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CONTROLE DE CÁLCIO SÉRICO

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CONTROLE DE CÁLCIO SÉRICO 
BIOQUÍMICA C 
AULA 8 
Carolina Gomes 
LVI 
 
Controle dos níveis de cálcio sérico pelo PTH 
 
O gatilho inicial para que as células das paratireoides 
passem a produzir e liberar PTH (paratormônio) é a 
diminuição do cálcio sérico, ou seja, diminui o cálcio 
sérico, aumenta a produção do PTH. Este tem uma 
ação nos rins contribuindo para a ativação da 
vitamina D (calcitriol) e aumentando a reabsorção 
de cálcio. Também atua nos ossos nos osteoclastos 
e osteoblastos fazendo com que elas realizem a 
reabsorção óssea, ou seja, cálcio é retirado dos 
ossos e passa a alcançar a circulação sistêmica, 
porém há um controle disto em vista de não ocorrer 
um quadro de osteoporose. Todas são ações que visam alcançar a quantidade de cálcio sérico. Quando a 
quantidade é aumentada, um sinal é enviado para as paratireoides a fim de reduzir a liberação de PTH. 
As ações do PTH não ocorrem concomitantemente, há uma cinética delas, ou seja, uma sequência de ações. 
A primeira ação do PTH é renal, ele é polarizado para os rins, se liga aos seus receptores, estimula a 
reabsorção de cálcio do filtrado glomerular. A partir disso, o cálcio alcança a corrente circulatória. A segunda 
ação do PTH é nos ossos, especialmente nos osteoclastos e osteoblastos, aumentando a taxa de reabsorção 
óssea. A terceira ação do PTH é na vitamina D, uma vez que a vitamina D ativa aumenta a taxa intestinal de 
absorção de cálcio. 
 
Controle dos níveis de cálcio sérico pela calcitonina 
 
A calcitonina é proveniente das células parafoliculares (células C) da tireoide. Acima de determinado nível 
de cálcio sérico, ela passa a ser produzida a fim de fazer com que esse cálcio volte ao seu local de origem. 
Quando a calcitonina é produzida e liberada, ela vai até as células em que precisa fazer o influxo de cálcio 
(osteoblasto, osteoclastos, células renais, enterócitos), se liga em receptores. Em seguida há ativação da 
proteína G, ativação do adenilato ciclase, ativação do AMPc, ativação da PKA, ativação da fosfolipases C e 
por último há a abertura de canais de cálcio, permitindo o influxo desse cálcio. 
 
Produção e liberação de PTH 
 
O PTH é produzido nas paratireoides. Suas células possuem receptores 
de cálcio (proteína de membrana que possui afinidade pelo cálcio) que 
assumem duas configurações. A partir do momento que o cálcio passa 
a sobrar na corrente sanguínea, ele passa a se encaixar nos receptores 
da membrana, ou seja, ele apenas se encaixa quando há excesso de 
cálcio. O receptor possui a forma relaxada (sem cálcio) e a forma 
contraída (com cálcio). Se o receptor está contraído, ele passa um 
determinado sinal para dentro da célula, se está relaxado ele passa 
outro sinal para o interior da célula. Na forma relaxada, ações no 
núcleo farão com que ocorra a síntese da proteína PTH. Na forma 
contraída, é indício de que há cálcio excedente na circulação, com isso 
há ativação de fosfolipases A2, que por sua vez ativa ácido araquidônico, que por sua vez ativa leucotrienos, 
o qual tem uma ação nuclear no sentido de reduzir a liberação e produção de PTH; além da ação nuclear, o 
leucotrienos induz a degradação do PTH que já foi produzido e seria liberado, acabando com o PTH residual 
do interior da célula. Portanto, a forma relaxada estimula a produção de PTH e a forma contraída inibe a 
produção de PTH. 
 
