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Importância da Bioética

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Por que ensinar Bioética?
"... a perspectiva europeia tende a compreender a Bioética como uma nova disciplina filosófica de dimensão transdisciplinar, a expressão de uma nova sabedoria".
M.C. Patrão Neves
Os novos conhecimentos sobre a vida e a natureza estão gerando técnicas com arrojado poder de manipulação do ser humano. 
Estas técnicas estão revelando o descompasso entre o progresso da tecnologia e a maturidade das reflexões morais sobre suas consequências. 
Surgimento da Bioética em 1971, 
seu rápido desenvolvimento, e o reconhecimento da necessidade de ensiná-la nas universidades, ao lado do ensino de ciências e sua aplicação (Clotet, 1993).
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Ideias, reflexões e análises que ofereçam padrões do que é bom e do que é ruim, do que é certo e do que é errado, à luz dos valores morais vigentes, estão se tornando parte integrante da formação profissional nas áreas da biologia, saúde, ambiente, direito, economia e comunicação, entre outras. 
A partir deste final de século, já se percebe que médicos, biólogos, enfermeiros, ecologistas etc., somente estarão preparados para o exercício profissional se, ao lado de competente formação técnica, também tiverem sido treinados para o reconhecimento de conflitos éticos.
análise crítica de suas implicações, uso de senso de responsabilidade e obrigação moral ao tomar decisões relacionadas à vida humana.
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A exigência deste tipo de profissional surge, não como inovação do academicismo teórico, mas como reivindicação das sociedades modernas e pluralistas (Pellegrino, 1990). 
A Bioética é um estudo interdisciplinar que faz reflexões sobre a conduta humana e sobre as aplicações da tecnologia e da ciência na vida humana, no desenvolvimento da sociedade e do meio ambiente.
Na Bioética são tratados os seguintes temas:
Breve histórico da Bioética
Princípios e Fundamento da Bioética
Experimentação com seres humanos
Consentimento Assistencial/ Consentimento em Pesquisas
Humanização
Início de vida / Reprodução Assistida/ Aborto
Células-tronco
Morte e Luto/ Cuidados Paliativos/ Eutanásia
A Bioética é um campo da Ética aplicada que “estuda os problemas morais relativos ao início, meio e fim da vida”.
Hipócrates (460 a.C – 370 a.C) criou os fundamentos da ética médica 
O século XIX não conheceu normas que conduzissem a realização de pesquisas com seres humanos. 
O padrão era utilizar os próprios pacientes (cobaias) como o objeto de estudo, sem nenhum controle do risco que aquilo poderia ter para o paciente. 
1) criou os fundamentos da ética médica que são seguidos até hoje pela classe médica e que serviu de base para a elaboração do código de ética de muitas outras profissões da área da Saúde 
2) Essa prática era justificada na época como sendo um mal necessário para o “progresso da ciência”.
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A evolução histórica da Bioética foi impulsionada por dois fatores principais:
Reconhecimento do homem como parte da natureza: o homem era parte integrante da natureza e o conhecimento da ciência da natureza só seria alcançado quando os valores humanos fossem respeitados.
Pesquisas realizadas em seres humanos no século XX: as experiências realizadas com humanos nos campos de concentração nazista, norte americanos e da, até então, União Soviética chocaram o mundo e serviram para que a sociedade clamasse pelo respeito à vida.
Um movimento que ocorreu na Europa nos séculos XVII e XVIII foi essencial para que a questão da Bioética ganhasse importância.
PROPÓSITO: “iluminar” o mundo com o saber e a ciência, produzindo-os, divulgando-os e afirmando que apenas o conhecimento embasado cientificamente deveria ser aceito.
O Iluminismo era contrário à influência da Igreja e da Monarquia na população.
O Iluminismo serviu de inspiração para movimentos como a Revolução Francesa, que foi muito importante para a elaboração da redação dos Direitos Humanos e a Inconfidência Mineira.
Estudiosos como Linnaeus, Darwin, Lamarck e Wallace foram importantíssimos. Além de estudarem as Ciências Naturais, divulgaram os resultados obtidos à comunidade, permitindo a troca de conhecimentos e uma acessibilidade a tais conhecimentos jamais vista
O desenvolvimento das Ciências Naturais levou o reconhecimento dos homens e animais como parte de um mesmo todo. Isso fica claro com uma citação de Darwin: 
“Não há diferença fundamental entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais. Os animais, como o Homem, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.”
