Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AP 1 - GEOGRAFIA URBANA DO BRASIL - GABARITO 1. A forma geográfica “cidade” não é nova na história brasileira, tendo existido desde o início da colonização portuguesa. Qual a principal função exercida pelos aglomerados urbanos durante o período colonial? R.: O de ponto de controle do território. 2. Sobre os aglomerados urbanos do período colonial responder: a) No período colonial foi implantado no Brasil um sistema municipal de base urbana, baseado no que existia em Portugal, cujas manifestações materiais foram o arraial (ou povoado), a vila e a cidade. De quem era a atribuição para criação de cada um desses aglomerados urbanos? R.: O arraial se formava espontaneamente, devido à existência de algum fator motivador. As vilas eram criadas por donatários e governadores. Já as cidades eram uma prerrogativa da Coroa portuguesa. b) As cidades eram mais importantes que as vilas? Justificar. R.: Não, em ambas se fazia justiça em nome do Rei, ambas possuíam uma área de jurisdição e um patrimônio fundiários, que eram as terras do Conselho. c) Quem participava da administração das vilas e cidades? R.: Eram os chamados “homens bons”, grandes proprietários rurais, que assim tinham autonomia, garantindo assim sua subordinação direta à Coroa. 3. Quais os dois tipos de reflexão urbana que se destacam no país a partir do século XIX? E como cada um deles pensava a cidade? R.: O primeiro deu continuidade ao pensamento dos engenheiros militares, que viam a cidade como espaço físico a defender, a prover de comodidades e de infraestrutura. O segundo tipo de reflexão urbana era o pensamento higienista, para quem a população era um recurso que deveria ser preservado, cabendo ao Estado assegurar o seu bem-estar e segurança. 4. Por que a modernização ocorrida no campo brasileiro é chamada de “modernização conservadora”? Esta modernização foi favorável à manutenção da população no campo ou não? R.: Porque no processo de modernização da agropecuária nacional houve a penetração de forças produtivas tipicamente capitalistas. Porém tal fato não alterou a estrutura fundiária, que no Brasil sempre foi concentrada e continuou sendo nas novas condições. Ao não alterar a estrutura fundiária a expulsão de trabalhadores rurais e mesmo de agricultores continua, aumentando o “êxodo rural”. 5. Sobre as regiões metropolitanas, responder: a) De quem é a atribuição da criação de regiões metropolitanas? Sempre foi assim? Justificar. R.: Inicialmente a atribuição era do governo federal, desde 1973 quando se notou a importância de uma planificação integrada para as metrópoles brasileiras. Com a Constituição de 1988 essa atribuição passa para os Estados. b) O que são “Funções Públicas de Interesse Comum” (FPIC) da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e em que grandes grupos se dividem e do que trata cada um deles? R.: São os problemas comuns dos municípios de uma região metropolitana. Se dividem em: 1º) Territoriais: planejamento regional e ordenamento do território, englobando o uso do solo metropolitano, mobilidade, transporte, habitação, saneamento ambiental, macro e mesodrenagem e resíduos sólidos, produção e distribuição de gás canalizado; 2º) Ambientais: uso sustentável dos recursos naturais e dos recursos hídricos; combate à poluição e gerenciamento de riscos; 3º) Econômicos: planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social, economia e finanças, emprego e renda, logística e infraestrutura 4º) Sociais: política de atendimento social; atendimento regional à saúde (extrapolando portanto o município) e segurança pública; 5º) Institucionais: cartografia; Sistema de Informações Geográficas; e assistência técnica aos municípios. 6. Sobre a rede urbana brasileira, responder: a) O que significa dizer que as cidades funcionam como centros de difusão? R.: Significa dizer que, ao longo da rede urbana, as cidades se apresentam como suportes para a disseminação de bens e ideias. Das cidades maiores às menores, até chegar ao campo. b) Porque a classificação da rede urbana brasileira do IBGE utiliza a concepção de Gestão do Território e o que significa esse conceito. R.: Utiliza esse conceito por dar conta da centralidade de uma cidade, pois o centro de gestão do território […] é aquela cidade onde se localizam, de um lado, os diversos órgãos do Estado e, de outro, as sedes de empresas cujas decisões afetam direta ou indiretamente um dado espaço que passa a ficar sob o controle da cidade através das empresas nelas sediadas. c) Na determinação dos centros de gestão do território, porque foram