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TCC 14

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agradecimentos
 “A um homem nada se pode ensinar. Tudo que se pode fazer é ajudá-lo a se encontrar. Poucas foram às oportunidades que tive para agradecer-lhes por tão grandioso trabalho. Neste momento de alegria, no qual celebramos o final de uma longa etapa, aproveito para prestar uma justa e sincera homenagem a vocês, que pela amizade ou pelo simples convívio, nos apontaram o caminho!”
A Professora/Tutora presencial Camila Ventura, orientadora e amiga de todas as horas, que acompanhou minha jornada acadêmica no decorrer desses 4 anos de curso e a todos os outros professores/tutores à distância que contribuíram para minha formação.
 As minhas colegas de curso Clarice, Daniela, Dione, Jaquelaine, Alessandra e Roberta, pelo apoio e paciência que juntas dividimos nossas alegrias, angustias e aprendizados, somos mais que vencedoras!
O curso ainda não se findou, mais chegar até aqui já é um motivo de celebrar com felicidade e a Deus agradecer por está dádiva!
Recebam todos, o meu carinho, gratidão por tudo e principalmente por tornarem meus amigos para sempre!
 EPIGRÁFE
"O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar sonhos e concretizá-los dia a dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários." (Marilda Iamamoto Do Livro: O Serviço Social na Contemporaneidade, 2012. P.17)
BOEIRA, Ana Cláudia. Trabalho de Conclusão de Curso: O Desafio Social da Gravidez na Adolescência. 2018. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Vacaria, 2018.
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso foi elaborado como requisito parcial de aprovação no curso de Serviço Social, e tem como tema o desafio social da gravidez na adolescência. Trata - se de um estudo feito através de revisão literária com levantamento bibliográfico, a justificativa para realização deste trabalho foi a necessidade de compreensão e informação a cerca do tema escolhido, pois mesmo vivendo em um mundo com tanta tecnologia na comunicação, nota –se falhas na comunicação familiar, escolar e na comunidade, para a prevenção de gestação precoce. O objetivo deste trabalho foi identificar e compreender as transformações e mudanças que ocorrem na vida das adolescentes grávida os fatores de risco e consequências que a situação pode causar na vida da adolescente e da criança e a ligação dessas mudanças aos contextos familiares, educacionais e sociais ao qual pertencem, buscando identificar e entender as transformações e mudanças que ocorrem na vida de adolescentes. Conclui - se que a gestação na adolescência é considerada um desafio social com consequências permanentes para a vida da jovem mãe e o trabalho do Assistente Social é permanente que buscar proporcionar um resgate da dimensão humana, do cuidado e da prevenção a fim de diminuir a vulnerabilidade social que uma gestação na adolescência traz.
Palavras-chave: Adolescência. Gravidez. Desafios. Serviço Social. Assistência Social.
SUMÁRIO
131.	INTRODUÇÃO	�
141.1	OBJETIVOS:	�
141.1.1.	Objetivo Geral:	�
141.1.2.	Objetivos Específicos:	�
141.2.	JUSTIFICATIVA	�
151.3.	METODOLOGIA	�
162.	O DESAFIO SOCIAL DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA	�
172.1.	ADOLESCÊNCIA, GRAVIDEZ E SEXUALIDADE	�
192.2.	IMPACTOS SOCIAIS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA	�
312.3.	GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E QUESTÃO SOCIAL	�
322.4.	AS POLÍTICAS VOLTADAS PARA A ADOLESCÊNCIA E A SEXUALIDADE	�
322.5.	O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO TRABALHO DE EDUCAÇÃO SEXUAL	�
403.	CONCLUSÃO	�
424.	REFERÊNCIAS	�
�
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INTRODUÇÃO
 A adolescência significa crescer, fortalecer, tornar-se maior; é a fase do desenvolvimento humano situada entre a infância e a idade adulta, na qual ocorrem transições biológicas, psíquicas e sociais. A adolescência é também a fase das descobertas, onde ocorre a exploração do corpo, do desejo, da atração sexual e das fantasias sexuais. 
 Estamos vivendo num mundo de informações instantâneas onde existem muita facilidade de comunicação e acesso aos serviços de saúde, onde os jovens carregam informação e conhecimento no bolso . Mesmo assim iniciam a vida sexual cada vez mais precoce e muitas adolescentes estão engravidando em uma época da vida em que se encontram despreparadas para assumir as responsabilidades de mãe.
 Atualmente no Brasil vem crescendo o número de adolescentes grávidas, esse aumento precoce se transforma num grande problema social e de 
saúde pública.
 As equipes multiprofissionais das secretarias de saúde e assistência se deparam com inúmeros problemas relacionados à vida familiar, ao desenvolvimento pessoal, social e profissional da jovem gestante. 
 Ao engravidar as jovens tem de enfrentar paralelamente os processos de transformação da adolescência como também os da gestação.
 Segundo Camarano (1998:35), a fecundidade do grupo de 15 a 19 anos é comumente chamada de "fecundidade precoce", "não apenas por razões biológicas, relacionadas ao desenvolvimento humano, mas principalmente porque a gestação nessa idade antecipa os movimentos socialmente institucionalizados para a reprodução e, com isto, traz uma série de resultados indesejados para as mulheres e seus filhos". 
 De acordo com Heilborn (2002:18), a concepção contemporânea de gravidez na adolescência conflui de três modalidades de discurso. O biomédico, o psicossocial e o social. O primeiro discurso enfatiza os perigos decorrentes da gestação precoce para a saúde materno-infantil; o segundo, partindo da categoria imaturidade psicológica das adolescentes, aponta riscos psicossociais para as mesmas e o terceiro pauta-se no agravamento da pobreza, que pode estar relacionado ao incremento das famílias monoparentais chefiadas por mulheres, a interrupção precoce da trajetória escolar, assim como a inserção precária no mercado de trabalho. Tais fatores contribuem para configurar o fenômeno como intrinsicamente relacionado à "exclusão social".
 Tem como objetivo geral Identificar por meio de revisão bibliográfica, os fatores de risco e consequências da gravidez precoce, visando à ação do profissional de Serviço Social como um desafio a ser vencido.
 Os objetivos específicos é esclarecer os desafios da gravidez na adolescência, as causas e consequências que uma gestação precoce pode trazer na vida das adolescente com foco em ações que o assistente social pode fazer em relação a esse desafio social. 
 Destacar a importância do assistente social para a educação, informação e acompanhamento no seu meio de atuação, pois poderá trazer uma contribuição no que diz respeito à saúde e bem estar favorável ao adolescente, bem como a família e o contexto social que as mesmas estão inseridas.
   Justifica- se a escolha do tema, ressaltando a importância do atendimento à gestante adolescente com enfoque biopsicossocial de suas necessidades, oferecendo o apoio e orientações sobre todos os aspectos que envolve a gravidez, por meio de intervenções educativas continuadas e projetos que estabeleçam vínculos com as adolescentes grávidas a fim de minimizar as consequências negativas muitas vezes vividas nessa fase.
A metodologia utilizada na realização do trabalho foi de pesquisa bibliográfica com análise da produção científica sobre o tema proposto, as estratégias das pesquisas inclui, trabalhos científicospublicados, biblioteca virtual, periódicos, monografias, dissertações e teses. 
Foi feita uma leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa, referentes aos problemas da gravidez na adolescência, tendo como ideia inicial a adolescência e a sexualidade, as consequências da gravidez precoce e todos os fatores de risco que podem acontecer nessa fase, enfatizando a gestação precoce como uma Questão social e todos os impactos que podem causar na vida da adolescente. 
 Assistente social tem papel fundamental na resolução desse desafio social que é a gravidez na adolescência, conhecendo os anseios desta fase da adolescência, as dificuldades e as perturbações que a adolescente grávida passa, estabelecer um vínculo afetivo contribuindo para a superação de possíveis vulnerabilidades sociais, sempre destacando a prevenção e dando o suporte social com defesa dos direitos da adolescente grávida.
O DESAFIO SOCIAL DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A palavra "adolescência" tem origem no latim, onde ad = "para" e olescere = "crescer". Portanto, adolescência significa literalmente "crescer para".
Adolescência é uma etapa da vida marcada por transformações corporais, hormonais, comportamentais e todo o processo de mudança e adaptação psicológica, familiar e social a essas transformações, que ocorre entre os 10 e 20 anos de idade (período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde). 
 Confundem a adolescência com a puberdade. A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas. É durante a puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Estes ficam preparados para a reprodução. 
 Durante a puberdade, os meninos passam por mudanças corporais e biológicas como o aparecimento de pelos pubianos, crescimento do pênis e testículos, engrossamento da voz, crescimento corporal, surgimento do pomo-de-adão e primeira ejaculação.
