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DIREITO CIVIL VI - AULA - 6

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DIREITO CIVIL VI – AULA – 6
Sucessão Legítima (Ordem de Vocação Hereditária) – Continuação
Introdução
Nesta aula, você irá reconhecer a sucessão do cônjuge e os requisitos para ser legitimado a suceder. O cônjuge ocupa a terceira classe na ordem de vocação hereditária e se tornará herdeiro exclusivo, sem concorrência, na falta de descendentes e de ascendentes. Você irá, também, compreender o direito real de habitação e suas consequências.
Os direitos sucessórios, na união estável, a sua evolução e a interpretação do artigo 1.790 do Código Civil de 2002, serão analisados. Analisaremos, ainda, a decisão do STF sobre a inconstitucionalidade do artigo e o efeito que produzirá sobre as decisões já transitadas em julgado.
A sucessão do cônjuge, seus requisitos e o direito real de habitação
O cônjuge, a partir da edição do Código Civil de 2002, tornou-se herdeiro necessário, conforme artigo 1.845. Desde então, passou a ter direito a legítima, não poderia mais ser afastado por testamento. O Código Civil atual proporcionou que o cônjuge passasse a herdar em concorrência com descendentes, dependendo do regime de bens do casamento, e com ascendentes, casado sob qualquer regime de bens.
O cônjuge ocupa a terceira posição na ordem de vocação hereditária, prevista no artigo 1.829 do Código Civil. Serão chamados a suceder com exclusividade, apenas na ausência de descendentes e ascendentes. Alinhado com artigo 1.838 do mesmo diploma legal.
Art. 1.845, CC: São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.829, CC: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens; ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.838, CC: Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente.
Requisitos para Sucessão do Cônjuge
O cônjuge, para ser herdeiro, precisa preencher os requisitos do artigo 1.830 do Código Civil, sendo necessário que, ao tempo da abertura da sucessão, esteja em comunhão plena de vida com o autor da herança.
Art. 1.830, CC: Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.
VOCÊ SABIA?
Fica claro que a separação judicial teria, para o legislador, posto fim à convivência que seria fundamental para garantir direitos sucessórios.
	Continuar lendo o arquivo: Requisitos para Sucessão do Cônjuge
O conflito entre cônjuge separado de fato e companheiro
Como vimos, o “cônjuge separado de fato”, se inocente, poderá herdar; e, como a união estável pode ser considerada para aquele que está “separado de fato”, existe a possibilidade de concorrência entre o “cônjuge inocente separado de fato” e o companheiro. Diante disso surgem três posicionamentos:
1º
Afasta-se o direito do convivente e confere-se o direito sucessório, apenas ao cônjuge sobrevivente. Essa corrente funda-se na interpretação restritiva do artigo 1.830 do Código Civil.
2º
Concede direitos sucessórios ao companheiro, baseando-se que a sociedade conjugal existe de direito, mas não de fato. Não sendo razoável que uma pessoa que não tem mais convívio com o falecido receba, em detrimento daquela que se relaciona com o morto no momento da abertura da sucessão.
3º
Ambos, cônjuge e companheiro, concorrem à sucessão do falecido, nos termos do que a lei concede a cada um por direito.
Continuar lendo o arquivo: O conflito entre cônjuge separado de fato e companheiro
Do direito real de habitação como direito sucessório do cônjuge
Esse direito real é concedido pelo artigo 1.831, do Código Civil, ao cônjuge, em decorrência da viuvez.
Art. 1.831, CC: Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
O direito de habitação permite que o cônjuge, mesmo que não seja herdeiro, permaneça habitando o imóvel que sirva de residência da família. O Código Civil anterior limitava esse direito a enquanto durasse a viuvez. Assim, se o cônjuge casasse novamente ou passasse a viver em união estável perderia esse direito. O Código Civil atual não traz essa limitação.
“O direito real de habitação sobre o imóvel que servia de residência do casal deve ser conferido ao cônjuge/companheiro sobrevivente não apenas quando houver descendentes comuns, mas também quando concorrerem filhos exclusivos do de cujus” (STJ, REsp 1.134.387/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. p/ Acórdão Ministro Sidnei Beneti, j. 16.04.2013, DJe 29.05.2013).
A sucessão decorrente da união estável e entenderá os questionamentos o posicionamento adotado pelo Código Civil de 2002
A união estável passou a ser reconhecida como espécie de família, em 1988, no artigo 226 da Constituição. Mas, a sua regulamentação somente foi estabelecida em 1994.
