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ÉTICA, RESPONSABILIDADE 
SOCIAL E AMBIENTAL 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Olívia Resende 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, caro aluno! Preparado para nossa quinta aula? 
Nesta aula vamos tratar mais profundamente da Sustentabilidade 
Empresarial, indicando seus impactos, forças e megaforças por meio de um 
estudo realizado pela consultoria KPMG, focando na questão do conhecimento 
e da conscientização dos indivíduos para o sucesso de práticas de 
Responsabilidade Social Empresarial que afetem positivamente a 
Sustentabilidade Empresarial. 
Iremos detalhar, também, a diferença entre Responsabilidade Social 
Empresarial, Sustentabilidade Empresarial e Desenvolvimento 
Sustentável. 
CONTEXTUALIZANDO 
Os indivíduos estão diante de um novo desafio, seja dentro de uma 
organização ou na sua vida cotidiana particular. A conscientização de que 
devemos ser parte integrante do processo do Desenvolvimento Sustentável é 
fator determinante para o futuro das próximas gerações. No cunho profissional, 
o indivíduo está diante de desafios que envolvem suas atividades. Esse 
profissional estará, cada vez mais, diante de avaliações decorrentes das 
exigências e considerações relativas aos resultados sustentáveis de todas as 
suas decisões e consequentes implicações em relação aos diferentes públicos-
alvo da empresa ou instituição em que ele trabalha. 
A Sustentabilidade Empresarial como fenômeno social deve proporcionar 
uma compreensão integral do que ocorre (investigação), do que fazer 
(intervenção) e dos resultados atingidos. 
Nessa perspectiva, o profissional deve dotar-se de recursos que 
propiciem a efetividade da Sustentabilidade Empresarial. Diferentes visões, 
formações e áreas fazem parte de uma organização, cada um contribui com sua 
área específica, pensando, porém, de forma sistemática. 
 
 
3 
Quando tratamos de sustentabilidade empresarial, a perspectiva não é 
setorial, mas integrada. Ou seja, é preciso constatar que há um conjunto de 
ocorrências objetivas e transcendentes (acontecendo na realidade) que 
independem do profissional de determinada área. Essas variáveis acontecem de 
forma integrada e precisam ser identificadas, pois corremos o risco de não 
atingirmos a sustentabilidade das ações desenvolvidas. 
Assim, seu maior desafio como profissional será desenvolver uma 
compreensão das implicações sustentáveis sobre as suas ações, não a partir da 
visão disciplinar sob a qual você foi treinado, mas a partir da forma como os 
fenômenos ocorrem no dia a dia da sua empresa ou instituição. 
Para que possamos verificar essa questão, veremos a distinção entre os 
conceitos de Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade Empresarial e 
Responsabilidade Social Empresarial, colocando o conhecimento e a visão 
sistêmica como fatores relevantes para o sucesso dessas práticas. 
TEMA 1: SUSTENTABILIDADE 
O que é Sustentabilidade? 
Como surgiu o conceito de Sustentabilidade? 
Existe diferença entre Desenvolvimento Sustentável e 
Sustentabilidade? 
Com a queda do comunismo na última década, o capitalismo emergiu 
como a ideologia econômica dominante no mundo. Infelizmente, os 
resultados produzidos em dez anos de capitalismo global não têm sido 
uniformemente positivos. A saturação dos mercados desenvolvidos, a 
ampliação do fosso entre ricos e pobres, o crescimento dos níveis de 
degradação ambiental e a preocupação de que o mundo desenvolvido 
possa estar perdendo o controle sobre sua própria densidade 
populacional, vêm se combinando e criando entraves à economia 
global (HART; MILSTEIN, 2004, p. 65). 
 
Os primeiros movimentos em torno do Desenvolvimento Sustentável 
surgem já nas décadas de 1970 e 1980, frutos da insatisfação com as 
desigualdades sociais e com a degradação ambiental decorrentes de falhas dos 
mercados e das externalidades negativas que foram compreendidas depois dos 
 
 
4 
grandes desequilíbrios e crises no cenário mundial. Esses movimentos 
entendem que os padrões de produção e consumo nas sociedades capitalistas 
não poderiam ser mantidos, tendo em vista que os recursos do planeta são 
finitos. 
Assim, segundo HART (2006), o termo sustentabilidade compreende 
muitas ideias, questões, conceitos e práticas. Alguns pesquisadores atribuem o 
surgimento do conceito a partir do grave acidente ocorrido em 1986 na usina 
nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando a explosão de um dos reatores lançou 
uma quantidade de radiação equivalente a 500 bombas atômicas de Hiroshima 
na atmosfera, levando à evacuação de uma área de mais de 140 mil quilômetros 
quadrados. Esse grave acidente provocou danos em mais de 65 mil pessoas e 
causou aproximadamente 15 mil óbitos, afetando direta ou indiretamente a 3,5 
milhões de habitantes. 
A Organização das Nações Unidas (ONU), já alertava desde 1972, na 
Conferência de Estocolmo (a ECO-72), sobre o comportamento predatório em 
relação ao meio ambiente e ao planeta, lançando, então, o Relatório de 
Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” em 1987. No relatório, a ONU tece 
severas críticas à postura dos países desenvolvidos que, em prol do 
desenvolvimento econômico, desconsideravam fatores essenciais à 
sobrevivência dos recursos do planeta e à segurança populacional. 
O relatório frisa que o principal objetivo do desenvolvimento é 
satisfazer às necessidades e aspirações humanas. Inclui-se nas 
necessidades a ideia básica de atendimento aos mais pobres, que 
necessitam receber prioridade. Segundo o relatório Brundtland, para 
que haja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham 
as suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam proporcionadas 
oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor. As 
necessidades são determinadas social e culturalmente e o 
desenvolvimento sustentável requer a promoção de valores que 
mantenham os padrões de consumo dentro do limite das possibilidades 
ecológicas a que todos podem, de modo razoável, aspirar (CMMAD, 
1991). 
 
