Crimes em Espécie - Slide 1

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UNINASSAU
BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: CRIMES EM ESPÉCIE - BLOCO: III
Prof.: Joaquim Neto
HOMICÍDIO
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CRIMES EM ESPÉCIE
José Lucas Félix dos Santos de aproximadamente 22 anos, residente no Bairro João XXIII, foi morto após sair de uma festa na madrugada desta terça-feira (14). 
O jovem morreu após ser atingido com pelo menos 20 perfurações, na antiga Rua I, Bairro João XXIII, em Parnaíba. Conforme informações de populares, a vítima seguia para casa quando os suspeitos se aproximaram, efetuaram as perfurações e fugiram em seguida. 
Fonte: http://portalparnaibainforma.blogspot.com/2018/08/jose-lucas-felix-dos-santose.html
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CRIMES EM ESPÉCIE
	1. Considerações Iniciais
 	1.1 Conceito
	Nelson Hungria conceitua homicídio como “o tipo central de crimes contra a vida e é o ponto culminante na ortografia dos crimes”.
	- “É o crime por excelência”.
	- “É a mais chocante violação do senso moral médio da humanidade civilizada”.
	- É a destruição da vida humana, por outrem. 
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CRIMES EM ESPÉCIE
	2. Homicídio Simples
	- Art. 121. Matar alguém:
	Pena – reclusão, de 6 a 20 anos.
	2.1. Sujeitos do Crime
		- Sujeito Ativo
	Qualquer pessoa (isolada ou associada a outra). 
	Não exige nenhuma condição particular do seu agente. (crime comum)
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CRIMES EM ESPÉCIE
		- Sujeito Passivo
	É a pessoa viva.
	Para Magalhães Noronha, o Estado também é vítima do crime de homicídio, pois existe um interesse ético-político do Estado na conservação da vida humana.
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CRIMES EM ESPÉCIE
	- A pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos e maior de 60 anos. (§ 4º, do art. 121-CP)
	- Quando a vítima for Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara Federal ou o Presidente do STF, e o agente tiver motivação e objetivo políticos, o crime, pelo princípio da especialidade, será o do art. 29 da Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83).
	
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CRIMES EM ESPÉCIE
	
	2.2. Objeto Material – é o ser humano que suporta a conduta.
	2.3. Tipo Objetivo
	A conduta consiste em tirar a vida de alguém.
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CRIMES EM ESPÉCIE
	Quando se inicia a vida extrauterina?
	A vida extrauterina de um indivíduo começa com o início do parto.
	Quando se inicia o parto?
	A doutrina diverge:
	- Há quem entenda que o nascimento é o completo desprendimento do feto das entranhas maternas. (Alfredo Molinário)
	- Magalhães Noronha entende que o início do nascimento dar-se com a dilação do colo do útero.
	- Soler entende que o nascimento inicia-se desde as dores do parto.
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CRIMES EM ESPÉCIE
OBSERVAÇÕES:
	1. Para que haja crime, não é necessário que se trate de vida viável (capacidade de vida autônoma). Basta a prova que, no momento da morte o indivíduo estava com vida.
	2. Qualquer antecipação da morte, ainda que abreviada é homicídio.
	3. Há crime impossível, por absoluta impropriedade do objeto, quando a conduta recai sobre pessoa já sem vida (cadáver).
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CRIMES EM ESPÉCIE
	O STF pacificou o entendimento que o objeto jurídico tutelado imediatamente pelos crimes dolosos contra a vida difere-se do bem protegido pelo crime de GENOCÍDIO, o qual consiste na existência de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
	Não obstante a lesão à vida, no GENOCÍDIO, não se está diante de crime contra a vida e, por conseguinte, não é o Tribunal do Júri o órgão competente para o seu julgamento, mas sim o juízo singular (RE 351.487/RR, rel. Min. Cezar Peluso, 03.08.2006) 
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	 2.4. Tipo Subjetivo
	- Dolo – consciente vontade de realizar o tipo penal;
	
	Não se exige especial finalidade do sujeito ativo.
	
	O motivo determinante pode ensejar uma causa de diminuição de pena (§ 1º) ou uma qualificadora (§ 2º).
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	 2.5. Consumação e tentativa
	O homicídio se consuma com a morte da vítima.
	- A prova do homicídio se dá com o exame de corpo de delito, - exame direto.
	Para você, é possível homicídio sem cadáver? Seria possível condenar os acusados sem que tenha sido encontrado o corpo da vítima, consequentemente sem o exame de corpo de delito?
	
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	- Na impossibilidade do exame direto é cabível o indireto, (constituído por testemunhas).
	