 Entre as meninas, as mudanças mais importantes são: começo da menstruação (a primeira é chamada de menarca), desenvolvimento das glândulas mamárias, aparecimento de pêlos na região pubiana e axilas e crescimento da região da bacia.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente define adolescência como o período compreendido entre os 12 e os 18 anos de idade. 
O conceito de adolescência é relativamente recente. Nasceu no ocidente é visto de diferentes maneiras a partir da evolução e da cultura da sociedade a que o jovem pertença. A adolescência, que não é sinônimo de juventude, é um fenômeno determinado pela puberdade e entendido a partir das condições específicas da cultura em particular, fora das quais ela não ocorreria. Nascimento, (2000, p. 46).
Durante muitos anos, a sexualidade tinha a finalidade apenas de reprodução, era uma época de repressão. As crianças eram vistas como se não tivessem sexo, existia um silêncio total a respeito do assunto. Não era comum falar de sexo, assim como se fala nos dias atuais.
A gravidez na adolescência é considerada, antes de tudo, um fenômeno social, devido ao período de desenvolvimento, no qual recaem sobre os indivíduos certas expectativas sociais e configuram um modo de ser adolescente, por causa das transformações biológicas, cognitivas, emocionais e sociais pelas quais passam as pessoas (DIAS E TEIXEIRA, 2010).
A gravidez na adolescência, acontece com maior frequência nas famílias em situação de vulnerabilidade, violência e negligência, nas quais há também, a evasão escolar, o desemprego e a separação conjugal.
 A gestação na adolescência não deve ser vista apenas como algo não planejado e indesejado, uma vez que envolve fatores dependentes da subjetividade e da condição pessoal de cada um.
 As adolescentes de nível socioeconômico menos favorecido tendem a compreender a maternidade como algo positivo e, muitas vezes, esta condição é desejada, pois tornar-se mãe pode trazer um maior reconhecimento social, melhorando seu contexto sócio afetivo e marcando sua entrada na vida adulta. 
 Reconhecemos assim a importância da educação, da saúde e da assistência social através dos programas e projetos sociais, campanhas educativas/preventivas, nas quais ocorra o diálogo e o processo de informação sobre a prevenção da gravidez precoce. 
As questões relacionadas à proteção das crianças e dos adolescentes no Brasil, passaram a receber a devida atenção e maior visibilidade a partir de 1991 com a divulgação e disseminação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A partir da construção deste estatuto, pode-se constatar-se, a preocupação com a criança e o adolescente, tendo suas particularidades percebidas, entendidas e, se não resolvidas, encaminhadas para os serviços de atendimentos específicos.
O ECA (1990) e a Constituição Federal Brasileira (1988) adotaram o princípio da proteção integral às crianças, previsto também na Declaração Universal dos Direitos da Criança (1989), determinando como dever do Estado, da família e da sociedade, proteger crianças e adolescentes e em caso de algum destes direitos virem a ser violados e ameaçados, é dever destes restabelecer o exercício do direito. 
A Constituição Federal (1988) determina que: Art.227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Os direitos sociais são exercidos com a intervenção do Estado, no intuito de enfrentar a desigualdade social e visando a igualdade. Sendo assim, o Estado deve intervir na efetivação dos direitos sociais, ficando claro de que as leis também são expostas como garantia de direitos.
A questão da gravidez na adolescência merece maior visibilidade na área da Assistência Social, devido ao fato de que, muitas vezes, o direito da adolescente é desconhecido, violado e não efetivado, requerendo atenção devido à complexidade dos fatores que o envolvem. Neste sentido, as ações das políticas públicas se voltam a resgatar, preparar e/ou recuperar os indivíduos de suas vivências sociais, se tornando em expressões da questão social.
O trabalho do assistente social na educação sexual, tem o intuito de minimizar a gravidez precoce, é fundamental no âmbito das famílias que enfrentam tal realidade, bem coma a sociedade sujeita as consequências do fato, a assistente social trabalha junto a sua comunidade com as questões de prevenção e o planejamento familiar é um meio de controlar a fertilidade, sendo o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos.
O planejamento familiar é um conjunto de ações que ajudam as pessoas que querem ter filhos, escolher o melhor momento de suas vidas que com certeza não é na adolescência o melhor momento, é assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996.
 “Além de prevenir a gravidez não planejada, as gestações de alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida ao casal, que tem somente o número de filhos que planejou”, ressalta Patrícia Albuquerque, enfermeira obstetra do setor de planejamento familiar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os programas de planejamento familiar foram responsáveis pela diminuição de um terço da fecundidade mundial, entre os anos de 1972 e 1994.
No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007.  Ela inclui oferta de oito métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.
Toda mulher em idade fértil (de 10 a 49 anos de idade) tem acesso aos anticoncepcionaisnas Unidades Básicas de Saúde, mas em muitos casos precisa comparecer a uma consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha do método contraceptivo mais adequado deverá ser feita pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos.
Em 2008, o Ministério da Saúde alcançou a marca histórica de distribuir esses dispositivos em todos os municípios do território nacional. No ano seguinte, a política foi ampliada e houve maior acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção, bem como a preservativos e outros tipos de anticoncepcionais.
Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006, financiada pelo Ministério da Saúde, revelou que 46% das gravidezes não são planejadas.
A PNDS mostrou também que 80% das mulheres usam de algum método para evitar a gravidez. A pílula anticoncepcional e o Dispositivo Intrauterino (DIU) são os mais usados pelas brasileiras.
Graças à política de distribuição de meios anticonceptivos, houve diminuição no número de gravidezes indesejadas. Esse fator pode ter contribuído com a queda nos índices de abortos inseguros e, consequentemente, na mortalidade materna, indica estudo do Ministério da Saúde.
A ampliação do acesso aos métodos contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa “Aqui Tem Farmácia Popular” trouxe outro resultado positivo: a incidência de gravidez na adolescência (de 10 a 19 anos de idade) diminuiu 20% entre 2003 e 2009.
As ações educativas do Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2008, também apoiou a redução no número de adolescentes grávidas. Entre outras atividades, o programa distribuiu preservativos para cerca de dez mil instituições de ensino, beneficiando 8,4 milhões de alunos de 608 municípios.
O Serviço Social é uma profissão que tem características singulares. Para Netto (1996), ela não atua sobre uma única sociedade humana, nem se destina a todos os homens de uma sociedade ela pode abranger várias áreas e suas especificidades, está guiado em atuar sobre todas as necessidades humanas indiferente de classe social.
O profissional de Serviço Social é aqui, também considerando na sua condição de intelectual. (...) para que essa categoria não constitui um grupo autônomo e independente das classes fundamentais; ao contrário, tem o papel de dar-lhes homogeneidade e consciência de sua função, isto é, de contribuir na luta pela direção social e cultural dessas classes na sociedade. Trata-se do “organizador, dirigente técnico” que coloca a sua capacidade a serviço da criação de condições favoráveis à organização da própria classe a que se encontra vinculado. (Iamamoto,2008 p. 87)
Daí então que o serviço social é indispensável às classes sociais formadas pela população em situação de vulnerabilidade social. A clientela do Serviço Social configuram - se como os fragilizados socialmente e que necessitam de uma mediação profissional, para que tenham o acesso aos serviços que lhe são direitos adquiridos.
A atuação do Serviço Social na gravidez na adolescência tem por objetivo desenvolver ações ou intervenções de acordo com a demanda, tendo uma visão da totalidade da realidade social onde a qual está inserido comprometida pois é uma problemática social de grandes proporções para a vida do adolescente envolvido e principalmente sensibilizar enquanto usuário, aos direitos e serviços a ele oferecidos. 
Para Iamamoto (2007), o profissional precisa garantir uma sintonia do Serviço Social com os tempos atuais, dessa forma, é necessário romper com a visão endógena, focalista, ou seja, uma visão de "dentro para fora", visão prisioneira dentro dos limites institucionais. Além de ter que desenvolver a capacidade de decifrar a realidade e ter que construir intervenções criativas para efetivar direitos, de modo que seja propositivo e não somente executivo. Mas, para que isso aconteça, e até mesmo o mercado de trabalho demanda isto, o profissional de Serviço Social, além de executor precisa trabalhar na formulação de políticas públicas e na gestão de políticas sociais.
Sob esta perspectiva e diante dos aspectos que configuram o Assistente Social como um trabalhador social é o que o torna de extrema necessidade para a realidade do nosso país. 
A atuação não pode ser indiferente à educação sexual na adolescência já que a posição de orientador também lhe é requerida. Assim é de grande importância que o profissional de Serviço Social esteja apto para tal tarefa e esteja comprometido com o seu projeto ético-político e com este segmento da população que merece atenção.
Neste sentido fica evidente o papel do assistente social não só para casos específicos, mas sua contribuição favorece de forma considerável a sociedade de modo geral.
