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Direito Civil 2
Prof. Luciana Vasco da Silva
Luciana.vasco@uni9.pro.br
1
CONTEÚDO
• 1. Apresentação da matéria, do programa e da bibliografia. Atos jurídicos, fatos jurídicos e seus reflexos sociais. 
Fatos naturais (Fatos jurídicos "strictu sensu") e Fatos humanos (Atos jurídicos "lato sensu")
• 2. Negócio jurídico. Conceito, classificação e interpretação (Elemento Volitivo)
• 3. Teoria da Existência, validade e eficácia do negócio jurídico.
• 4. Elementos dos negócios jurídicos. Classificação. Elementos essenciais naturais: Vícios redibitórios e evicção. 
• 5. Elementos dos negócios jurídicos. Classificação. Elementos acidentais: Condição, termo e encargo.
• 6. Aquisição, defesa e extinção. Teorias sobre a autonomia privada.
• 7. Defeitos dos negócios jurídicos (vícios do negócio): erro ou ignorância, dolo, coação.
• 8. Estado de perigo e lesão de direito.
• 9. Fraude contra credores e simulação.
• 10. Invalidade e ineficácia dos negócios jurídicos.
• 11. Atos ilícitos. Teoria geral. Responsabilidade Civil. Abuso de direito.
• 12. Atos lesivos não considerados ilícitos: Legítima defesa, exercício regular de direito e estado de necessidade.
• 13. Tempo no direito: Prescrição
• 14. Tempo no direito: Decadência
• 15. Provas no direito civil: Noções gerais. Espécies.
2
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil 
brasileiro: parte geral. 14a. ed. São Paulo: Saraiva, 
2016. v.1 RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte 
geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 1. 
[2006, 2007]. 
• VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral. 
15a. ed. São Paulo: Atlas, 2015. v. 1 [2004, 2005, 
2006, 2007, 2008, 2009, 2012, 2013]. 
3
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
• COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: parte geral. 8ª ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2016. v.1.
• DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 
32a. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. v. 1
• GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
• MELO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da existência. 12ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2003.
• MONTEIRO, Washington de Barros; PINTO, Monteiro Ana Cristina de Barros 
Monteiro França. Curso de direito civil, V.1: parte geral. 41. ed. São Paulo: Saraiva, 
2007. 
• WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 
2011. v. 1 [2009]
4
AVALIÇÃO CONTINUADA
• 1) Atividade Eletrônica - padrão OAB, no primeiro 
horário, com feedback e correção obrigatória no 
segundo horário (2,0 pontos)
• 2) Prova Dissertativa Individual, baseada em 
caso prático no primeiro horário, seguida de aula 
normal no segundo horário- (6,0 pontos)
• 3) Atividade do Professor - (2,0 pontos)
5
Fato Jurídico
6
7
• Somente o acontecimento 
da vida relevante para o 
direito pode ser 
considerado fato jurídico. 
• Chuva é um fato, mas é 
um fato jurídico?
• Todo fato, para ser 
considerado jurídico, deve 
passar por um juízo de 
valoração.
Nasce
Desenvolve-seExtingue-se
Direito
• Nessa ordem, exemplifica Caio Mário: “a chuva que cai é
um fato, que ocorre e continua a ocorrer, dentro da normal
indiferença da vida jurídica, o que não quer dizer que,
algumas vezes, este mesmo fato não repercuta no campo
do direito, para estabelecer ou alterar situações jurídicas.”
• Outros se passam no domínio das ações humanas, também
indiferentes ao direito: o indivíduo veste-se, alimenta-se,
sai de casa, e a vida jurídica se mostra alheia a estas ações,
a não ser quando a locomoção, a alimentação, o vestuário
provoquem a atenção do ordenamento legal.
8
Fato Jurídico
“é todo acontecimento da
vida que o ordenamento
jurídico considera relevante
no campo do direito”.
GONÇALVES, Carlos Roberto.
9
Fato Jurídico (em 
sentido amplo) ->
10
Fatos Jurídicos em sentido 
amplo
Fatos Jurídicos em sentido estrito ou 
Fatos Naturais (decorrem de simples 
manifestação da natureza)
Fatos Naturais 
Ordinários (nascimento e 
morte, e a maioridade, o 
decurso do tempo)
Fatos Naturais Extraordinários (em 
geral, caso fortuito e força maior: 
terremoto, raio, tempestade, furacão)
Atos Jurídicos em sentido 
amplo ou Fatos Humanos 
(decorrem da atividade humana)
11
Fatos Jurídicos em sentido amplo
Fatos Naturais ou 
Fatos Jurídicos em 
sentido estrito
Fatos Humanos ou Atos Jurídicos em sentido 
amplo (decorrem da atividade humana. São ações humanas 
que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos)
Atos lícitos (Praticados em 
conformidade com o ordenamento 
jurídico)
Ato Jurídico em sentido estrito ou 
meramente lícito Negócio Jurídico
Atos ilícitos (praticados em 
desacordo com o prescrito no 
ordenamento jurídico)
12
Atos lícitos
Ato Jurídico em sentido
estrito ou meramente lícito
(o efeito da manifestação da vontade
está predeterminado na lei).
Ex: reconhecimento voluntário de
paternidade, fixação de domicílio,
notificação, intimação, confissão.
Negócio Jurídico (a ação humana visa
diretamente a alcançar um fim prático permitido na
lei, dentre a multiplicidade de efeitos possíveis.
Efeitos podem estar previstos em lei, mas também
são escolhidos por ato voluntário, de vontade).
Ex: venda e compra de um carro, locação, doação
(precisa da aceitação do donatário), testamento (é a
vontade do testador, dentro dos 50% se não tiver
herdeiros necessários), casamento (pode escolher o
regime, pode fazer pacto-nupcial).
• São exemplos de fatos jurídicos stricto sensu... 
• A a declaração, o testamento, a residência. 
• B o contrato, o testamento, a aluvião. 
• C a descoberta de tesouro, a dívida de jogo, o 
nascimento. 
• D o nascimento, a morte, a aluvião.
13
RESPOSTA CERTA
• D
14
• QUESTÃO: Anésio vendeu à Feliciano um imóvel de sua propriedade no interior de 
São Paulo (um sitio), totalmente regularizado no valor de R$ 128.000,00. Feliciano 
não possuindo todo dinheiro no ato da compra obteve empréstimo junto ao Banco 
“Só Alegria” no valor de R$ 38.000,00. Passados mais de 03 anos da aquisição, 
Feliciano num certo final de semana notou que sua propriedade poderia ser 
invadida a qualquer momento pelo movimento do MST, pois os integrantes 
estavam acampados em frente ao seu sítio. 
• RESPONDA: 1. Que tipo de fato jurídico ocorreu nesta relação entre Anésio e 
Feliciano? 
• 2. A compra do imóvel por Feliciano e a venda de Anésio caracterizam algum efeito 
jurídico dos atos jurídicos? Cite e explique. 
• 3. Imagine que Feliciano lhe contratou para defender seus direitos que estão na 
iminência de serem lesados. Como se chama o efeito dos atos jurídicos a serem 
invocados na tutela dos interesses patrimoniais de seu cliente?
15
• QUESTÃO 2: José era homem idoso e proprietário de algumas glebas de 
terras e bens materiais. Ao falecer, deixou uma enorme herança para seus 
filhos: Daniel e Paulo, e, nomeou como legatário um amigo seu chamado 
Epaminondas, ao qual destinou seu maior tesouro: seu cavalo Banzé. Com 
base nos conhecimentos adquiridos responda: 
• 1. A morte de José é um exemplo típico de qual fato jurídico? 
• 2. Que efeitos jurídicos sofreram Daniel e Paulo com a sucessão 
hereditária? Justifique. 
• 3. Classifique o modo como ocorreu o acréscimo patrimonial dos 
herdeiros e do legatário sob o prisma das modalidades de aquisição de 
direito.
16
Melquíades e Marcelo, maiores e capazes, desejavam 
muito ter uma bicicleta. Marcelo trabalhou o ano inteiro e 
conseguiu economizar o suficiente para comprá-la na loja de 
Alberto. Melquíades não conseguiu economizar o valor e, à 
noite, entrou sorrateiramente naquele estabelecimento tendo 
subtraído uma bicicleta preta. 
• a) Qual a natureza jurídica dos atos praticadospor Marcelo 
e Melquíades? 
• b) À luz do Novo Código Civil brasileiro, o ato ilícito poderia 
ser considerado ato jurídico?
17
Negócio Jurídico
Para Francisco Amaral, é a declaração de vontade privada destinada a
produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos
são a constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas, de modo
vinculante, obrigatório para as partes intervenientes.
O negócio jurídico é o meio de realização da autonomia privada, e o
contrato é o seu símbolo.
18
• Miguel Reale, preleciona que “negócio jurídico
é aquela espécie de ato jurídico que, além de
se originar de um ato de vontade, implica a
declaração expressa da vontade, instauradora
de uma relação entre dois ou mais sujeitos
tendo em vista um objetivo protegido pelo
ordenamento jurídico...”
19
Negócio Jurídico
Para se constituir, o negócio jurídico deve ter a
livre manifestação de vontade da(s) parte(s)
(como expressão de liberdade e autonomia),
com finalidade negocial de aquisição,
modificação ou extinção de relações jurídicas.
20
• Aquisição de direitos
Compra de imóvel, contrato de honorários
• Modificação de direitos
Testamento, Prorrogação do contrato de trabalho de 
experiência
• Extinção de direitos
Venda da casa, doação, renúncia a usufruto
• Conservar direitos
Fiador, multa por descumprimento do contrato
21
Aquisição de direitos
• não há interferência 
do titular anterior.
• ocupação de coisa
sem dono (coisas de
ninguém ou
abandonadas), art.
1.263 C.C., - caça e a
pesca;
• avulsão (art. 1.251
C.C.)
Originária:
22
• quando a transferência 
é feita por outra pessoa. 
O direito é adquirido 
com todas as qualidades 
ou defeitos do título 
anterior. O bem é 
transmitido com todos 
os vícios e ônus.
• contrato de compra e 
venda
Derivada:
Aquisição de direitos
• quando só o 
adquirente 
aufere 
vantagem
• Ex: sucessão 
hereditária
Gratuita: 
23
• quando se exige do 
adquirente uma 
contraprestação, 
possibilitando a 
ambos os 
contratantes a 
obtenção de 
benefícios.
• Ex: compra e venda, 
locação
Onerosa: 
MOMENTO DE AQUISIÇÃO
FASE 
PRELIMINAR
Expectativa de 
Direito
Ex.: Filhos que 
sucedem os 
pais com a 
morte
DIREITO 
EVENTUAL
Direito concebido 
mas pendente de 
concretização
Ex.: Aceitação de 
proposta de 
compra e venda ou 
exercício de Direito 
de Preferência
DIREITO 
CONDICIONAL
Precisa de 
evento futuro 
e incerto
24
Modificação de direitos
Os direitos subjetivos nem sempre conservam as
características iniciais e permanecem inalterados
durante sua existência.
Podem sofrer mutações quanto ao seu objeto,
quanto à pessoa do sujeito e, às vezes, quanto a
ambos os aspectos.
25
Modificação de direitos
Subjetiva: diz respeito à pessoa do 
titular, permanecendo inalterada a 
relação jurídica primitiva. 
Inter vivos: cessão de 
crédito
Causa mortis: transmite-
se aos herdeiros
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Objetiva: diz respeito ao objeto 
Qualitativa: o conteúdo do 
direito se converte em outra 
espécie, sem que aumentem 
ou diminuam as faculdades do 
sujeito. Ex: credor de dinheiro 
recebe objeto
Quantitativa: objeto aumenta 
ou diminui no volume ou 
extensão, sem alterar a 
qualidade do direito. Ex: avulsão 
Extinção de direitos
• Perda do direito: quando ele se destaca do titular e passa a 
subsistir com outro sujeito. Ex: compra e venda de imóvel
• Extinção do direito: quando desaparece, não podendo ser 
exercido pelo sujeito atual, nem por outro qualquer. Ex: 
pagamento integral de dívida
Subjetiva: quando o 
direito é personalíssimo e 
morre seu titular. Ex: o 
reconhecimento da 
paternidade pelo filho só 
pode ser exigido enquanto 
este filho estiver vivo
Objetiva: perecimento do 
objeto sobre o qual recai o 
direito. Ex: propriedade de 
um cavalo que estava 
sendo negociado e morre
Vínculo jurídico: 
perecimento da pretensão 
ou do próprio direito 
material. Ex: prescrição e 
decadência
27
Exemplos de Extinção de direitos
• Perecimento do objeto (anel que cai em um rio profundo e é
levado pela correnteza) ou perda de suas qualidades essenciais
(campo de plantação invadido pelo mar).
• Renúncia - quando o titular de um direito, dele se despoja, sem
transferi-lo a quem quer que seja; ele abre mão de um direito
que teria (ex: renúncia à herança).
• abandono – intenção do titular de se desfazer da coisa não
querendo ser mais seu dono.
https://www.youtube.com/watch?v=zWKtOlm9oGU
• Alienação – que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a
outro, de forma onerosa ou gratuita.
• Falecimento do titular, sendo direito personalíssimo, e por isso,
intransferível.
28
PGE-RO - 2011 - Procurador do Estado
• O recente terremoto ocorrido no Japão em 11 de março 
de 2011, sob o ponto de vista da teoria geral do direito, 
pode ser classificado como 
a) ato jurídico em sentido estrito
b) ato jurídico em sentido amplo.
c) negócio jurídico
d) fato jurídico em sentido estrito
e) fato ilícito em sentido estrito
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• Carla Fontes, esposa de um rico industrial, adquire uma nova mesa 
para a sala de jantar de sua fazenda e resolve abandonar a mesa 
antiga no lixão da pequena cidade. Belmiro Mendes, morador de 
rua, encontra no lixo a referida mesa e se serve dela como seu 
abrigo para chuva. 
• a) Qual a natureza jurídica dos atos praticados por Carla e Belmiro? 
• b) Faça a distinção entre negócio jurídico e ato jurídico em sentido 
estrito. 
• c) O ato praticado por Belmiro possui expressa previsão legal? Em 
caso positivo identifique-o no ordenamento jurídico vigente.
30
Classificação dos Negócios Jurídicos
31
COMO PODEM SER CLASSIFICADOS ? 
• Qto ao número de declarantes
• Qto as vantagens
• Qto ao momento da produção de efeitos
• Qto ao modo de existência
• Qto as formalidades
• Qto ao número de atos necessários
32
33
Quanto ao número de declarantes
Unilaterais: aperfeiçoam-se com 
uma única manifestação de 
vontade.
Receptícios: a declaração de 
vontade tem que se tornar 
conhecida do destinatário 
para produzir efeitos. Ex: 
resilição de contrato por 
denúncia
Não receptícios: o 
conhecimento por parte de 
outras pessoas é 
irrelevante. Ex: testamento, 
confissão de dívida
Bilaterais: precisam de duas 
manifestações de vontade, como 
acordo de vontades. 
Simples: uma das partes 
aufere vantagens e a outra 
fica com os ônus. Ex: 
doação
Sinalagmáticos: há 
reciprocidade de direitos e 
obrigações. Ex: compra e 
venda
...
34
Quanto ao número de declarantes
... Plurilaterais: contratos que 
envolvem mais de duas 
partes, onde as deliberações 
ocorrem por decisões de 
maioria. Ex: sociedade com 
mais de 2 sócios e consórcios 
de bens móveis e imóveis.
35
Quanto às vantagens patrimoniais
Gratuitos: só uma das partes 
aufere vantagens, sem que 
haja contraprestação. Ex: 
doação, comodato.
Onerosos: ambas as partes auferem 
vantagens, que correspondem a uma 
contraprestação. Ex: compra e venda, 
locação
Comutativos: prestações certas e determinadas. 
Partes anteveem vantagens e sacrifícios. Não há 
risco. Ex: contrato com a faculdade
Aleatórios: caracterizam-se pela incerteza, para 
as 2 partes, sobre as vantagens e sacrifícios. A 
perda/lucro depende de um fato futuro e 
imprevisível. Há risco. Ex: seguradora 
...
36
Quanto às vantagens patrimoniais
...
Neutros: têm por 
finalidade a vinculação 
de um bem. Não são 
nem gratuitos, nem 
onerosos. Ex: cláusula 
de inalienabilidade e 
incomunicabilidade
Bifrontes: contratos 
que podem ser 
onerosos ou gratuitos,segundo a vontade das 
partes. Ex: contrato de 
depósito, doação (pura 
ou com encargo).
37
Quanto ao momento da produção dos efeitos 
Inter vivos: destinam-se a 
produzir efeitos desde logo, 
estando as partes vivas. Ex: 
promessa de compra e 
venda, locação, casamento
Mortis causa: destinam-se a 
produzir efeitos após a 
morte do agente. Ex: 
testamento
Quanto ao modo de existência 
Principais: têm 
existência própria 
e não dependem 
da existência de 
outro negócio. Ex: 
compra e venda, 
locação 
Acessórios: sua 
existência é 
subordinada à do 
contrato principal. 
Ex: cláusula penal, 
fiança
Derivados: têm 
por objeto 
direitos 
estabelecidos em 
outro contrato. 
Ex: sublocação
38
Quanto às formalidades a observar
Solenes: devem obedecer 
à forma prescrita em lei. 
Ex: escritura pública, 
testamento, renúncia da 
herança
Não solenes: negócios de 
forma livre. Ex: locação, 
comodato. 
39
Quanto ao número de atos necessários
Simples: constituem-se 
por ato único. Ex: 
doação de coisa móvel
Complexos: resultam da 
fusão de vários atos sem 
eficácia independente. 