O efeito provocado pelo alerta da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento deu início a movimentos vinculados a causas sociais e 
ambientais no mundo todo, tornando-se uma preocupação de toda a sociedade 
e uma responsabilidade para o mundo empresarial. 
 
 
5 
No Brasil, o movimento tornou-se mais intenso a partir da ECO-92, 
realizada no Rio de Janeiro, e da Rio +10, realizada em Johanesburgo. 
Recentemente, também no Rio de Janeiro, realizou-se a Rio +20, reunião 
a partir da qual foram desenvolvidas metas específicas, saindo das rodas dos 
ambientalistas, abrangendo toda a sociedade preocupada com o 
desenvolvimento de ações e estratégias, como o consumo sustentável, a 
redução da poluição atmosférica e a proteção dos oceanos. 
Para tornar o Desenvolvimento Sustentável um conceito aplicável e 
palpável, a estratégia foi desagregar seus elementos constitutivos em 
dimensões. Ignacy Sachs subdividiu o Desenvolvimento Sustentável em cinco 
dimensões: 
Sustentabilidade social 
Trata da consolidação de processos que promovam a equidade na distribuição 
dos bens e da renda para melhorar os direitos e as condições de subsistência 
da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos indivíduos. 
Sustentabilidade econômica 
Possibilita a alocação e a gestão eficiente de recursos produtivos, bem como o 
fluxo regular de investimentos públicos e privados. 
Sustentabilidade ecológica 
Refere-se às ações para aumentar a capacidade de carga do planeta e evitar 
danos ao meio ambiente. 
Sustentabilidade espacial 
Refere-se a uma configuração rural-urbana equilibrada e a uma melhor 
solução para assentamentos humanos.Sustentabilidade cultural 
Refere-se ao respeito pela pluralidade de soluções particulares 
apropriadas às especificidades de cada ecossistema de cada cultura. 
 
 
6 
Porém, como mola propulsora do capitalismo, as organizações deveriam 
ser inseridas no processo de mudança para que pudéssemos absorver 
efetivamente os benefícios desse novo processo e o conceito saísse do papel e 
fosse efetivamente aplicado. 
Uma organização sustentável é aquela que procura incorporar os 
conceitos e objetivos relacionados com o Desenvolvimento Sustentável nas suas 
políticas e práticas de modo consistente. É a que, simultaneamente, procura ser 
eficiente em termos econômicos, respeitar a capacidade de suporte do meio 
ambiente e ser instrumento de justiça social, promovendo a inclusão social, a 
proteção às minorias e grupos vulneráveis, o equilíbrio entre os gêneros dentre 
outros. Contribuir para o desenvolvimento Sustentável é o objetivo dessa 
empresa e a responsabilidade social, o meio para tornar sua contribuição efetiva 
(BARIBIERI e CAJAZEIRA, 2012, p. 68) 
As organizações comprometidas com o Desenvolvimento Sustentável, 
apresentam relatórios corporativos que, por enquanto, são voluntários. 
Atualmente, na Europa Ocidental, 68% das multinacionais fazem esse tipo de 
relatório e, nos Estados Unidos, mesmo a percentagem sendo menor (41%), há 
um crescimento vertiginoso. Em todos os casos, as empresas que apresentam 
esta conta tripla de resultados perceberam, antes de outras, que no futuro 
imediato o consumidor se tornará cada vez mais responsável e exigirá saber qual 
é o impacto econômico, ambiental e social que geram os produtos que compra. 
 
 
7 
 
A Sustentabilidade Empresarial, como não poderia ser diferente, adota 
medidas de desempenho que levam conta alguns indicadores, objetivos e metas. 
Os indicadores empresariais de sustentabilidade estão atualmente divididos em 
categorias (indicadores ambientais, econômicos, sociais e institucionais), mas o 
assunto é bastante abrangente. 
No Brasil, dentre as medidas e relatórios mais conhecidos constam os 
indicadores do Instituto Ethos, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) e os Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS). 
Além desses indicadores, existe, ainda, o Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (ISE), que foi criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) 
em 2005 e busca oferecer aos investidores uma opção de carteira composta por 
ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade 
social e a sustentabilidade empresarial. 
TEMA 2: IMPACTOS, FORÇAS E MEGAFORÇAS 
Conforme vimos, a Sustentabilidade Empresarial busca suprir falhas de 
mercado, sendo que em seus objetivos visa à busca de soluções para atender 
às demandas sociais, ambientais e econômicas do mercado, tendo como alvo 
 
