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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DO ESTADO
• Existem várias definições e teorias sobre a origem do Estado, a 
depender da visão que se adota (filosófica, jurídica, sociológica, etc.). 
• As duas correntes tradicionais no estudo da origem do Estado são a 
histórico-indutiva e a lógico-dedutiva.
• A corrente histórico-indutiva tem origem em Aristóteles e expoentes 
como São Tomás, Hegel, Marx e Engels. A corrente lógico-dedutiva
tem como seus maiores expoentes Hobbes, Rousseau e Kant.
INTRODUÇÃO
ACERCA DO ESTADO, DA SOCIEDADE E DO MERCADO 
UNIPLAN 
Professor Sidney Amorim
REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Para os históricos, o Estado surge a partir da dissolução de tribos e clãs, ou 
seja, de comunidades primitivas, e isso em virtude da divisão da sociedade em 
classes. Isso é observado entre os gregos, entre os germanos, e até mesmo nas 
sociedades asiáticas. Neste sentido, o Estado é um produto da sociedade que 
chega a certo grau de desenvolvimento em virtude de sua 
complexificação. O seu movimento é intrínseco, ou seja, surge de dentro para 
fora.
• Na corrente Lógico-dedutiva, o Estado surge como uma necessidade e uma 
conseqüência lógica de impor uma boa dose de ordem na sociedade que se 
avoluma. É preciso que haja um contrato social, no qual o indivíduo abre mão 
de parte de sua liberdade para o Estado, que irá garantir a propriedade e a 
execução dos contratos. O seu movimento é extrínseco, ou seja, surge de fora 
para dentro.
• Percebe-se que estas duas correntes não são diametralmente antagônicas, mas 
sim complementares, possuindo inclusive muitos pontos em comum.
INTRODUÇÃO
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Neste sentido, pode-se afirmar que o Estado é um poder organizado, 
que reúne uma estrutura organizacional e política, fruto de um contrato 
social ou de um pacto político, que garante legitimidade ao governo, à 
propriedade e aos contratos.
• Os elementos que constituem um Estado são o governo, a burocracia 
e a milícia. O governo é formado por integrantes da elite política, 
oriundas da classe dominante. A burocracia é o corpo de agentes 
públicos que se ocupa da administração. A milícia é a força militar e 
policial que se incumbe de defender o Estado de inimigos externos e 
garantir, no plano interno, a obediência às leis e à ordem instituída.
• Esses três elementos – governo, burocracia e milícia – formam o que é 
chamado de Aparelho do Estado.
INTRODUÇÃO
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Adicionalmente, o Estado é constituído por um Ordenamento Jurídico
impositivo, que extravasa o Aparelho Estatal e se exerce sobre toda a sociedade –
é o chamado Poder Extroverso do Estado. Esse poder do Estado é extroverso 
pois não se resume a alcançar só o Estado, mas sim a toda a sociedade que o 
compõe. Essa é a principal diferença entre o Estado e qualquer outra espécie de 
organização
• O Ordenamento Jurídico é todo um sistema constitucional e legal que 
permite ao Estado regular as atividades e os comportamentos da população 
existente dentro do território sob sua jurisdição.
• Juridicamente, entre os elementos formadores do Estado se encontram o 
território e a população. Certamente que o poder do Estado é exercido sobre 
determinada área geográfica de atuação e sobre determinado grupo de pessoas 
que naquele lugar residem. Neste sentido é que se costuma usar o vocábulo país 
– uma entidade política soberana, constituída por uma população, que habita 
certo território.
INTRODUÇÃO
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• O fato do Estado ser constituído por um governo que é, na verdade, a 
classe dominante, não significa que o Estado esteja somente a serviço 
desta elite. A complexidade social faz surgir novos estratos sociais
que não apenas as antigas distinções de classes, como por exemplo os 
movimentos étnicos, raciais, religiosos e culturais, que atualmente 
possuem condições de ascender ao poder e tornarem-se a classe 
dominante.
• Neste sentido, o Estado moderno deixou de simplesmente refletir os 
interesses dos poderosos, da classe dominante, para ser o espelho dos 
interesses de outros estratos sociais que surgiram dentro desta 
complexa rede social.
INTRODUÇÃO
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DA SOCIEDADE
•A sociedade civil é povo organizado de acordo com os diferentes 
grupos sociais nos quais estão, de alguma forma, inseridos. São as 
instituições, as associações e outras espécies de grupos sociais, como a 
família, a escola, a igreja, a empresa, o sindicato, a imprensa, etc. 