Ex: alienação de imóvel 
(compromisso de 
compra e venda -> 
outorga da escritura 
definitiva)
Coligados: conexão mediante 
vínculo que une o conteúdo de 2 
ou + contratos para a obtenção 
de um mesmo objetivo. Ex: 
exploração de posto de gasolina 
(locação bombas, comodato da 
lanchonete, fornecimento de 
combustível etc). 
40
• César Menezes, nas festas de fim de ano, após ter sido salvo por Péricles de um afogamento, toma 
diversas deliberações importantes na sua vida, com o desejo de mudar o rumo de tudo que vinha 
vivendo, sendo elas: 
• • doação de uma casa a Péricles, em contemplação ao fato de ter sido salvo; • elaboração de um 
testamento, dispondo sobre sua parte disponível, em benefício de um de seus melhores amigos que 
sofrera um grave acidente, que o deixou inválido; • reconhecer o filho que teve de uma relação 
extraconjugal com Camila; • celebrar um contrato de locação com Matheus de um imóvel bem 
confortável para a moradia de Camila e seu filho Breno; • estabelecer um contrato de sociedade com 
Michel e Edmar para exploração de produtos alimentícios.
• a) Como você classificaria cada um dos negócios realizados por César, atentando para os seguintes 
critérios: 
• as partes (unilaterais e bilaterais); • integração (simples e complexos); • conteúdo (gratuitos e onerosos); 
• momento da produção de efeitos (causa mortis e inter vivos); • a forma (solene e não solene); • a causa 
(causais ou abstratos).
41
Interpretação
Interpretar o negócio jurídico é precisar o sentido e alcance do conteúdo
da declaração de vontade. Busca-se a vontade objetiva, concreta das
partes. Declaração + vontade = interpretação
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente. (porque representam renúncia de direitos)
• Outros artigos do C.C.: art. 423 (contrato de adesão - interpretação
mais favorável ao aderente); art. 843 (fiança não admite interpretação
extensiva)
42
Regras práticas de interpretação
• Verificar o modo que os contratantes vinham executando o contrato, de
comum acordo;
• Na dúvida, interpretar da maneira menos onerosa para o devedor;
• Cláusulas contratuais devem ser interpretadas em conjunto com as
demais;
• Obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, pois poderia ter
sido claro e não o foi – interpretação a favor de quem se obriga;
• Cláusulas ambíguas interpreta-se naquilo que pode ser exequível
(princípio do aproveitamento).
43
TRT 9ª 2013 - FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária
44
Em relação à interpretação do negócio jurídico, é correto afirmar que:
a) quaisquer negócios jurídicos onerosos interpretam-se estritamente. 
b) na vontade declarada atender-se-á mais à intenção das partes do que à 
literalidade da linguagem. 
c) a renúncia interpreta-se ampliativamente. 
d) o silêncio da parte importa sempre anuência ao que foi requerido pela outra 
parte. 
e) como regra geral, não subsiste a manifestação da vontade se o seu autor 
houver feito a reserva mental de não querer o que manifestou. 
Resposta Certa
B
45
Elementos do Negócio Jurídico
47
• https://www.youtube.com/watch?v=f56OqYi5
r6Y
Elementos essenciais
• são os elementos 
estruturais, 
indispensáveis à 
existência do ato e 
que lhe formam a 
substância. 
• Ex: a declaração de 
vontade
Elementos naturais
• são as 
consequências ou 
efeitos que 
decorrem da própria 
natureza do negócio, 
sem necessidade de 
expressa menção. 
• Ex: transmissão do 
domínio do bem; o 
lugar do pagamento, 
se não 
convencionado
Elementos acidentais
• são estipulações 
acessórias, que as 
partes podem 
facultativamente 
adicionar ao negócio, 
para modificar 
alguma de suas 
consequências 
naturais. 
• Ex: condição, termo e 
encargo
48
• O casamento celebrado por autoridade incompetente ratione
materiae, como um delegado de polícia, por exemplo, é considerado 
inexistente. Por essa razão, não se indaga se é nulo ou ineficaz, nem 
se exige a desconstituição judicial, por se tratar de um nada 
jurídico.
• O plano da existência é dos elementos, posto que elemento é tudo o 
que integra a essência de alguma coisa.
• O ato existente deve passar por uma triagem quanto à sua 
regularidade, para ingressar no plano da validade, quando então se 
verificará se está perfeito ou se encontra eivado de algum vício ou 
defeito inviabilizante
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Existência – Validade – Eficácia
Existência
- Agente 
- Objeto 
- Forma
- Declaração de 
vontade
Validade 
- Agente capaz 
- Objeto lícito, 
possível, determinado 
ou determinável 
- Forma prescrita ou 
não defesa em lei
- Declaração de 
vontade livre e sem 
vícios
Eficácia 
- Efeitos naturais 
(vícios redibitórios 
e evicção)
- Efeitos acidentais 
(termo, condição e 
encargo)
50Elementos essenciais
Elementos naturais e 
acidentais
• Pode, o negócio jurídico existir, ser válido, mas
não ter eficácia, por não ter ocorrido ainda, por
exemplo, o implemento de uma condição
imposta. O plano da eficácia é onde os fatos
jurídicos produzem os seus efeitos, pressupondo
a passagem pelo plano da existência, não,
todavia, essencialmente, pelo plano da validade
51
Requisitos da Existência
• Declaração de vontade
• Finalidade negocial
• Idoneidade do objeto
Faltando qualquer deles, o negócio inexiste.
52
DECLARAÇÃO DE VONTADE
• https://www.youtube.com/watch?v=OaItgwVz
8pc
53
Declaração de vontade
• Vontade é pressuposto básico do NJ
• Precisa se exteriorizar
• Requisito do NJ -> declaração de vontade
• A declaração de vontade é o instrumento da 
manifestação de vontade
• Princípio da autonomia da vontade -> 
liberdade de (em conformidade com a lei) 
celebrar NJ
54
Manifestação de vontade
Expressa
•realiza-se por meio da 
palavra, falada ou escrita, 
gestos, sinais, mímica, de 
modo explícito. 
Possibilita o 
conhecimento imediato
da vontade do agente.
•Ex: contrato
Tácita
•revela-se pelo 
comportamento do 
agente. Deduz-se a 
intenção do agente pela 
sua conduta. 
•Ex: aceitação tácita de 
herança por atos próprios 
de herdeiro (art. 1805); 
da aquisição de 
propriedade móvel pela 
ocupação (art. 1.263)
Presumida
•declaração não realizada 
expressamente mas que 
a lei deduz de certos 
comportamentos do 
agente como indicaçãode vontade.
• Ex: art. 324 (entrega do 
título ao devedor 
presume-se o 
pagamento) 
55
• Difere a manifestação tácita da vontade da
presumida porque esta é estabelecida pela lei,
enquanto aquela é deduzida do
comportamento do agente pelo destinatário.
As presunções legais são juris tantum, ou seja,
admitem prova em contrário.
56
Declaração de vontade
Declaração receptícia
• dirigem-se a uma outra 
pessoa, que precisa ter 
ciência do ato para que 
se produzam os efeitos. 
Ex: proposta de 
contrato
Declaração não 
receptícia
• efetivam-se com a 
manifestação de 
vontade, não se 
dirigindo a destinatário 
especial. Ex: promessa 
de recompensa 
57
SILÊNCIO COMO MANIFESTAÇÃO DE 
VONTADE
• Em regra não se aplica ao direito o provérbio 
“quem cala consente”. Normalmente, o silêncio 
nada significa, por constituir total ausência de 
manifestação de vontade e, como tal, não 
produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em 
determinadas circunstâncias, pode ter um 
significado relevante e produzir efeitos jurídicos.
58
Silêncio como manifestação de vontade
O silêncio pode ser interpretado como manifestação de vontade quando a lei 
conferir a ele tal efeito, ou ser interpretado como consentimento quando ficar 
convencionado em pré-contrato ou resultar de usos ou costumes. 
59
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Ex: O doador pode fixar prazo ao 
donatário, para declarar se aceita 
ou não a liberalidade. Desde que 
o donatário, ciente do prazo, não 
faça, dentro dele, a declaração, 
entender-se-á que aceitou, se a 
doação não for sujeita a encargo. 
(art. 539). Ex: locação, art. 46 §1º
Ex: costume do local é 
que o pescador que 
ajude a puxar a rede 
ganhe alguns peixes 
pelo serviço; 
encomenda de bolo na 
padaria.
Ex: partes fizeram contrato por 
prazo determinado que tem uma 
cláusula que diz que, findo o 
contrato, no silêncio das partes, 
passa a ser contrato por prazo 
indeterminado. Ex: No contrato, as 
partes lançam que se a mercadoria 
for entregue e não for recusada no 
prazo de 5 dias, considera-se 
aceita. 
Reserva mental
• Quando um dos declarantes oculta a sua 
verdadeira intenção (aquilo que passa na mente 
dele), quando não quer um efeito jurídico que 
declara querer, com objetivo de enganar o outro.
60
Ex: aquele que manifesta sua 
vontade para emprestar dinheiro a 
amigo que diz que vai se suicidar por 
causa de problemas financeiros. A 
intenção não era fazer o contrato de 
mútuo, mas salvar o amigo.
Ex: estrangeiro que, em situação 
ilegal no país, casa-se com uma 
mulher da terra a fim de não ser 
expulso pelo serviço de imigração.
Efeitos da Reserva Mental
• Reserva mental desconhecida da outra parte é 
irrelevante para o direito. A vontade declarada 
produzirá normalmente seus efeitos; considera-se o 
que foi declarado.
• Se a reserva mental é conhecida pela outra parte, 
configura hipótese de ausência de vontade, portanto, 
inexistência do NJ.
61
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor 
haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se 
dela o destinatário tinha conhecimento.
Finalidade negocial
• A existência do NJ depende da 
manifestação de vontade com finalidade 
negocial, ou seja, com o propósito de 
adquirir, modificar ou extinguir direitos. 
62
Idoneidade do objeto
• Idôneo = conveniente, próprio para alguma 
coisa, adequado.
• Se a intenção das parte é celebrar contrato de 
mútuo, o objeto deve ser coisa fungível 
(substituível).
• Se a intenção é celebrar comodato, o objeto 
deve ser coisa infungível (insubstituível). 
63
Requisitos de validade
Requisitos de caráter geral:
64
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
*Requisitos de caráter específico são pertinentes a cada tipo de 
negócio jurídico.
Agente capaz
• Capacidade de fato ou de exercício de direitos; aptidão para 
exercer direitos e contrair obrigações na ordem civil. Adquire-se 
com a maioridade ou emancipação (arts. 3º e 5º).
• Incapacidade -> restrição legal ao exercício da vida civil. 
• Incapacidade absoluta -> proibição total do exercício de direitos 
por si só, tem representante/tutor – sob pena de nulidade.
• Incapacidade relativa -> deve ser acompanhado e assistido por 
seu curador, participam do NJ os dois – sob pena de 
anulabilidade.
• Pessoa Jurídica -> participa do NJ por meio de seu 
representante
65
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes 
não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos co-interessados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o 
objeto do direito ou da obrigação comum.
66
Agente capaz
Agente capaz
Agente relativamente incapaz
*O NJ será anulável naquilo que 
aproveita apenas ao relativamente 
incapaz, exceto se indivisível o 
objeto.
NJ
Objeto lícito
• Objeto lícito -> conforme a lei, a moral e os bons 
costumes
67
Objeto jurídico/imediato -> conduta humana, 
obrigação de dar, fazer, não fazer
Objeto material/mediato -> bens ou prestações 
em si
Objeto 
imoral: casas 
de tolerância 
Objeto possível
Impossibilidade física: emana de leis físicas ou naturais
68
• Absoluta: alcança 
a todos 
indistintamente. 
Ex: colocar toda a 
água do oceano 
em um copo 
d´água; venda de 
terreno na lua, 
venda de praça.
• Relativa: atinge o devedor mas não outras 
pessoas, não constitui obstáculo ao NJ. 
• Ex: contratação de um pintor para pintar a casa 
em um dia, pode ser impossível para ele, mas 
não é para todos; produção futura de uma 
empresa; venda de apartamento na planta 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não 
invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se 
cessar antes de realizada a condição a que ele 
estiver subordinado. 
Objeto possível
Impossibilidade jurídica: ordenamento jurídico 
proíbe. Ex: não pode ser objeto de contrato a 
herança de pessoa viva (art. 426); venda de bem 
gravado com cláusula de inalienabilidade. 
69
Objeto determinado ou 
determinável
• Determinado: objeto individualizado no seu gênero, 
quantidade e qualidade. Gera obrigação de dar coisa 
certa.
• Indeterminado: objeto individualizado no seu gênero e 
quantidade, mas não em sua qualidade. Gera obrigação 
de dar coisa incerta.
• Objeto pode nascer determinável mas tem que morrer 
determinado. Regra geral, a escolha da qualidade é feita 
pelo devedor (aquele que deve a coisa)
70
Forma prescrita ou não defesa em lei
• Regra geral, a forma é livre: contrato escrito, público 
ou particular, verbal
• Há casos em que a lei exige forma escrita (pública ou 
particular) para dar segurança e seriedade ao NJ.
71
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de 
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Forma livre
• qualquer meio de 
manifestação da vontade 
(palavra escrita ou falada, 
escrito público ou 
particular, gestos, mímica 
etc). Ex: venda de bem 
móvel, recibos.
Forma especial/solene
• exigida pela lei como 
requisito de validade. 
Observância de 
determinada solenidade 
para assegurar 
autenticidade do NJ, livre 
manifestação da vontade, 
seriedade do ato e 
facilitar a prova. 
Forma contratual: 
• convencionada pelas 
partes. 
72
Art. 109. No negócio 
jurídico celebrado com a 
cláusula de não valer 
sem instrumento 
público, este é da 
substância do ato.
73
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não 
valer sem instrumento público, esteé da substância do ato.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é 
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos 
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior 
salário mínimo vigente no País.
Forma 
especial/solene
Forma 
contratual
Existência – Validade – Eficácia
Existência
- Agente (2 agentes, 
doação p/ cachorro)
- Objeto (idoneidade)
- Forma 
- Manifestação de 
vontade (noiva que não 
se manifesta, reserva 
mental conhecida pela 
outra parte, contrato 
não assinado)
Validade 
- Agente capaz 
- Objeto lícito, 
possível, determinado 
ou determinável 
- Forma prescrita ou 
não defesa em lei
- Manifestação de 
vontade livre e sem 
vícios
Eficácia 
- Efeitos naturais 
(vícios redibitórios e 
evicção)
- Efeitos acidentais 
(termo, condição e 
encargo)
74
Elementos essenciais
Elementos naturais e 
acidentais
Aplicada em: 2008
Banca: CESPE Órgão: OAB-SP
Prova: Exame de Ordem
Segundo a doutrina, são pressupostos de validade do negócio jurídico:
• a manifestação de vontade; agente emissor de vontade; objeto; forma.
• B agente emissor de vontade capaz e legitimado para o negócio; objeto lícito, 
possível e determinado, ou determinável; forma.
• C manifestação de vontade livre; agente emissor de vontade capaz e legitimado 
para o negócio; objeto lícito, possível e determinado, ou determinável; forma 
legalmente prescrita ou não defesa em lei.
• d manifestação de vontade de boa-fé; agente legitimado para o negócio; objeto 
lícito, possível e determinado, ou juridicamente determinável. 
75
RESPOSTA CERTA
• C
76
• https://www.onlinequizcreator.com/pt/negoci
o-juridico-i-lu/quiz-304392
Ou
• goo.gl/srByQq
77
Plano da Eficácia
Eficácia: está gerando efeitos.
Elementos acidentais: São os que se acrescentam à figura 
típica do ato para mudar-lhe os respectivos efeitos. São 
cláusulas que, feitas por declaração unilateral ou pela 
vontade das partes, acarretam modificações em sua 
eficácia ou em sua abrangência.
• Condição
• Termo
• Encargo
78
• https://www.youtube.com/watch?v=S80h0Vs
Cgow
79
Condição
• É o acontecimento futuro e incerto do que de depende a 
eficácia do NJ.
• Insere-se nas disposições escritas do NJ.
• Deriva exclusivamente da vontade das partes -> exclui-se 
as condições impostas pela lei.
• NJs unilaterais (como o testamento) admitem 
disposições condicionais.
80
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e 
incerto.
Elementos da Condição
Voluntariedade
• Cláusula deve ser voluntária. 
• As partes devem querer e 
determinar o evento. 
• Não há condição se a eficácia 
do NJ for subordinada por 
determinação de lei e se a 
eficácia decorre da própria 
natureza do NJ, como a 
morte no testamento (é 
intrínseca). 
• A condição altera a estrutura 
do NJ.
Futuridade
• A condição se relaciona com 
evento no futuro. 
• Se for fato passado ou 
presente, não é condição. 
Evento Incerto
• Evento deve ser incerto, 
podendo ocorrer ou não. 
• Incerteza deve ser objetiva –
ser incerto para todos e não 
apenas para o declarante. 
81
Condição voluntária e Condição legal
Condição voluntária
• É estabelecida pelas partes. 
• Traduz um elemento voluntário do NJ e 
depende de combinação das partes.
Condição legal
• É estabelecida por lei. 
• É pressuposto do NJ, é inerente ao ato. 
• É elemento componente do ato e que a 
lei exige. 
• Ex: Adquiro um prédio se o 
proprietário se comprometer a lavrar a 
escritura pública. Só abre testamento 
se o testador morrer. Necessidade de 
casamento para eficácia do pacto 
antenupcial. Só tem CNH se tiver 18 
anos.
82
Não se admite condição
Atos que não admitem condição denominam-se atos puros:
a) NJs que, por sua função, inadmitem incerteza. 
b) Atos jurídicos em sentido estrito. 
c) Atos jurídicos de família, onde não há princípio da 
autonomia privada, pelo fundamento ético social existente. 
d) Atos referentes ao exercício dos direitos personalíssimos. 
