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RESUMO PARA LEITURA INICIAL
PROFª ANDREA VANZELLI
Exercício físico, sistema imune e câncer
O câncer, atualmente, constitui-se de uma das principais causas de morte da população e pode ser conceituado como um conjunto de mais de cem doenças que tem em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Após uma mudança no material genético (DNA), as células cancerosas passam a se reproduzir sem controle, se multiplicam por outros tecidos e formam tumores (acumulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas que interferem nas funções do organismo, aglomerando-se fora das células normais e roubando-lhes nutrientes.
Um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original e que, raramente, constituem um risco de morte.
As causas do câncer podem ter origem ambiental (fatores estruturais externos do ambiente e estilo de vida das pessoas) ou genética. De todos os casos de câncer, de 80% a 90% estão relacionados a fatores ambientais. Por exemplo, o tabagismo é fator de risco para câncer de pulmão e a exposição solar excessiva é fator de risco para câncer de pele. O processo de envelhecimento aumenta a suscetibilidade para o câncer, pois as pessoas ficam expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco. Os fatores de risco ambientais para o câncer são denominados de cancerígenos ou carcinógenos e, o surgimento da doença, depende da intensidade e duração da exposição aos agentes causadores.
Fatores ambientais como exposição, a água, a terra e ar, o ambiente ocupacional (industria químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo de vida) formam os diversos meios ambientais em que o câncer pode ocorrer. São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos.
Quanto a magnitude do problema, o câncer é uma das maiores causas de morbidade e mortalidade, pois foi responsável por 7,9 milhões de mortes no mundo no ano de 2007, o que significa por volta de 13% do total dos casos de mortalidade. Sem contar que cerca de 30% de todos os tipos de câncer e 40% das mortes por todos os tipos de câncer podem ser prevenidos.
Por volta de 72% de todos os tipos de câncer ocorridos no ano de 2007 aconteceram em países de renda media e baixa. No Brasil, o câncer foi a quarta causa principal de morte no ano de 2005, sendo responsável por cerca de 14,8% dos óbitos totais e por 78,9 mortes para cada 100 mil habitantes. As estimativas mais recentes de casos de cancer indicaram que no ano de 2008, o Brasil teve 466,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, sendo 231,9 casos por cada 100 mil habitantes em homens e 234,9 casos por cada 100 mil habitantes em mulheres.
Quanto as variáveis ambientais, a ideia de que a atividade física pode ser uma importante variável para prevenção do câncer não é nova e alguns estudos já discutiam essa temática desde a década de 1920. Dois estudos epidemiológicos de 1922 trouxeram evidencias, examinando as taxas de mortalidade entre homens de diferentes ocupações na Australia, Inglaterra e EUA, mostrando que as taxas de mortalidade por câncer declinavam com o aumento da atividade física no trabalho.
Estudo prospectivo realizado em 17000 homens da coorte de Harvard Alumni que durou de 12 a 16 anos mostrou que, depois do ajuste por idade, tabagismo e IMC, os homens que tiveram gasto energético inferior a 500Kcal em atividade física tiveram também 50% a mais de risco de mortalidade por todas as causas de câncer em comparação com os homens que tiveram gasto energético igual ou superior a 500kcal em atividade física por semana.
Em geral, a atividade física regular e o controle do peso corporal conseguem reduzir a incidência de câncer em até 20%. Revisão recente de 170 estudos epidemiológicos mostrou que existem fortes evidencias que altos níveis de atividade física contribuem para o decréscimo no risco de câncer de colon e mama e prováveis evidencias de contribuição da atividade física na redução do câncer de próstata pulmão e do endométrio.
Quanto ao câncer de colo-retal, 4º tipo de maior incidência em 2005. Tumores que atngem o colon (intestino grosso e o reto). Tratável e frequentemente curavelquando localizado no intestino. Principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos, historia familiar de câncer de colon e reto, historia pessoal pregressa de câncer, dieta com alto teor de gordura, inatividade física, obesidade, dentre outros. Existem dados na literatura de redução de até 80% do risco desse tipo de câncer através da atividade física, 1000kcal de gasto energ. por semana podem reduzir o risco em até 50%.
A pratica da atividade física contribui para a diminuição do tempo do transito gastrointestinal, incrementando o peristaltismo, reduzindo o tempo o decréscimo na segmentação fecal ajudando a mover o bolo fecal ao longo do colon e contribuindo para a redução do contato de potenciais agentes carcinogênicos com a mucosa do colon. Além disso, AF contribui p diminuição da hiperinsulinemia e da obesidade e mudanças nas prostaglandinas, diminuição na secreção de ácidos da bílis e regulação da flora intestinal.
A atividade física regular não só traz inúmeros ganhos, como também previne perdas associadas à inatividade oriunda de períodos de afastamento das atividades usuais em decorrência do tratamento do câncer ou de suas manifestações.  Em casos de inatividade acentuada, como aquela presente quando uma internação hospitalar se faz necessária, são observadas perdas consideráveis da capacidade cardiovascular e muscular, entre outras consequências.  Estudos com pacientes restritos ao leito evidenciam perda de capacidade cardíaca e de força muscular aproximada de 1% ao dia (segundo diferentes estudos: 0,7 – 1,5%/dia), até um nível platô de perda entre 20 a 50%, bem como perda de massa óssea.  A perda de força muscular afeta com maior intensidade os músculos relacionados à sustentação de peso e manutenção da postura, ou seja, os músculos antigravitacionais, como músculos lombares e extensores de membros inferiores.  Sendo assim, durante uma possível internação, assim que estabilizado o quadro clínico, devem ser introduzidos exercícios com finalidade terapêutica.  O simples permanecer em pé (ortostatismo) implica em gasto energético 16 a 19% superior ao despendido no repouso em posição sentada.  
 	Além dos benefícios gerais associados à prática regular de atividade física, muito conhecidos e divulgados, como a melhora da capacidade cardiopulmonar e metabólica, do condicionamento musculoesquelético, da saúde mental, da imunidade e do sono, há benefícios específicos observados em pacientes oncológicos.  Entre os benefícios específicos observados, merecem destaque: o ganho de funcionalidade (melhora da capacidade física e maior independência para a realização de atividades do cotidiano), de qualidade de vida, a melhora da fadiga, comum em pacientes com câncer, e a redução da recorrência e mortalidade em alguns cânceres.  E, seu conhecido impacto sobre a saúde mental é particularmente benéfico, uma vez que a depressão também é muito prevalente nesta população. Um estudo envolvendo pacientes com diferentes tipos de câncer, em tratamento quimioterápico, evidenciou que os pacientes submetidos a um programa de exercícios por seis semanas apresentaram redução da fadiga, melhora da vitalidade, força muscular, funcionalidade, bem como da capacidade aeróbia.   O programa de exercícios incluiu treino cardiovascular (atividade aeróbia - caminhada), treino de resistência (“musculação”) e relaxamento, três vezes por semana, e atividades de consciência corporal e relaxamento uma vez por semana, com um total de nove horas de atividade por semana. 
 