Engloba, portanto, todas as relações que estão à margem do Estado mas 
exercem algum tipo de influência sobre ele.
• Não se pode confundir, portanto, a sociedade civil com a 
população ou com o povo de um Estado. O povo é um conjunto de 
cidadãos com os mesmos direitos e a sociedade civil é formada por 
esses mesmos cidadãos, agora organizados e classificados segundo os 
grupos a que pertencem.
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• O Estado, formalmente, é quem exerce o poder sobre a sociedade civil, 
mas a sociedade civil possui um poder difuso, mas real, sobre o Estado, e isso 
através das empresas, dos sindicatos, das igrejas, da mídia, etc.
• Portanto, o Estado e a sociedade civil são dois sistemas de poder que se 
interpenetram e se interrelacionam, e precisam aprender a coexistirem-se.
• Nas sociedades modernas, a ponte formal entre a sociedade civil e o 
Estado se dá por meio dos procedimentos democrático-eleitorais, pela 
existência do parlamento e pelos partidos políticos.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Há momentos, na história das nações, que é difícil distinguir o Estado 
da sociedade civil, tal é a abrangência do Estado sobre tudo e sobre 
todos. Em outros momentos, porém, é nítida essa distinção, e a 
sociedade civil consegue predominar no cenário político e inclusive 
dividir o poder com a classe dominante.
• Há uma relação de poder entre a sociedade civil e o Estado, 
diretamente relacionada à abertura política existente dentro daquele 
Estado. Em regimes democráticos, a sociedade civil costuma ser muito 
poderosa, podendo inclusive ascender ao poder, ao passo que em 
regimes autoritários a sociedade civil costuma ser mais tímida, até 
mesmo anulada ante um Estado que, por meio de seu aparelho 
repressivo, procura manter-se no poder e eliminar as ameaças existentes 
no seio da sociedade. 
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DO MERCADO
• A importância do Mercado dentro da relação Estado-sociedade ganhou relevo 
com as teorias daquele que é chamado o pai da economia, Adam Smith. Na sua 
obra, A Riqueza das Nações, ele revoluciona o pensamento econômico ao afirmar 
que “o mercador, movido apenas por seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão 
invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade”.
• A predominância do Estado Feudal e, mais tarde, do Mercantilismo, em 
nada contribuía para o bem estar social, tendo como conseqüência apenas a 
concentração de riquezas. As ideias capitalistas começam a tomar corpo e a 
influenciar o pensamento burguês do século XVIII no intuito do surgimento de 
uma economia mais livre e aberta a todas as nações.
• Para Adam Smith, o mercado é uma explicação da ordem social, que 
transforma a economia em essência da sociedade. As ideias de Smith tornaram-se 
a matriz teórica da ordem social liberal, e a economia passa a ser o terreno 
fértil onde a harmonia social pode ser não só pensada, mas praticada.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A teoria da mão invisível de Adam Smith: 
• Soa como música nos ouvidos daqueles que viam nas teorias de 
Thomas Hobbes – a guerra de todos os homens contra todos os homens – e de 
John Locke – a paz instável – a impossibilidade de se viver numa 
sociedade harmoniosa e próspera. Essa explicação marcou, 
definitivamente, a história das ideias.
• Choca-se com a teoria cartesiana, de René Descartes, que até então 
influenciava o pensamento da época. Isso porque o método de Descartes 
é derivado da lógica matemática, enquanto que o de Smith é derivado da 
experiência, da práxis.
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A teoria da mão invisível de Adam Smith: 
• Complexifica a análise dos processos sociais, levando em conta a 
intersubjetividade e a imponderável ação dos indivíduos. Não se trata de 
uma cálculo matemático, de alguma lei imutável e eterna como os 
números.
• Passa a ser a retórica dos liberais na defesa do mercado como a 
única forma de organização para as sociedades contemporâneas. 
• É vista com muita reserva pelo Estado, que possui um aparelho 
econômico de tributação do povo para a consecução de seus fins. A 
depender do tipo de Estado - se mais voltado ao social ou mais voltado à 
lógica do capital – é que os mercados ficarão mais ou menos 
controlados pelo próprio Estado. 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• O Estado é, portanto, uma parte essencial nas relações sociais de 
mercado, tenha ela uma mente liberal ou intervencionista. É o tamanho
do Estado que vai variar, e não a sua importância.