	A tentativa é possível, quando o resultado morte não sobrevém por circunstâncias alheias à vontade do agente.
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	Quando ocorre o momento da morte?
	- Morte “natural” e morte presumida
	2.6. Homicídio Simples - Hediondo
O homicídio simples, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, mesmo quanto praticado por um único executor é crime hediondo.
	- A doutrina classifica esse delito como homicídio condicionado, pois depende da verificação do requisito: (quantas pessoas no mínimo devem integrar o grupo).
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 3. Homicídio Privilegiado – caso de diminuição de pena.
	§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
	- Relevante valor social – diz respeito aos interesses de toda a coletividade.
	- Relevante valor moral – Diz respeito aos interesses individuais do agente.
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 - domínio de violenta emoção;
	- reação imediata;
	- injusta provocação da vítima;
	- Comunicabilidade
	Como se trata de circunstâncias de caráter subjetivo, isto é dados eventuais, não se comunica em caso de concurso de agentes. (art. 30 CP)
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CRIMES EM ESPÉCIE
	A incidência da causa especial de diminuição de pena do motivo de relevante valor moral depende de prova de que o agente atuou no calor dos fatos, impulsionado pela motivação relevante. A atenuante incide, residualmente, naqueles casos em que, comprovado o motivo de relevante valor moral, não se pode afirmar que a conduta do agente seja fruto do instante dos acontecimentos. (STF. HC 89.814/2008)
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 
3.1. Privilégio X atenuante genérica
PRIVILÉGIO: Art.121, § 1º
Atenuante Genérica: art. 65, III, “c”
Homicídio doloso
Qualquer crime
Domínio de violenta emoção
Influência de violenta emoção
Injusta provocação da vítima
Ato injusto da vítima
Reaçãodeimediatidade: logo em seguida
Emqualquer momento
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 4. Homicídio Qualificado (§ 2º)
	É crime hediondo.
	Há circunstâncias subjetivas (I, II, V e VI)
	Há circunstâncias objetivas (III, IV e VII)
	I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
	- Torpe – vil, ignóbil, repugnante e desprezível;
	É delito de concurso necessário, indispensável a presença de no mínimo duas pessoas (mandante e executor).
	A circunstância se comunica? (discussão)
	O STF entende que o dolo eventual é perfeitamente compatível com a qualificadora do motivo torpe (RHC 92.571)
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CRIMES EM ESPÉCIE
DIREITO PENAL. QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE EM RELAÇÃO AO MANDANTE DE HOMICÍDIO MERCENÁRIO. O reconhecimento da qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” (inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015, DJe 2/2/2016 (Informativo n. 575).
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 A vingança é motivo torpe? (discussão)
Homicídio qualificado. Qualificadoras com naturezas diversas. Subjetiva e objetiva. Possibilidade. Motivo torpe e feminicídio. Bis in idem. Ausência. Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, por unanimidade, julgado em 24/04/2018, DJe 11/05/2018 - (Informativo n. 625). 
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	 A vingança é motivo torpe? (discussão)
	II - por motivo fútil;
	- Sem importância, insignificante, ínfimo.
	Falta de motivo qualifica? (discussão)
	A doutrina majoritária entende que se o motivo fútil qualifica o crime, o que dizer da falta de motivo.
	- Vejam que há quem entenda que a falta de motivos não qualifica o homicídio.
	- No motivo fútil tem que haver uma relação entre autor e vítima.
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DIREITO PENAL. HIPÓTESE DE INEXISTÊNCIA DE MOTIVO FÚTIL EM HOMÍCIDIO DECORRENTE DA PRÁTICA DE “RACHA”. Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II, do CP), na hipótese de homicídiosupostamente praticado por agente que disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido – em razão de choque com outro automóvel também participante do “racha” – tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016, DJe 16/5/2016 (Informativo n. 583). 
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	 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
	a) veneno
	Deve ser ministrado de maneira dissimulada;
	A vítima não deve saber que está sendo envenenada.
	Somente a perícia pode determinar no caso concreto o que é veneno.
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	b) fogo ou explosivo
	c) asfixia
	Qualquer meio mecânico ou tóxico que impeça a passagem de ar pelas vias respiratória da pessoa.
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	d) tortura	
	Neste caso o agente pretende usar a tortura para inferir uma expressiva crueldade na vítima.
	Se o agente atua com dolo apenas no intuito de torturar e sobressai o resultado morte por culpa. Responderá pelo crime de tortura qualificado pelo resultado (art. 1§, § 3º, Lei 9.455/97). 
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	IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
	Traição – ataque desleal, repentino e inesperado;
	Emboscada – ocultamento do agente para atacar a vítima de surpresa;
	Dissimulação – fingimento do agente disfarçando sua intenção, apanhando a vítima desatenta. 
	A idade da vítima (jovem ou idosa) pode caracterizar esta qualificadora? (discussão)
	A idade da vítima, por si só, não possibilita a aplicação da presente qualificadora, por não ser um recurso procurado pelo agente.
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	V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
	Pena: reclusão de 12 a 30 anos.
	 