Art. 226, CF: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
A Lei nº 8.971/94, primeira a disciplinar a união estável, concedeu aos conviventes direitos sucessórios na falta de herdeiros necessários (descendentes e ascendentes). Havendo herdeiros necessários, o convivente, teria direito ao usufruto de ¼ dos bens do falecido, enquanto não casasse ou passasse a viver nova união estável. Concedeu, ainda, direito a meação.
Posteriormente, a Lei nº 9.278/96 concedeu direito real de habitação, complementando o direito concedido pela lei anterior. A partir de 1996 os direitos do companheiro, na união estável, seriam concedidos de acordo com o que foi conferido pelas duas leis que tratavam sobre o tema.
O Código Civil de 2002, no artigo 1.790, concedeu direitos sucessórios aos conviventes de um modo diverso daquele concedido aos cônjuges e não mencionou a possibilidade de direito real de habitação, que havia sido concedido anteriormente na Lei nº 9.278/96.
Quanto a interpretação do Artigo 1.790 do Código Civil, observamos:
Os requisitos para a sucessão do companheiro, de acordo com o artigo 1.790 do Código Civil, são:
a) Viver em União Estável à época do óbito;
b) Falecer um deles na vigência do CC/02;
c) Aquisição de aquestos;
d) Comprovação em juízo da qualidade de companheiro através de ação ordinária.
Direito Real de Habitação
O artigo 1.831, do Código Civil, não menciona a possibilidade do direito real de habitação do companheiro, apenas do cônjuge.
Art. 1.831, CC: Ao cônjuge sobrevivente, qualquerque seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
A solução foi dada através do Enunciado 117 da 1º Jornada do Conselho da Justiça Federal:
Sucessão do companheiro concorrendo com filhos comuns
Nessa hipótese, o convivente teria direito à herança sob os aquestos, os bens particulares seriam herdados apenas pelos filhos e o companheiro teria direito a quinhão igual ao dos filhos.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho.
Antes de definir a herança não se esqueça de separar a meação do companheiro.
Os bens comuns são divididos entre os filhos e o companheiro sobrevivente. Já os bens particulares, apenas entre os filhos.
Sucessão do companheiro concorrendo com filhos do morto ou com filiação híbrida
Nesse caso, o convivente tem direito a apenas o quinhão equivalente à metade do quinhão dos filhos e, também, apenas sob os aquestos.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles.
O Código Civil não menciona a filiação híbrida, assim a posição doutrinária e jurisprudêncial é a aplicação do inciso II do art. 1.790 nesses casos.
Sucessão do companheiro em concorrência com outros parentes
A maioria da doutrina entende que esse inciso deve ser interpretado de forma autônoma do caput. Assim, concorrendo com outros parentes (ascendentes e colaterais de até 4º grau), herda sobre todos os bens, não apenas sobre os aquestos.
Companheiro em concorrência com ascendentes vivos
2/3 a ser dividido entre os primos
Da declaração de inconstitucionalidade do artigo 1.790 do Código Civil
O RE nº 878.694 começou a ser julgado em agosto de 2016. O Ministro Relator, Luís Roberto Barroso, julgou pela inconstitucionalidade do artigo, pois diferenciava a sucessão na união estável, da sucessão do cônjuge e para ele estaria em desacordo com o que preceitua o artigo 226 da Constituição que entende a união estável como espécie de família.
Após serem proferidos sete votos que acompanhavam o relator, o Ministro Dias Toffoli pediu vistas do processo e, em março de 2017, devolveu os autos emitindo seu voto contrário à inconstitucionalidade do artigo, pois acredita que o reconhecimento da união estável como espécie de família não a equipara à família matrimonial, que segundo ele, seria a preferida do legislador constitucional e, portanto gozaria de mais proteção.
Em seguida ao voto contrário emitido por Toffoli, o Ministro Marco Aurélio pediu vistas do processo e entendeu a necessidade de que fosse julgado juntamente com o RE nº 646.721, que tratava da Sucessão na União Homoafetiva. O Ministro Marco Aurélio apresentou voto-vista acompanhando a divergência aberta pelo Ministro Dias Toffoli na sessão do último dia 30 março.
Porém, em 13 de maio de 2017, foram votos vencidos e, no sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regime sucessório entre cônjuges, companheiros e companheiros homoafetivos devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil.
O Ministro Barroso, em seu voto, estipulou que os processos que estão em curso, mesmo os que já tenham decisões, mas ainda não transitaram em julgado sejam atingidos pela decisão do STF. Assim, os processos já transitados em julgado não sofreriam nenhuma alteração.
Luís Roberto Barroso é um jurista, professor e magistrado brasileiro. É ministro do Supremo Tribunal Federal desde 26 de junho de 2013.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Roberto_Barroso Acesso em: 13 jul. 2017.