• Exemplos: aceitação e renúncia de herança, os títulos de 
crédito, fixação de domicílio, reconhecimento voluntário de 
paternidade, procuração, exercício de poder familiar, 
casamento, adoção, direito à vida, integridade física, honra, 
dignidade pessoal, segurança etc.
83
Condições quanto à licitude
Lícitas
• condições não contrárias à lei, à 
ordem pública ou aos bons 
costumes. 
Ilícitas
• as que atentarem contra 
proibição do ordenamento 
jurídico, a moral ou os bons 
costumes. Ex: cláusula que obriga 
alguém a roubar, a matar etc. 
84
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou 
aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito 
o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
• É ilícita, por exemplo, a cláusula que obriga alguém a
mudar de religião, por contrariar a liberdade de credo
assegurada na Constituição Federal, bem como a de
alguém se entregar à prostituição. Em geral, as
cláusulas que afetam a liberdade das pessoas só são
consideradas ilícitas quando absolutas, como a que
proíbe o casamento ou exige a conservação do estado
de viuvez. Sendo relativas, como a de se casar ou de
não se casar com determinada pessoa, não se reputam
proibidas
85
Condição quanto ao modo de atuação
Suspensiva:
• impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro 
e incerto. Não se adquire o direito até se verificar a condição 
suspensiva. O NJ passa a ter vida. Ex: dar-te-ei tal bem se lograres 
tal feito.
86
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição 
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o 
direito, a que ele visa.
Comprarei seu quadro se ele for aceito numa exposição internacional 
ou doarei meu apto se você se casar.
• A doa a B um objeto, sob condição suspensiva; mas, enquanto 
esta pende, vende o objeto a C; nula será a venda.
• A doa a B o usufruto de um objeto, sob condição suspensiva; 
mas, enquanto esta pende, aliena a C a sua nua-propriedade do 
mesmo objeto; válida será a alienação porque não há 
incompatibilidade entre a nova disposição e a anterior
87
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, 
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão 
valor, realizada a condição, se com ela for incompatíveis.
Resolutiva:
• extingue, resolve o direito transferido pelo negócio, ocorrido o evento 
futuro e incerto. O NJ deixa de ter vida. Ex: Dou-te renda mensal 
enquanto você estudar. Cedo-lhe esta casa para que nela resida, 
enquanto for solteiro. Compro-lhe esta fazenda, sob a condição do 
contrato se resolver se gear nos próximos três anos. 
88
Condição quanto ao modo de atuação
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, 
vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão 
deste o direito por ele estabelecido.
• Ex.: Se alguem promete um apartamento a outrem, 
para quando se casar, este poderá reformá-lo, se 
necessário, e rechaçar atos de esbulho e turbação. 
Pendente a condição, o devedor da obrigação 
condicional poderá praticar os atos normais de gestão 
e até perceber os frutos da coisa, porém todos os 
riscos correrão por sua conta
89
Art. 130. A Condição suspensiva ou resolutiva não obsta o exercício dos atos 
praticados a conservar o direito a ela subordinado.
Condições quanto à possibilidade
Condições fisicamente 
impossíveis• não podem ser cumpridas pelas 
leis da física ou da natureza. Se a 
impossibilidade física é genérica 
e é resolutiva, a condição é dada 
por inexistente, como se não 
estivesse escrita, mas não 
compromete a eficácia do NJ -
não há dúvida quanto ao 
interesse das partes, a realização 
ou manifestação de vontade. 
• Ex: Dar-lhe-ei R$100,00 se tocar 
o céu com o dedo. Doo a você 
essa casa, desde já, mas se 
alguém conseguir dar a volta ao 
mundo a pé em dois dias, a 
doação será extinta. 
Condições juridicamente 
impossíveis
• esbarra em proibição expressa 
no ordenamento jurídico ou fere 
a moral ou os bons costumes. 
• Não podem receber proteção 
jurídica.
• Ex: adotar pessoa da mesma 
idade, realizar NJ que tenha por 
objeto herança de pessoa viva; 
emancipar aos 12 anos, casar em 
comunhão de bens aos 70 anos 
etc.
Condições de não fazer coisa 
impossível
• nem são consideradas como 
condição porque não são 
passíveis de atingir o NJ. 
• Não prejudicam o NJ. 
• Ex: Dar-lhe-ei tal objeto, se 
abstiveres de viajar numa 
máquina do tempo.
90
91
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são 
subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, 
quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições 
impossíveis, quando resolutivas, e as de não 
fazer coisa impossível.
Quando a condição 
é suspensiva, a 
eficácia do NJ se 
subordina a ela. Se 
o evento é 
impossível, o NJ 
jamais atingirá sua 
eficácia. 
Consideram não 
escritas, são 
inexistentes e o NJ 
permanece produzindo 
efeitos.
• Potestativas são as que decorrem da vontade
ou do poder de uma das partes.
• Segundo Silvio Rodrigues, “diz-se potestativa a
condição quando a realização do fato, de que
depende a relação jurídica, subordina-se à
vontade de uma das partes, que pode
provocar ou impedir sua ocorrência”
92
Condição quanto à fonte de onde 
promanam:
93
Casual: dependem do acaso, do 
fortuito, de fato alheio à vontade 
das partes ou que subordina a 
obrigação de um acontecimento 
que depende da vontade exclusiva 
de um terceiro. Ex: Dar-te-ei 
R$100,00 se chover amanhã.
Potestativa: decorrem da vontade ou do poder 
de uma das partes, que pode provocar ou 
impedir sua ocorrência. 
Puramente potestativa: sujeitam todo o efeito 
do ato ao puro arbítrio de uma das partes, 
sem a influência de qualquer fator externo. Se 
me aprouver, mero capricho. São 
consideradas ilícitas pelo art. 122. Ex: pagarei 
pelo imóvel no dia em que eu puder; pagarei 
pelos serviços o preço que eu achar 
conveniente.
Simplesmente ou meramente potestativa: 
dependem não só da manifestação de 
uma das partes como também de algum 
acontecimento exterior que escapa ao seu 
controle. Ex: Dar-te-ei este bem se fores a 
Roma (depende da vontade, tempo e 
dinheiro); Pedro será promovido se colar 
grau.
Mista: condições que dependem 
simultaneamente da vontade de uma 
das partes e da vontade de um terceiro. 
Ex: Dar-te-ei tal quantia se casares com 
tal pessoa ou se fizer sociedade com 
fulano. 
Perplexas ou contraditórias: as que 
privarem de todo efeito o NJ. 
Condições que não fazem sentido e 
deixam o intérprete perplexo, confuso, 
sem compreender o propósito da 
condição. Resultam na invalidade. Ex: 
Vou alugar meu imóvel em SP para 
você morar assim que você for 
transferido para o Japão; vou lhe 
vender o veículo sob a condição de 
você não poder dirigi-lo.
94
Condição quanto à fonte de onde 
promanam:
Retroatividade e Irretroatividade
• Se a condição resolutiva ocorre em NJ de execução continuada ou periódica, a 
sua realização não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que 
compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme os ditames de 
boa-fé e salvo disposição contrária – ou seja, há irretroatividade.
• Ex: A aluga para B seu apartamento até que ele seja vendido, devendo B pagar 
aluguéis mensalmente. Com a condição resolutiva, os efeitos ocorrem dali para 
frente, não se devolvem os valores pagos e B para de pagar o aluguel. 
95
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o 
direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou 
periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto 
aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição 
pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Pendente: condição que ainda não se verificou ou não se frustrou. Existe um 
direito condicional ou expectativa, uma expectativa de direito. O art. 130 
permite ao titular do direito eventual o exercício de atos destinados a conservá-
lo (interrupção da prescrição, ação de reintegração de posse). 
Condição suspensiva: 
não se adquire o 
direito enquanto 
pendente a condição.
Condição resolutiva: não 
se cessa o direito 
enquanto pendente a 
condição
96
Pendência, Implemento e Frustração 
• Como se expressa Polacco, citado por
Washington de Barros Monteiro, das
condições suspensivas depende que o negócio
jurídico tenha vida, das resolutivas, que cesse
de tê-la
97
Implemento: é a verificação 
da condição. Ocorrida a 
condição suspensiva, o direito 
é adquirido, na condição 
resolutiva, o direito cessa. 
Frustração: quando não realizada a condição. Se 
o evento não se realizou no período previsto ou é 
certo que não poderá se realizar.
Condição suspensiva: ato não 
produzirá efeitos, não 
subsistindo mais os até então 
verificados. Cessa a expectativa 
de direito. Permanece não 
surtindo efeitos. 
Condição resolutiva: efeitos 
tornam-se definitivos. Ato 
deixa de ser condicionado e 
passa a ser simples. 
98
Malícia quanto ao implemento da condição
• Considera-se implementada a condição que for maliciosamente impedida pela 
parte a quem desfavorecer. Ex: O funcionário de uma agência de carros que 
vender 100 carros em um ano, ganhará um carro. Pedro vende os 100 carros mas 
seu chefe tira a NF do 100º carro só para janeiro, impedindo maliciosamente o 
implemento da condição. Reputar-se-á verificada a condição. 
• Considera-se não implementada a condição que ocorrer por interferência 
maliciosa daquele a quem favorece. Ex: um investidor compactuou com uma 
startup que se esta conseguisse 2 mil seguidores no youtube, teria um 
investimento. A startup maliciosamente contrata um robô para fazer inscrições 
falsas no youtube. Reputar-se-á não verificada a condição. 
99
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo 
implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, 
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a 
efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
• https://www.youtube.com/watch?v=ZQoBfg0
EU40
100
Termo
• Termo: é o dia ou momento em que começa ou se 
extingue a eficácia do NJ
• Pode ser hora, dia, mês ou ano.
• Termo convencional: cláusula contratual que 
subordina a eficácia do NJ a evento futuro e certo.
101
• Termo não suspende a aquisição do direito, pois é evento futuro 
mas certo. Ex: locação a partir de 01/2018. 
• O titular de direito a termo pode exercer sobre ele direitos para 
conservá-lo.
• NJ que não admitem termo: aceitação ou renúncia de herança, 
emancipação, casamento, reconhecimento de filho, NJs que são 
de execução imediata. 
• NJ pode ter condição e termo. Ex: dou-lhe um consultório se 
você formar em medicina até os 25 anos.
102
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do 
direito.
Espécies de Termo
• Termo convencional:deriva da vontade das partes.
• Termo de direito: decorre da lei. Ex: a sentença que decreta a 
falência deve determinar o termo legal da falência.
• Termo de graça: dilação de prazo concedida ao devedor para 
pagamento ou parcelamento. 
• Termo incerto: o evento é certo mas a data é incerta. Ex: morte 
não se sabe quando acontecerá. 
• Termo certo: determina a data no calendário ou o lapso de 
tempo.
103
Espécies de Termo
• Termo inicial ou suspensivo: data em que se inicia o NJ, só pode ser exercido 
depois do termo. Ex: locação.
• Termo final ou resolutivo: data em que se finda o NJ, só pode ser exercido 
até o termo. Ex: locação.
• Termo essencial: efeito pretendido deve ocorrer em momento bem preciso, 
sob pena de, verificado depois, não ter mais valor. Ex: entrega de um vestido 
até a cerimônia, depois não tem mais utilidade.
• Termo não essencial: não é fundamental para que o NJ surta efeitos, 
continuará tendo efeitos mesmo depois. Ex: tem que pagar aluguel até dia 
05, se pagar dia 10 continua tendo efeito a locação. 
• Termo impossível: ex: dia 31/02.
• Termo inicial impossível: demonstra a inexistência da vontade real de se 
obrigar e gera a nulidade do NJ.
• Termo final impossível: demonstra que as partes não desejam que o NJ se 
resolva e o termo é considerado inexistente.
104
Prazo
• Prazo: intervalo de tempo entre o termo inicial e o termo final ou 
entre a manifestação de vontade e a chegada do termo.
• Prazo pode ser certo ou incerto.
• Ex: João comprou um quadro e tem 5 dias para pagar.
105
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se 
os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o 
prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, 
ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
• Quando houver dúvida no prazo, presume-se em favor do herdeiro e do 
devedor.
• Ex: testamento que deixa uma casa para o herdeiro Pedro, mas a casa fica 
em usufruto de João por um prazo certo. Testamento tem erro e ora diz 15 
anos, ora 20 anos. Presume-se 15 anos pois favorece o herdeiro Pedro. 
• Ex: devedor renuncia ao prazo e antecipa o pagamento da dívida para se 
livrar de um índice de correção monetária, sem que o credor possa impedi-
lo (exceto se for do teor do instrumento ou das circunstâncias, caso em que 
o prazo presume-se a favor do credor e precisa da anuência dele). 
106
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos 
contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do 
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do 
credor, ou de ambos os contratantes.
• Devem ser cumpridos imediatamente.
• Alguns NJs dependem de certo tempo, seja porque 
precisam ser praticados em lugar diverso, seja pela 
sua própria natureza.
• Ex: contrato de construção de casa, não se pode 
exigir a entrega imediata da casa; Compra de uma 
safra; entrega de bens em outro local etc. 
107
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde 
logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de 
tempo.
Encargo ou modo
• É uma determinação que, imposta pelo autor de liberalidade, a esta 
adere, restringindo-a.
• Cláusula acessória às liberalidades (NJ benéficos: doações, 
testamentos) pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário. 
• Admissível também em declarações unilaterais de vontade, como 
promessa de recompensa.
• Não pode ser feita em NJ oneroso.
• Busca dar relevância ou eficácia jurídica a motivos ou interesses 
particulares do autor da liberalidade. Constitui-se em obrigação de 
dar, fazer ou não fazer.
• Ex: doação ao município com obrigação de construir hospital, 
doação com obrigação de dar contribuição anual aos pobres, 
testamento com obrigação de não demolir uma capela, de cuidar de 
um animal etc. 
108
• Se o encargo for previsto em testamento, aberta a 
sucessão, o domínio e a posse dos bens transmitem-se 
aos herdeiros com a obrigação do encargo. Se o encargo 
não for cumprido, a liberalidade pode ser revogada.
• Encargo é coercitivo e não impede a aquisição do direito 
≠ condição suspensiva é facultativa e impede a aquisição 
do direito. 
• Em caso de dúvida, deve-se interpretar a cláusula como 
encargo, por ser mais favorável ao beneficiário.
109
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, 
salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, 
como condição suspensiva.
• O encargo difere da condição suspensiva porque 
esta impede a aquisição do direito, enquanto 
aquele não suspende a aquisição nem o exercício 
do direito.
• A condição é suspensiva, mas não coercitiva. 
Ninguém pode ser obrigado a cumprir uma 
condição. O encargo é coercitivo e não 
suspensivo.
110
ENCARGO X CONDIÇÃO RESOLUTIVA
• Difere, também, da condição resolutiva, porque não 
conduz, por si, à revogação do ato. 
• O instituidor do benefício poderá ou não propor a ação 
revocatória, cuja sentença, de natureza desconstitutiva, 
não terá efeito retroativo.
• A condição resolutiva, no entanto, opera de pleno 
direito, resolvendo automaticamente o direito a que 
ela se opõe. O pronunciamento judicial terá caráter 
meramente declaratório.
111
• Encargo deve ser lícito e possível.
• Se for fisicamente impossível ou ilícito, tem-
se como inexistente.
• Se o seu objeto for a razão determinante da 
liberalidade, o NJ será nulo.
• Ex: doação de um imóvel para que donatário 
mantenha casa de prostituição é nulo. 
112
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se 
constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o 
negócio jurídico.
• Beneficiário não é obrigado a aceitar a liberalidade.
• Se aceitar, deve cumprir o encargo.
• Se não cumprir, o disponente poderá ajuizar ação 
para resolução da liberalidade ou ação de obrigação 
de fazer, não fazer ou dar.
• Se o encargo for de interesse geral, o MP pode exigir 
sua execução, depois da morte do doador, se este 
não tiver feito.
• Se o beneficiário morrer antes de cumprir o 
encargo, a liberalidade prevalece.
113
Exemplo:
• se a doação de um imóvel é feita para que o 
donatário nele mantenha casa de prostituição 
(atividade ilícita), sendo esse o motivo 
determinante ou a finalidade específica da 
liberalidade, será invalidado todo o negócio 
jurídico.
114
Defeitos do NJ
115
• Declaração de vontade -> é elemento estrutural, 
requisito de existência do NJ.
• Declaração de vontade deve ser livre e 
espontânea.
• Vícios do consentimento: manifestação de 
vontade não corresponde com o íntimo e 
verdadeiro querer do agente: erro, dolo, coação, 
estado de perigo, lesão.
• Vícios sociais: intenção de prejudicar 3ºs, ferir a 
lei ou a boa-fé: fraude contra credores e 
simulação.
116
Erro
117
Erro ou Ignorância
• Erro = ideia falsa da realidade.
• Ignorância = completo desconhecimento da realidade. 
• Erro e Ignorância são tratados iguais pelo CC
• O agente se engana sozinho
• É levado a praticar ato ou realizar NJ que não 
celebraria ou que praticaria em circunstâncias diversas 
se estivesse devidamente esclarecido.
• Quando induzido em erro pelo outro ou 3º, configura 
dolo. 
118
• Não é qualquer espécie de erro que torna 
anulável o negócio jurídico. 
• Para tanto, segundo a doutrina tradicional, 
deve ser substancial, escusável e real.
119
Erro escusável• Erro escusável, justificável, desculpável, que poderia ser cometido 
por uma pessoa normal em face das circunstâncias do NJ.
• O critério é a pessoa mediana.
• É inescusável um erro por um técnico da área
120
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência 
normal, em face das circunstâncias do negócio.
Ex: Juiz pode considerar escusável a alegação de erro em um contrato de compra e 
venda em que a parte julgou ser doação se feita por uma pessoa rústica e analfabeta; 
e pode julgar inescusável, se feita por um advogado.