Ativação da vitamina D 
 
A vitamina D ativa estimula a absorção de cálcio pelos 
enterócitos. Ela alcança sua forma ativa através do PTH. Sua 
forma inativa pode ser o ergocalciferol (vitamina D2) que 
vem da dieta e a pró-vitamina D (7-desidrocolesterol) 
sintetizada pelos fibroblastos, encontrada na pele. 
Portanto, já possuímos um basal de pré vitamina D tanto 
produzido pela pele tanto ingerido pela dieta. A pró-
vitamina D da pele muda sua configuração de acordo com 
a incidência de raios UVA e UVB do sol, tornando-a 
funcional e ativa. Ao ser incidida por raios solares de até 
9:00 da manhã ou após 16:00, a pró-vitamina D se transforma colecalciferol. Raios solares de horários 
diferentes destes podem danificar a molécula. Tanto o ergocalciferol, quanto o colecalciferol são polarizados 
para o fígado, uma vez que possuem uma afinidade muito grande por enterócitos. No fígado, há enzimas 
que adicionam hidroxilas (OH) na vitamina D (em sua posição 25), portanto o fígado é o primeiro local de 
ativação da vitamina D, uma vez que a hidroxila na posição 25. Essas 25-hidroxi-vitamina D irão migrar para 
os rins, onde há duas enzimas que podem atuar nessas vitaminas: 1-alfa-hidroxilase e 24-hidroxilase, ambas 
têm a habilidade de adicionar hidroxila (OH) na vitamina, porém para realizar essa ação precisam estar 
ativas. A 1-alfa-hidroxilase é ativada pelo PTH, a partir do momento em que ele chega nas células renais. 
Com isso, será formada a 1,25- dihidroxi-vitamina D, a qual é a forma ativa da vitamina D. Se há um aumento 
dos níveis de cálcio sérico, ou seja, há cálcio excedente na corrente sanguínea, ele se liga nos receptores das 
células renais e emite um sinal para ativar a enzima 24-hidroxilase. Com isso, será formada a 24,25-
dihidroxi-vitamina D, a qual é a forma inativa. 
Se o indivíduo não ingere fontes de vitamina D, não toma sol nesses horários adequados, ele nunca terá 
vitamina D ativa, isso prejudicará a regulação dos níveis de cálcio sérico. 
 
Reabsorção Óssea 
 
O PTH induz um amento de reabsorção óssea. Os ossos são formados 
por osteoclastos e osteoblastos. O osteoblasto tem na sua 
membrana uma proteína que chamamos de RANKL (ligante), o 
receptor (RANK) desta proteína encontra-se no osteoclasto. 
Portanto, as duas células se conectam por um encaixe efetivo através 
do RANKL e RANK (receptor). Essa forma de ligante, geralmente fica 
voltado para o citosol (fica escondido), somente é externalizado 
mediante sinalizações. Quando há falta de cálcio sérico, PTH é 
produzido e liberado, assim ele se liga nos osteoblastos e induz a 
externalização do RANKL, uma vez externalizada, ela rapidamente se 
encaixa com o RANK do osteoclasto. Portanto, o PTH promove o 
encaixe do osteoclasto e do osteoblasto via RANKL e RANK. A partir 
desse encaixe, é passado um sinal para o interior do osteoclasto, o 
qual se modifica, ganha pseudópodes que fazem a reabsorção da 
matriz óssea, liberando cálcio para a corrente circulatória. Porém, 
esses pseudópodes não sabem até que podem devem agir, ou seja, 
não sabem quando devem parar. Com isso, a fim de impedir que o indivíduo entre em um quadro de 
osteoporose esse mecanismo é controlado por outras vias. O osteoblasto sensibiliza o osteoclasto, ou seja, 
quando ele percebe que o osteoclasto está em atividade expansiva sem parar ele passa a produzir uma 
proteína chamada osteoprotegerina que se liga no RANKL, impedindo a ligação do RANK (compete a ligação 
RANK-RANKL), com isso, é bloqueada a reabsorção óssea. Porém a osteoprotegerina, só consegue atuar se 
existir estrógeno, portanto no sexo masculino deve haver um basal de produção de estrógeno pelo tecido 
adiposo (por isso que mulheres que não conseguem fazer estrógeno apresentam osteoporose). 
Para um osteoclasto realizar a reabsorção óssea, essa matriz óssea deve estar ácida, ou seja, deve ser 
acidificada. Isso ocorre através da anidrase carbônica, a qual quebra o ácido carbônico em íons bicarbonato 
e íons H+. 
 
Hiperpatireoidismo 
 
Há uma produção excessiva de PTH causada por hiperplasia, adenoma ou carcinoma das glândulas. Um 
indivíduo apresentará hipercalcemia (alto nível de cálcio sérico), urolitíase. 
 
Hipopatireoidismo 
 
Há uma diminuição na produção de PTH por neoplasias ou remoção cirúrgica das glândulas.

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