Essa questão levou a uma profunda reflexão na forma de se pensar a relação do homem com a natureza e com os próximos.
A CONCEPÇÃO DA BIOÉTICA
A palavra “Bioética” foi utilizada pela primeira vez apenas em 1927 por Paul Max Fritz Jahr, um teólogo alemão famoso pela sua publicação na revista Kosmos, intitulado: “Bioética: uma revisão do relacionamento ético dos humanos em relação aos animais e plantas”, sendo considerado como o precursor da bioética mundial.
Em 1936 o texto Ethics of Reverence for Life de Albert Schweitzer, teólogo, filósofo, músico e médico alemão foi publicado, apresentando os fundamentos para o pensamento bioético. O texto de Schweitzer foi escrito em 1923, havendo assim contradição entre os estudiosos de quem realmente tenha criado o termo “bioética”, se Schweitzer ou Fritz Jahr.
As normas que conduziam a realização de pesquisas com seres humanos eram conduzidas de forma anti-ética até 1960, quando essa situação ganhou grande repercussão pela mídia, momento em que esse conceito começou a ser questionado e criticado. Alguns casos se tornaram muito famosos, como:
O desastre de Lübeck: Alemanha, 1930. Foram realizados testes de vacinas contra tuberculose em 251 crianças, que participaram do estudo sem o consentimento dos pais. As vacinas possuíam cepas que foram inativadas de forma incorreta e, portanto, ainda eram consideradas virulentas e capazes de provocar a doença. Um total de 75 crianças morreram durante o estudo e 135 tiveram efeitos adversos.
Caso Tuskgee: Estudo conduzido entre 1932 e 1970 nos Estados Unidos com a finalidade de acompanhar a evolução natural da sífilis. Foram selecionados 600 negros norte-americanos, 399 com a doença e 201 livres da mesma. Os participantes recebiam comida e a garantia de terem um velório e enterro bancados pelos pesquisadores. O tratamento com penicilina foi NEGADO aos participantes infectados e cerca de 30 pessoas morreram durante o estudo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os experimentos em seres humanos eram largamente realizados pela Alemanha, Estados Unidos e pela União Soviética, utilizando cobaias humanas consideradas inferiores (judeus, escravos, negros e ciganos). 
Ao final da guerra, com a investigação dos campos de concentração, o horror desses experimentos foi divulgado para o mundo e chocou a todos, que clamaram por uma mudança na conduta das pesquisas com os seres humanos. Essa indignação da população foi o combustível para a execução do Tribunal de Nuremberg (1945-1946) sediado nos Estados Unidos com o intuito de condenar os oficiais nazistas responsáveis pelos experimentos com humanos, dando origem ao Código de Nuremberg, conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos.
BIOÉTICA-PONTE
O oncologista Van Rensselaer Potter II (1911-2001) tinha uma grande preocupação com as questões éticas envolvidas nas pesquisas com seres humanos e com os problemas ambientais. Em 1971, Potter II lançou o livro: “Bioética: Ponte para o Futuro”, considerado por muitos como o livro que rege a Bioética. No livro, Potter II propunha que a “Bioética é a ponte entre a ciência e as humanidades”.
A BIOÉTICA NO BRASIL
No Brasil a questão da Bioética sofreu um atraso devido ao período da ditadura militar, quando questões éticas não eram levadas em consideração. Dois anos após o fim do regime militar (1987), com a regulamentação do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e a promulgação da Constituição Federal de 1988 que as questões éticas voltaram a ser discutidas.
Em 1990,com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a universalização da Saúde, as questões bioéticas ganharam força e o assunto passou a ser discutido cada vez mais. No ano de 1993 foi criada a Revista Bioética, da Sociedade Brasileira de Medicina, onde o assunto era tratado mais abertamente.
O principal marco da Bioética no Brasil foi a criação da SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOÉTICA (SBB) em 1995, que explicitava a necessidade de uma regulamentação mais abrangente com relação aos experimentos em seres humanos. Esse desejo foi alcançado em 1996, quando o CNS aprovou a Resolução 196/1996 que 16 anos depois foi colocada em uma nova resolução junto com todas as outras que regiam a pesquisa com seres humanos, a resolução 466/2012.
Hoje, a Bioética é entendida como uma abordagem transdisciplinar, humanista e preocupada com os impactos das atividades humanas no meio ambiente e em sua própria saúde.

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