• Enunciado n.º 12 da Jornada de Direito Civil:
“Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro,
porque o dispositivo adota o princípio da confiança”.
Pode-se alegar erro independe do erro ser escusável ou não, pois baseia-
se no princípio da confiança e na boa-fé objetiva dos contratos.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. HIPOTESE
DE ERRO SUBSTANCIAL QUANTO AO OBJETO. CARACTERIZAÇÃO. JULGAMENTO DE PROCEDÊNCIA
MANTIDO. I. O erro é uma falsa representação positiva da realidade, ao passo que a ignorância é um
estado de espírito negativo, traduzindo desconhecimento. Na prática não é simples traçar, contudo, uma
diferenciação, de modo que se costuma tratá-los da mesma forma. O erro pode descaracterizar o negócio
jurídico, pois é vício da vontade, causa de anulação. Na doutrina mais clássica costuma-se dizer que
o erro, para anular o negócio jurídico (vício da vontade), deve ser substancial e escusável, ou seja,
perdoável. Trata-se, contudo, de entendimento demasiadamente subjetivo, razão pela qual a doutrina
moderna, com base no princípio da confiança, que protege a boa-fé das pessoas, e, considerando a
dificuldade na análise da escusabilidade do erro, tem dispensado esse segundo requisito. Para justificar
a anulação do negócio deve haver, ainda, um efetivo prejuízo da parte. (...) TJRS. Apelação Cível AC
70060643806
121
Erro real
• Erro para invalidar o NJ deve ser real, 
efetivo, causador de prejuízo concreto 
para o interessado. 
122
Ex: compra de carro ano 2005 achando ser ano 2009 que não teria sido comprado 
se soubesse o verdadeiro ano. Com a aquisição, sofreu prejuízo. 
Erro substancial
• Erro substancial ou essencial = recai sobre 
circunstâncias e aspectos relevantes do NJ. 
• É a causa determinante, se fosse conhecido, não 
se celebraria o NJ. 
123
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma 
das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único 
ou principal do negócio jurídico.
Erro sobre a natureza do NJ
• Error in negotio -> Erro sobre a categoria jurídica do NJ. 
• Uma das partes manifesta a sua vontade pretendendo e 
supondo celebrar determinado NJ quando, na verdade, 
realiza outro diferente.
• Consenso sobre o conteúdo do NJ é somente aparente; 
Divergência quanto à espécie do NJ, no que cada um 
manifestou.
124
Ex: quer alugar e outro entende ser venda a prazo; empresta algo e 
outro entende que houve doação; alienante transfere bem como 
venda e outro entende como doação, etc. 
Erro sobre o objeto principal da 
declaração
• Error in corpore -> erro sobre a identidade do 
objeto
• Manifestação de vontade recai sobre objeto 
diferente daquele que o agente tinha em mente. 
125
Ex: comprador que acredita estar comprando um terreno valorizado porque em 
rua importante quando na verdade está adquirindo terreno de baixo valor 
localizado em rua de mesmo nome mas em outro local; comprador que adquire 
um quadro supondo ser de um pintor famoso mas na verdade é de um aprendiz; 
locatário que acha estar alugando a casa da cidade e outra parte entende ser a 
casa do campo.
Erro sobre alguma das qualidades 
essenciais do objeto principal 
• Error in substancia ou Error in qualitate
• Motivo determinante do NJ é a suposição de que o 
objeto possui determinada qualidade que não possui.
• O objeto é o mesmo, o erro é sobre a qualidade 
essencial do objeto, que fizeram com que o agente 
decidisse pelo NJ. 
126
Ex: adquire candelabros achando ser de prata mas são de material inferior; adquire 
quadro por alto valor achando ser original, mas é cópia; adquire relógio dourado 
achando ser de ouro mas é apenas folheado.
Erro quanto à identidade ou à qualidade da 
pessoa a quem se refere a declaração de vontade
• Error in persona
• Concerne aos NJs intuitu personae, i.é, em consideração à pessoa, 
personalíssimos.
• Pode se referir tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa, desde 
que tenha influído na declaração de vontade de modo relevante.
• Tem especial importância no casamento, nas liberalidades e nos NJs
onerosos personalíssimos e fundados em confiança (mandato, prestação de 
serviços e contrato de sociedade).
127
Ex: doação ou testamento a pessoa que o doador supõe, equivocadamente, ser 
seu filho natural ou a pessoa que supõe lhe salvou a vida; casamento com uma 
pessoa que vem a saber ser um traficante.
Trata-se de erro acidental ou sanável:
• o doador ou testador beneficia o seu sobrinho 
Antônio. Na realidade, não tem nenhum 
sobrinho com esse nome. Apura-se, porém, 
que tem um afilhado de nome Antônio, a 
quem sempre chamou de sobrinho.
128
Erro de direito 
• Error juris
• Falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma 
jurídica aplicável à situação concreta. 
• A declaração de vontade é feita pressupondo estar de acordo com a lei.
• Erro incide sobre o motivo principal do NJ e não há a intenção de 
descumprir a lei. 
• A ignorância da lei não pode ser arguida como justificativa para o seu 
descumprimento, mas admite ser arguida se não houve esse propósito. 
• Não se levará em conta para suspender a eficácia legal para livrar-se de 
consequências de sua inobservância, mas se buscar evitar efeito do NJ 
formado por vontade viciada por erro de direito, poderá ser alegado. 
129
Ex: pessoa contrata importação de 2 máquinas de bronzeamento artificial, mas é 
proibido o uso dessas máquinas, pode-se anular o contrato. Pessoa compra 
terreno pra fazer loteamento em área que não é permitido, pode-se anular o 
contrato.
Erro substancial x Vício redibitório
• O vício redibitório é erro objetivo sobre a coisa, que contém um 
defeito oculto.
• Provado o defeito oculto, não facilmente perceptível, cabem as
ações edilícias (redibitória e quanti minoris ou estimatória),
respectivamente para rescindir o contrato ou pedir abatimento do
preço, sendo decadencial e exíguo o prazo para a sua propositura
(trinta dias, se se tratar de bem móvel, e um ano, se for imóvel).
• O erro quanto às qualidades essenciais do objeto é subjetivo, pois 
reside na manifestação da vontade. Dá ensejo ao ajuizamento de 
ação anulatória, sendo de quatro anos o prazo decadencial.
130
Exemplos:
• Se alguém adquire um relógio que funciona
perfeitamente, mas não é de ouro, como o
adquirente supunha (e somente por essa
circunstância o adquiriu), trata-se de erro quanto
à qualidade essencial do objeto. Se, no entanto, o
relógio é mesmo de ouro mas não funciona em
razão do defeito de uma peça interna, a hipótese
é de vício redibitório.
131
Falso motivo
• Motivo -> ideia, a razão subjetiva, interior - não precisam ser 
mencionados pelas partes
• Falso motivo não vicia o NJ.
• O falso motivo só vicia o NJ quando nele figurar expressamente, 
integrando-o como sua razão essencial ou determinante, quando passaa 
condição de elemento essencial do NJ. 
132
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como 
razão determinante.
Ex: A compra uma impressora da marca X e no produto constava que o cartucho 
custava R$50,00; depois descobriu que o cartucho custava R$100,00. A vendeu seu 
terreno porque lá seria construída uma igreja e constou isso no NJ, depois A descobriu 
que seria construído o escritório da Igreja e não a sede. NJs podem ser anulados.
Transmissão errônea da vontade
• Transmissão errônea da vontade = há divergência entre o querido e o que foi 
transmitido erroneamente. 
• Declaração por meios interpostos = vontade é manifestada de forma não 
presencial por pessoa interposta (mensageiro) ou por meio de comunicação 
(mensagem, e-mail).
• Deve ser procedente de mero acaso ou de algum equívoco.
• Não incide no caso de o intermediário intencionalmente comunicar uma 
declaração diferente do que lhe foi passado, caso em que a parte que o escolheu 
fica responsável pelos prejuízos que causar à outra por negligência na escolha. 
Mensageiro também pode responder. 
133
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos 
mesmos casos em que o é a declaração direta.
Ex: A estava fazendo empréstimo no caixa eletrônico e na hora de confirmar o sistema 
falhou e mudou de tela, sem querer, A clicou na contratação de seguro de vida. 
Erro acidental
• Erro acidental = refere-se a circunstâncias de menor 
importância e que não acarretam efetivo prejuízo
• Recai sobre qualidades secundárias do objeto ou pessoa 
e, mesmo se conhecido, o NJ seria celebrado.
• Erro acidental não acarreta anulabilidade. 
• Ex: testador beneficia seu sobrinho Antônio. Antônio não 
é sobrinho, é afilhado que sempre chamou sobrinho. 
134
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração 
de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas 
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Erro de cálculo
• Erro na elaboração aritmética dos dados do objeto do NJ. 
• Não há vício na manifestação da vontade, mas uma 
distorção em sua transmissão, que pode ser corrigida.
• Ex: soma errada do valor das parcelas de um contrato, valor 
unitário da mercadoria difere do valor total do contrato.
• CC permite a retificação da declaração de vontade, quando 
as 2 partes têm conhecimento do exato valor do NJ.
135
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Convalescimento do erro
• A oferta nos termos da vontade real afasta o prejuízo da 
parte, deixando o erro de ser real e anulável.
• Pelo princípio da conservação dos atos e NJs, sempre que 
houver um vício sanável, deve ser conservado o NJ. Não há 
nulidade sem prejuízo. 
136
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem 
a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da 
vontade real do manifestante.
Dolo
137
Dolo
• Dolo -> artifício ou expediente astucioso, por 
sugestões ou manobras maliciosas, levadas a efeito 
por uma parte a fim de conseguir da outra uma 
emissão de vontade que lhe traga proveito ou 
beneficie terceiro. 
• É provocado intencionalmente para iludir a vítima.
• Dolo civil -> artifício para enganar alguém. 
• Pode levar o autor do dolo a indenizar os prejuízos 
que tiver causado à vítima. 
138
Para que o dolo constitua vício do
consentimento é necessário:
• a) que haja intenção de induzir o declarante a 
realizar o negócio jurídico; 
• b) que os artifícios fraudulentos sejam graves; 
• c) sejam a causa determinante da declaração de 
vontade; 
• d) procedam do outro contratante, ou sejam 
deste conhecidos, se procedentes de terceiro
139
Dolo civil x criminal
• dolo criminal é a intenção de praticar um ato 
que se sabe contrário à lei. No direito penal, 
diz-se doloso o crime quando o agente quis o 
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (CP, 
art. 18, I).
• Dolo civil é todo artifício empregado para 
enganar alguém.
140
Erro x Dolo
• Diferem, contudo, pelo fato de que, no erro, ela se engana
sozinha, enquanto no dolo, o equívoco é provocado por
outrem.
• A rigor, portanto, o negócio seria anulável por erro e por
dolo.
• Todavia, como o erro é de natureza subjetiva e se torna
difícil penetrar no íntimo do autor para descobrir o que se
passou em sua mente no momento da declaração de
vontade, as ações anulatórias costumam ser fundadas no
dolo.
141
DOLO X SIMULAÇÃO
• Na simulação a vítima é lesada sem participar
do negócio simulado. As partes fingem ou
simulam uma situação, visando fraudar a lei
ou prejudicar terceiros. No caso do dolo, a
vítima participa diretamente do negócio, mas
somente a outra conhece a maquinação e age
de má-fé.
142
Dolo principal
• Dolo principal -> NJ é realizado somente porque houve induzimento 
malicioso de uma das partes, sem o qual o NJ não seria realizado. É a 
causa determinante do NJ. 
• Para haver dolo principal: deve haver a intenção de induzir o declarante a 
realizar o NJ; os artifícios fraudulentos sejam graves; sejam a causa 
determinante da declaração de vontade; procedam do outro contratante, 
ou sejam dele conhecido se vier de 3º; e haja um prejuízo para a vítima. 
143
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
A comprou de B uma loja de roupas porque B lhe mostrou diversas planilhas de faturamento, 
mas A descobre que as planilhas eram falsas e o faturamento era muito abaixo. 
C comprou a casa de D porque D garantiu que a casa jamais havia sido alvo de roubo e a 
região era muito segura. A casa foi roubada e C descobre que a casa é alvo de roubos 
frequentes. 
Dolo acidental
• Dolo acidental -> houve dolo mas o NJ seria realizado 
de toda forma, embora por outro modo. Diz respeito às 
condições do NJ. 
• Não vicia o NJ e só obriga à satisfação das perdas e 
danos. 
144
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental 
quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
A compra um imóvel que vale R$50.000,00 pagando R$100.000,00. Não invalida o 
contrato mas exige a reparação do prejuízo. 
Dolo negativo ou omissivo 
• Também chamado omissão dolosa ou reticência.
• Omissão dolosa equipara-se à ação dolosa
• Sem a omissão, o NJ não teria se realizado.
145
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a 
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão 
dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
A vendeu um imóvel para B, omitindo que este estava embargado pelo IBAMA; Se A 
soubesse, não teria comprado o imóvel. C vendeu um carro para D, omitindo que 
este tinha sido comprado em leilão de carros batidos; Se D soubesse, não teria 
comprado o carro. 
Dolo de terceiro
• Dolo de 3º só enseja a anulação do NJ se a parte a quem 
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento, pois 
adere tacitamente ao dolo, tornando-se cúmplice. 
• Se a parte a quem aproveite não sabia do dolo, não se 
anula o NJ, podendo reclamar perdas e danos do 3º. 
146
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte 
a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda 
que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da 
parte a quem ludibriou.
A adquire de B um relógio e é convencido por C, na presença de B, de que o relógio é 
de ouro. 
• se a parte a quem aproveite (no exemplo supra, o
vendedor) não soube do dolo de terceiro, não se
anula o negócio. Maso lesado poderá reclamar
perdas e danos do autor do dolo (CC, art. 148,
segunda parte), pois este praticou um ato ilícito
(art. 186). Se nenhuma das partes no negócio
conhecia o dolo de terceiro, não há efeito
147
• nos atos unilaterais, porém, o dolo de terceiro
afeta-lhe a validade em qualquer
circunstância, como se vê, por exemplo, na
aceitação e renúncia de herança, na validade
das disposições testamentárias
148
Dolo do representante
• Representante não é 3º pois age como se fosse o próprio representado. 
• Se o representante induz em erro a outra parte, este é anulável.
• Quando atua no limite de seus poderes, considera-se o ato praticado pelo 
próprio representado. 
• Se o representante induz em erro a outra parte, constituindo-se o dolo por
• ele exercido na causa do negócio, este será anulável.
149
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a 
responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do 
representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por 
perdas e danos.
A, representante legal de B, agiu com dolo ao vender um imóvel de B supervalorizando 
o imóvel em 30%. Se o dolo foi principal e o NJ foi anulado, o representado não tem 
responsabilidade, mas se o dolo foi acidental, o representado será responsável pelo 
proveito dos 30%. 
• O Código de 2002 inova ao estabelecer consequências 
diversas, conforme a espécie de representação: 
• o dolo do representante legal só obriga o representado 
a responder civilmente até a importância do proveito 
que teve; 
• o do representante convencional acarreta a 
responsabilidade solidária do representado. 
Respondendo civilmente, tem o representado, porém, 
ação regressiva contra o representante
150
Dolo bilateral
• Se as duas partes agiram com dolo, ambas buscando obter 
vantagem em prejuízo da outra, nenhuma delas pode 
invocar o dolo para anular o NJ. 
• Pode-se inclusive compensar o dolo principal com o dolo 
acidental. 
151
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para 
anular o negócio, ou reclamar indenização.
A e B resolveram permutar imóveis. A disse à B que seu imóvel tinha 400m² quando 
tinha 350m². B também disse à A que seu imóvel tinha 380m² quando tinha 340m². 
Dolo Bonus
• Dolus bonus é o dolo tolerável, destituído de gravidade suficiente para
viciar a manifestação de vontade. É comum no comércio em geral, onde é
considerado normal, e até esperado, o fato de os comerciantes
exagerarem as qualidades das mercadorias que estão vendendo. Não
torna anulável o negócio jurídico, porque de certa maneira as pessoas já
contam com ele.
152
É de se ponderar, todavia, que o Código de Defesa do Consumidor proíbe a
propaganda enganosa, suscetível de induzir em erro o consumidor. Desse
modo, o aludido diploma não “dá salvo-conduto para o exagero”, que só será
tolerado se não for capaz de induzir o consumidor em erro
Coação
153
Coação
• Coação -> toda ameaça ou pressão injusta 
exercida sobre um indivíduo para força-lo, 
contra a sua vontade, a praticar ato ou NJ. 
• Emprego da violência psicológica para 
viciar a vontade. 
• Não há livre manifestação de vontade.
154
Coação absoluta ou física
• Não há qualquer consentimento ou 
manifestação de vontade.
• Vantagem é obtida mediante emprego de 
força física. 
• Nesse caso, o NJ é inexistente porque não há 
declaração de vontade. 
155
A agarra à força o braço de B, analfabeto, e coloca a sua impressão digital no 
contrato. 
Coação relativa ou moral
• Dá-se a opção à vítima de praticar o ato 
exigido pelo coator ou correr o risco de sofrer 
as consequências da ameaça feita por ele.
• Coação é psicológica. 
• É anulável o NJ. 
156
A aponta uma arma para B 
Coação principal e Coação acidental 
• Coação principal -. É a causa determinante do NJ. 
Causa de anulação do NJ. 
• Coação acidental -> influencia as condições do NJ, 
que se realizaria de toda forma. Obriga ao 
ressarcimento do prejuízo.
