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HAS e fatores de risco

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Hipertensão Arterial e fatores de riscos
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica (não transmissível) e multifatorial caracterizada pelo aumento sustentado dos níveis pressóricos, ou seja, pressão arterial sistólica (PAS) acima de 140mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmHg.
Trata-se de uma condição frequentemente assintomática, que costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos como cérebro, coração, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, e diabetes melito (DM)
Como dito anteriormente, HAS é uma doença multifatorial e consequentemente apresenta vários fatores de risco. Dentre eles, tem-se:
· Genética 
Os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50%. O componente genético é importante como causa para uma pequena parte dos hipertensos e a interação da genética com o meio ambiente é responsável pela maioria dos casos de hipertensão arterial;
· Idade 
Com o envelhecimento, a PAS torna-se um problema mais significante, resultante do enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias. Em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam HÁ;
· Sexo
Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais elevada entre homens, mas a elevação pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Assim, na sexta década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior. Em ambos os sexos, a frequência de HA aumenta com a idade, alcançando 61,5% e 68,0% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente;
· Etnia
A etnia é um fator de risco importante para a HA, mas condições socioeconômicas e de hábitos de vida parecem ser fatores mais relevantes para as diferenças na prevalência da HA do que a implicação étnica propriamente dita;
· Sobrepeso/Obesidade
Parece haver uma relação direta, contínua e quase linear entre o excesso de peso (sobrepeso/obesidade) e os níveis de PA;
· Ingestão de Sódio e Potássio
A ingestão elevada de sódio tem-se mostrado um fator de risco para a elevação da PA, e consequentemente, da maior prevalência de HA. Cabe destacar, ainda, que o consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco modificáveis para a prevenção e o controle da HA e das DCV;
· Sedentarismo
 O sedentarismo é um dos fatores que contribuem para a elevação da pressão arterial, como também está associado a outras condições que agravam a situação hipertensiva, entre elas, diabete, obesidade, dislipidemia e síndrome metabólica. A inatividade física incrementa o sobrepeso, a obesidade, eleva os triglicerídeos, reduz o HDL-colesterol e converge para o aumento de cintura abdominal, síndrome metabólica e resistência à insulina, culminando na elevação da pressão arterial sistêmica;
· Álcool
O álcool exerce uma ação aguda após o consumo, sendo responsável pelo desenvolvimento de hipertensão arterial em longo prazo. Estudos em modelos em animais sugerem que a hipertensão induzida pelo etanol está relacionada ao comportamento bifásico da ação aguda do álcool na atividade simpática e a uma resposta mediada dos barorreceptores ainda desconhecida;
· Fatores Socioeconômicos
Entre os fatores socioeconômicos, podemos destacar menor escolaridade e condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar, como fatores de risco significativo para HA.
OBSERVAÇÃO: Além dos fatores clássicos mencionados, é importante destacar que algumas medicações, muitas vezes adquiridas sem prescrição médica, e drogas ilícitas têm potencial de promover elevação da PA ou dificultar seu controle. Entre eles, estão: os inibidores da monoaminaoxidase e os simpatomiméticos, como descongestionantes nasais (fenilefrina), antidepressivos tricíclicos (imipramina e outros), hormônios tireoidianos, contraceptivos orais, anti-inflamatórios não esteroides, carbexonolona e liquorice, glicocorticoides, ciclosporina, eritropoietina, drogas ilícitas (cocaína, cannabis sativa, anfetamina e 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA). 
REFERÊNCIAS: 
ISSA, Aurora Felice Castro et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial–2020;
LOPES, Heno Ferreira. Genética e hipertensão arterial. Rev. bras. hipertens, p. 87-91, 2014;
AZIZ, José Luís. Sedentarismo e hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 21, n. 2, p. 75-82, 2014;
DE ALMEIDA, Thassiany Sarmento Oliveira; FOOK, Sayonara Maria Lia; MARIZ, Saulo Rios. Associação entre etilismo e subsequente hipertensão arterial sistêmica: uma revisão sistematizada. Revista Saúde & Ciência Online, v. 5, n. 1, p. 76-90, 2016.

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