utilizados apenas os órgãos de gestão federal e não os de gestão estadual e municipal? R.: Porque considerar a gestão estadual colocaria questões de comparabilidade (pois varia de Estado para Estado). Já a gestão municipal diz respeito apenas ao município em questão, não propiciando a análise necessária. d) Da gestão federal apenas órgão do poder executivo foram considerados? Justificar e exemplificar os órgãos considerados. R.: Não, também foram considerados órgãos do poder judiciário. Do executivo foram considerados unidades ligadas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), à Superintendência da Receita Federal (SRF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além desses órgãos foram selecionados órgãos da administração indireta, como Agências, Conselhos Nacionais, Fundações e Institutos de Caráter Nacional, e Superintendências. Já do poder Judiciário foram utilizados os Juizados Federais Comuns e os Juizados Especializados (Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral). A Justiça Federal Comum está em 131 unidades territoriais, a Justiça do Trabalho em 479 e a Justiça Eleitoral em 2.073 unidades territoriais. 7. A partir da tabela abaixo apontar os dados que indicam o crescimento, ou não, das cidades médias. TABELA 6.1 - Percentual da população urbana segundo o tamanho das cidades, 1940-2010 Tamanho das cidades 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 Até 20.000 46,82 38,78 33,77 26,92 21,36 19,34 18,81 17,13 20 a 50.000 9,41 13,01 11,61 12,04 11,40 12,44 11,49 11,83 50 a 100.000 7,65 8,86 9,57 7,80 10,50 10,23 10,57 9,93 100 a 500.000 14,55 13,43 16,06 19,59 21,92 24,43 26,11 27,34 > 500.000 21,57 25,92 29,00 33,65 34,83 33,55 33,01 33,78 > 100.000 36,12 39,36 45,05 53,24 56,75 57,98 59,12 61,12 Total População urbana 12.878.647 18.775.779 31.867.324 52.097.260 80.437.327 110.990.990 137.953.959 160.925.792 R.: A população de cidades acima de 500.000 habitantes tem uma relativa estabilização, desde os anos 1970, na faixa de 33% da população urbana, ao passo que no mesmo período (1970-2010) a população urbana da faixa de 100 a 500.000 habitantes, faixa preferencial das cidades médias, passa de 19,59% em 1970 para 27,34% da população em 2010. 8. Sobre as cidades médias responder: a) Mesmo não sendo o único critério para a definição de cidade média, em relação ao tamanho populacional qual o parâmetro adotado pelo trabalho de Branco (2006)? R.: Branco (2006) considerou como cidades médias aquelas cidades entre um mínimo de 100.000 e um máximo de 350.000 habitantes e que não pertençam a Regiões Metropolitanas, a Regiões Integradas de Desenvolvimento e às Áreas de Concentração de População. b) Se uma cidade tem entre 300.000 habitantes e pertence a uma região metropolitana ela é considerada uma cidade média? Justificar. R.: Não. Nesse caso a participação na região metropolitana é o que se destaca na condição deste município. c) Quais as cidades médias do estado do Rio de Janeiro e porque cidades maiores que estas não foram consideradas cidades médias? R.: As cidades foram Macaé, Cabo Frio e Angra dos Reis. Campos dos Goytacazes não foiconsiderada por ser uma ACP e as demais por pertencerem à região metropolitana do Rio de Janeiro. 9. Sobre a desigualdade nas cidades brasileiras, responder: a) Como surgiu o termo ”condomínio exclusivo” e o que ele busca representar? R.: Ele foi cunhado nos anos 1970 por empresas imobiliárias que visavam, sobretudo, afastar certos estigmas que as chamadas habitações coletivas historicamente carregavam (PECHMAN, 2014, p.264). b) Quais os dois principais aspectos que constroem os estigmas da habitação coletiva conhecida como cortiço? R.: A da insalubridade e que nelas vivem “classes perigosas”. 10. Sobre o conceito de fragmentação do tecido sociopolítico espacial, responder: a) As partes de que é formada uma cidade podem ser chamadas de subsistemas. A favela pode ser um subsistema e um condomínio exclusivo, também. Diferenciar os subsistemas abertos e fechados dentro do conceito de fragmentação do tecido sociopolítico espacial. Exemplificar. R.: Subsistema aberto é quando mesmo tendo uma individualidade, faz parte da cidade. Ele é fechado quando as dinâmicas internas prejudicam essa integração com a cidade. Exemplos são uma favela (subsistema aberto) e uma favela dominada por fações do tráfego de drogas (subsistema fechado). Um bairro residencial é um subsistema aberto. Já um condomínio exclusivo é um subsistema fechado. b) Que seriam os espaços neutros dentro da cidade? R.: Seria toda a cidade, com exceção dos subsistemas fechados.
Compartilhar