As análises das leituras realizadas para este trabalho e o conjunto informações e ferramentas utilizadas para esta pesquisa, possibilitou identificarmos diferentes áreas de conhecimento que buscam por respostas e esclarecimentos sobrea gravidez na adolescência, bem como ações e comportamentos nos contextos que permeiam as vivencias particulares e sociais das jovens.
Mais de 68% das mulheres brasileiras com idade a partir de 15 anos têm, no mínimo, um filho. Conforme resultado do último Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, os dados indicam a importância das políticas públicas voltadas à garantia dos direitos das gestantes no País.
A legislação brasileira assegura às mulheres grávidas, vários direitos em diversas esferas, trabalhistas, sociais ou relacionados à saúde, não apenas antes, mas também durante e após o parto.
Direito a atendimento médico 
Os direitos ligados à saúde da gestante envolvem uma série de garantias, que vão desde a atenção obstétrica e o cuidado hospitalar básico à prerrogativa de realizar, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), o teste para detecção de sífilis e/ou HIV. Veja abaixo os direitos garantidos pela legislação brasileira voltados à saúde das mulheres grávidas:
• Ser atendida com respeito e dignidade pelas equipes de saúde, sem discriminação de cor, raça, orientação sexual, religião, idade ou condição social.
• Aguardar o atendimento sentada, em lugar arejado, tendo à sua disposição água para beber e banheiros limpos.
• A gestante tem o direito, assegurado pela Lei nº 11.634 de 2007, de ser informada anteriormente, pela equipe do pré-natal, sobre qual a maternidade de referência para seu parto e de visitar o serviço antes do parto.
 
Art. 1o  Toda gestante assistida pelo Sistema Único de Saúde - SUS tem direito ao conhecimento e à vinculação prévia à:
I - maternidade na qual será realizado seu parto;
II - maternidade na qual ela será atendida nos casos de intercorrência pré-natal.
§ 1o  A vinculação da gestante à maternidade em que se realizará o parto e na qual será atendida nos casos de intercorrência é de responsabilidade do Sistema Único de Saúde e dar-se-á no ato de sua inscrição no programa de assistência pré-natal.
§ 2o  A maternidade à qual se vinculará a gestante deverá ser comprovadamente apta a prestar a assistência necessária conforme a situação de risco gestacional, inclusive em situação de puerpério.
Art. 2o  O Sistema Único de Saúde analisará os requerimentos de transferência da gestante em caso de comprovada falta de aptidão técnica e pessoal da maternidade e cuidará da transferência segura da gestante.
Art. 3o  A execução desta Lei correrá por conta de recursos do orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes suplementares.
Art. 4o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  27  de dezembro de 2007; 186o da Independência e 119o da República.
• Direito a vaga em hospitais: para o parto, a mulher gestante deve ser atendida no primeiro serviço de saúdeque procurar. Em caso de necessidade de transferência para outro local, o transporte deverá ser garantido de maneira segura.
• Acompanhamento especializado durante a gravidez, o que inclui exames, consultas e orientações gratuitas. 
• No Sistema Único de Saúde (SUS), a mulher grávida tem direito a um acompanhante (homem ou mulher), de sua indicação, durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto.
• A mulher internada para dar à luz em qualquer estabelecimento hospitalar integrante do SUS tem o direito de realizar o teste rápido para detecção de sífilis e/ou HIV.
• A gestante tem direito a receber do pai do bebê valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez, e que sejam dela decorrentes, até o parto.
• A mãe que for portadora do vírus HIV ou HTLV não deve amamentar o bebê. Por conta disso, ela tem o direito de receber leite em pó, gratuitamente, pelo SUS, até o a criança completar seis meses ou mais.
Direitos trabalhistas
A legislação do País possui uma série de mecanismos para assegurar que as gestantes ou mães não sejam prejudicadas no mercado de trabalho em razão de sua condição. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) busca garantir que a mudança de rotina gerada pela gravidez e, posteriormente, pelo período pós-parto, não seja um empecilho para o desempenho normal da atividade laboral. Além disso, uma das prioridades das leis do País é certificar que a saúde das gestantes e dos bebês em formação não seja afetada pelo trabalho. Confira a seguir as principais medidas:
• Licença-maternidade de 120 dias para gestantes que tiverem carteira de trabalho assinada.
• Não ser demitida durante o período em que estiver grávida e até cinco meses após o parto, a não ser por justa causa.
• Receber uma declaração de comparecimento todas as vezes em que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Apresentando esta declaração à sua chefia, as faltas ao trabalho serão justificadas.
• Até o bebê completar seis meses, há o direito de ser dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora ou um período de uma hora, para amamentação. 
• O empregador não pode exigir atestados de gravidez ou quaisquer outros que tenham objetivo discriminatório para fins de admissão ou manutenção do emprego de mulheres.
Direitos sociais
Além dos direitos ligados à saúde e ao trabalho, as gestantes também têm acesso a privilégios voltados à esfera social, como atendimento prioritário não apenas em espaços públicos, mas também em locais como bancos e supermercados, além de preferência no transporte público. Novamente, o objetivo dessas leis é garantir, sobretudo, o menor número de danos possível à saúde da mãe e do filho em desenvolvimento. Veja os principais direitos abaixo: 
• Acesso a guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento em instituições públicas e privadas.
• Assento prioritário para gestantes e mulheres com crianças de colo em ônibus e metrô.
• Se a família da mãe for beneficiária do Programa Bolsa Família, há direito ao benefício variável extra na gravidez e após o nascimento do bebê - para ter acesso ao auxílio, é preciso comparecer ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do município.
Direitos estudantis
Além de buscar que o ambiente profissional afete o mínimo possível a vida da futura mãe, as leis do Brasil buscam trazer garantias similares ao ambiente estudantil e acadêmico. Por isso, as gestantes, tanto menores quanto maiores de idade, podem, por exemplo, cumprir compromissos escolares em suas casas e ter direito à licença-maternidade sem qualquer tipo de prejuízo. Confira as principais medidas:
• A Lei nº 6.202/1975 garante à estudante grávida o direito à licença-maternidade sem prejuízo do período escolar.
• O Decreto-Lei nº 1.044/1969 determina que a estudante que estiver grávida poderá cumprir, a partir do oitavo mês de gestação, os compromissos escolares em casa.
• O início e o fim do período de afastamento serão determinados por atestado médico, que deve ser apresentado à direção da escola.
• Em qualquer caso, o direito à prestação dos exames finais é assegurado às estudantes grávidas.
• Se a mãe for adolescente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o direito ao atendimento com sigilo, privacidade e autonomia, além do recebimento de informações sobre saúde sexual e reprodutiva. A mãe adolescente também pode ser atendida sozinha, se preferir.
Adoção
Para o caso das mães que desejarem, precisarem ou decidirem entregar a criança em adoção, a Lei nº 12.010/2009 garante o direito de receber atendimento psicossocial gratuito.
Programa Rede Cegonha
Trata-se de uma estratégia do Ministério da Saúde que tem o objetivo de implementar uma rede de cuidados que garanta às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, além de assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde, da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e do IBGE.
A gravidez na adolescência é vista como uma questão social que requer atenção, devido à complexidade dos fatores que a envolvem, sendo que os direitos das gestantes adolescentes são, muitas vezes, desconhecidos, violados e não efetivados.
 As ações das políticas públicas devem ser voltadas para resgatar, preparar e ou recuperar os indivíduos de suas vivências sociais, tornando-se expressões da questão social, dentre eles a gravidez na adolescência, elemento central deste estudo. Sendo assim é importante observar o conjunto dos serviços e benefícios da assistência social, que atendem a faixa etária dos 15 aos 17 anos de idade, dos quais, merecem destaque as ações desenvolvidas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
 O CRAS é considerado a porta de entrada dos usuários à rede de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e nele, ofertam-se os serviços e ações do Programa de Atenção Integrada à Família (PAIF), mas pode também “prestar outros serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica relativos às seguranças de rendimento, autonomia, acolhida, convívio ou vivência familiar e comunitária e de sobrevivência a riscos circunstanciais” (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2015).
 O CREAS configura-se como uma unidade pública estatal que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, etc), e tem como foco a família, a situação vivenciada e o acesso da família a direitos socioassistenciais, por meio da potencialização de recursos e capacidade de proteção.
 O CREAS deve ainda, buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações. Dentro de seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação da situação apresentada (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2015).
	
ADOLESCÊNCIA, GRAVIDEZ E SEXUALIDADE
As questões relativas à sexualidade surgiram com a própria humanidade e vem sendo discutidas desde a antiguidade até os dias atuais. Nas últimas décadas a sociedade sofreu mudanças contundentes com relação ao estilo de vida e aos valores ligados a sexualidade, deixando de exercer ativamente o papel de controladora da vida sexual dos jovens. Essa crescente tendência da liberação do comportamento sexual vem contribuindo muito para o aumento da gravidez na adolescência (ALMEIDA, 2009).