 
8 
final todos os stakeholders, ou seja, todos aqueles que se relacionam com a 
empresa. 
A questão social vem sendo uma preocupação mundial, e, nesse 
sentido, as empresas são chamadas a resolver problemas globais que o 
Estado não conseguiu resolver sozinho. 
Embora a Sustentabilidade Empresarial ainda não seja uma preocupação 
central na maioria das organizações (principalmente por ser vista como algo que 
provoca um aumento nos custos de operação e nos preços de venda), o próprio 
comportamento do consumidor, preocupado com as questões socioambientais, 
tem sido o gatilho para que o assunto seja prioritário nas agendas de muitas 
corporações pelo mundo. 
Mas, o que é a Responsabilidade Social Empresarial? 
De acordo com a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, 
Responsabilidade Social Empresarial é o relacionamento ético e transparente da 
organização com os stakeholders, visando o desenvolvimento sustentável da 
sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, 
respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. 
Porém, o conceito de Responsabilidade Social Empresarial não diz 
respeito à filantropia que muitas empresas praticavam antes do surgimento dos 
novos e estratégicos conceitos. A ênfase, hoje, recai sobre a forma como as 
empresas conduzem seus negócios, tornando-se parceiras e corresponsáveis 
no desenvolvimento social. 
A Filantropia não prevê retorno, apenas doação. Já a Responsabilidade 
Social Empresarial, diz respeito às atitudes tomadas tendo em vista todos os 
stakeholders (acionistas, colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores, 
consumidores, comunidade e governo), promovendo a cidadania e o 
desenvolvimento social e transformando a forma pela qual os negócios são 
conduzidos, de forma a preservar os recursos ambientais e a buscar o equilíbrio 
das diferenças sociais. Desse ponto de vista, podemos então dizer que a 
Filantropia está muito aquém da Responsabilidade Social Empresarial. 
 
 
9 
Segundo estudo realizado em 2012 por uma consultoria norte-americana, 
a KPMG, existem dez megaforças que podem causar impactos significativos nos 
negócios até aproximadamente 2032, aumentando, assim, a complexidade do 
ambiente de negócios. Conheça, a seguir, cada uma das dez megaforças: 
1. A primeira megaforça pode impactar diretamente em todas as 
demais. As estimativas de perdas anuais devido às mudanças climáticas 
variam de 1% a 5% ao ano, se os formuladores de políticas não agirem 
rapidamente. Essas perdas afetam diretamente a empresa, bem como a 
humanidade. As perdas não são apenas empresariais. Afetam o indivíduo 
como um todo. 
2. No que diz respeito à segunda megaforça, entendida como 
energia e combustíveis, os mercados de combustíveis fósseis tendem a se 
tornar mais voláteis e imprevisíveis, devido à maior demanda global por 
energia; às mudanças no padrão geográfico de consumo; às incertezas de 
fornecimento e consumo e ao aumento de intervenções regulatórias 
relacionadas às mudanças climáticas. Esse mercado precisa inovar para que, 
num futuro próximo, possamos sobreviver sem sua utilização em massa. 
3. No que diz respeito à escassez, podemos ter escassez de 
recursos materiais e de água. A escassez de recursos materiais pode ser 
entendida a partir do aumento do consumo e da demanda pelos insumos na 
produção. Como os países em desenvolvimento se industrializam 
rapidamente, a demanda global por recursos materiais deve aumentar 
drasticamente. Os negócios devem enfrentar restrições comerciais 
crescentes e intensa competição global por uma ampla gama de recursos 
que se tornam menos disponíveis. Porém, a escassez também proporciona 
possibilidades de inovação, otimizando a utilização desses materiais e sua 
substituição ou, ainda, sua recuperação a partir de resíduos. 
4. Já no que diz respeito a escassez de água, a previsão é de que, 
em 2030, a demanda global por água fresca excederá as provisões em 40%. 
As empresas estarão vulneráveis ao racionamento de água, à queda da 
qualidade da água, à volatilidade dos preços da água e a riscos de reputação. 
5. O crescimento da população é a quinta megaforça e estima-se 
que a população mundial deva alcançar 8,4 bilhões em 2032, afetando as 
megaforças da escassez. Dessa forma, deixará os ecossistemas e o 
 
 
10 
fornecimento de recursos naturais (como comida, água, energia e materiais) 
sob pressão intensa. Se, por um lado, isso é uma ameaça aos negócios, 
também há oportunidades de crescimento do comércio, de geração de 
empregos e de criação de inovações para atender às necessidades de 
agricultura, saneamento, educação, tecnologia, finanças e saúde da 
população. 
6. A sexta megaforça é a riqueza. Estima-se que a classe média 
global (definida pela OCDE como indivíduoscom rendimento disponível entre 
US$ 10 e US$ 100 per capita ao dia) cresça 172% entre 2010 e 2030. O 
desafio para as empresas é atender a esse novo mercado de classe média 
em uma época em que os recursos tendem a ser mais escassos e voláteis. 
7. A urbanização é a sétima megaforça. Até 2030 estima-se que 
todas as regiões em desenvolvimento – incluindo a Ásia e a África – devem 
ter a maioria de seus habitantes vivendo em áreas urbanas. Praticamente 
todo o crescimento populacional, nos próximos 30 anos, será nas cidades. 
Essas cidades exigirão melhorias extensas na infraestrutura, incluindo 
construção, fornecimento de água e saneamento, eletricidade, gestão de 
resíduos, transporte, saúde, segurança pública e conectividade de Internet e 
telefonia. 
8. A segurança alimentar é a oitava megaforça. Nas próximas duas 
décadas, o sistema global de produção de alimentos estará sob crescente 
pressão das “megaforças”, incluindo o crescimento populacional, escassez 
de água e desmatamento. Os preços globais de alimentos devem aumentar 
de 70% a 90% até 2030. Em regiões com escassez de água, os produtores 
agrícolas provavelmente terão que competir por provisões com outras 
indústrias que exigem muita água (como utilidades elétricas e mineração) e 
com consumidores. Será necessária uma intervenção para reverter o 
crescimento da escassez localizada de alimentos (o número de pessoas 
cronicamente subnutridas subiu de 842 milhões, no final dos anos 1990, para 
mais de 1 bilhão, em 2009). 
9. A nona megaforça é o declínio do ecossistema. Historicamente, 
o principal risco para os negócios no declínio dos serviços de biodiversidade 
e ecossistema tem sido a reputação das corporações. No entanto, como 
ecossistemas globais mostram crescentes sinais de colapso e estresse, um 
número maior de companhias está percebendo o quanto suas operações 
 