	Conexão teleológica – para assegurar a execução de outro crime, futuro.
	Conexão consequencial – quando o homicídio visa a assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, passado.
	O crime praticado para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de uma contravenção penal é qualificado por esta qualificadora? (discussão)
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	A taxa de mulheres mortas no Brasil é de 4,8 mulheres para cada grupo de 100 mil mulheres. (Fonte: IPEA entre anos 2011 e 2013)
	 A violência de gênero está intimamente ligada à brutalidade do patriarcalismo, pois o feminicidio é, em regra, praticado pelo homem que se sente superior à mulher.
	O morticínio de mulheres por motivos passionais (e portanto de gênero, resultante de violência doméstica) é gigantesco no Brasil e precisa ser mais severamente coibido.
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	Feminicídio       
	VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
	Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
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	§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
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I - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
 LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) estabelece que:
	Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
	I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregada
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	II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa
	III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
	Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.gente criando o futuro
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	Podemos concluir que se o sujeito ativo comete um homicídio consumado ou tentado na forma dolosa (quando tem a vontade e consciência de produzir o resultado) contra a mulher em uma das situações previstas nos incisos do Art. 5º da Lei nº 11.340/06, incorre no crime de Feminicídio.
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	Muito importante ressaltar que não é só o homem que pode ser o sujeito ativo do crime, aqui estudado, pois a mulher também pode cometer um Feminicídio se incorrer nas hipóteses dos incisos I e II do art , 121, VI, § 2-A, nas circunstâncias do que dispõe o art. 5º da Lei nº 11.340/06.
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	E a condição do transexual, como fica? Pode ele ser sujeito passivo do delito de feminicídio)
	Basicamente, há dois entendimentos:
	A) não há Feminicídio contra transexual, pois é geneticamente homem (conceito biológico);
	B) adota-se o “conceito jurídico”, pois, se a Justiça autorizou a modificação do documento, pode ser vítima de Feminicídio.
	Prevalece o segundo entendimento na corrente majoritária.
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	II - Menosprezo ou discriminação à condição da mulher. 
	Aqui o Feminicídio ocorre com a morte (ou sua tentativa) da mulher por ela ser mulher.
	Trata-se de um atentado contra a vida da mulher causada por, supostamente, possuir uma condição inferior; por pertencer ao gênero feminino.
	É colocar em prática a teoria da famosa (e nefasta) frase: “só podia ser mulher mesmo”.
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	 Matar mulher nem sempre é Feminicídio. 	Por exemplo, se há a morte de uma mulher, ainda que por um homem, numa briga originada de um desentendimento no trânsito, temos um crime de homicídio qualificado por motivo fútil (artigo 121, § 2º., II, CP) e não o Feminicídio, previsto no artigo 121, § 2º., VI, CP. Ou seja, não é todo homicídio de mulher que configura um Feminicídio, mas apenas aqueles em que se revele a chamada “violência de gênero”.
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CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO FEMINICÍDIO 
	§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
	I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
	II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; 	
	III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
	O FEMINICÍDIO É CRIME HEDIONDO, ISTO É, ESTÁ ELENCADO NA Lei nº 8.072/90.
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CRIMES EM ESPÉCIE
	VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
	Qualificadora Objetiva
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
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CRIMES EM ESPÉCIE
	 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
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TEMAS PARA DISCUSSÃO
	É possível um homicídio que seja ao mesmo tempo qualificado e privilegiado?
	Sim. É perfeitamente possível, mas desde que a qualificadora tenha natureza objetiva.
	Qual o nome que se deve usar?
	Homicídio qualificado-privilegiado
	Homicídio privilegiado-qualificado
	O crime será hediondo?
	Segundo a jurisprudência esse crime não é considerado hediondo.
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	5. HOMICÍDIO CULPOSO
	§ 3º Se o homicídio é culposo:
        Pena - detenção, de um a três anos.
	CULPA – é a inobservância do dever objetivo de cuidado a todos imposto, que causaum resultado não desejado mas objetivamente previsível.
	Crime Culposo – Consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido (e nem aceito) pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado.
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	 5.1. Elementos do Crime Culposo
	a) Conduta humana voluntária.
	OBS: A vontade do agente circunscreve-se à realização da conduta, e não à produção do resultado.
	b) Violação de um dever de cuidado objetivo. 
	O agente atua em desacordo com o esperado pela lei e pela sociedade.
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	MODALIDADES DE CULPA
	1) Imprudência – é a prática de um ato perigoso. Precipitação, afoiteza, agindo o agente sem os cuidados que o caso requer.
	2) Negligência – é deixar de fazer aquilo que a cautela recomenda. Ausência de precaução.
	3) Imperícia – é a falta de aptidão técnica para o exercício de arte, profissão ou ofício.
 	
