação, sendo reduzida em relação ao valor inicial. • O fenômeno de relaxação é governado pelas mesmas características reológicas do material que governam a fluência. • A resistência das madeiras é afetada pela temperatura, podendo-se observar uma redução de resistência com elevação de temperatura e vice-versa. • Nas condições normais de obras de madeira, as flutuações de temperatura são transitórias, não havendo necessidade de se considerar, nos projetos, o efeito temperatura sobre a resistência. 4.1.7 RELAXAÇÃO DA MADEIRA 4.1.8 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A RESISTÊNCIA
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