 
11 
dependem dos serviços críticos que esses ecossistemas fornecem. O 
declínio dos ecossistemas está tornando os recursos naturais mais escassos, 
mais caros e menos diversificados, aumentando os custos da água e 
intensificando o dano causado por espécies invasivas em setores como 
agricultura, pesca, alimentação, bebidas, medicamentos e turismo. 
10. Por fim, a décima megaforça é o desmatamento. Florestas são 
grandes negócios: produtos de madeira movimentaram US$ 100 bilhões por 
ano entre 2003 e 2007 e o valor de outros produtos derivados das florestas 
(em sua maioria alimentos) foi estimado em US$ 18,5 bilhões em 2005. No 
entanto, a OCDE prevê que as áreas florestais irão diminuir 13%, entre 2005 
e 2030, principalmente no sul da Ásia e da África. Pressão por parte dos 
órgãos regulamentadores e da sociedade pode impor mudanças 
comportamentais nessas empresas. Oportunidades de negócios devem 
surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e incentivos 
econômicos para reduzir o desmatamento. 
Conforme apontado pelo estudo, no período entre os anos de 2002 e 
2010, os custos ambientais externos de empresas de onze setores subiram 
cerca de 50% (de US$ 566 bilhões para US$ 846 bilhões). Além disso, se fossem 
pagar todo o custo ambiental de sua produção, as empresas perderiam, a cada 
dólar ganho, cerca de US$ 0,41. Transformada em números – e diante da noção 
da não perenidade dos recursos naturais – a Responsabilidade Social, 
diferentemente de um modismo qualquer, assume o aspecto de uma forma de 
investimento que, no final, poderá assegurar o futuro das organizações! 
Sem ação e planejamento estratégicos, os riscos se multiplicarão e 
serão perdidas oportunidades. As corporações estão reconhecendo 
que há valor e oportunidade na responsabilidade que vai além dos 
resultados do próximo trimestre, e que o que é bom para as pessoas e 
para o planeta também pode ser bom para os resultados no longo 
prazo e para a geração de valor aos acionistas, avalia Yvo de Boer no 
relatório da KPMG. 
 
Assim, soluções para as megaforças devem ser aprimoradas e 
identificadas pelas organizações. 
TEMA 3: SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL E A GESTÃO DO 
CONHECIMENTO 
 
 
12 
Pudemos entender que a Sustentabilidade Empresarial é fator importante 
para o sucesso da organização, bem como os desafios que se apresentam nos 
dias atuais. Para tanto, colaboradores, comunidade, dentre outros, devem 
conhecer seu potencial transformador, entrando em cena a Gestão do 
Conhecimento. Assim, entendemos que a Gestão do Conhecimento afeta 
positivamente a Sustentabilidade Empresarial podendo obter resultados 
positivos, tanto no curto quanto no longo prazo. 
O fato é que, se, por um lado, o grande desafio desse século é promover 
o desenvolvimento sustentável, tema ainda recente em nosso contexto 
globalizado, por outro, a própria falta de conhecimento e de dados históricos é 
um desafio. A gestão do conhecimento é um termo amplamente utilizado pelas 
empresas para referir-se à tomada de decisões estratégicas, e, em se tratando 
das práticas sustentáveis, será necessário aplicá-lo cada vez mais. 
O conhecimento é um elemento importante no processo de transformação 
das empresas, sob qualquer ótica, principalmente a partir do momento que a 
competitividade ficou bastante acirrada diante do papel presente e efetivo da 
globalização no processo produtivo, em que praticamente inexistem diferenças 
em relação ao preço e à qualidade (RODRIGUEZ, 2002). 
Para SABBAG (2007) podemos definir Gestão do Conhecimento como um 
sistema integrado que desenvolve saberes e competências coletivas, utilizáveis 
pelas organizações e pessoas, visando ampliar o capital intelectual. 
Um dos maiores desafios nos dias atuais é formar gestores sustentáveis, 
que tenham em suas práticas de Responsabilidade Social Empresarial a visão 
sustentável como uma estratégia que esteja alinhada com o lucro, ou seja, que 
colabore com o lucro. 
Por meio de um processo orientado à gestão do conhecimento, as 
empresas poderão capturar, organizar, utilizar e disseminar informações 
voltadas à transformação social. Dessa forma, terão como analisar e decidir 
questões que envolvam a necessidade de capacitação de funcionários e de 
implementação de indicadores, tecnologias e inovações. 
 