Desse modo, o comportamento sexual tem como principal função a sobrevivência da espécie, assim a sexualidade na adolescência pode se expressar através de relação heterossexualou até mesmo homossexual, da masturbação, de fantasias e até mesmo de imitações, ou seja, a sexualidade é também um elemento estruturador da identidade do adolescente, assim ela se expressa de diversas formas nesse período da vida, pois o adolescente está em busca de sua representação social e em fase de transição, o que pode trazer consequências negativas ou não para sua vida futura.
Muitas adolescentes passam por traumas causados pelas situações constrangedoras podem acarretar em consequências negativas e estigmatizadas para o resto de suas vidas.
Estamos vivendo em um mundo onde o excesso de informações e liberdade recebida pelos jovens banalizam assuntos importantes, como o sexo. Surgindo uma geração onde os valores éticos e morais encontram-se desgastados, a liberação sexual vem acompanhada de certa falta de limite e responsabilidade transformando em um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na adolescência.
Os meios de comunicação estimulam o erotismo precocemente, valorizam o sexo, transmitindo mensagens equivocadas e distorcidas. A mídia desvincula o sexo da gravidez assim como a gravidez das suas consequências. Ela também estimula a adolescente a se espelhar e imitar os personagens das novelas e filmes, tendo nos ídolos exemplos de vida, não enxergando os riscos a que ela esta exposta (SILVA; BIFFI; GIULIANI, 2007);
Psicólogos, médicos, assistentes sociais e pedagogos concordam que os maiores responsáveis pelo aumento do número de adolescentes grávidas são: a liberação da sexualidade, a desinformação sobre o tema, a desagregação familiar, as precariedades das condições de vida e a forte influência dos meios de comunicação principalmente a televisão e a internet (DIAS; TEIXEIRA, 2010).
Esta fase da vida é de extrema importância no desenvolvimento do indivíduo, pois marca a estruturação da personalidade Winnicott (1971) apud Nascimento (2002 p. 43) defende a ideia que, esse seja um momento com duração de certo tempo e o tempo é um remédio natural, não se deve combatê-la, nem tentar curá-la, nem abreviá-la, trata se de acompanhá-la e se souberem explorá-la para que o sujeito obtenha dessa faze o melhor partido possível.
Outro fator importante que tem relevância na vida dos adolescentes é o afastamento dos membros da família e a desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, os pais estão cada vez mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma liberdade sem responsabilidade, os adolescentes procuraram os pais ou responsáveis apenas quando o problema se instalou.
O pouco ou nenhum diálogo com a família levam a atitudes impensadas e irresponsáveis. O contexto familiar pode influenciar no comportamento das adolescentes conduzindo-as à gravidez precoce. Em uma família onde impera a agressão, a indiferença, a comunicação inadequada e a falta de afeto proporcionam à adolescente a tentativa de superar essas carências afetivas através da ligação com o próprio bebê ou com o parceiro (ALMEIDA, 2009).
 Os pais são figuras importantes para a adaptação a essa nova situação da adolescente, para poder assimilar e adequar-se as mudanças em meio aos sentimentos de rejeição, aceitação, inquietações, alegrias e tristezas. 
 O posicionamento dos pais em relação a gravidez precoce sempre é de difícil aceitação, com inquietações positivos e negativamente, já as adolescentes respondem com posturas pessimistas devido o constrangimento e dificuldades de enfrentar os pais, além do sentimento de vergonha.
As dificuldades dos pais são múltiplas, pois foram educados de uma forma estrita, sem terem recebido ao longo da vida qualquer forma de educação sexual. 
Os pais ou responsáveis pelas adolescentes atribuem a gravidez como consequência da irresponsabilidade de suas filhas, pois elas deveriam estar focadas em estudar e começar a construírem seus futuros.
O diálogo aberto entre os pais e os filhos são fundamental para tirar dúvidas, para isso devem vencer o seu próprio constrangimento, serem sinceros, criar empatia e uma aproximação maior principalmente na adolescência que é a fase de muita inquietação.
Muitas adolescentes após a descoberta que serão mãe deixam os estudos e a escola, mas com a intenção e o desejo de voltar a estudar, concluir os
estudos do ensino médio e ingressar na universidade.
A escola aparece como referência ou ponte para tocar a vida, mas também como vertedouro de amizades, mas que, diante da gravidez, influencia para o rompimento de muitas amizades, diminuindo o número de amigos e o consequente o apoio. Fornecer informações sobre sexualidade com espaço de reflexões e questionamentos acerca de crenças, valores, tabus e a respeito de comportamentos e relacionamentos sexuais. 
A escola não deve e nem pode assumir o papel da família no, que se refere a orientação sexual, mas exerce papel fundamental na complementação da educação familiar. 
IMPACTOS SOCIAIS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
.Caracteristicamente os adolescentes passarem por várias transformações fisiológicas e psicológicas, apresentam baixa auto-estima o que explica o fato de mesmo informados sobre os riscos de sexo inseguro, ficam suscetíveis a doenças ou gravidez indesejada.
 A baixa auto-estima poderia impedir que elas se recusassem a praticar o sexo de forma segura com medo de perder o namora, parceiro ou por medo do eles pensariam delas. Parece que nossas jovens têm, primordialmente, o temos de não agradar o parceiro, e eles o medo de falhar. (Correia, 2006, p. 32)
De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), tem crescido 25% a cada década o índice de gravidez na adolescência, vem sendo considerada um fenômeno de questão social, pois a gestação precoce vem acompanhada de muitas dificuldades tanto para a mãe, quanto para a criança e consequentemente para a família e sociedade em geral.
O crescimento das adolescentes grávidas é um problema social onde a adolescente interrompe estudos, altera – se as relações familiares e sócias, sem contar os fatores de risco para sua saúde e do feto, o despreparo psicológico, financeiro e fisiológico.
Geralmente, a gestação precoce está associada à maturidade física da adolescente, juntamente com a sua capacidade reprodutiva precoce, até mesmo por imprudência ou por opção (CALDEIRA et al, 2000). Segundo estas autoras, essa maturidade física está relacionada de alguma maneira com a capacidade que essas adolescentes têm de menstruar muito cedo, por volta dos 10 a 14 anos. Dessa forma, essas adolescentes acabam atingindo precocemente a fertilidade, o que se configura como um dos fatores que mais contribui para uma gestação precoce.
Muitos são os impactos para a vida dos adolescentes que enfrentam uma gestação precoce, que muitas vezes é indesejada. Uma das razões da gravidez na adolescência, na maioria dos casos é resultante do modo em que foram criadas e consequentemente como desenvolveram-se os instrumentos intelectuais para lidar com o conjunto de pressões as quais estas jovens são submetidas com origem do pai ou da mãe, do recinto familiar piorando suas capacidades de superar angustias e demais conflitos que os afligem. (BOURDIEU, p. 43, 1998).
Perda de autonomia e da liberdade, afastamento dos amigos, rejeição do namorado, da família e da sociedade, dificuldades em executar atividades habituais, limitação da atividade sexual: a adolescente grávida tem que estar preparada para saber lidar com esses fatores, que só tomam concretude quando a gravidez já é uma realidade. (CALDEIRA et al, 2000; p.220)
Tais mudanças são evidentes na vida de uma mãe adolescente, pois ela enfrenta esta gestação considerada precoce , ainda tem que se abster de suas atividades normais de adolescente (brincar, estudar, sair com os amigos, passar mais tempo fora de casa). Além de sofrer com estes fatores externos que se configuram como negativos e mesmo assim tem que se habituaràs transformações físicas decorrentes da gravidez e também das mudanças características da adolescência.
A maternidade na adolescência não se limita apenas a um grupo social, mas é nas classes menos favorecidas que mais ele se evidencia. Para chegarmos a esta conclusão é necessário observar o grupo social e o lugar onde estes adolescentes vivem (NÓBREGA 1995 apud CALDEIRA et al, 2004), ou seja, para que possamos entender como a gravidez e a maternidade são vividas por estes adolescentes precisamos conhecer sua realidade, estar por dentro de suas reais necessidades.
Partindo deste pressuposto Viana (2006) afirma que a gravidez na adolescência configura-se como um problema de saúde pública e tem consequências sociais de grandes proporções, uma vez que a grande maioria das mães adolescentes tem de abandonar os estudos e muitas vezes até o emprego, colaborando assim para acentuar as desigualdades sociais. Para a autora, entre os outros argumentos mais frequentes usados para estabelecer a gravidez na adolescência como um problema de saúde publica, estão os efeitos adversos da saúde materna ou da criança, contribuindo assim para a perpetuação da pobreza.
Tabela 1 - Aspectos sociais e de saúde relacionados ao planejamento intercorrências, relacionamento e dinâmica familiar na gravidez.