157
Coação deve:
• Ser a causa determinante do ato
• Ser grave
• Ser injusta
• Dizer respeito a dano atual ou iminente
• Constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima 
ou a pessoa de sua família
158
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao 
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou 
aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o 
juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Coação deve ser causa 
determinante do ato 
• NJ deve ter sido realizado somente porque 
houve grave ameaça ou violência, que 
provocou fundado receio na vítima de dano à 
sua pessoa, à sua família ou aos seus bens.
• Sem a coação, o NJ não teria sido celebrado.
• A parte que pretende a anulação deve provar 
o nexo de causa entre a violência e a 
anuência. 
159
Coação deve ser grave
• Deve ser de tal gravidade que de fato faça com que a vítima 
tenha um fundado temor de dano a bem que considera 
importante. Dano pode ser moral ou patrimonial.
• Deve-se avaliar em cada caso as condições particulares ou 
pessoais da vítima.
• É diferente para homem, mulher, jovem, idoso, são, doente etc. 
160
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a 
saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam 
influir na gravidade dela.
• Não se considera coação o simples temor 
reverencial, é preciso ter as ameaças ou 
violência. 
• Termo reverencial pode ser um agravante da 
ameaça, mas não por si só. 
• Ex: simples receio de desgostar os pais ou 
superior hierárquico. 
161
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o 
simples temor reverencial.
Coação deve ser injusta
• Ato praticado pelo coator deve ser contra o direito ou em exercício 
anormal ou abusivo de um direito. 
• Não se considera coação a ameaça feita pelo credor de protestar 
ou executar título de crédito vencido e não pago, abertura de 
inquérito policial, intimidação da mulher de propor contra o 
homem ação de investigação de paternidade etc. 
• Considera-se coação a ameaça do credor de proceder à hipoteca 
contra sua devedora caso esta não se case com ele; alguém que 
surpreende outro a cometer crime e ameace denunciá-lo caso não 
realize NJ com ele; 
162
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o 
simples temor reverencial.
Coação deve dizer respeito a dano 
atual ou iminente
• Dano iminente -> dano atual e inevitável
• A vítima não tem meios para se furtar ao 
dano
163
Coação deve constituir ameaça de 
prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a 
pessoas de sua família 
• Intimidação à vítima pode ocorrer de várias formas: sofrimento físico, 
tortura, cárcere privado, ameaça de incêndio, depredação etc. 
• Intimidação deve ser em prejuízo da pessoa, seus bens ou pessoas de 
sua família
• Parágrafo único do art. 151 diz que “se disser respeito a pessoa não 
pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, 
decidirá se houve coação”.
• Pode caracterizar a coação se a pessoa não está ligada por sangue mas 
se a coação tiver sido bastante para intimidá-lo. Juiz decidirá caso a caso. 
164
Coação exigida por terceiro
• Se a coação foi feita por 3º e a parte a quem aproveita tinha 
ou devia ter conhecimento, o NJ é anulável e respondem 
ambos por perdas e danos. São cúmplices. 
• Se a coação feita por 3º e a parte a quem aproveita não tinha 
conhecimento, o NJ é válido mas o autor responde por perdas 
e danos. 
165
Art.154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse 
ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele 
por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a 
que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Estado de Perigo
166
• Situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a 
celebrar NJ assumindo obrigação desproporcional e 
excessiva. 
• O perigo de grave dano deve ser conhecido pela outra parte.
• Aproveita-se da situação de perigo para se fazer um NJ 
vantajoso e muito oneroso para a outra parte. 
• Existe má-fé
167
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume 
obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz 
decidirá segundo as circunstâncias.
Exemplos
168
• Náufrago pelo seu salvamento;
• Assaltado por bandidos e em lugar ermo para se salvar;
• Doente no auge da doença para se tratar;
• Mãe que precisa salvar filho;
• Pai em caso de sequestro de filho;
• Atendimento de urgência em hospital.
Elementos do Estado de Perigo
Situação de necessidade 
de se salvar ou a alguém 
de sua família:
• agente deve 
pensar/ter a certeza 
de estar em perigo.
Iminência de dano atual 
e grave:
• deve ser capaz de 
transmitir o receio de 
que, se não for 
afastado o perigo, 
haverão as 
consequências 
temidas; dano pode 
ser físico e moral; 
gravidade e 
circunstâncias serão 
avaliadas no caso 
concreto. 
Nexo de causalidade 
entre a declaração e o 
perigo de grave dano:
• o perigo de grave dano 
é a causa ou motivo 
determinante da 
declaração de vontade 
eivada de vício no NJ. 
Há uma limitadíssima 
liberdade de 
determinação. 
169
Ameaça do dano 
sobre o declarante ou 
sua família:
• importa o grau de 
afeição existente, 
capaz de desvirtuar 
a vontade. Sendo 
alguém fora da 
família, juiz decidirá 
conforme as 
circunstâncias. 
Conhecimento do 
perigo pela outra 
parte:
• há aproveitamento 
da outra parte para 
obter vantagem, 
age de má-fé. 
Assume obrigação 
excessivamente 
onerosa:
• condições 
significativamente 
onerosas, 
desproporcionais, 
há desequilíbrio, 
enorme sacrifício 
econômico.
170
Elementos do Estado de Perigo
• NJ é anulável
• Conhecimento da outra parte do perigo de grave dano 
denota má-fé, pois aproveita-se das circunstâncias. Outra 
parte só pode invocar teoria do enriquecimento sem causa, 
juiz analisará caso concreto.
• Se for de boa-fé, deve-se conservar o NJ. Reduz-se o excesso 
na obrigação assumida e se torna contrapartida ao serviço 
prestado.
• Enunciado 148 da III Jornada de Direito Civil: “Ao ‘estado de 
perigo’ (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no §2º 
do art. 157”. Estando de boa ou má-fé. 
171
Art. 157, § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Efeitos do Estado de Perigo
Estado de perigo x coação: 
Estado de perigo:
• não há o 
constrangimento do 
outro a praticar 
determinado ato ou 
celebrar NJ.
• Condições do NJ devem 
ser abusivas ou injustas
Coação:
• há o constrangimento 
do outro a praticar 
determinado ato ou 
celebrar NJ.
• Condições do NJ não 
precisam ser abusivas 
ou injustas
172
Lesão
173
• É o prejuízo que resulta da enorme desproporção entre 
as prestações de um contrato, no momento de sua 
celebração, determinada pela premente necessidade 
ou inexperiência de um dos contratantes. 
174
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo 
em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou 
se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
175
Independe de má-fé
Afeta o princípio da igualdade 
na prestação e contraprestação
Busca ajustar o contrato aos 
seus devidos termos. 
Acarreta em grande 
desequilíbrio
Desequilíbrio ocorre no 
momento da celebração 
contratual
Grande desproporção entre as 
prestações ou obrigações assumidas 
pelas partes
Prejuízo patrimonial 
excessivo
Há estado de 
inferioridade/desigualdade entre 
as partes
Inexperiência ou 
necessidade patrimonial
Elementos da Lesão
• Elemento objetivo: manifesta desproporção entre as prestações das 
partes, gerando um lucro exagerado para uma delas. Juiz verificará 
no caso concreto se houve a desproporção, conforme §1º, “segundo 
os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o NJ”. 
• Elemento subjetivo: inexperiência ou premente necessidade para 
aquele contrato. Necessidade é patrimonial, necessidade 
econômica de realizar o NJ (iminência da decretação de falência, 
protesto de um título de crédito etc.). Inexperiência é contratual ou 
técnica, é a falta de conhecimentos técnicos ou habilidades quanto 
aquele NJ (cláusulas técnicas ou inexperiência de vida). 
176
Exemplos
177
• A paga preço exorbitante pelo fornecimento de água em tempos de seca
• A vende para B um imóvel que vale 200 mil por 50 mil pois precisa pagar pensão 
alimentícia sob pena de ser preso.
• A vende para B todas as suas joias que valiam 50 mil por 10 mil para pagar o 
aluguel pois precisa pagar o aluguel sob pena de ser despejado. B pode oferecer 
para pagar os outros 40 mil e não anular o NJ.
• A, aos 70 anos, fica viúva, sendo que seu marido sempre cuidou dos negócios 
da família. A, por inexperiência, compra de B um imóvel que vale 100 mil por 
500 mil reais. B pode oferecer para reduzir o seu proveito e devolver os 400 mil.
• A, médico, realiza um negócio desproporcional com banco onde não estava apto 
a compreender as cláusulas econômicas.
Efeitos da Lesão
• É anulável o NJ.
• Art. 157, § 2o “Não se decretará a anulação do negócio, se for 
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito”.
• Pode anular ou rever o NJ. 
• A parte que obteve vantagem também pode pedir a revisão 
do NJ.
• Deve ser feito o suplemento (complemento) suficiente para 
acabar com o desequilíbrio ou reduzir o proveito que teve a 
parte que obteve vantagem. 
• Lesão ocorre em contrato bilateral e oneroso.
178
Estado de perigo x Lesão
Estado de perigo:
• Há a necessidade de se salvar
• Contratante opta por dois males
• Inexperiência não é requisito 
• Outra parte precisa saber do estado de 
perigo
• Prestação pode ser assumida por uma só 
parte, pode ser NJ unilateral em 
promessa de recompensa, obrigação de 
testar a favor de alguém, etc.. 
Lesão:
• Não há necessidade de se salvar
• Contratante participa de negócio 
desvantajoso por necessidade econômica
• Pode ocorrer por inexperiência
• Outra parte não precisa saber da 
inexperiência ou necessidade
• Desequilíbrio das prestações, NJs
bilaterais e onerosos. 
179
Fraude contra credores
180
• É um vício social
• A declaração de vontade do agente corresponde 
ao seu desejo íntimo, mas é exteriorizada com 
intenção de prejudicar terceiros: os credores.
• Credor: aquele que tem um crédito a receber
• Devedor: aquele que está devendo
• Quem tem interesse em fazer fraude contra 
credores é o devedor, com objetivo de não pagaro credor.
181
• Princípio da responsabilidade patrimonial: o patrimônio 
do devedor responde por suas obrigações, é a garantia 
geral dos credores
• Devedor solvente: seu patrimônio basta, com sobra, para 
o pagamento de suas dívidas. Pode dispor de seus bens.
• Devedor insolvente: devedor que não pode mais garantir 
o pagamento de todas as dívidas, que tem um passivo 
superior ao ativo, possui mais dívidas do que renda ou 
patrimônio.
• Quando devedor desfalca seu patrimônio, passando o 
passivo a ser maior que o ativo, ele está dispondo de 
valores que não mais lhe pertencem, pois esses valores 
estão vinculados ao resgate de seus débitos. Os credores 
podem, então, desfazer ao atos fraudulentos do devedor 
insolvente.
182
Fraude contra credores é:
183
“todo ato suscetível de diminuir ou onerar 
seu patrimônio, reduzindo ou eliminado da 
garantia que este representa para 
pagamento de suas dívidas, praticado por 
devedor insolvente, ou por ele reduzido à 
insolvência”. Carlos Roberto Gonçalves “todo ato de disposição e oneração de bens, 
créditos e direitos, a título gratuito ou 
oneroso, praticado por devedor insolvente, 
ou por ele tornado insolvente, que acarrete 
redução de seu patrimônio, em prejuízo de 
credor preexistente” Marcos Bernardes de 
Mello
NJ é anulável.
• Ao tratar do problema da fraude, o legislador teve de 
optar entre proteger o interesse dos credores ou o do 
adquirente de boa-fé. Preferiu proteger o interesse 
deste. Se ignorava a insolvência do alienante, nem 
tinha motivos para conhecê-la, conservará o bem, não 
se anulando o negócio. Desse modo, o credor somente 
logrará invalidar a alienação se provar a má-fé do 
terceiro adquirente, isto é, a ciência deste da situação 
de insolvência do alienante.
184
Elementos constitutivos
Elemento objetivo -> eventus damni:
•O prejuízo do credor decorrente da 
insolvência do devedor. 
•Os atos de alienação dos bens causam a 
insolvência do devedor e frustram o 
recebimento do crédito.
Elemento subjetivo -> consilium fraudis ou 
conluio fraudulento
•Há má-fé do devedor, com consciência de 
prejudicar 3ºs, e má-fé do adquirente, 
quem tem ciência (ou deveria ter) da 
insolvência do devedor. 
•Adquirente deveria ter ciência porque é 
alguém muito próximo, p. ex., mãe, filho, 
sócio, amigo etc.
•Em algumas situações, a má-fé se presume. 
Ex: doação para filho de 3 anos.
•Prova pode ser ministrada por todos os 
meios, admite-se indícios e conjecturas.
185
• Os casos mais comuns de presunção de má-fé
do adquirente, por haver motivo para
conhecer a má situação financeira do
alienante, são os de aquisição do bem por
preço vil ou de parentesco próximo entre as
partes.
186
Atos de transmissão gratuita de bens ou 
remissão de dívida
• Transmissão gratuita de bens: doações, renúncia de herança, renúncia de usufruto, 
promessa de doação etc. 
• Remissão ou perdão de dívida: crédito que o devedor deixa de receber e que 
também reduz o seu patrimônio.
• Credor quirografário: crédito decorre de título ou documento escrito, não possui 
um direito real de garantia, sua única garantia é o patrimônio geral do devedor. Ex: 
cheque, nota promissória, contrato.
• Nesse caso, a lei presume a má-fé e a intenção de fraudar e credor não precisa 
provar conluio fraudulento.
• Direito dos credores x direito dos donatários = direito dos credores. 187
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Exemplos do art. 158
• Pedro prestou um serviço para João, que lhe pagou 
com um cheque de R$100.000,00 para 30 dias. 
Passados os 30 dias, o cheque foi depositado e 
devolvido sem fundos. João (devedor), após emitir o 
cheque, buscando não ter que pagar o débito com 
Pedro (credor), doou seu único bem imóvel, um 
terreno, para seu filho menor, passando a ser devedor 
insolvente e consumando um ato fraudulento.
• João devia R$100.00,00 para Pedro, mas João tinha um 
crédito de R$130.000,00 de Maria. João perdoa a 
dívida de Maria para não pagar Pedro. O perdão da 
dívida constitui ato fraudulento.
188
• Má-fé e intenção de fraudar se presumem se houver notoriedade da insolvência 
(existência de títulos de crédito protestados, várias execuções, várias demandas 
judicias etc.) ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante (pai, filho, 
irmão, sócio, amigo , valor muito abaixo do mercado etc.).
• Presume-se a fraudulência pela continuação dos bens alienados na posse do 
devedor quando deviam passar para o 3º, pelo parentesco ou afinidade entre 
devedor e 3º, pelo preço vil, pela alienação de todos os bens etc.
• Interesse dos credores x interesse do adquirente de boa-fé = adquirente de boa-fé. 
• Se adquirente de boa-fé ignorava a insolvência do alienante, nem tinha motivos para 
conhecê-la, o bem se conserva e não se anula o NJ. 
• Credor precisa provar que o adquirente sabia da insolvência do devedor. 
189
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando
a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Atos de transmissão onerosa
Exemplos art. 159
• João devia R$100.000,00 para Pedro. Para não pagar 
Pedro, João vendeu seu único imóvel que valia 
R$100.000,00 para sua irmã Maria, pela metade do 
valor do mercado. Maria deveria saber da insolvência 
de João, por ser sua irmã e pelo valor da venda, então, 
comprovada a má-fé de Maria, o NJ será anulado.
• Se João vendeu o imóvel pelos classificados, pelo valor 
de mercado e para uma pessoa desconhecida, o 
adquirente estava de boa-fé e não sabia da insolvência 
de João, e o NJ será conservado.
190
Pagamento antecipado de dívida
• Todos os credores quirografários estão em situação de 
igualdade, devem ter as mesmas oportunidades.
• Se devedor salda débitos vincendos (a vencer), 
presume-se intuito fraudulento, pois está favorecendo 
um credor.
• Credor fica obrigado a devolver o que recebeu, 
instaurado o concurso de credores. 
191
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida
ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de
efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
Exemplo art. 162
• João tinha várias dívidas vencidas e uma 
dívida que vencia em 30 dias com Pedro. 
João paga a dívida vincenda 
antecipadamente, sem pagar as demais. 
Consuma-se o ato fraudulento e Pedro 
deve devolver o que foi pago.
192
Concessão fraudulenta de garantias
• Todos os credores quirografários estão em situação de igualdade, devem ter as 
mesmas oportunidades.
• Garantias reais -> garantia do cumprimento da obrigação por meio de um bem 
móvel (penhor) ou imóvel (hipoteca) ou anticrese (frutos do bem imóvel 
compensam a dívida).
• Se devedor dá garantia a um credor, os demais ficam prejudicados.
• Presume-se a fraude, sem que precise provar o conluio fraudulento, a má-fé do 
devedor.
• Anula-se a garantia e credor volta a ser quirografário.
• Art. 165, Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir 
direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade 
importará somente na anulação da preferência ajustada. 
193
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas 
que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Exemplo do art. 163 
• João devia R$100.000,00 paraPedro. 
João grava o imóvel com uma hipoteca 
em favor de Maria, sua irmã. Configura o 
ato fraudulento, pois favoreceu Maria em 
detrimento de Pedro. A garantia 
preferencial (hipoteca) será anulada.
194
Ação Pauliana ou revocatória
• Ação anulatória do NJ celebrado em fraude 
contra credores, que impugnam os atos 
fraudulentos.
• Sentença tem natureza desconstitutiva do 
NJ.
• Anula-se o NJ por fraude contra credores e 
o bem retorna ao patrimônio do devedor.
195
Legitimidade para ajuizar 
ação pauliana
Legitimidade ativa (autor): 
• credores quirografários: não possuem garantia 
especial do recebimento de seu crédito.