 
13 
Neste ponto, podemos destacar que o ponto fundamental pode ser 
caracterizado como aquele relacionado a mudanças culturais nas empresas – e, 
neste ponto, os investimentos em capacitação e treinamento são fatores 
importantes. Podemos destacar a importância das palestras de conscientização 
social, ambiental e econômico e até mesmo treinamentos específicos acerca da 
inovação e sustentabilidade – fatores fundamentais, inclusive, para a 
disseminação do conhecimento e do engajamento corporativo. 
Existem ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento e na sua 
maioria, as empresas têm utilizado as chamadas “melhores práticas” como uma 
das primeiras fases para a implementação de um processo de Gestão do 
Conhecimento. 
Podemos destacar que as “Melhores Práticas” são algumas ferramentas 
que auxiliam na Gestão do Conhecimento. Assim, incialmente, tem-se a 
definição destas melhores práticas visando contribuir para a organização nos 
seguintes requisitos: otimização de recursos que poderão ser direcionados para 
novas práticas, aumentando assim a produtividade; identificação e substituição 
de práticas organizacionais pouco ou nada eficientes e improdutivas, reduzindo 
assim o índice de retrabalho; equiparação do conhecimento, propiciando que 
funcionários de menor nível ou rendimento aprendam com aqueles que já 
adotaram práticas mais eficientes. 
A Gestão do Conhecimento visando a contribuição para uma cultura 
sustentável dentro das organizações vem se tornando umaprática de 
Governança Corporativa, por meio da qual as empresas extrapolam suas 
preocupações com a viabilidade econômica e passam a se preocupar com todos 
os stakeholders a ela ligados ou por ela afetados. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): 
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são 
dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos 
entre proprietários, Conselhos de Administração, diretorias e órgãos de 
controle. As boas práticas de governança corporativa convertem 
princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a 
finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando 
seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 
2010). 
 
 
 
14 
A governança está relacionada com a autogestão de uma empresa e 
representa três elementos principais: a preocupação com a prestação de contas, 
a transparência nos resultados e a proteção de acionistas minoritários. Assim 
sendo, uma empresa sustentável é aquela que gera lucros para seus acionistas 
e melhora a qualidade de vida de todos os stakeholders. 
Segundo relatório da Bovespa (2009), do ponto de vista da governança, 
as empresas podem ser enquadradas em dois níveis: 
 As de nível 1 devem adotar práticas que favoreçam a transparência e 
o acesso às informações pelos investidores; 
 As de nível 2, além das características contidas no nível 1, devem 
adotar um conjunto amplo de práticas de governança e de direitos 
adicionais para os acionistas minoritários. 
Assim, podemos dizer que a Gestão do Conhecimento contribui para a 
Sustentabilidade na medida em que, como medida de mudança cultural, as 
organizações dotam-se da Governança Corporativa e da melhoria contínua, 
contribuindo com a Responsabilidade Social Empresarial. Podemos perceber, 
então, que a governança corporativa é forte aliada da Sustentabilidade. 
TEMA 4: SUSTENTABILIDADE NAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS 
A organização Uniethos, em meados de 2012 lançou, na Conferência 
Internacional Ethos os resultados da pesquisa “Estratégias empresariais para a 
sustentabilidade no Brasil”, realizada em 2011 com as 100 maiores empresas do 
país e com o conjunto de organizações associadas ao Instituto Ethos, 
caracterizado como uma organização da sociedade civil de interesse público que 
tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus 
negócios. 
Na pesquisa foram analisadas 250 empresas de todos os portes e 
segmentos na tentativa de mapear o processo de incorporação da 
Sustentabilidade em suas estratégias de negócios, avaliando a profundidade e 
abrangência das estratégias adotadas. 
 
 
15 
Dada a importância dessas estratégias na competitividade, nos custos 
etc. os principais resultados foram: 
 15% das empresas avaliam os impactos que as ações sustentáveis 
têm sobre os custos; 
 20% medem os impactos na competitividade; 
 69% entendem que a inserção da sustentabilidade no planejamento 
estratégico é uma necessidade; 
 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de 
interesse de seu setor; 
 23% desenvolvem projetos sustentáveis de forma contínua, fazendo 
parcerias, discutindo novos produtos ou detendo-se em processos 
efetivamente mais engajados. 
Na tentativa de identificar qual o impacto dessas estratégias em ações 
que geraram inovação, os resultados foram: 
 14% das empresas promoveram inovações em sustentabilidade; 
 36% do total de empresas pesquisadas criaram sistemas integrados 
de gestão para coordenar as ações de sustentabilidade em todas as 
áreas; 
 60% das empresas criaram comitês para alinhar as áreas de negócios 
com as de sustentabilidade. 
A pesquisa do Instituto Ethos possibilitou clarear a direção no Brasil da 
inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico das empresas, 
demonstrando que há um avanço significativo e que o tema tem sido considerado 
nos negócios corporativos. Percebemos que o Brasil tem avançado, seguindo 
algumas tendências internacionais. 
Hoje, há a preocupação em ir ao encontro dos interesses da sociedade e 
dos consumidores, atendendo-os em suas demandas com uma estratégia de 
 
 
16 
inovação e redução de custos por meio de processos mais eficientes, 
possibilitando que as empresas se tornem mais competitivas. 
Assim, percebemos que a adoção de estratégias voltadas para a 
Sustentabilidade, se implementadas adequadamente, em conjunto com a 
adoção de inovações que proporcionem redução de custo, tornam as empresas 
mais competitivas. 
Porém fica a pergunta: 
Que tipos de estratégias as empresas estão utilizando? 
No Guia EXAME 2015, foram apresentadas 68 empresas consideradas 
modelo de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social Empresarial, com 
destaque especial para as companhias com as melhores práticas em cada um 
dos setores analisados. Além disso, a revista EXAME destacou as companhias 
com as melhores práticas em 10 categorias: 
1. Governança de Sustentabilidade; 
2. Direitos Humanos; 
3. Mudanças Climáticas; 
4. Relação com a Comunidade; 
5. Relação com Clientes; 
6. Gestão de Fornecedores; 
7. Gestão de Água; 
8. Gestão de Biodiversidade; 
9. Gestão de Resíduo; 
10. Ética e Transparência. 
 