	A culpa constitui-se em elemento normativo do tipo.
	Elemento normativo – conceito que deve ser obtido por meio de juízo de valor.
	
	OBS: No crime culposo não há dolo.
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	O homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor aplica-se o crime definido no Art. 302 do CTB (Lei 9.503/97), com pena de detenção de 2 a 4 anos.
	OBS: No direito penal não há compensação de culpas.
	Somente fica excluída a culpa do autor dos fatos se ficar comprovado a culpa exclusiva da vítima. 
	
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DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO. Em homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), ainda que realizada composição civil entre o autor do crime e a família da vítima, é inaplicável o arrependimento posterior (art. 16 do CP). REsp 1.561.276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016, DJe 15/9/2016 (Informativo n. 590). 
	
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Homicídio. Embriaguez ao volante. Dolo eventual. Ausência de circunstâncias excedentes ao tipo. Desclassificação. Homicídio culposo. A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de premissa bastante para a afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. REsp 1.689.173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por maioria, julgado em 21/11/2017, DJe 26/03/2018. (Informativo n. 623)
	
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	5.2. Homicídio Culposo Majorado
	§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
	
	
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	a) inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.
	Não se confunde com imperícia;
	Aqui, o agente tem aptidão para desempenhar o seu mister, mas acaba provocando a morte de alguém por descaso, desatendendo aos conhecimentos técnicos que possui.
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	b) omissão de socorro.
	Quando o agente, que agiu com culpa, deixa de prestar socorro à vítima, podendo fazê-lo e não havendo qualquer risco pessoal a ele.
	OBS: Se, o sujeito, no caso concreto, não agiu com culpa, mas, mesmo assim, deixou de prestar socorro à vítima, responde pelo crime de omissão de socorro (art. 135, CP)
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	OBS: Segundo a doutrina não há a majorante:
	- Se a vítima é socorrida imediatamente por terceiros;
	- Sendo caso de morte instantânea;
	- Quando houver temor de represálias. 
	- Se o autor, concluir que sua ajuda não vai adiantar nada para a vítima, devido à gravidade das lesões, terá sua pena aumentada. 
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	c) não procura diminuir as consequências do comportamento.
	O agente que não procura diminuir as consequências de seu ato terá a pena aumentada.
	OBS: A doutrina entende que esta referência é redundância, pois não deixa de ser uma omissão de socorro.
	
	d) foge para evitar a prisão em flagrante.
	O agente que esquiva-se para não responder pelo ato praticado demonstra falta de escrúpulo, bem como pouca responsabilidade moral. (doutrina clássica).
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	6. Homicídio doloso majorado
	OBS: O CP adota a teoria da atividade.
	- O agente deve ter consciência da idade da vítima, porque o Direito Penal não admite responsabilidade penal objetiva.
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	 § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
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	§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
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	7. Perdão Judicial
	§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
	Instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um injusto culpável deixa de aplicar a pena ao agente, nas hipóteses taxativamente previstas em lei.
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	- Somente se admite o perdão judicial para o homicídio culposo.
	- É causa extintiva da punibilidade.
	Súmula nº 18 – STJ. A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
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	- Independe de aceitação do réu.
	- Não se admite analogia nas hipóteses de perdão judicial. Contudo, a jurisprudência é pacífica ao aplicá-lo nas hipóteses do CTB.
	O perdão judicial pressupõe o reconhecimento prévio da prática de uma conduta típica, ilícita e culpável. Sendo, portanto, concedido ao final do processo.
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	8. Ação Penal
	- O homicídio doloso se processa mediante ação penal pública incondicionada. Submete-se ao Tribunal do Júri.
	- O homicídio culposo, também se processa mediante ação penal pública incondicionada. Entretanto submete-se ao rito sumário. (art. 394, § 1º, inciso II, do CPP).
	- Em face da pena mínima cominada ao delito (1 ano), o homicídio culposo comporta o benefício da suspensão condicional do processo, desde que presentes os demais requisitos previstos no art. 89 da Lei 9.099/95. 
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