Portanto, podemos entender que a partir de agora, cônjuge e companheiro hetero e homoafetivos herdam da mesma forma, seguindo a ordem de vocação hereditária, do artigo 1.829, do Código Civil.
Art. 1.829, CC: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721)   (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Atividades
Questão 1: (E M E R J - PROVA DE SELEÇÃO - CP I - 2º SEMESTRE/2014/ adaptada)
O companheiro homoafetivo supérstite, convivente com o falecido pelo regime da comunhão parcial de bens, concorre com os descendentes dele na partilha dos bens particulares?
GABARITO
Em conformidade com recente decisão do STF, as uniões homoafetivas devem ter tratamento idêntico à união estável, e considerou que o artigo 1.790 é inconstitucional. O companheiro homoafetivo herda na forma do artigo 1.829, assim como o cônjuge. Assim, ao concorrer com descendentes, aquele que vive sob o regime da comunhão parcial de bens, terá direito a herdar apenas sob os bens particulares e será meeiro dos aquestos.
Questão 2: (XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO)
Íris e Apolo, residentes no Rio de Janeiro, iniciaram namoro no final de 2008, estando ambos divorciados. Desde 2010, mantinham relação pública, notória, contínua e duradoura, coabitando desde o início desse mesmo ano no domicílio de Íris, juntamente com Selene, de 19 anos, fruto do primeiro casamento de Íris.
Íris e Apolo optaram por não realizar uma escritura de união estável. Alguns meses após a mudança para o domicílio de Íris, Apolo vendeu o apartamento em que residia e, com o produto da venda, adquiriu uma casa, onde seus filhos gêmeos do primeiro casamento, Pietro e Dionísio, de 22 anos de idade, passaram a residir.
Em janeiro de 2011, o casal, juntamente com Selene, mudou-se para outro apartamento, arrematado nesse mesmo mês por Apolo, em praça judicial, com recursos provenientes dos rendimentos do casal. Lá realizaram diversas obras, em razão de o apartamento necessitar de reformas nas instalações hidráulica e elétrica.
Em 26 de dezembro de 2014, Íris e Apolo, acompanhados de Selene, sofreram acidente automobilístico, no qual faleceram ao mesmo tempo, sem deixar testamento, tendo sido declarada a morte do casal em suas respectivas certidões de óbito.
Selene, ainda que gravemente ferida, sobreviveu. Meses depois do acidente, Pietro, na qualidade de inventariante, enviou notificação para Selene, que ainda residia no mesmo apartamento, comunicando que ele e Dionísio, únicos herdeiros de Apolo, tomariam a posse do apartamento, caso ela não o devolvesse voluntariamente, sob o argumento de o bem pertencer somente a seu pai, uma vez que este o arrematara em seu nome apenas.
Selene, na qualidade de única herdeira de sua mãe Íris, o(a) procura em busca de orientação jurídica. Sobre a situação descrita, responda:
Quem são os herdeiros dos imóveis adquiridos por Apolo enquanto residia com Íris e como deverão ser partilhados?
GABARITO
A CRFB/88 inovou ao conferir à união estável atributos de entidade familiar, proclamando no art. 226, § 3º, que “para efeito da proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”, sendo o tema atualmente disciplinado pelo CC.
Restando demonstrada a unidade familiar, impõe-se o reconhecimento da união estável, nos termos do art. 1723, § 1º, e do art. 1725, ambosdo CC, entre Íris e Apolo — de janeiro de 2010, quando passaram a residir conjuntamente no apartamento de Íris, a 26 de dezembro de 2014, data do óbito de ambos — incidindo à hipótese o regime da comunhão parcial de bens para o patrimônio havido em comum, no referido período, uma vez que a questão não menciona a existência de escritura de união estável com adoção de regime diverso.
A casa adquirida para residência de Pietro e Dionísio foi sub-rogada em bem particular de Apolo e, portanto, não se comunica com Íris (Art. 1.659, inciso I, do CC), sendo apenas os filhos gêmeos os herdeiros desse bem. Já o apartamento arrematado foi adquirido com recursos provenientes do esforço comum do casal, pelo que deve ser partilhado entre o espólio de ambos, na proporção de 50% para cada um (Art. 1.660, inciso I, do CC).
Cumpre ainda destacar que não há que se falar em direitos sucessórios entre Íris e Apolo, uma vez que são comorientes (Art. 8º do CC), pelo que Selene herdará 50% do imóvel adquirido durante a constância da união daqueles, enquanto que Pietro e Dionísio, filhos de Apolo, os outros 50% (Art. 1.835 do CC), na proporção de 25% cada um.