Alguns destaques foram: 
Agronegócio: Bunge 
 
 
17 
O agronegócio é uma atividade sedenta por água, um recurso cada vez 
mais escasso. Atenta à questão, a Bunge resolveu investir em duas frentes para 
reduzir o consumo do insumo. Apostou em programas de educação, como o 
“Colaborador Sustentável”, que busca conscientizar os funcionários, e no uso de 
água de reuso em caldeiras e torres de resfriamento em Jaguaré. 
Resultado: entre 2012 e 2014, o projeto-piloto ajudou a reduzir em 40% o 
consumo de água no processo produtivo. Uma mudança positiva que já está 
sendo adotada em outras fábricas da empresa. 
 
 
Farmacêutica: Eurofarma 
O laboratório Eurofarma pesquisa uma solução para descontaminar 
plásticos e vidros de remédios classificados como perigosos a fim de viabilizar a 
reciclagem desses materiais. 
No ano passado, 91% dos resíduos do processo produtivo foram 
fornecidos a cimenteiras para alimentar fornos e gerar energia. Na dimensão 
social, a empresa investe em projetos culturais, esportivos e educacionais. Um 
dos mais relevantes é o centro técnico de enfermagem que custeia até três anos 
de formação de jovens carentes. 
Mas, para que essas estratégias possam possibilitar retorno para a 
organização e para a sociedade, adotar o pensamento sistêmico em conjunto 
com a visão estratégica torna-se primordial. O pensamento sistêmico busca 
inserir na visão estratégica o todo, ou seja, existe ligação entre a ciência (a 
razão), a arte (a sensação), a filosofia (o sentimento) e a transcendência (a 
intuição), já que tudo está ligado a tudo. 
Nesse sentido, o Pensamento Sistêmico é a abordagem fundamental para 
pensar fora do padrão, pois a formação de uma visão integrada de produção, 
economia, sociedade, cultura e ambiente natural envolve inúmeras variáveis. 
 
 
18 
Pensar sistemicamente é olhar para todo o processo e não as para partes 
dele. É medir todos os impactos que uma determinada ação ou decisão 
empresarial causa, considerando presente, passado e futuro por meio das lições 
aprendidas e da adoção de melhorias. É levar em conta não somente os 
interesses empresariais, mas de todos, inclusive da sociedade. 
Vamos apresentar o caso da Natura, para analisarmos qual seria o 
desempenho e a aplicabilidade do pensamento sistêmico aplicado na prática? 
De acordo com a Natura, o pensamento sistêmico permeiatodas as suas 
decisões e ações estratégicas. A empresa acredita que os resultados 
sustentáveis foram atingidos por meio das relações de qualidade que 
estabeleceu em todos os níveis nos quais atua e com todos os públicos com os 
quais mantém contato – consultores, fornecedores e sociedade, incluindo aí os 
seus consumidores. Segundo a empresa, seus dirigentes e funcionários buscam 
criar valores para a sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas 
dimensões econômica, social e ambiental. 
Seus maiores desafios corporativos a serem sistematicamente pensados 
são: maximização do lucro, recomposição dos recursos naturais finitos e 
distribuição da riqueza. O modelo de negócios da Natura é baseado em uma 
promoção do crescimento econômico de forma compatível com o 
desenvolvimento social e o uso responsável dos recursos ambientais. 
Ainda no que diz respeito à responsabilidade social, a Natura estimula o 
desenvolvimento pessoal, material e profissional de suas consultoras, 
encorajando-as a tornarem-se agentes de transformação, contribuindo, portanto, 
para a disseminação do conceito de bem-estar e para a construção de uma 
sociedade mais próspera, justa e solidária. Assim, podemos perceber que a 
Natura, ao se preocupar com suas consultoras transformando-as em agentes de 
transformação, contribui com o todo e não apenas com as partes. 
O pensamento sistêmico, de uma forma geral, pode ser definido como 
uma nova forma de percepção da realidade. Segundo CAPRA (1996) quanto 
mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles 
não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que 
significa que estão interligados e são interdependentes. 
 
 
19 
Deve-se sempre partir do princípio de que o todo é mais do que a soma 
das partes, tendo o sistema como um todo integrado cujas propriedades 
essenciais surgem das inter-relações entre as partes. 
Entender a realidade sinteticamente significa colocá-la dentro de um 
contexto e estabelecer a natureza de suas relações. 
Um passo importante a ser dado em nossa sociedade é a aceitação do 
pensamento sistêmico, uma vez que o ser humano e a própria ciência criaram 
preconceitos com a visão holística e sistêmica e, com isso, estabeleceram 
divergências difíceis de serem superadas. 
Porém é necessária uma ruptura nesse modo de pensar para que 
possamos de fato agir dentro das exigências de um mundo sustentável! 
TEMA 5: RELAÇÕES ENTRE AS ÁREAS DE CONHECIMENTO E 
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL 
O Pensamento Sistêmico deve ser o pensamento norteador das 
diferentes áreas de uma organização. Dentro de um contexto de 
Sustentabilidade Empresarial, a Responsabilidade Social Empresarial deve 
envolver as diferentes áreas para atender às demandas de seu público interno 
(empresa) e externo (agentes de interesse e de pressão das empresas). 
A relação entre as implicações das diferentes áreas do conhecimento com 
o pensamento sistêmico, atendendo os diversos públicos-alvo, no âmbito da 
Responsabilidade Social Empresarial, busca estabelecer e demonstrar a relação 
entre ética, Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade Empresarial 
como princípios norteadores da profissão. 
Cabe destacar que a ausência de compromisso na eficiência (utilização 
dos recursos), na eficácia (tempo adequado) e na efetividade (mudanças 
esperadas) dos resultados das intervenções no campo profissional compromete 
seriamente os resultados almejados pelas instituições e organizações no que diz 
respeito à Responsabilidade Social Empresarial e à Sustentabilidade 
Empresarial. 
 