• A história mostra que, enquanto o tamanho do Estado for pequeno, a 
política liberal pode prevalecer. Mas quando o seu tamanho aumenta, 
a relação de conflito entre o Estado e o Capital torna-se mais clara. É 
o que se vê no atual cenário político de vários países, onde a classe 
capitalista está insatisfeita com o tamanho do Estado: agora, em vez de 
servir ao capital, está também servindo ao social.
• A noção de um Estado forte ou fraco está, atualmente, ligado de 
forma umbilical à questão dos mercados, da economia.
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• O Estado é, portanto, uma parte essencial nas relações sociais de 
mercado, tenha ela uma mente liberal ou intervencionista. É o tamanho
do Estado que vai variar, e não a sua importância.
• A história mostra que, enquanto o tamanho do Estado for pequeno, a 
política liberal pode prevalecer. Mas quando o seu tamanho aumenta, 
a relação de conflito entre o Estado e o Capital torna-se mais clara. É 
o que se vê no atual cenário político de vários países, onde a classe 
capitalista está insatisfeita com o tamanho do Estado: agora, em vez de 
servir ao capital, está também servindo ao social.
• A noção de um Estado forte ou fraco está, atualmente, ligado de 
forma umbilical à questão dos mercados, da economia.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O ESTADO BRASILEIRO
• Foram vários os momentos históricos e as características que 
envolveram a formação do Estado brasileiro, tanto na política (oligarquia 
e autoritarismo) quanto na administração (patrimonialismo e burocracia).
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTADO OLIGÁRQUICO E PATRIMONIAL
• Desde o Império até a Primeira República, foi uma fase que durou até 
1930, caracterizado pelo amplo domínio do poder e da renda nacional 
por uma pequena casta de senhores de terra e políticos patrimonialistas 
que tinham , no Estado, sua fonte de renda. Assim, havia uma 
privatização velada dos espaços públicos pelos detentores do poder 
político e econômico. 
• Era um Brasil rural e mal saído do escravismo, e o tamanho do 
Estado era pequeno, o que favorecia essa relação de fundo-de-quintal
entre a elite e a coisa pública.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTADO AUTORITÁRIO E BUROCRÁTICO
• Inspirada na moda intervencionista do Estado, copiada dos europeus e 
americanos que assim agiram em reação à crise econômica de 1929, o 
Brasil adota a mesma política, sob o governo autoritário de Getúlio 
Vargas.
• É implantada uma Reforma Burocrática, visando a uma organização 
maior e melhor da máquina pública, com o objetivo de se tornar um 
Estado-empresário, como, por exemplo, na criação da Companhia 
Siderúrgica Nacional – CSN e da PETROBRÁS. O Estado assume a 
produção de bens e serviços para garantir o desenvolvimento do 
país, em “concorrência” com o setor privado, ainda incipiente no país.
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O ESTADO DE BEM-ESTAR
• Também chamado de Welfare State, foi uma característica marcante do 
Estado brasileiro e mundial também após a crise de 1929, onde a 
população era totalmente amparada e protegida pelo Estado, que 
proviaquase todas as suas necessidades básicas e promovia, assim, o 
bem-estar social em épocas de penúria econômica.
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTADO REGULADOR
• É a política liberal de reduzir o tamanho do Estado pela transferência, 
ao setor privado, da produção de bens e serviços. Saindo do cenário 
produtor, passa então e regular e controlar essas atividades. O 
surgimento de Agências Reguladoras como a ANATEL, a ANEEL e a 
ANP são um exemplo deste Estado que não mais produz em demasia, 
mas regula boa parte da produção e comercialização realizada no país.
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REFORMA E MODERNIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O ATUAL ESTADO BRASILEIRO
• No plano político, transitamos pelo Estado oligárquico, autoritário e, ao final, 
democrático.
• No plano administrativo, transitamos do Estado patrimonial ao gerencial.
• No plano social, da sociedade senhorial para a sociedade pós-industrial.
• O Brasil de hoje é radicalmente diferente de um século atrás.
• O Brasil possui uma economia mais rica, uma sociedade mais diversificada, um 
Estado mais democrático e uma administração pública menos patrimonialista e 
mais gerencial.
• Essa modernização, no entanto, não diminuiu as injustiças, e o 
desenvolvimento não levou a convergir com os países ricos.
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