	Gestação e nascimento. A gravidez foi desejada
	Total
	%
	Sim
	23
	58
	Não
	17
	42
	Total
	40
	100
	Durante a gravidez você realizou o pré-natal
	Total
	%
	Sim
	40
	100
	Não
	-
	-
	Total
	40
	100
	Especifique o local e freqüência
	Total
	%
	Posto de Saúde (mensal)
	36
	92
	Particular (convênio)
	2
	4
	Ambos
	2
	4
	Total
	40
	100
	Intercorrências no pré-natal
	Total
	%
	Sim
	4
	10
	Não
	36
	90
	Total
	40
	100
	Relacionamento familiar (concepção)
	Total
	%
	Muito ruim
	2
	5
	Nem ruim, nem bom.
	5
	12
	Bom
	20
	50
	Muito bom
	13
	33
	Total
	40
	100
	Relacionamento familiar (atual)
	Total
	%
	Nem ruim, nem bom
	2
	5
	Bom
	21
	53
	Muito bom
	17
	42
	Total
	40
	100
	
	
	
	Situação conjugal. Estado civil da mãe na (concepção)
	Total
	%
	Casada
	4
	10
	Solteira
	31
	78
	União estável
	5
	12
	Total
	40
	100
	Situação conjugal. Estado civil da mãe (atual)
	Total
	%
	Casada
	15
	38
	Solteira
	9
	22
	Divorciada
	1
	2
	União estável
	15
	38
	Total
	40
	100
	Os pais da criança viviam juntos na concepção
	Total
	%
	Sim
	 10
	25
	Não
	 30
	75
	Total
	 40
	100
	Os pais da criança vivem juntos atualmente
	Total
	%
	Sim
	28
	70
	Não
	12
	30
	Total
	40
	100
	Histórico familiar reproduzido: a mãe da adolescente também engravidou na adolescência? 
	 Total %
	
	Sim
	19
	47,5
	Não
	19
	47,5
	Subtotal
	38
	95
	Não respondeu
	2
	5
	Total
	40
	100
Fonte: Rosa; Minetto; Graciano,2011
 A desinformação com relação à contracepção retarda o início do uso de contraceptivos e o desconhecimento das funções corporais quanto à capacidade reprodutiva contribui para que ocorra atividade sexual desprotegida e despreocupada.
 Pesquisas revelam que muitos adolescentes têm conhecimento dos métodos contraceptivos, porém não os usam por diversos motivos: medo de a família descobrir, pela atividade sexual ocorrer de forma ocasional, pelo desejo de engravidar, por pensar que é função somente do homem e pela confiança de que não vai engravidar. Muito mais do que a falta de informação a gravidez na adolescência está ligada às características próprias dessa fase da vida (“comigo não acontece”, “se der errado depois a gente vê”) (SILVA; BIFFI; GIULIANI, 2007).
 Outro fator relevante são as condições sócio-econômicas. Para Camarano (1998, p. 35-46), a incidência de gravidez na adolescência é maior nas classes economicamente desfavorecidas. Oliveira (1998, p. 48-70), afirma que nas adolescentes em condições sócio-econômicas mais baixas, a gravidez é um fenômeno “natural”, pois para elas há poucas opções de vida. 
De acordo com Garcia (1985, p. 281), a gravidez pode representar “uma forma de preencher o vazio provocado pela falta de expectativas em relação ao futuro”, quando se trata de um grupo de adolescentes que vivem na marginalidade social. Muitas dessas adolescentes acreditam que a maternidade permite desempenhar novos papéis e formar redes de parentesco que podem ser valiosos em situações de necessidade e para melhorar a auto-estima (HOGA, 1999, p. 57).
 Como é uma fase cheia de contradições próprias da adolescência, essas contradições influenciam as adolescentes a praticarem atos sem planejamento tendo enfrentamentos futuros. As gestantes passam a conviver com dúvidas e preocupações relativas ao bem-estar fetal e ao parto com sentimentos de ambivalência em relação a vários aspectos relacionados à gravidez, “resignação em situações de abandono e felicidade, no caso de gravidez desejada, quando há apoio e participação familiar” (JENERAL; HOGA, 2004, p. 269).
Há, nesse sentido, associação entre gravidez precoce e as repercussões emocionais negativas para a adolescente. Os problemas físicos, emocionais e sociais envolvem sua vida, acrescidos pela falta de diálogo entre pais e filhos adolescentes, seja por constrangimento em tocar em assuntos de sexo (tabu em muitas famílias apesar do acesso aos novos meios de comunicação), seja por falta de apoio e conhecimento. “O suporte familiar, independente da condição social de origem, constitui um fato minimizador das repercussões emocionais negativas da gestação na adolescência” (BARBOSA et al, 2005, p. 73).
Muitas vezes a gravidez na adolescência é um meio de libertação para estas jovens, pois muitas delas ficam grávidas para casar, podendo se liberar das repressões que sofrem em casa, muitas vezes não compreendem a responsabilidade que é ter um filho, da importância de ter condições financeiras para alimentá-lo e educá-lo.
Ao se tornarem mães, estas adolescentes acabam deixando de lado uma importante fase de desenvolvimento e ingressam na vida adulta cheias de deveres e responsabilidades não somente com sua própria vida mas com o novo ser gerado em seu ventre. 
A ocorrência da gravidez na adolescência é considerada um fato negativo sendo esta uma situação irreversível. As adolescentes sentem-se ligadas ou presas a uma realidade difícil, de radicais mudanças, de perda de liberdade em suas vidas. Por outro lado, estas adolescentes se deparam com a situação complicada dos conflitos emocionais e sociais, assim como a necessidade de tomar decisões que só seriam necessárias num futuro distante.
Existem ainda vários fatores que podem dificultar essa nova fase na vida da adolescente, a baixa renda familiar ou até mesmo a situação de pobreza quando somadas a falta de estrutura emocional da jovem grávida e que muitas vezes não conta com o apoio do pai da criança e/ou da própria família são agravantes na vida social e familiar da adolescentes grávidas.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a proteção integral as crianças e adolescentes, dando garantias à elas que não poderão sofrer negligências, exploração, violência, discriminação, crueldade e opressão, sob pena de seus responsáveis serem punidos na forma da lei. Nesta condição fica a família, a comunidade e a sociedade como um todo, além do poder público, na obrigação de assegurar com prioridade todos os direitos relativos a vida, a alimentação, educação e a saúde, assim como ao esporte, ao lazer, a cultura, a dignidade, a profissionalização, ao respeito, a liberdade, bem como a convivência familiar e em comunidade (BRASIL, 1990).
 A gravidez na adolescência por muitos anos chama a atenção de questões que são tabus para a sociedade. Segundo Caldeira (2000 p.32), a gravidez precoce sempre foi indesejada, sem planejamento e, como definição mais corriqueira, um “problema”. Vários pesquisadoresdesenvolvem estudos com o objetivo de encontrar soluções para este problema. Para Caldeira (2000), na maioria das vezes as complicações e problemas referentes a gravidez na adolescência são atribuídas apenas “à jovem” e quase nunca ao parceiro, que é tão responsável pelo ato quanto a jovem, afinal “uma gravidez não se faz com uma pessoa só”. 
Para a sociedade as consequências sempre recaem sobre a gestante, ficando de fora o pai biológico da criança que deveria ser tão responsável quando a adolescente grávida.
 No Brasil, as políticas sociais não são eficientes, pouco efetivos, não existem projetos específicos destinados às necessidades das adolescentes e da suas famílias, não abrangem uma maioria e sim uma minoria. Na maioria dos casos não possuem boas condições econômicas, básicas ou nenhuma, possuem baixo nível de instrução, hábitos de vida pouco saudáveis, não possuem trabalho remunerado, geralmente a gravidez é indesejada e não possuem companheiro fixo.
A gravidez na adolescência está relacionada à baixa renda, déficit de escolaridade e poucas perspectivas intelectuais, sociais e profissionais. Pode ocorrer em diferentes grupos sociais com prevalência nas mais carentes.
Fonte: Agência Senado
A gravidez na adolescência não é um fenômeno novo no cenário brasileiro, apenas tomou proporções maiores na atualidade. Segundo dados do Ministério da Saúde, a gravidez na adolescência tem aumentado no Brasil. Cerca de 1,1 milhões de adolescentes engravidam por ano no País.
Além de todos esses agravantes muitas vezes as jovens enfrentam complicações do ponto de vista da saúde na gestação, tanto para a mãe quanto para o bebê, são muitas as consequências negativas. Existem fatores de complicação como aborto espontâneo, doenças sexualmente transmissíveis, parto prematuro, maior incidência de cesáreas, ruptura de tecidos da vagina durante o parto, prematuridade, baixo peso ao nascer, mortalidade infantil, dificuldades na amamentação entre outros.