 
20 
Essa situação vem se estabelecendo devido à adoção da perspectiva 
neoliberal, na qual o Estado assume funções mínimas e repassa para várias 
instituições parte de suas funções sociais, com alguns benefícios fiscais e 
tributários. Assim, essa perspectiva estabelece a relação entre ética e 
responsabilidade social e estabelece a responsabilidade não apenas com o 
social, mas também com o socioambiental. 
A área de Engenharia tem relação direta com a Responsabilidade Social 
Empresarial no âmbito dos programas que estão sob sua gestão. Segundo DA 
SILVA FILHO et al (2011), Engenharia é a ciência e a profissão que deve 
absorver conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos para aplicá-los no 
mundo em que vivemos, a fim de suprir nossas necessidades e favorecer o 
nosso desenvolvimento. 
Um engenheiro deverá ser capaz de criar mecanismos, produtos, 
processos e estruturas para poder transformar recursos naturais e não naturais 
para satisfazer as necessidades humanas. 
Já na área da Administração, que coordena programas em suas 
diferentes áreas, atuam sobre a Responsabilidade Social Empresarial em cada 
área de sua responsabilidade. Essas áreas e programas, por sua vez, têm 
relação direta com seu público interno em termos de orientações gerais dos 
processos e produtos e serviços para que os clientes estejam satisfeitos; com os 
fornecedores de produtos, diferenciando-se da concorrência e cumprindo todas 
as legislações relativas à natureza da sua atividade em conformidade com o 
meio ambiente. 
Além disso, parte dos investimentos realizados nessa área acabam 
retornando para a comunidade, por exemplo: o Planejamento e Controle da 
Produção (PCP) como está organizado para que todas as atividades da empresa 
ocorram em conformidade com as metas de responsabilidade social em termos 
de impactos ambientais. 
Segundo TINOCO e ROBLES (2006), em Ciências Contábeis a 
Responsabilidade Social Empresarial deve estar relacionada à 
redução/eliminação de passivos ambientais, sociais e das dimensões da 
sustentabilidade que tenham impactos na qualidade de vida do público interno, 
 
 
21 
na comunidade, no meio ambiente, num contexto de otimização econômico-
financeira dos processos, produtos e serviços, desenvolvidos nas diversas 
unidades das empresas, instituições e organizações, ou seja, reduzir custos de 
insumos e matérias-primas em processos produtivos e operacionais a partir de 
sua integração com o processo produtivo. 
Na área da Gestão de Recursos Humanos, a Responsabilidade Social 
Empresarial deverá desenvolver projetos que tenham como foco de atuação 
programas de desenvolvimento profissional, visando integrar conhecimentos, 
competências e habilidades em estruturas em que atitudes orientadas venham 
a promover a sustentabilidade das ações dos diferentes públicos-alvo. 
Em que medida os programas de gestão de RH levam em consideração 
qualidade de vida, valorização do ser humano, público interno (empregados) e 
externo (comunidade, fornecedores, consumidores, acionistas), inter-relações 
entre a organização e estes públicos e as demandas do mercado nos seus 
processos de capacitação que redundem num melhor produto e uma melhor 
visibilidade da Responsabilidade Social Empresarial da empresa para os seus 
diferentes públicos-alvo? 
Na área da Gestão de Tecnologia da Informação, a responsabilidade 
social deverá desenvolver projetos que tenham por objetivo de atuação 
programas de comunicação corporativa e de divulgação, para os diferentes 
públicos-alvo possam tomar decisões acerca dos seus diversos nichos de 
mercado numa perspectiva estratégica. 
Segundo BRITTO (2005), os sistemas empresariais dão suporte, em 
essência, para três camadas da organização, ou seja, as camadas de suporte 
tático, gerencial e operacional. Sendo o primeiro aquele que permite respostas 
ágeis e acertadas no campo das estratégias organizacionais, o segundo, 
possibilita uma melhor integração e colaboração de dados infra e 
interdepartamentais, melhorando as respostas de gerenciamento e, por fim,a 
terceira que admite um melhor controle interno de todas as atividades 
organizacionais. 
Assim, os projetos de TI devem ser realizados de modo integrado com o 
conhecimento de especialistas ou devem ser realizados administrativamente, 
 
 
22 
para cobrir problemas operacionais que não impactam na responsabilidade 
social e na sustentabilidade da empresa. 
Ao analisarmos a relação entre as áreas de conhecimento e sua atuação 
na Responsabilidade Social Empresarial, podemos compreender que a inter-
relação é um fator determinante para o sucesso das práticas adotadas e que a 
visão sistêmica do todo, colabora com os resultados. 
TROCANDO IDEIAS 
Você já comprou um produto ou serviço no qual a empresa é eticamente 
responsável e adote práticas de Responsabilidade Social Empresarial? 
Você pesquisa sobre as ações das empresas antes de comprar um 
produto? 
Você já comprou produtos em sites especializados em produtos de 
procedência da China? 
Provavelmente muitas respostas serão negativas, ou seja, os indivíduos 
não pesquisam muito sobre a procedência dos produtos que compram. Porém, 
se em um noticiário uma empresa for pega praticando atos ilícitos você 
continuaria comprando os produtos? Deixe sua opinião no fórum disponível no 
AVA! 
 