Um estudo envolvendo pacientes em seguimento de câncer de mama, próstata, colorretal, bexiga, útero e melanoma, demonstrou que a prática regular de atividade físicacontribuiu de forma significativa para a melhora da qualidade de vida dos pacientes. No que diz respeito ao câncer de mama, a prática da atividade física melhora a capacidade cardiopulmonar, a fadiga, a composição corpórea e atua na prevenção dos efeitos do imobilismo associados à inatividade e na manutenção da capacidade funcional para a realização de atividades cotidianas.  O exercício auxilia o controle de peso e do conteúdo de gordura corpórea, e influencia o nível de hormônios circulantes ligados ao câncer de mama.  Leva a redução de substâncias relacionadas ao crescimento tumoral. Um estudo com pacientes em seguimento de longa data para câncer de mama, próstata e cólon, com sobrepeso, evidenciou que um programa de orientação e incentivo para alimentação adequada e prática de atividade física domiciliar por 12 meses se mostrou significativo para a melhora da qualidade de vida dos pacientes. 
 	Em pacientes com linfoma não-Hodgkin foi observado ganho de qualidade de vida naqueles que realizavam ao menos 150 minutos de atividade física moderada ou intensa por semana e também algum ganho naqueles que praticavam alguma atividade física, em comparação a sedentários.  Achados positivos, com melhora da qualidade de vida, capacidade cardiovascular, fadiga, saúde geral e mental também foram observados em um outro estudo com pacientes com diferentes tipos de linfoma. Em um estudo com mulheres com câncer de mama foi observado que aquelas que realizavam atividade física regular, como caminhada rápida, por 2 a 3 horas por semana, apresentaram redução do risco de morte de 45% durante o tempo de seguimento do estudo.  Outro estudo conseguiu demonstrar maior sobrevida de mulheres com câncer de mama que praticavam atividade física regular e seguiam uma dieta rica em frutas e verduras. Em pacientes com câncer de cólon foi evidenciado que pacientes que realizavam ao menos 150 minutos de atividade física moderada ou intensa por semana apresentavam índices de qualidade de vida em média 18% superiores.  Um outro  grupo de pesquisadores observou ainda que a prática regular de atividade física teve impacto na redução da recorrência e mortalidade de câncer colorretal – seus achados foram publicados em dois estudos recentes.
 	Acredita-se que os principais mecanismos envolvam sua influência sobre a indução da carcinogênese (iniciação e progressão tumoral), sobre o metabolismo, a imunidade, os níveis hormonais, fatores de crescimento, a redução da inflamação, a supressão da angiogênese e a redução da gordura corporal.
 
A gordura abdominal acumulada apresenta atividade metabólica intensa e está associada à carcinogênese.  A atividade física pode reduzir a obesidade, que está associada ao câncer de cólon, de mama em mulheres pós-menopausa e de endométrio, e reduzir os níveis de hormônios sexuais endógenos associados ao câncer de mama, próstata e endométrio.
 	No que diz respeito à melhora da imunidade, é sabido que a prática regular de atividade física apresenta este efeito, com aumento da atividade das células de defesa como macrófagos e linfócitos, no entanto não há comprovação de seu efeito sobre os cânceres que envolvem diretamente as células do sistema imunológico.
 
Adicionalmente, a prática regular de atividade física reduz os níveis de insulina, glicose, triglicérides e eleva os níveis da fração HDL do colesterol, que também estão associados ao risco de desenvolver alguns tipos de câncer.

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