• Credores cuja garantia se tornar insuficiente: 
quando o preço apurado na execução judicial do 
imóvel hipotecado se tornar insuficiente, casos de 
extinção da hipoteca pela destruição da coisa, 
deterioramento ou desvalorização etc. Ex: A 
contraiu empréstimo com B e deu máquinas em 
garantia. A não pagou o débito e as máquinas 
desvalorizaram, se tornando insuficiente. Art. 158, 
§1º.
• Obs: Só os credores que já o eram ao tempo da 
alienação fraudulenta: os que se tornam credores 
depois da alienação já encontraram o patrimônio do 
devedor estando desfalcado e mesmo assim 
negociaram. Art. 158, §2º.
Legitimidade passiva (réu):
• Contra o devedor insolvente
• Contra a pessoa que celebrou o NJ fraudulento com 
o devedor insolvente
• Contra os 3ºs adquirentes de má-fé, se o bem 
alienado já tiver sido transferido a 3º (o 3º de boa-
fé também deve ser réu)
• Deverá ajuizar ação contra todos eles, pois todos 
eles sofrerão consequências da anulação do ato 
fraudulento.
196
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá 
ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que 
com ele celebrou a estipulação considerada 
fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam 
procedido de má-fé.
Fraude não ultimada
• Se o adquirente ainda não efetuou o pagamento do preço, pode evitar o 
ajuizamento da ação pauliana, ou extingui-la, depositando o valor em juízo, se for 
aproximadamente o valor de mercado, pedindo que sejam citados por edital todos 
os interessados, o que evita a presunção de má-fé e a consumação da fraude.
• Se o valor for inferior ao valor de mercado, os credores podem reclamar a 
devolução da coisa alienada ou o preço real de mercado ao tempo da alienação.
• Há a correção do vício e o valor volta ao patrimônio do devedor.
• Depósito pode ser feito antes, durante e até mesmo depois de julgada procedente a 
ação pauliana. 
197
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e 
este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a 
citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço 
que lhes corresponda ao valor real.
Validade dos negócios ordinários 
celebrados de boa-fé pelo devedor
• Devedor insolvente pode fazer negócios ordinários, sem que haja má-fé, não 
caracterizando fraude contra credores:
• Os gastos ordinários do devedor insolvente são válidos quando feitos para evitar a 
paralisação de suas atividades normais, pode continuar a vender as mercadorias 
expostas em seu estabelecimento., mas não pode alienar o próprio 
estabelecimento. Ex: empresa vende um terreno para pagar 13º dos funcionários.
• Pode também o devedor insolvente fazer gastos ordinários que se destinam à sua 
subsistência ou de sua família. Ex: A vende um terreno para pagar a cirurgia de 
seu filho.
• Presunção de boa-fé do devedor admite prova em contrário, ato será apreciado 
pelo juiz conforme as circunstâncias para verificar se há fraude.
198
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à
manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do
devedor e de sua família.
• Após o juiz anular os atos fraudulentos, os bens voltarão a integrar o 
patrimônio do devedor para pagamento das dívidas.
• Se houver vários credores, o patrimônio do devedor deve ser partilhado 
proporcionalmente entre os credores, na proporção do crédito de cada um. 
• Se a fraude contra credores buscava atribuir garantia preferencial em favor 
de outra pessoa, juiz apenas irá anular essa garantia preferencial. 
199
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito 
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, 
mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da 
preferência ajustada.
Simulação
200
• É uma declaração falsa e enganosa da vontade
• Há conluio entre os contratantes para NJ ter 
aparência contrária à realidade, para aparentar NJ 
diverso do efetivamente desejado
• Objetivo é enganar 3ºs ou fraudar a lei.
• É um vício social
• Causa de nulidade do NJ
• Ex: ocultação do verdadeiro preço da coisa no 
contrato de compra e venda, antedata de documento, 
sonegação etc. 
201
Características
• Regra geral, ocorre no NJ bilateral: resulta do acordo entre as 
partes para lesar 3º ou fraudar a lei. Embora raro, pode 
ocorrer em NJ unilateral que tenha declaração receptícia de 
vontade (dirige-se a determinadas pessoas e produz efeitos a 
partir da sua ciência).
• Existe acordo com a outra parte, ou com as pessoas a quem 
ela se destina
• Declaração é deliberadamente em desacordo com a intenção: 
as partes, maliciosamente, declaram algo em desacordo com 
a realidade.
• Intuito de enganar 3ºs ou fraudar a lei
202
Espécies de Simulação
Simulação absoluta – NJ simulado
• As partes fingem um NJ, para criar uma aparência, 
sem que, na verdade, desejem o ato e sem que 
realizem na realidade um NJ.
• Divergência entre a vontade real e a vontade 
declarada, conluio entre os contratantes, e intuito 
de prejudicar 3º.
• NJ não existiu
• Ex: João transfere carro para Pedro, seu amigo, 
porque pretende se separar da esposa;
• Ex: João registrou seu amigo Pedro, que estava 
doente em estado terminal, como empregado de 
sua empresa, sem que ele nunca tenha ali 
trabalhado, para que Maria, esposa de Pedro, 
recebesse seguro de vida.
Simulação relativa – NJ dissimulado
• As parte pretendem realizar determinado NJ, 
prejudicial a 3º ou em fraude à lei. Para escondê-lo, 
ou dar-lhe aparência diversa, realizam outro NJ.
• Intenção de ocultar parte ou a totalidade de um 
outro NJ que existiu, buscando demonstrar que foi 
realizado de maneira diferente do que foi na 
realidade.
• NJ existiu, mas não como foi exteriorizado.
• Existem 2 negócios: o simulado (aparente, 
destinado a enganar) e o dissimulado (oculto e 
verdadeiramente desejado).
• Ex: homem casado que deseja doar imóvel à 
concubina e simula venda a 3º, que lhe transferirá 
o bem;
• Ex: escritura por preço inferior ao real para pagar 
imposto menor.
203
SIMULAÇÃO X DISSUMULAÇÃO
• Na simulação, procura-se aparentar o que não 
existe; na dissimulação, oculta-se o que é 
verdadeiro. 
• Na simulação, há o propósito de enganar 
sobre a existência de situação não verdadeira; 
na dissimulação, sobre a inexistência de 
situação real.
204
• Simulação acarreta a nulidade do NJ. 
• Se houver dissimulação, o NJ dissimulado subsistirá, se for válido na 
substância e na forma (obedecer art. 104).
• Ex: escritura pública lavrada por valor inferior ao real para burlar o 
fisco, anula o valor aparente e subsiste o real.
• Ex: João queria doar um imóvel para Maria, sua irmã, mas 
descobriu que por contrato de compra e venda pagaria menos 
impostos. Houve dissimulação. Compra e venda é nula, mas doação 
subsiste.
205
Art. 167. É nuloo negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido 
for na substância e na forma.
• I - O NJ foi realizado na verdade com uma pessoa, mas no contrato consta outra 
pessoa favorecida. Ex: João, casado, deseja doar imóvel à sua concubina e simula 
venda a Pedro, que lhe transferirá o bem;
• II – NJ contém informações que não são verdadeiras. Ex: atestado médico para 
abonar falta no trabalho de pessoa que não está doente; João e Pedro simulam que 
implementaram uma condição (venda de 100 veículos no ano) para receber 
comissão extra; 
• III – data verdadeira não representa a data posta no NJ. Ex: João vive em união 
estável com Maria desde 2010, quando adquiriu um imóvel de Pedro. João pretende 
dissolver a união e simula contrato de compra e venda em favor de João com data 
de 2009. 
206
Art. 167, § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais 
realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
• Quando NJ é declarado nulo por simulação, ele 
contamina os atos posteriores, que também não 
tem validade.
207
João Pedro Maria
Art. 167, § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes 
do negócio jurídico simulado.
NJ simulado NJ de boa-fé
NJ de Maria é nulo também, 
mas ela tem direito de cobrar de 
João e Pedro os prejuízos que 
sofreu. 
Invalidade do NJ
208
Invalidade
Inexistência Nulidade Anulabilidade
• A invalidade do NJ ocorre quando ele se apresenta de forma irregular, 
defeituosa, quando existe uma imperfeição.
• Existe um vício.
• Invalidade é a sanção imposta pela lei ao NJ que foi realizado com vício, 
impedindo que ele produz efeitos.
• A irregularidade/defeito pode ser mais ou menos grave e, então, o 
ordenamento jurídico vai atribuir uma reprimenda maior ou menor. 
• Vício grave -> vício de interesse social -> nulidade absoluta -> ato nulo
• Vício de gravidade relativa -> vício de interesse individual -> nulidade relativa -
> ato anulável
209
Inexistência do NJ
• Existência – Validade – Eficácia 
• Afeta a existência do NJ
• Falta ao NJ algum elemento estrutural
• Constitui-se em um nada jurídico, o NJ não existe.
• Propõe-se ação para discutir e declarar a inexistência do NJ. 
• Ato inexistente não produz efeitos, enquanto o ato nulo pode 
produzir alguns efeitos.
• Ex: não houve declaração de vontade (contrato não assinado, 
noiva que não se manifesta), NJ entre pessoa e cachorro etc.
210
Nulidade do NJ
211
“Nulidade é a sanção imposta pela lei 
aos atos e negócios jurídicos 
realizados sem observância dos 
requisitos essenciais, impedindo-os 
de produzir os efeitos que lhe são 
próprios”. Carlos Roberto Gonçalves
“A função da nulidade é tornar sem efeito o 
ato ou negócio jurídico. A ideia é fazê-lo 
desaparecer, como se nunca houvesse 
existido. Os efeitos que lhe seriam próprios 
não podem ocorrer. Trata-se, portanto, de 
vício que impede o ato de ter existência 
legal e produzir efeito, em razão de não ter 
sido obedecido qualquer requisito 
essencial”. Silvio de Salvo VenosaNulidade ofende preceitos de ordem 
pública.
Não prescreve
Não produção de efeitos - retroage
Juiz pode e deve pronunciar de ofício 
Espécies de nulidade
Nulidade absoluta: 
• Existe um vício que atinge o interesse 
social, além do individual
• Há ofensa a preceito de ordem pública
• Priva o ato ou NJ dos seus efeitos 
específicos
• Pode ser alegada por qualquer 
interessado
• Pode e deve ser pronunciada de ofício 
pelo juiz)
Nulidade relativa:
• Também chamada de anulabilidade
• Existe um vício que invalida o NJ, mas 
esse vício pode ser afastado ou sanado.
212
Espécies de nulidade
Nulidade total:
• Atinge todo o NJ.
• Ex: contrato de 
compra e venda 
assinado por uma 
criança de 8 anos.
Nulidade parcial:
• Afeta parte do NJ. Se 
o NJ for separável, 
não prejudica a parte 
válida.
• Princípio da 
conservação do ato 
ou NJ. 
• Ex: contrato de 
locação onde a 
cláusula de fiança é 
declarada nula, pode 
a locação subsistir.
Nulidade textual:
• Nulidade vem 
expressa na lei.
• “É nulo....” 
Nulidade virtual:
• Nulidade não está 
expressa na lei.
• É deduzida pelas 
expressões do 
legislador: “não 
podem”, “não se 
admite” etc. 
213
• I, II, IV e V -> art. 104 C.C.
• V -> casamento deve ser realizado de portas abertas, ter 2 testemunhas etc.
• III -> motivo do NJ, expresso como razão determinante, é ilícito. Ex: vende-se um automóvel 
para que seja utilizado num sequestro; empresta-se uma arma para matar alguém etc.
• IV -> NJ celebrado para fraudar a lei, preceito de ordem pública.
• VII -> nulidade textual ou virtual.
214
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido 
for na substância e na forma.
• Pode ser alegada por qualquer interessado (qualquer pessoa que tenha interesse 
na nulidade, que tenha sido atingida/prejudicada) ou MP quando lhe couber 
intervir como fiscal da lei;
• Devem ser pronunciadas de ofício pelo juiz.
• Juiz não pode suprir o defeito, ainda que as partes requeiram.
• Atinge todas as partes envolvidas (efeito erga omnes), até mesmo aqueles que 
não alegaram a nulidade, pois o NJ nulo não gera nenhum efeito, desaparece da 
ordem jurídica.
• Efeito ex tunc -> retroage à data do ato.
215
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do 
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido 
supri-las, ainda que a requerimento das partes.
• NJ nulo não pode ser confirmado (partes ratificam, 
manifestam vontade para manter o NJ apesar do 
defeito)
• NJ nulo não convalesce (não se torna válido) pelo 
decurso do tempo -> não sofre os efeitos da prescrição e 
decadência -> pode ser alegado a qualquer tempo. 
216
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo 
decurso do tempo.
• NJ nulo pode ser convertido em outro NJ válido. Se as partes assinaram um contrato que é nulo 
(porque não obedeceu os requisitos legais), o contrato pode ser convertido (aproveitado, 
transformado) em um contrato de natureza diversa se atender os requisitos deste. 
• Princípio da conservação do NJ e da vontade das partes. 
• Requisitos para conversão: a) NJ celebrado deve conter os requisitos do NJ para o qual vai ser 
convertido, b) deve manter o mesmo objeto material os mesmos elementos fáticos do NJ nulo, c) 
deve estar de acordo com a vontade das partes.
• Ex: João queria doar um imóvel seu para Maria e o transferiu para ela por meio de uma escritura 
de compra e venda. João falece e seus filhos requerem a declaração de nulidade do NJ por 
simulação, pois Maria não comprou o imóvel. Juiz pode declarar a nulidade da compra e venda por 
simulação e converter o NJ em doação.
• Ex: converter um contrato de compra e venda em promessa de compra e venda.
• Obs.: Art. 170 trata apenas do ato nulo, mastambém pode ser aplicado ao ato anulável. 
217
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este 
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem 
previsto a nulidade.
Anulabilidade
218
“Anulabilidade é a sanção imposta 
pela lei aos atos e negócios jurídicos 
realizados por pessoa relativamente 
incapaz ou eivados de algum vício do 
consentimento ou vício social.” 
Carlos Roberto Gonçalves
A anulabilidade tem em vista a prática do 
negócio ou do ato em desrespeito a 
normas que protegem certas pessoas. As 
causas de anulabilidade residem no 
interesse privado. (...) Na verdade, o 
negócio jurídico realiza-se com todos os 
elementos necessários a sua validade, 
mas as condições em que foi realizado 
justificam a anulação, quer por 
incapacidade relativa do agente, quer pela 
existência de vícios do consentimento ou 
vícios sociais”. Silvio Venosa
Ofende interesse privados
Prescreve e admite confirmação
Produz efeitos até ser anulado em ação
Juiz não pode pronunciar de ofício, deve 
ser requerido
• Também é causa de anulabilidade a falta de anuência 
do outro quando a lei estabelece que a concordância 
é requisito de validade. Ex: regra geral, venda de 
imóvel sem anuência do cônjuge. 
219
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra 
credores.
Confirmação expressa:
•pessoa deve manifestar expressamente sua vontade (por escrito ou 
verbalmente), de forma clara e inequívoca seu desejo de manter o NJ. 
• Confirmado pelas partes, mas não surte efeitos para 3ºs (mantêm seus direitos 
assegurados). Ex: João comprou carro de leilão de carros batidos sem saber e 
ajuizou ação para anular NJ. Se João confirma a compra do carro, mas já o 
vendeu para 3º, a confirmação não surte efeitos para o 3º.
• Confirmado pelo assistente do relativamente incapaz. Ex: João (17 anos) vende 
seu vídeo game para Pedro, sem a assinatura do seu assistente. Assistente 
assina o contrato concordando, então, confirmou o NJ.
• Confirmado expressamente por 3º (art. 176): se anulabilidade ocorre em 
virtude da falta de consentimento de 3º, este pode confirmar posteriormente o 
NJ. EX: João vende uma franquia para Pedro, mas essa venda tinha que ser 
autorizada pelo franqueador que, posteriormente, autoriza e sana o vício. 
Confirmação tácita (art. 174):
• parte não precisa confirmar expressamente, mas 
seus atos pressupõem que ela pretende manter o NJ 
mesmo sabendo do vício. Ex: João comprou sem 
saber um carro de leilão de carros batidos e 
descobriu ao fazer o seguro. Mesmo sabendo do 
vício, João paga todas as 12 parcelas do carro. 
220
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade 
expressa de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte 
pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será 
validado se este a der posteriormente.
• Se a parte confirmar, expressa ou tacitamente, 
o NJ, não pode mais requerer a anulação ou 
pedir indenização. Se houver ação, é extinta.
221
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos 
dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele 
dispusesse o devedor.
• Não pode ser decretada de ofício pelo juiz, deve ser requerida sua decretação pela 
parte e só tem efeito após a sentença -> efeito ex nunc.
• Só pode ser alegado pela parte interessada (quem foi atingido pelo vício) e só 
aproveita a quem alega a anulabilidade, não sendo válido para aqueles que não a 
alegarem, exceto nos casos de solidariedade (obrigação solidária) ou 
indivisibilidade (objeto indivisível).
• Ex: João vende, num mesmo contrato, 500 sacas de arroz para Maria e 500 sacas 
para Pedro. Pedro ajuíza ação alegando dolo e juiz anula o contrato. Para Maria, o 
contrato permanece válido.
• Ex: João vendeu um carro para Pedro e Maria. Pedro ajuíza ação alegando dolo e 
juiz anula o contrato. Maria não alegou anulabilidade mas o bem é indivisível, 
então lhe aproveita também. 
222
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia 
de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a 
alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
• O art. 178 estipula o prazo e o início de sua contagem 
para se alegar a anulabilidade do ato.
• Demais atos anuláveis que a lei não estipule prazo para 
requerer a anulação, prazo é de 2 anos contados da 
conclusão do ato anulável.
223
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio 
jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo 
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
• Direito não protege a má-fé.
• Menor de 18 e maior de 16 não pode se beneficiar do fato de ser relativamente 
incapaz se dolosamente mentiu ou omitiu a sua idade ao celebrar o NJ. 