NA PRÁTICA 
Samarco, Vale e BHP Billiton são denunciadas em evento 
internacional 
Leia a reportagem abaixo de fevereiro de 2016, onde a Samarco e duas 
controladas Vale e a anglo-australiana BHP Billiton foram denunciadas pelo 
rompimento da barragem em Mariana – MG, que segundo a jornalista Mariana 
Medeiros, seria o maior crime socioambiental do Brasil. Os danos do rompimento 
da barragem, segundo a reportagem, já afetam mais de um milhão de pessoas 
da bacia do Rio Doce. 
 
 
23 
“A denúncia ao exterior foi feita pelo Frei Rodrigo Peret, da Ação Franciscana de Ecologia e 
Solidariedade (Afres), durante o evento Alternative Mining Indaba, realizado, na cidade do Cabo, 
África do Sul. [...] Desde o dia do rompimento da barragem, em cinco de novembro de 2015, 
representantes da sociedade civil organizada fazem alertas e denúncias sobre as violações de 
direitos humanos decorrentes do maior desastre da história da mineração no País. [...] Em 
relatório divulgado pela Justiça Global, com o título “Vale de Lama”, entidades apontam que as 
empresas têm falhado em fornecer respostas rápidas e efetivas nas questões que envolvem o 
direito à vida, à água, à moradia, ao trabalho, à saúde e ao meio ambiente. São também relatadas 
situações de hostilidade e criminalização de defensores e defensoras de direitos humanos e 
movimentos sociais”. 
Fonte: http://seculodiario.com.br/27223/10/samarco-vale-e-bhp-billiton-sao-denunciadas-em-
evento-internacional. Acesso em: 31/05/2016 
A sociedade brasileira ficou indignada com esse crime ambiental, que 
poderia ter sido evitado – e isso seria de responsabilidade do poder público, da 
empresa e dos funcionários envolvidos. O poder público tem o dever de 
fiscalizar; a empresa, de manter políticas com padrões de segurança e os 
funcionários envolvidos devem ter consciência de suas ações, de modo que a 
denúncia sempre pode ser realizada. 
Reflita: 
Os dirigentes e funcionários da Samarco e o poder público poderiam ter 
evitado esta tragédia? 
Quais serão as possíveis consequências deste rompimento para os lucros 
e imagem da empresa? 
SÍNTESE 
Nesta aula que está chegando ao fim estudamos alguns aspectos da 
Sustentabilidade – seus impactos, forças e megaforças; a Sustentabilidade 
Empresarial e a Gestão do conhecimento; a sustentabilidade nas estratégias 
empresariais e as relações entre as áreas de conhecimento e a responsabilidade 
social. 
Conforme vimos, há distinção entre os conceitos de Desenvolvimento 
Sustentável, Sustentabilidade, Sustentabilidade Empresarial e 
 
 
24 
Responsabilidade Social Empresarial, mas todas abrangem a ética, a 
consciência da garantia de sobrevivência das próximas gerações, dentre outras 
questões. Por fim, ainda apresentamos a importância do conhecimento e da 
conscientização para a efetividade das ações, além de analisarmos o impacto 
de uma visão sistêmica. 
REFERÊNCIAS 
BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social 
empresarial e a empresa sustentável: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
BOER, Y. Expect the Unexpected: building business value in a changing 
world. Disponível em: 
http://www.kpmg.com/Global/en/IssuesAndInsights/ArticlesPublications/Docum
ents/building-business-value.pdf. Acesso em 31/05/2016. 
BOVESPA. Nível 1 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: 
http://www.bmfbovespa.com.br/Pdf/Folder_Nivel1.pdf. Acesso em 31/05/2016. 
BOVESPA. Nível 2 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: 
http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/servicos/download/Regulamento-de-
Listagem-do-Nivel-2.pdf. Acesso em 31/05/2016. 
BRITTO, B. N. Ética e Responsabilidade Social Empresarial na 
utilização da Tecnologia da Informação. SEGeT – Simpósio de Excelência em 
Gestão e Tecnologia. 2007. Disponível em: 
http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1413_Etica%20e%20RSE%20no%
20uso%20da%20TI.pdf. Acesso em 31/05/2016. 
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas 
vivos. São Paulo, 1996. 
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO. Relatório Brundtland: nosso futuro comum. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991. 
 
 
25 
DA SILVA FILHO, N. G. et al. A responsabilidade social na vida de um 
engenheiro. 2011. 
HART, S. L.; MILSTEIN, M. B. Criando valor sustentável. RAE 
Executive, v. 3, n. 2, p. 65-79, maio/jul. 2004. 
HART, S. L. O capitalismo na encruzilhada: as inúmeras oportunidades 
de negócios na solução dos problemas mais difíceis do mundo. Porto Alegre: 
Bookman, 2006. 
IBCG. Código das melhores práticas de Governança Corporativa – 
2010. Disponível em: 
http://www.ibgc.org.br/userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf. Acesso em 
31/05/2016. 
KPMG. Relatório de sustentabilidade – 2012. Disponível em: 
http://www.kpmg.com/br/pt/estudos_analises/artigosepublicacoes/documents/ci
dadania-corporativa/relatorio_sustentabilidade_final_port_completo.pdf. Acesso 
em 31/05/2016. 
RODRIGUEZ, M. V. R. Gestão Empresarial – Organizações que 
aprendem. Rio de Janeiro: Qualitymark: 2002. 
SABBAG, P. Y. Espirais do conhecimento: ativando indivíduos, grupos 
e organizações. São Paulo: Saraiva, 2007.

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