A explicação para tantas fatores de risco vem de natureza biológica, da imaturidade do sistema reprodutor, ganho de peso inadequado durante a gestação e fatores socioculturais, socioeconômicos como a pobreza e a marginalidade social, combinados com estilo de vida adotados pela adolescente, apesar de serem vários os motivos biológicos e socioculturais ainda existe a falta de cuidado e responsabilidade com o pré – natal de grande importância na prevenção de riscos para o bebê e para a gestante.
A gravidez na adolescência do ponto de vista fisiológico, trás riscos para a mãe e para o bebê, pois, muitos bebês nascem prematuros, devido a adolescente não ter seu corpo totalmente formado para a reprodução, sendo assim é recomendável que a jovem realize uma consulta a cada mês, durante a gestação.
A gravidez na adolescência é considerada de risco até os 21 anos de idade, pois o corpo da menina ainda está em fase de amadurecimento e desenvolvimento até esse período e quando ocorrem podem trazer muitas consequências para a vida dos adolescentes.
 Os riscos de uma gravidez na adolescência incluem:
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
Parto prematuro;
Bebê com baixo peso ou subnutrido;
Complicações no parto, que pode levar à uma cesária;
Infecção urinária ou vaginal;
Aumento do risco de depressão pós parto;
Aumento do risco de rejeição ao bebê.
Além da idade, o peso da adolescente também pode significar um risco, já que uma adolescente que pesa menos de 45 quilos, sem estar grávida apresenta maiores chances de gerar um bebê pequeno para a idade gestacional.
Quadro 2. Características dos estudos incluídos sobre as complicações da gravidez na adolescência (2002/2012).
Fonte: Azevedo, et.al.(2014)
	A obesidade também representa um risco, pois aumenta o risco de diabetes e de hipertensão arterial durante a gravidez. Se a altura da adolescente for inferior a 1,60 cm, ocorre uma maior probabilidade de ter um quadril pequeno, o que aumenta as chances de trabalho de parto prematuro e de dar à luz a um bebê muito pequeno por atraso de crescimento intrauterino.
Para evitar a gravidez na adolescência é necessário esclarecer todas as dúvidas dos adolescentes em relação a sexualidade, pois quem deseja ter uma vida sexualmente ativa deve saber tudo sobre como se engravida e como utilizar corretamente os métodos contraceptivos para evitar uma gravidez antes do tempo ideal. Somente engravida se o sêmen chegar ao útero da mulher durante o seu período fértil, que ocorre geralmente 14 dias antes da menstruação descer.
A pílula do dia seguinte só deve ser utilizada em situações de emergência, como, por exemplo, se o preservativo romper ou em caso de abuso sexual, pois desregula completamente os hormônios femininos e pode não ser eficaz se for tomada após 72 horas da relação.
A camisinha é um dos melhores métodos contraceptivos, pois ela é oferecida gratuitamente nos postos de saúde e é a única que evita a gravidez e ainda protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como hepatite, AIDS e sífilis, por exemplo.
Todo método anticoncepcional pode ser utilizado pela adolescente depois que ela comece a menstruar e deseje ter vida sexual ativa. A escolha deve ser feita pelo casal, juntamente com um profissional de saúde que explicará as vantagens e desvantagens de cada método.
Existe uma grande variedade de métodos e cada um funciona de uma maneira, uns são mais seguros, outros menos. Uns são mais fáceis de serem utilizados outros menos. Eles se dividem em quatro tipos:
Métodos de Barreira: utilizam produtos ou instrumentos para impedir a passagem dos espermatozóides através da vagina. São eles: camisinha masculina, camisinha feminina, diafragma e espermicidas;
Métodos Comportamentais: são práticas que dependem basicamente do comportamento da mulher e exigem um conhecimento prévio do corpo feminino para poder ser aplicado. São eles: tabelinha, muco e temperatura. 
Métodos Hormonais: são comprimidos ou injeções feitos com hormônios não naturais. Este tipo de método interfere no equilíbrio hormonal do corpo, alterando o desenvolvimento do endométrio, o movimento das tubas uterinas, a produção do muco cervical e também impedindo que a ovulação ocorra. São eles: pílulas, injeções e implantes.
Dispositivo Intra-uterino - DIU: é um objeto colocado no interior da vagina para evitar a concepção.
Métodos Cirúrgicos ou Esterilização: não é exatamente um método anticoncepcional, mas uma cirurgia que se realiza no homem ou na mulher com a finalidade de evitar definitivamente a concepção. A esterilização feminina é chamada de laqueadura e a esterilização masculina, vasectomia.
O Estatuto da Criança e do Adolescente ECA, Lei N° 8069/90, de 13/07/90, deixa claro que:
 Art.8.o — É assegurado a gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré- natal e perinatal. Devendo a gestante ser encaminhada aos diferentes níveis de atendimentos, segundo critérios médicos específicos.
 Art.11 — É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário as ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Com isto, a adolescente gestante tem sua assistência garantida em vários artigos do Estatuto da Criança e Adolescente.
Ainda nós dias de hoje encontramos meninos e meninas desinformados sobre o conhecimento e funcionamento do seu próprio corpo, assim como os meios para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce e indesejada. 
A dificuldade para prevenção da gravidez e de responsabilidade individual, entretanto existe uma lacuna entre ter o conhecimento à existência dos métodos contraceptivos e ter acesso viável e, em tempo real, aos mesmos nos serviços de saúde.
Adolescentes saudáveis, vivendo sua cidadania, afirmando sua personalidade, com desenvolvimento sexual e capacidade reprodutiva, com a concretização dos projetos de vida, desenvolvimento espiritual e auto- estima independência, esse seria o sonho do pais e da sociedade no geral.Para isso é necessário a criação de serviços especiais para atendimento das adolescentes grávidas, com assistência multiprofissional, além do estímulo à participação familiar, sem contar o estímulo e a motivação dos próprios profissionais que, com senso ético e holístico, devem atender as vulnerabilidades sociais que as mesmas podem estar passando.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E QUESTÃO SOCIAL
A desinformação e a fragilidade da educação sexual são questões problemáticas, as escolas e os sistemas de educação estão muito mais preocupados em dar conta das matérias cobradas no vestibular, como: física, química, português, matemática, etc., do que em discutir questões sociais.
 A adolescente grávida é um sujeito social que inicia cada vez mais precocemente a vida sexual se tornando uma das inúmeras manifestações da questão social em sua forma mais aguda, se constitui num desafio para o profissional de serviço social, onde o mesmo busca desvendar esta realidade buscando encontrar possíveis alternativas de intervenção.
Partindo do pressuposto de que Questão Social "é o conjunto das expressões das desigualdades sociais da sociedade capitalista madura (...)" (Lamamoto, 2007), afirma- se que a gestação precoce também pode ser considerada uma questão social, pois o aumento do número de adolescentes grávidas em nosso país é elevado assim como os problemas decorrentes dessa gestação precoce. 
	O apoio social é um processo dinâmico e complexo, que se divide em apoio emocional, desenvolvimento de estudos, projetos, planejamentos, desenvolvimentos de políticas e programas de saúde, priorizando o ambiente psicossocial. 
	A gravidez precoce e indesejada proporcionou à essas jovens a interrupção de seus planos de vida e de muitos sonhos, onde afirmam que tudo transcorreria normalmente e sem dificuldades se não tivesse ocorrido a gravidez.
Para Cano et al (2000), é essencial que haja uma parceria mais eficaz entre a
família, escola e a saúde, construindo alternativas de educação sexual. É necessário, portanto, que pais professores/educadores e sociedade procurem desmistificar a sexualidade, contribuindo para a construção de uma cultura de informação e formação sexual como forma preventiva.
AS POLÍTICAS VOLTADAS PARA A ADOLESCÊNCIA E A SEXUALIDADE
 É importante buscar conhecimentos sobre o fenômeno gravidez na adolescência, oferecendo elementos concretos para subsidiar estratégias específicas e políticas públicas preventivas, que visem à redução do índice de gravidez na adolescência, analisar o impacto que a vivência da sexualidade e suas implicações, principalmente, a gravidez na adolescência, tem para a escola.
 Viabilizar a elaboração de propostas e projetos, integrando as políticas de atenção à saúde dos jovens, assim como à capacitação de profissionais de saúde para ter uma efetiva conquista no acesso e desenvolvimento do trabalho nas instituições.
 É necessário que o profissional compreenda os mecanismos estruturais e conjunturais da sociedade, das forças sociais que descrevam o perfil das Políticas Sociais Públicas no contexto da realidade brasileira.