• Ex: João adquiriu um aparelho celular e uma linha telefônica e, ao preencher os 
dados no contrato, colocou que tinha 18 anos. Depois, para não pagar o que 
contratou, alegou anulabilidade por ser relativamente incapaz, o que não é possível. 
NJ é válido e o menor não pode se eximir da obrigação por invalidade do NJ.
• Se o juiz anular um NJ realizado por incapaz (absoluta ou relativamente), a outra 
parte só pode reclamar o valor que pagou ao incapaz se provar que o valor pago 
reverteu em favor do incapaz. Busca proteger os incapazes. Parte contrária deve 
provar que o incapaz se enriqueceu com o pagamento que lhe foi feito. 
224
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte,
ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz,
se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
• Decretada a anulação do NJ, as partes devem voltar ao 
estado em que se encontravam antes de realizar o NJ 
(status quo ante), quando ato objeto do contrato.
• Se não for possível voltar ao estado anterior, haverá 
indenização. Ex: houve permuta de carros com dolo 
omissivo de que um dos carros era de leilão de carros 
batidos. Decretada a anulação do NJ, não sendo possível a 
devolução do carro (porque foi roubado, p. ex.), será paga 
indenização no valor correspondente.
225
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes
dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o
equivalente.
• Se o instrumento (documento) do NJ for inválido, o 
NJ pode ser mantido se puder provar o NJ por outro 
meio. Princípio da conservação do NJ. 
• Ex: Contrato de prestação de serviços feito com uma 
empresa, onde quem assinou não tinha poderes para 
tal. Juiz pode declarar a nulidade do contrato, mas 
pode reconhecer a prestação de serviços do contrato, 
por meio de outras provas (e-mails, msgs).
226
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempreque este 
puder provar-se por outro meio.
• Invalidade total prejudica todo o NJ; invalidade parcial prejudica a parte inválida.
• Para se manter a parte válida, deve ser mantida a intenção das partes quando 
celebraram o NJ e a parte válida pode existir de forma autônoma. Ex: João, 
corretor de imóveis, celebrou contrato com Pedro para realizar os serviços de 
loteamento de dois terrenos. Um dos terrenos não pode ser loteado porque a 
área é de preservação permanente. Uma parte do NJ é inválida porque o objeto é 
legalmente impossível. 
• Obrigação principal -> existe sobre si mesma. Obrigação acessória -> existe em 
razão da obrigação principal. Se obrigação principal é invalidada, a acessória 
também o será; mas se acessória for invalidada, mantém-se a principal. Ex: João 
celebrou contrato de locação com cláusula de não prorrogação (fere o art. 51 da 
Lei de Locações). Invalida a cláusula, mas não a locação. 
227
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico 
não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação 
principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação 
principal.
Nulidade x Anulabilidade
Nulidade
• Decretada no interesse da coletividade, matéria de 
ordem pública
• Não pode ser suprida pelo juiz nem ser sanada pela 
confirmação
• Pode ser decretada de ofício pelo juiz.
• Tem efeito imediato, com decisão de natureza 
declaratória
• Nulidade se declara
• Não produz nenhum efeito que normalmente lhe 
pertenceria;
• Efeitos ex tunc (retroage à data do NJ).
• Pode ser alegada por qualquer interessado ou pelo MP;
• Não se torna válido pelo decurso do tempo;
Anulabilidade
• Decretada no interesse privado da pessoa prejudicada
• Pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes, 
ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação.
• Não pode ser decretada de ofício pelo juiz, mas apenas 
por pedido das partes.
• Só tem efeito após a sentença, que tem natureza 
desconstitutiva
• Anulação se decreta
• Produz efeitos até a anulação
• Efeitos ex nunc (daqui para frente, não retroage).
• Só pode ser alegada pelos prejudicados (relativamente 
incapaz e aquele que manifestou a vontade viciada) e 
só a eles aproveitam seus efeitos (exceto nos casos de 
solidariedade ou indivisibilidade);
• Pode se tornar válido pelo decurso do tempo;
228
Atos Jurídicos Lícitos e Ilícitos
229
Atos lícitos x Atos ilícitos
Atos jurídicos lícitos:
• São aqueles praticados de 
acordo o ordenamento 
jurídico;
• Produzem efeitos jurídicos 
voluntários;
• O agente quer os efeitos e a lei 
defere os efeitos almejados.
Atos jurídicos ilícitos
• São aqueles praticados em 
desacordo com o 
ordenamento jurídico;
• Produzem efeitos jurídicos 
involuntários;
• Os efeitos são impostos pelo 
ordenamento jurídico.
230
• Aplicam-se aos atos jurídicos lícitos, no que couber, as 
disposições concernentes aos negócios jurídicos (art. 104 a 
art. 184)
231
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que 
couber, as disposições do Título anterior.
• Ato ilícito é aquele praticado com infração ao dever legal de não 
lesar ao outro. 
• Há um dever de conduta: o de não lesar a outros, seja por ação ou 
omissão. 
• Conduta voluntária (ação ou omissão) + violação de direito + causar 
dano + nexo causal + culpa = ato ilícito
• Autor do dano deve repará-lo.
• Gera uma fonte de obrigação: indenizar ou ressarcir o prejuízo.
232
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.
• Abuso de direito 
• É o exercício irregular, anormal de um direito 
• Aquele que, atuando dentro dos limites da lei, deixa de 
considerar a finalidade social de seu direito e o excede, 
causando dano a outrem.
• Ex: direito de vizinhança x direito de propriedade; credor 
que demanda devedor antes do vencimento da dívida ou 
por dívida já paga etc.
233
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes.
• Quem comete ato ilícito, deve ser 
responsabilizado pelos danos que causar.
• Obrigação de reparação ou indenização do 
dano.
• Art. 186 e 187 combinam com art. 927
234
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Pressupostos da responsabilidade
• Conduta - ação ou omissão
• Culpa ou dolo do agente
• Relação de causalidade
• Dano
235
Conduta – ação ou omissão
• Qualquer pessoa que, por ação ou omissão, venha a causar dano a 
outrem.
• Pode derivar de ato próprio (art. 939, 940, 953 etc), de ato de 3º que 
esteja sob a guarda do agente (art. 932) ou de danos causados por 
coisas (art. 937) e animais (art. 936) que lhe pertençam.
• Ação -> conduta positiva
• Omissão -> conduta negativa
• Omissão: existe o dever jurídico de não se omitir, que poderia ter 
evitado o dano. 
• Dever de não se omitir pode ser imposto por lei (dever de socorro) 
ou ser decorrente de convenção (dever de guarda, de vigilância)
236
Culpa ou dolo do agente
237
Culpa lato sensu
Dolo: violação deliberada, intencional, 
do dever jurídico. Vontade de cometer 
uma violação de direito.
Culpa stricto sensu: falta de 
diligência. 
Negligência: falta de 
cuidado ou desatenção, 
pessoa não age com o 
cuidado exigido pela 
situação.
Imprudência: ação 
precipitada e sem 
cautela, há uma atitude 
diversa da esperada.
Imperícia: inaptidão, ignorância, 
falta de qualificação técnica, teórica 
ou prática, ou ausência de 
conhecimentos elementares e 
básicos da profissão.
Culpa
• Culpa in elegendo: má escolha do representante
• Culpa in vigilando: ausência de fiscalização
• Culpa in comittendo: decorre de uma ação, de um 
conduta positiva
• Culpa in omittendo: decorre de uma omissão, de 
uma conduta negativa, dever de não se abster
• Culpa in custodiendo: falta de cuidados na guarda 
de animal ou objeto.
238
Relação de causalidade
• Nexo causal entre a ação ou omissão do agente e 
o dano causado.
• É a causa, ou seja, causar dano.
• Existência do dano deve estar relacionada com a 
conduta do agente.
• Se não há nexo causal entre conduta e dano, não 
há responsabilidade.
• Conduta -> causa -> dano
239
Dano
• Para que haja responsabilidade, precisa-se 
provar o dano.
• Dano pode ser patrimonial (material) ou 
extrapatrimonial (moral).
• Não há responsabilidade sem haver dano.
• Pode haver violação do dever jurídico, culpa 
ou dolo, mas só há responsabilidade se 
houver dano.
240
241
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisosI a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa 
de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago 
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou 
relativamente incapaz.
...
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa 
da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, 
se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Responsabilidade dos incapazes
• Inimputáveis -> não lhes são imputados pena.
• Representante legal é responsável por sua guarda ou vigilância.
• Emancipação voluntária pelos pais não os isenta da 
responsabilidade pelos atos ilícitos de seus filhos. 
242
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua 
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar 
do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Responsabilidade contratual e 
extracontratual
243
Responsabilidade contratual
• advém de uma obrigação/dever contratual;
• Chamado de inadimplemento contratual;
• Gera obrigação de indenizar as perdas e 
danos;
• Inadimplemento presume-se culposo: 
credor deve demonstrar que a prestação 
contratual não foi cumprida e a culpa do 
inadimplente se presume.
• Art. 389 e 395 ss. Código Civil.
Responsabilidade extracontratual ou 
aquiliana
• Advém de infração ao dever legal de 
conduta;
• Aquele que for lesado deve provar a culpa 
ou dolo daquele que causa o dano.
• Art. 186 e 187 c/c 927 e ss. Código Civil. 
Ambas geram a obrigação de ressarcir o prejuízo causado.
Responsabilidade subjetiva e objetiva
Responsabilidade subjetiva
• É a regra geral
• Baseia-se na culpa, que deve ser provada.
• Se não há culpa, não há responsabilidade. 
• Conduta + dano + nexo causal + culpa
Responsabilidade objetiva
• É a exceção
• Independe de culpa
• Há responsabilidade mesmo sem culpa.
• Conduta + dano + nexo causal
• Teoria do risco: toda pessoa que exerce 
alguma atividade cria um risco de dano 
para 3ºs. Se exerce atividade e causa 
dano, deve repará-lo.
• Há um risco profissional.
• Casos são especificados em lei.
244
Art. 927.... Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
245
Responsabilidade 
subjetiva
Conduta (ação ou omissão) Conduta (ação ou omissão)
Nexo causal
Dano
Culpa ou dolo
Nexo causal
Dano
Responsabilidade 
objetiva
Responsabilidade civil e penal
Responsabilidade civil
• Ilicitude civil -> viola norma civil
• Interesse lesado é individual, privado
• Pode ser transferida (PJ para PN)
• Responde com patrimônio (prisão apenas 
para devedor de pensão alimentícia)
• Qualquer ação ou omissão que viole 
direito e cause dano pode gerar 
responsabilidade, independe de tipificação
• Até a culpa levíssima obriga a indenizar
• Menor de 18 anos responde pelos 
prejuízos que causar
Responsabilidade penal
• Ilicitude penal -> viola norma penal
• Interesse lesado é da sociedade, público
• É pessoal, intransferível
• Responde com a liberdade
• Deve estar tipificada na lei (não há crime 
sem lei anterior que o defina)
• Culpa deve ter certo grau ou intensidade
• Só maiores de 18 anos
246
Atos lesivos não ilícitos
247
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo.
Legítima defesa e 
exercício regular de direito 
• Se o ato é praticado contra o próprio agressor, em legítima defesa, o 
agente não será responsabilizado civilmente pelos danos causados.
• CP. Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
• A extrapolação da legítima defesa, por negligência ou imperícia, 
configura ato ilícito.
• Se, em legítima defesa, por engano ou erro de pontaria, terceira 
pessoa ou alguma coisa de valor for atingida, o agente deve reparar o 
dano, podendo ajuizar ação de regresso contra o agressor.
• Quem exerce um direito de forma regular, não provoca um dano. Ex: 
credor que, preenchendo as condições legais, requer a falência do 
devedor. 
248
Estado de necessidade
• Aquele que age em estado de necessidade não age de forma ilícita.
• CP. Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato 
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia 
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
• Não comete ato ilícito, mas fica obrigado a reparar os danos que causar se 
a pessoa lesada não for culpada pelo perigo.
• Ex: motorista, para não atropelar criança, atira seu veículo contra um muro; 
deve pagar reparação do muro, mas tem direito de regresso contra os pais 
da criança, que se omitiram no dever de vigilância. 
249
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados 
do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o 
autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 
188, inciso I).
Prescrição
250
• Prescrição -> elemento tempo
• O decurso do tempo tem grande influência na 
aquisição e extinção de direitos.
• Prescrição extintiva -> perde o direito 
• Prescrição aquisitiva -> adquire o direito 
(usucapião).
251
Imagine se:
• Tivéssemos dívidas eternas?
• Tivéssemos que guardar todos os nossos 
recibos, sob pena de termos que pagar uma 
dívida novamente?
• Tivéssemos que guardar todos os 
documentos de nossos pais, avós e bisavós?
• O devedor ficasse refém do credor 
eternamente?
252
Prescrição
253
Tranquilidade na ordem 
jurídica
Estabilidade nas relações 
jurídicas 
Interesse Público
Consolidação de direitos
Castigo à negligência
Interesse Público -> motivo inspirador
Estabilização do direito -> finalidade objetiva
Castigo à negligência -> meio repressivo
Violação de um 
direito -> causa 
um dano ao 
titular do direito 
subjetivo (direito 
a uma prestação, 
há um dever da 
outra parte).
Nasce uma 
pretensão -> 
poder de exigir da 
outra pessoa uma 
ação ou omissão 
que reestabeleça 
o dano causado.
Passados os 
prazos 
estipulados no 
art. 205 e 206 do 
Código Civil sem 
ajuizar açãoA pretensão 
se extingue 
pela 
Prescrição
254
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela 
prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Violação do direito com o nascimento 
da pretensão 
Inércia do 
titular
Decurso do tempo 
fixado em lei
Três Requisitos da Pretensão:
Autor ajuizou 
ação
Exemplo
Pedro não 
pagou o aluguel 
para João, 
portanto, João 
teve seu direito 
de receber o 
aluguel violado.
João tem o 
direito de 
cobrar de Pedro 
os aluguéis 
vencidos e não 
pagos.
Passa o prazo 
estabelecido 
pela lei de 3 
anos sem João 
ajuizar a ação 
para cobrar 
Pedro
A pretensão de 
João se extingue 
pela Prescrição
255
Violação do 
direito
Nasce a 
pretensão
Passa o prazo 
estipulado no 
Código Civil sem 
ajuizar ação
A pretensão se 
extingue pela 
Prescrição
• Prescrição é a perda da pretensão, em razão
do tempo, remanescendo, porém, intacto o
direito material, tanto é que o pagamento de
dívida prescrita é válido, não podendo ser
objeto de restituição.
256
Prescrição intercorrente
Violação do 
direito com 
nascimento 
da 
pretensão
Autor 
ajuizou ação
Autor 
permanece 
inerte, de 
forma 
continuada 
e 
ininterrupta
Há o lapso 
temporal 
estabelecido 
pela lei
Prescrição
257
• Exceção é a defesa que cabe contra uma pretensão, em um processo judicial. 
João exerce a sua pretensão em juízo e Pedro alega uma exceção como 
defesa.
• A pretensão e a exceção prescrevem no mesmo prazo. Se a pretensão está 
prescrita, a exceção também estará.
• Não se permite ao réu deduzir defesa quando o direito ou pretensão já tiver 
sido atingido pela prescrição. Caso o direito ou pretensão já esteja prescrito, 
vedado ao réu opor exceções (defesas) de direito material.
• Exemplo de exceção: compensação de dívidas, exceção do contrato não 
cumprido etc. 
• Ex: João exerce sua pretensão de cobrar uma dívida de Pedro em juízo, mas 
Pedro alega como defesa (exceção) que João também o deve e que as dívidas 
devem ser compensadas. Se o crédito de Pedro está prescrito para cobrá-lo 
de João em juízo, também o estará para alegar como defesa de compensação 
de dívidas.
258
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
• Renunciar = desistência do direito de arguir o instituto da prescrição.
• Não pode haver renúncia prévia da prescrição, ou seja, só pode haver renúncia 
depois que a prescrição se consumar, pois a prescrição é matéria de ordem 
pública.
• Ex: Pedro deve aluguéis para João e João só ajuíza a ação de cobrança após estar 
prescrita a dívida. Pedro, após consumada a prescrição, pode renunciar a ela e 
pagar a dívida mesmo assim, mas não atinge a prescrição que correu contra o 
fiador.
• Requisitos para a validade da renúncia: 1. prescrição consumada; 2. não 
prejudique 3ºs (credores daquele que renuncia, pois a renúncia diminui o 
patrimônio do devedor, fiador do contrato).
• Renúncia expressa -> manifestada de forma taxativa, inequívoca, escrita ou 
verbal.
• Renúncia tácita -> presume-se de fatos do interessado, que são incompatíveis 
com a prescrição. Ex: ato de reconhecimento da dívida pelo devedor, como 
pagamento parcial ou composição buscando a solução futura do débito. 259
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem 
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se 
presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
• Prescrição em curso não cria direito adquirido.
• Prazo da prescrição pode ser ampliado ou 
reduzido por lei superveniente (que vem depois).
• Mas não é possível a ampliação ou redução do 
prazo prescricional pela vontade das partes.
260
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
• Prescrição pode ser arguida a qualquer tempo, em qualquer fase ou 
estado da causa, em primeira ou segunda instância, durante o processo 
de conhecimento.
• Não pode ser arguida em Recurso Especial e Recurso Extraordinário se 
não tiver sido suscitada na justiça local, pois o STJ e o STF não conhecem 
de matéria nova. 
• Após a sentença, só pode ser alegada se a prescrição for superveniente à 
sentença (ocorrer após a sentença) -> prescrição intercorrente.
• A prescrição anterior, não arguida na fase de conhecimento, insere-se no
conceito de oportunidade de defesa perdida.
• Só podem alegar a prescrição aqueles que dela se aproveitam, sejam
interessados diretos ou indiretos (terceiros cuja declaração da prescrição
lhes causariam dano ou prejuízo).