 As políticas públicas de saúde e educação que são voltadas aos adolescentes, devem destacar as práticas educativas direcionadas ao exercício da sexualidade e a saúde reprodutiva. Os multiprofissionais que atuam na sociedade devem focar na construção de novos paradigmas, superando, nas questões de saúde, a visão restrita à assistência de forma que a prevenção e a promoção tenham o mesmo objetivo, assumindo o significado da educação e da saúde como valor humano, num processo civilizado e desburocratizado. 
 
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO TRABALHO DE EDUCAÇÃO SEXUAL
 O Serviço Social tem inúmeros objetivos trabalha na busca de recursos para incluir aqueles que se encontram excluídos de seus direitos civis, e tentar fazer com que esses indivíduos sejam reconhecidos como membros ativos de uma determinada sociedade, e assim exigir seus direitos. 
Os profissionais do Serviço Social enfrentam no seu campo de trabalho, problemas com pessoas sem orientações e desinformadas quanto aos seus direitos junto sociedade. Cabe ao Serviço Social atuar como mediador nestes problemas, trabalhando no sentido de proporcionar condições que atendam as necessidades básicas do ser humano, através da auto-capacitação do mesmo, como agente participante da sociedade onde está inserido. 
Os problemas sociais constituem-se o principal campo de intervenção do Serviço Social tanto para apreender as desigualdades sociais como projetar e forjar formas de resistência e de defesa da vida. Esta profissão tem o intuito de avaliar, e intervir nas situações de desigualdades sociais existentes no cotidiano de cidadãos que necessitam de serviços públicos, da saúde, de recursos humanos e trabalhistas.
Segundo, IAMAMOTO (1999) "Os assistentes sociais, trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública etc...”
Atuar na área social necessita de conhecimentos de todo o contexto social, e estar atento aos problemas relacionados. 0 profissional de Serviço Social é o educador nestes encontros, pois é ele quem executa os temas trabalhados, através de palestras e dinâmicas, encontros para o lazer, como jogos e festivais de talentos, considerando a necessidade de agrupar-se como características desta faixa etária.
 As técnicas utilizadas no trabalho intersetorial, correspondem à metodologia participativa em grupos educativos, tendo as diversas expressões de arte com o instrumento central no desenvolvimento das atividades.
 Buscar respostas que possam ajudar a prática do assistente social como entender porque as mulheres, principalmente as adolescentes/jovens, engravidam tão precocemente, reincidem no fato e se tornam mães tão jovens, às vezes assumindo sozinhas à maternidade, a construção de sua jovem família ou se agregando à sua família de origem com seus pequenos filhos, conhecer os problemas que jovens do sexo feminino e masculino encontram a respeito da responsabilidade quanto aos direitos sexuais e reprodutivos, são questões e desafios que requerem ao Assistente Social ir além das rotinas institucionais. 
A saúde é uma das áreas que tem se configurado como elemento atual no ajuste de identidades políticas e sociais, o assistente social dispõe de vasto campo de atuação nessa área, onde pode trabalhar os diversos níveis de intervenção na realização de sua prática.
Nos serviços de saúde, a inserção dos assistentes sociais no conjunto dos processos de trabalho destinados a produzir serviços para a população é mediatizada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto das
necessidades que se definem e redefinem a partir das condições históricas
sob as quais a saúde pública se desenvolveu no Brasil (COSTA, 2000,p 41).
	Como a saúde é tema amplo e complexo, a investigação e a produção de conhecimento no meio profissional poderá instrumentalizar o trabalho no cotidiano da profissão. “Conhecendo-se ou não a realidade, é nela que a prática dos assistentes sociais se realiza” (IAMAMOTO, 1998, p.124). Assim, as características e a qualidade da prática vão depender da qualidade da relação do profissional com a realidade objeto de trabalho. 
A prática que tiver o objetivo de romper com práticas reacionárias e conservadoras, devem conhecer a totalidade mais e menos complexas de sua estrutura e determinantes históricos, principalmente, o movimento das relações entre realidade nacional, regional e local, possibilitando, assim, estabelecer as medidas necessárias para o desenvolvimento das particularidades e singularidades da realidade dos sujeitos que demandam ou são atingidos pelas ações profissionaise, principalmente, do cotidiano que os envolve.
O assistente social necessita desenvolver trabalhos juntamente com a equipe multidisciplinar, informando as jovens mães sobre assuntos relacionados à
sexualidade, cuidados necessários com sua saúde, do recém-nascido, seus filhos,
métodos contraceptivos, para que essas jovens não descuidem da atenção básica à
saúde e sejam acompanhadas pelos programas oferecidos como, por exemplo, o Planejamento Familiar (PF), que propiciam reuniões educativas, grupos de mães,
pais e a família.
O Serviço Social surge “como um tipo de especialização do trabalho na sociedade que carrega em si um suposto de explicação da vida social como base para a ação”, para a “intervenção no processo social”, ressaltando-se a importância de sustentar uma perspectiva teóricometodológica que, não sendo propriedade privada do serviço social ou de qualquer outra disciplina particular, afigura-se como “matriz de explicação da vida social”, dispondo de acervo heurístico para ler a sociedade e para iluminar a ação nessa sociedade (IAMAMOTO, 1992 p.175-176).
O profissional deve estar munido de instrumentos legais que constituem subsídios importantes para o conhecimento geral, vinculando seu trabalho diretamente à garantia dos direitos da população.
O profissional da área da saúde poderá prestar serviços resguardados pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei Orgânica da Saúde (LOS), Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Código de Ética do Assistente Social, e estar atento às mudanças na dinâmica do atendimento, seja em nível da unidade em que trabalha e/ou da rede municipal da saúde, seja nas demais instituições para as quais, cotidianamente, realiza seus encaminhamentos, referências e contra-referências, com o objetivo de facilitar e assegurar o atendimento ao usuário.
O assistente social ainda não apresenta ações concretas em relação à saúde de jovens mães, pois não está totalmente inserido na prática de atendimento à saúde integral desse segmento, sendo essa, uma área de especialização. Mas, segundo Iamamoto (1992), o desenvolvimento de novas competências sócio políticas e teórico-instrumentais, no sentido de promover uma (re)legitimação profissional, com o alargamento do espaço profissional da profissão, “remete, direta, mas não exclusivamente, à pesquisa, à produção de conhecimento e às alternativas de sua instrumentalização”. No caso do Serviço Social, isso quer dizer conhecimento sobre a realidade social (NETTO, 1996, p.109), ou seja, “enriquecimento do instrumental científico de análise da realidade social e acompanhamento atento da dinâmica conjuntural” (IAMAMOTO, 1992, p.37)
	A função do Trabalho da Assistência tanto na saúde quanto a social é descobrir estratégias de intervenção, bem como garantir aos adolescentes o direito de exercer sua cidadania, tentar amenizar os conflitos com a família causados por uma gestação precoce, evitando a expulsão da adolescente de casa, muitas vezes, com medo justamente da reação dos pais, a garota se afasta preferindo pedir apoio a outras pessoas fora do circulo família. 
 A assistência é desafiada nesse fortalecimento de vínculos entre pais e filhos juntos no enfrentamento da questão social que é a gestação na adolescência.	Subsidiar ações futuras para a atenção à saúde da jovem mãe na realidade local, direcionando o olhar, para a saúde integral da jovem mãe, realizando análise da situação vivenciada por ela nesse processo, como estão sendo atendidas pelos órgãos públicos, priorizando a perspectiva dos atores sociais.
Compreender a atuação dos sistemas de proteção social, em relação à saúde integral da jovem mãe e seu segmento, e como essas mulheres estão vivenciando essa “saúde integral” é de fundamental importância.
Sendo assim, surgem desafios constantes para os programas de atenção à saúde dos adolescentes, e questionamentos dos profissionais que os executam na perspectiva de estar ou não preparados/capacitados para atender esses jovens e trabalhar a saúde integral do gênero, dando continuidade nas ações da saúde. Questionamentos, quanto à eficiência do programa de Planejamento Familiar estar preparado ou não para atender mães adolescentes e acompanhá-las na sua trajetória e desenvolvimento sexual e reprodutivo são constantes no cotidiano
profissional.
A Proteção Social Básica tem como objetivo a prevenção de situações de risco – por intermédio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições – e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. É destinado para a população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e/ ou fragilização de vínculos afetivos − relacionais e de pertencimento social. Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Os benefícios, tanto de prestação continuada (BPC) como os eventuais, compõem a Proteção Social Básica, dada a natureza de sua realização. Nos municípios é configurada pela existência dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). São unidades públicas estatais de base territorial, localizadas em áreas de maior vulnerabilidade social. As equipes de referência dos CRAS executam os serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede prestadora de serviços sócio assistenciais locais do SUAS.
Sendo assim o Serviço Social, como uma profissão inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho, deve intervir com vistas a promover a participação ativa destas usuárias aos direitos expressos voltados ao atendimento destas, com o compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional, conforme explicitado nos princípios éticos fundamentais do Código de Ética profissional dos Assistentes Sociais.
Em relação à rede de proteção social formada pela saúde, educação e assistência social, a adolescente, por sua condição de ser em desenvolvimento, recebe atenção especial do Estado em diversas legislações, no entanto se faz necessário que essas sejam efetivadas para realmente garantir a proteção social. Isso pode ser possível através de uma educação pautada nos direitos e que busque suscitar no educando a consciência crítica, para que este possa lutar pela efetivação de seus direitos. 
 Além da efetivação, faz-se necessário a garantia do acesso à essas políticas públicas. Em relação à saúde, percebemos que o atendimento às adolescentes, na maternidade, ocorre em sua maioria, pela equipe de enfermagem e medicina, durante o pré- natal e no puerpério, as adolescentes são atendidas pela rede básica de saúde, por uma equipe multiprofissional, conforme a necessidade.
 O serviço social atua na socialização de informações e na garantia de direitos, fazendo uso do encaminhamento e da informação. No âmbito da educação, percebeu-se que o serviço social pode atuar na informação e na prevenção espaço que se tem grande contato com adolescentes, tem a possibilidade de desenvolver projetos e ações, junto a outros profissionais, que visem a prevenção de uma gravidez indesejada; esclareçam direitos e deveres das adolescentes; possibilitem o acesso às diversas políticas; e acionar a rede de proteção social da adolescente. Esta inserção do assistente social na escola é dada pelo Projeto de Lei da Câmara no 060/200719, que dispõe sobre a “prestação se serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica”, o qual assim que aprovado, ampliará a área de atuação do Assistente Social.
 O Assistente social tem papel de destaque, e deve atuar na garantia dos direitos fundamentais da adolescente, orientando e encaminhando para a rede de proteção social, paraque ela acesse tais direitos, pois grande parte das adolescentes desconhece seus direitos. 
 O Serviço Social como uma profissão inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho, deve intervir com vistas a socializar essas informações aos usuários, tendo como compromisso a qualidade dos serviços prestados à população, visando o acesso a estes direitos, deve ser inserida numa rede de proteção social. 
Através desse trabalho foi possível perceber a gravidez na
adolescência como não só uma fase de mudanças na vida das jovens, e também para todos os envolvidos nos contextos em que fazem partem.
. A escola é despreparada para receber a jovem em estado gestacional, uma vez que não possui programas específicos para atender a esse público com tanta demanda na atualidade.
 Foi apresentado vários aspectos relativos a adolescência e aos períodos gestacionais aos quais as jovens se encontram ou já passaram, sempre embasados por pesquisas já realizadas, enfatizando comportamentos sexuais das adolescentes como fator de implicações da gravidez precoce e reflexos no âmbito familiar, escolar e social.
Percebemos que as escolas e os programas de saúde têm um papel fundamental na transmissão de conhecimentos na vida desses adolescentes, a partir de uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação na realização de ações de prevenção abordando temas como educação sexual e reprodutiva, buscando conscientizar esses estudantes sobre os meios para prevenir DST e evitar gravidez indesejada.
 Informações sobre esses temas que precisam ser transmitidas de forma correta e uniforme a toda população jovem, buscando maior compreensão dos mesmos para melhor prevenção desses acontecimentos.
 A sociedade vem passando por várias mudanças com relação à sexualidade dos adolescentes, a educação sexual tem sido vista como um meio de acesso ao início da atividade sexual e pouco discutida no ambiente familiar.
Hoje a gravidez na adolescência é um acontecimento bastante comum, mas que precisa estar na pauta de toda a sociedade, pois gera sérias intercorrências biológicas, familiares e sociais que refletem na vida do adolescente e da sociedade como um todo.
Neste sentido, torna-se indispensável trabalhar a sexualidade, principalmente a sexualidade na adolescência, pois se trata de um tabu que ainda perdura em nossa sociedade nos dias atuais, mesmo estando este tema estampado em programas de televisão, músicas, revistas e tantos outros mecanismos, que fazem parte do dia-a-dia e da nossa realidade. Mas, daí nasce o ponto de partida para que haja uma redução da gravidez precoce. E isso não significa que seja tarefa impossível de ser realizada, portanto o Assistente Social, com suas atribuições específicas pode estabelecer uma relação com esta temática.
Neste sentido, este trabalho poderá trazer contribuições para o entendimento da complexidade das construções sociais em tão relevantes nessa fase da vida, agravando a complexidade da gravidez precoce na adolescência.
CONCLUSÃO
Com esse trabalho podemos perceber que os adolescentes vivem uma fase de experimentações, que necessitam de olhares especiais, atenção e apoio, levando em consideração que a gravidez na adolescência provoca conflitos de identidades dessas jovens, deixando para traz a infância, os amigos, a escola e os sonhos.
Analisando as causas e consequências da gravidez na adolescência, podemos compreender o quanto é importante trabalhar na prevenção da gravidez precoce, pois os jovens apresentam manifestações de sua sexualidade e não devem ser privados de informações, tem o direito de receber orientações sobre o inicio da atividade sexual, doenças sexualmente transmissíveis, drogas, carreira que possam ter, é um dever social e de saúde para permear tais informações.
É importante ressaltar o papel da família e das políticas públicas nesse momento, pois são de grande relevância no sentido de amenizar as problemáticas decorrentes desta gravidez que muitas vezes não foi planejada e muito menos desejada por essa adolescente e seu namorado. Assim, os jovens não deixarão de estudar, terão mais facilidade em se qualificar e, por conseguinte, terão um futuro mais promissor.
O estudo se torna importante para contribuir na produção de conhecimento sobre o tema: O desafio social da gravidez na adolescência, estimulando assim novas pesquisas e também mobilização da sociedade como um todo diante desta problemática. Faz-se necessária essa mobilização de toda a sociedade para que, por meio de programas de saúde, possibilite a este grupo da população maior acesso a informações e meios que lhes permitam desenvolver e praticar uma postura crítica, consciente e responsável no exercício da sua sexualidade.
 Acredita-se que as possíveis soluções para este problema não cabe somente aos adolescentes e aos programas destinados ao atendimento desta população, mas a sociedade em conjunto. E o Assistente Social tem sua parcela de contribuição neste processo à medida que trabalha na orientação aos jovens, quanto à Educação Sexual visando à diminuição dos índices de gestação em adolescentes.
 
	A adolescente, por vezes se vê diante de uma rede de serviços fragmentada, gerida por um Estado negligente e residual, marcado historicamente por ser um Estado Mínimo para o social, mediando concessões com um viés regulador. Também dificulta o acesso, como forma de minimizar a concessão de benefícios. Iamamoto (1999, p. 113) aponta que “[...] um dos maiores desafios que o Serviço Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalhos criativas e capazes de preservar e efetivar, a partir de demandas do cotidiano.” Assim, o assistente social deve ser um profissional ostensivo e comprometido com as demandas dos usuários, para que acesse seus direitos.
A prevenção da gravidez na adolescência é uma co-responsabilidade de cada componente da equipe da saúde e vai além de aprimorar a escuta, fortalecer os vínculos, garantir o acesso às informações e aos métodos anticoncepcionais. Todos os componentes da equipe devem participar e formular ações coletivas para a promoção e desenvolvimento de atitudes e habilidades nos adolescentes para lidar com a sexualidade, aumentando o seu poder de decisão para não ceder às pressões, ampliar a força de negociação, desenvolver o autocuidado, ampliar o acesso a atividades educativas, recreativas estimulando o protagonismo na sua vida em família e na comunidade.
	Diante disto, fica claro a necessidade do incentivo de projetos direcionados à esta faixa etária nas instituições escolares, devido ao seu papel na construção de noções, opiniões e caráter de seus estudantes, evitando, inclusive, a evasão escolar.
 REFERÊNCIAS
ALVES, Maria Leila. O papel equalizador do regime de colaboração estado-município na política de alfabetização. 1990. 283 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 1990. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/cibec/bbe-online/>. Acesso em: 28 set. 2001.
BEHLE, I. Reflexões sobre fatores de riscos na prevenção primária da gestação na adolescência. In: Maakaroun, M. F.; Souza, R. P.; Cruz, A. R. Tratado de adolescência: um estudo multidisciplinar. Rio de Janeiro, Cultura Médica. 1991.
BRAGA, Ângela da Silva. Gravidez na adolescência: uma reflexão sobre suas causas e consequências. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 30 maio 2015. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.53575&seo=1>. Acesso em: 09 out. 2018.
BRAVO, Maria Inês Souza. Saúde e Serviço Social. In: CALDEIRA, Alany Pinto; AGUIAR, Aline Maria Thuller de et al. Adolescentes grávidas usuárias do sistema de saúde pública. Rio de Janeiro, UERJ: Cortez, 2004.
BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora. As desigualdades frente à escola e a cultura. Ed.

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