261
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem 
aproveita.
• A Lei n.º 11.280, de 2006, revogou o art. 194 do Código Civil.
• Hoje a matéria é tratada no art. 332, §1º e art. 487, parágrafo 
único do CPC, que dizem:
• Art. 332, § 1º: “O juiz também poderá julgar liminarmente 
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de 
decadência ou de prescrição.”
• “Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: (...) II -
decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição;”
• Juiz deve se pronunciar, de ofício, sobre a prescrição, ou seja, 
independente de alegação da parte.
262
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a 
absolutamente incapaz. (Revogado pela Lei n.º 11.280, de 2006).
• Os assistentes, no caso dos relativamente 
incapazes, e os representantes legais, no caso das 
pessoas jurídicas, respondem caso, culposamente, 
derem causa à prescrição ou não a alegarem 
oportunamente. 
• Devem indenizar pelo prejuízo causado.
• Prescrição não corre contra os absolutamente 
incapazes. 
263
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus 
assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem 
oportunamente.
• Herdeiro do de cujus tem apenas o prazo faltante 
para exercer a pretensão, quando esse prazo se 
iniciou com o autor da herança.
• Prazo não se inicia novamente com a morte da 
pessoa, seja prazo contra ou a favor.
264
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
Causas que impedem ou 
suspendem a prescrição
• As mesmas causa ora impedem, ora suspendem a prescrição, 
dependendo do momento em que surgem.
• Se o prazo ainda não começou a fluir, a causa ou obstáculo 
impede que o prazo comece a correr.
• Se a causa ou obstáculo surge após o prazo ter se iniciado, 
suspende-se o prazo.
• Suspende-se a prescrição porque certas pessoas, por sua 
condição ou situação em que estão, estão impedidas de agir.
• Suspensão do prazo: prazo volta a fluir só pelo prazo restante.
Prazo 
correndo
Suspende o 
prazo Volta a correr 
prazo
1 2
......................................
Prazo = 1 + 2
• Nos 3 casos existe confiança, amizade, laços de afeição. 
• Não se pode permitir que haja a necessidade de um deles mover 
ação contra outro para evitar a prescrição.
• Se casados, prazo só começa a correr com a extinção do vínculo 
matrimonial. Se casaram depois do prazo ter iniciado, suspende o 
prazo prescricional. Mesma coisa com tutelados e curatelados.
• Inciso I se estende à união estável.
266
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela.
Prescrição não corre:
• Contra os absolutamente incapazes. Só começa a correr quando 
menor faz 16 anos. 
• Contra os representantesdiplomáticos, os agentes consulares, os 
militares brasileiros junto aos países estrangeiros, os delegados 
brasileiros em missão oficial em países estrangeiros etc.
• Contra os que servem as Forças Armadas em tempo de guerra.
267
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
• Enquanto pender condição suspensiva e enquanto não 
está vencido o prazo, o direito ainda não se tornou 
exigível, por isso, não corre prescrição.
• Se pende ação de evicção (C perde, total ou parcial, um 
bem adquirido de B, por decisão judicial, em favor de A, 
que tem direito anterior, fundado em motivo jurídico 
anterior à aquisição da coisa), a prescrição fica suspensa 
até terminar o processo.
268
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
• Se o fato precisa ser primeiro apurado no juízo criminal, a 
prescrição fica suspensa até a sentença penal.
• A suspensão da prescrição só aproveita aos demais se a obrigação 
for indivisível. Ex: 3 credores de dinheiro contra devedor comum e 1 
deles é absolutamente incapaz, prescrição corre contra os outros 2 
e só começa a correr contra o absolutamente incapaz quando ele 
faz 16 anos. Se a obrigação for indivisível (carro, p.ex.), suspende 
para todos os credores.
269
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não
correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os
outros se a obrigação for indivisível.
Causas que interrompem a 
prescrição
• Interrupção depende, regra geral, de um 
comportamento ativo do credor.
• É um ato de exercício ou proteção ao seu direito que 
interrompe a prescrição.
• Extingue-se o tempo já decorrido e prazo começa do 
início novamente.
• Interrupção da prescrição: prazo começa de novo
270
Prazo 
correndo
Interrompe 
o prazo Prazo começa 
de novo
• Interrupção só acontece 1 vez e recomeça a correr o prazo. 
• I - Interrompe pelo despacho do juiz que ordena a citação. O interessado deve viabilizar a citação no 
prazo e na forma da lei, providenciando a extração do mandado de citação, recolhimento de custas 
etc. 
• II e III - protesto judicial e cambial.
• IV - habilitação do credor em inventário e falência.
• V - notificações (ciência de uma declaração de vontade) e interpelações (dar ciência para que outro 
faça ou deixe de fazer algo). 
• VI – pagamentos parciais, parcelamento, pedido de prorrogação de prazo.
271
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e 
na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo 
devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último 
ato do processo para a interromper.
• O próprio titular do direito
• Aquele que legalmente o represente
• Ou um 3º que tenha legítimo interesse (herdeiros, 
credores e fiador do devedor)
272
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
• A interrupção da prescrição tem efeitos pessoais, regra geral, só 
aproveita àquele que a interrompe.
• Aproveita aos demais credores ou devedores se a obrigação for 
solidária (responde pela dívida inteira) ou se o direito for indivisível.
• Se a interrupção da prescrição ocorrer contra o devedor, também 
ocorre contra o fiador, pois é contrato acessório.
273
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; 
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não 
prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a 
interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os 
outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Prazos de prescrição
• O artigo 206 do Código Civil diz que ocorre a prescrição 
em 1, 2, 3, 4 ou 5 anos, conforme estabelecido nos seus 
dispositivos.
• O artigo 205 do Código Civil diz que “a prescrição ocorre 
em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor”.
274
Pretensões imprescritíveis
A regra é a prescritibilidade, a exceção é a imprescritibilidade.
Não prescrevem:
• As pretensões que protegem os direitos da personalidade (direito à vida, à honra, à liberdade, à 
integridade física ou moral, à imagem, ao nome etc).
• As pretensões que se prendem ao estado das pessoas (estado de filiação, a qualidade de 
cidadania, a condição conjugal). 
• As pretensões de exercício facultativo (ou potestativo), em que não existe direito violado, como 
a de pedir meação no muro vizinho etc.
• As pretensões referentes a bens públicos de qualquer natureza.
• As pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou 
mandato (não podem alegar usucapião).
• As pretensões de ressarcimento do erário por danos decorrentes de improbidade 
administrativa. 
• Etc.
Institutos afins à Prescrição
Preclusão:
• Perda de uma 
faculdade processual, 
por não ter sido 
exercida no momento 
oportuno. 
• Questões já decididas, 
dentro de uma mesma 
ação, não voltam a ser 
decididas novamente.
Perempção:
• Também tem natureza 
processual.
• Autor perde o direito 
de ação se der causa, 
por 3 vezes, a 
sentença fundada em 
abandono de causa.
Decadência:
• Veremos a seguir.
276
Decadência
277
• Decadência é a perda do direito material, em 
razão do tempo, eliminando-se, por 
consequência, o direito de ação e demais 
pretensões.
278
• Decadência -> elemento tempo
• Decadência, ou caducidade, é a perda de um direito potestativo previsto 
em lei pela inércia de seu titular no período determinado em lei, que 
ocorre como uma sanção pela inobservância do tempo.
• Direito subjetivo (prescrição) -> direito a uma prestação, há um dever da 
outra parte.
• Direito potestativo (decadência) -> não corresponde a um dever jurídico 
da outra parte, mas mera sujeição. Titular do direito tem o poder de 
exercício, poder de influir na esfera de outrem por ato unilateral. Ex: 
anulação de contrato viciado.
• Prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce.
• Com a propositura da ação o titular do direito potestativo o exercita e, 
com isso, impede que a decadência ocorra.
• Decadência pode resultar da lei, do testamento ou de contrato 
(convencional).
• Os prazos prescricionais são apenas os do art. 205 e 206 do Código Civil, 
enquanto todos os outros prazos serão decadenciais.
279
Nasce um direito 
potestativo (não 
corresponde a um 
dever jurídico da 
outra parte, mas 
mera sujeição).
Passa o prazo 
estipulado em lei
Decai o direito 
280
Decadência
Exemplo
João comprou de 
Pedro um relógio, 
sendo dolosamente 
enganado, pois 
achou que era ouro. 
NJ é anulável cf. art. 
171, II C.C. 
Passam-se4 anos cf. 
art. 178, II C.C. sem 
João ajuizar a ação 
de anulação
O direito de João 
contra Pedro se 
extingue pela 
Decadência
281
Nasce um direito potestativo 
(não corresponde a um dever 
jurídico da outra parte, mas 
mera sujeição).
Passa o prazo estipulado em 
lei
Decai o direito 
• Regra geral, a decadência não se impede, 
suspende ou interrompe.
• Exceto se tiver disposição legal prevendo, pois a 
regra não é absoluta. 
• Só admite exceções por lei.
282
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que 
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
• Não se admite a fluência do prazo decadencial 
contra os absolutamente incapazes, só começa a 
correr após os 16 anos. 
• Relativamente incapazes podem responsabilizar 
os representantes ou assistentes que derem 
causa à decadência ou que não a alegarem ao 
tempo devido.
283
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
• Decadência é matéria de ordem pública, de interesse 
geral.
• As partes não podem renunciar à decadência prevista 
em lei.
• Podem renunciar a prazo de decadência estabelecido 
em contrato (ex: direito de arrependimento pactuado 
entre as partes em um negócio jurídico, “garantia 
estendida” de eletrodomésticos, automóveis etc.).
284
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
• Juiz deve conhecer e declarar a decadência 
estabelecida em lei de ofício, independentemente 
da alegação das partes.
• Isso é um dever do juiz e não uma faculdade.
• Mas, se a decadência for convencional, o juiz não 
pode se pronunciar de ofício, devendo ser alegada a 
decadência pela parte a quem aproveita, em 
qualquer grau de jurisdição. 
285
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Provas no Direito 
286
➢ Prova -> meio empregado para demonstrar a existência do ato ou 
negócio jurídico.
➢ Não basta alegar algo, é preciso provar!
➢ O que se prova é o fato alegado e não o direito, pois o direito 
deve ser conhecido e aplicado pelo magistrado.
➢ Ônus de provar o fato constitutivo do direito incumbe a quem 
alega o fato e não a quem contesta.
➢ O réu deve provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito alegado pelo autor
➢ Fatos notórios independem de prova. 
➢ Quando a lei exigir uma forma especial para a validade do NJ (ex. 
instrumento público), nenhuma outra prova poderá suprir-lhe a 
falta. Se não tiver exigência quanto à forma, qualquer meio de 
prova pode ser usado.
➢Prova deve ser:
• Admissível = não proibida por lei e aplicável 
ao caso em tela
• Pertinente = adequada a demonstrar os fatos 
alegados
• Concludente = esclarecedora dos fatos 
controvertidos pelas partes
288
CPC. Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os 
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade 
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
289
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser 
provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
Confissão
• Confissão -> CPC, art. 389: Há confissão, judicial ou 
extrajudicial, quando a parte admite a verdade de 
fato contrário ao seu interesse e favorável ao do 
adversário.
• A confissão pode ser judicial ou extrajudicial, 
espontânea ou provocada, expressa ou presumida 
(ou ficta) pela revelia. 
• Elementos essências: capacidade da parte, 
declaração de vontade e objeto possível. 
• Só quem é parte pode reconhecer situação favorável à outra e, assim, 
confessar. 
• Não basta ser capaz de direitos, mas deve ser o titular do direito sobre os 
quais se litiga.
• O representante legal do incapaz não pode, em princípio, confessar, porque 
a ele é vedado concluir negócio em conflito de interesse com seu 
representado. O representante convencional que tenha expressos poderes 
para tal, pode confessar. 
• Erro de fato -> há falsa percepção dos sentidos, de tal sorte que o juiz supõe 
a existência de um fato inexistente ou a inexistência de um fato realmente 
existente.
291
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito 
a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em 
que este pode vincular o representado.
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de 
coação.
Documento
• Documento -> são escritos que, não tendo surgido 
como prova pré-constituída, apresentam elementos de 
prova. 
• Documento público -> elaborado por autoridade 
pública. Ex: certidões, página de Diário Oficial.
• Documento particular -> elaborado por particulares. Ex: 
carta, atas de assembleia.
• Documento é gênero, instrumento é espécie.
• Instrumento é criado com o objetivo de servir de prova. 
Ex: escritura pública, cheque, contrato, livros contábeis.
292
293
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova 
plena.
§ 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:
I - data e local de sua realização;
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como 
representantes, intervenientes ou testemunhas;
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com 
a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram;
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, 
encerrando o ato.
§ 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
§ 3o A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idioma em que se 
expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra 
pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.
§ 5o Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por documento, 
deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.
• Em princípio, o instrumento deve ser exibido no original.
• As certidões e traslados de escrivão judicial ou tabelião de registros tem o mesmo 
valor probatório dos originais, podendo ser utilizado como meio de prova.
• São instrumentos públicos e tem fé pública.
• Autenticação é feita por oficial público que declara ser cópia fiel do original.
294
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo 
das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua 
vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados.
Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião ou oficial de 
registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas.
Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ãoinstrumentos públicos, se os originais se houverem 
produzido em juízo como prova de algum ato.
...
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração 
da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou 
as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
• Mesmo sem testemunhas, o documento particular vale entre as próprias 
partes, presumem-se verdadeiras as declarações entre as partes.
• Quando a declaração depende de uma circunstância e não se refere ao 
cerne do direito em questão, deve ser provada pelos interessados. Não há 
força probatória nas declarações indiretas. Ex: qualificação dos 
negociantes, descrição do imóvel.
• Só por instrumento público pode a mulher casada outorgar procuração ao 
marido para alienação de bens imóveis, pois o instrumento público é 
essencial à validade do ato (art. 108).
295
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação 
aos signatários.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade 
das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de 
prová-las.
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á do 
mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.
• Quando o instrumento público não for exigido pela lei para 
determinado ato ou as partes não convencionarem nesse 
sentido, vale o instrumento particular para prova dos 
negócios jurídicos de qualquer valor. Para valer com relação 
a 3ºs, o instrumento particular deve ser inscrito no Registro 
Público.
• Pode ser provado por outros meios de prova.
296
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre 
disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os 
seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no 
registro público.
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de caráter legal.
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência com 
o original assinado.
• Os livros e fichas fazem prova contra os empresários e sociedades a que 
pertencem, mas poderão também beneficiá-los caso a escrituração não revele 
vícios extrínsecos ou intrínsecos e se confirmados por outros elementos. 
• Não fazem prova de fatos jurídicos, quando para estes a lei exigir escritura pública 
ou escrito particular devidamente formalizado. 
297
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter 
efeitos legais no País.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, 
quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena 
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, 
e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por 
outros subsídios.
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige 
escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela 
comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
Testemunha
• Testemunha instrumentária -> assina o 
instrumento.
• Testemunha judiciária -> presta 
depoimento em juízo.
• Testemunha é a pessoa, estranha ao 
processo, que afirma em juízo a existência 
ou inexistência de fatos que estejam em 
discussão, relevantes para a causa.
298
Testemunha
299
Art. 227. Revogado
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é 
admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
II – Revogado;
III – Revogado;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de 
alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.
§ 1o Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das 
pessoas a que se refere este artigo.
§ 2o A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as 
demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.
Presunção
• Presunção -> é a dedução/conclusão que se extrai de 
um fato conhecido para se chegar a um fato 
desconhecido. Ex: morte presumida.
• Presunção legal -> decorre da lei. Ex: lei presume que 
marido seja o pai da criança.
• Presunção comum -> baseiam-se no que 
ordinariamente acontece, na experiência da vida. Ex: 
presume-se que as dívidas do marido são contraídas 
em benefício da família, presume-se que os pais 
amam os filhos. 
• Indício -> ponto de partida do qual se estabelece 
uma presunção.
300
Presunção
• Presunção absoluta ou juris et de jure -> não 
admitem prova em contrário. A presunção de 
verdade atribuída pela lei a certos fatos é 
indiscutível. Ex: o ordenamento presume que todos 
conhecem a lei; decretada a interdição do deficiente 
mental presume-se sua incapacidade.
• Presunção relativa ou juris tantum -> admitem prova 
em contrário. Ex: presunção de paternidade do 
marido, presunção de comoriência.
• Presunção transfere o ônus da prova para o réu. 
301
Perícia
➢ Exame -> apreciação de alguma coisa por perito para auxiliar o juiz 
a formar a sua convicção. Ex: exame grafotécnico, exame 
hematológico etc.
➢ Vistoria -> perícia restrita à inspeção ocular. Ex: vistoria de imóvel 
em ação imobiliária.
➢ Avaliação -> atribuição ao bem do seu valor de mercado. Ex: 
avaliação de imóvel. 
• Perito deve ter conhecimentos técnicos da área e ser imparcial, 
pois ele auxilia o juiz. 
• Juiz não fica vinculado ao resultado da perícia, pode determinar 
nova perícia ou julgar de acordo com seu convencimento.
• Prova também pode ser feita por Inspeção Judicial -> quando o 
próprio juiz examina pessoalmente local, objeto ou pessoa. 
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Perícia
• Súmula 301 do STJ já dizia: “Em ação investigatória, a 
recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA 
induz presunção juris tantum de paternidade”.
• Deve-se comprovar que houve relação sexual entre o 
investigado e a mãe. 
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Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá 
aproveitar-se de sua recusa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se 
pretendia obter com o exame.
Bibliografia de referência:
• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil 
brasileiro: parte geral. Vol. 1. 15ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017. 
• VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: parte 
geral. Vol. 1. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.
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