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Universidade Paulista- UNIP Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia Graduação em Engenharia ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Engenharia Civil 10º Semestre Alison Eduardo da Silva Martins Bruno Araújo de Carvalho Freitas Cleber Weverton Moreira Jenifer Caroline Galdino Bento São José dos Campos - SP 2019 2 Alison Eduardo da Silva Martins, RA: C32614-3 Bruno Araújo de Carvalho Freitas, RA: C3148D-5 Cleber Weverton Moreira, RA: C3575D-4 Jenifer Caroline Galdino Bento, RA: C33AAD-0 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO São José dos Campos - SP 2019 3 SUMARIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 2. OBJETIVO DO TRABALHO ........................................................................... 4 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 5 3.1 PATOLOGIA ............................................................................................. 5 3.1.1 Durabilidade e vida útil das estruturas ................................................ 5 3.2 TIPOS DE PATOLOGIAS ......................................................................... 7 3.2.1 Corrosão das armaduras de aço......................................................... 7 3.2.2 Fissuras, Trincas e Rachaduras ......................................................... 8 3.2.3 Infiltração .......................................................................................... 11 3.2.4 Desagregação .................................................................................. 12 3.2.5 Manchas e eflorescência .................................................................. 13 3.2.6 Calcinação ........................................................................................ 13 3.2.7 Outros Tipos de Patologia ................................................................ 14 3.3 PREVENÇÕES ....................................................................................... 14 3.3.1 Projetos ............................................................................................. 14 3.3.2 Materiais ........................................................................................... 15 3.3.3 Execução .......................................................................................... 15 3.3.4 Utilização e manutenção ................................................................... 16 3.4 TRATAMENTO ....................................................................................... 17 3.4.1 Pequenos danos ............................................................................... 17 3.4.2 Superficiais ....................................................................................... 18 3.4.3 Profundos ......................................................................................... 19 3.4.4 Superficiais de grande área .............................................................. 19 3.4.5 Corrosão de armadura ...................................................................... 19 4. CONCLUSÃO ............................................................................................... 20 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 21 4 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos o crescimento da construção civil vem sendo rápida e acelerada, com inovações e novidades de projeto, execução e materiais usados. Porém muitas estruturas apresentam desempenho insatisfatório, devido a falhas involuntárias, imperícias, a má utilização dos materiais, envelhecimento natural, erros de projetos, entre outros fatores, contribuem para a degradação da estrutura. Diversas são as causas que levam uma estrutura a sofrer danos, por isso é de extrema importância o estudo desse ramo da engenharia, para que sejam evitadas manifestações patológicas que venham a diminuir a durabilidade das estruturas, assim como é necessário o conhecimento de como solucionar e recuperar aquelas que apresentam o problema, de maneira a impedir que o agente causador volte à acarrear o mesmo problema. As patologias em edificações são os principais problemas que comprometem a vida útil das construções. Nesse contexto, destaca-se o concreto, que é um dos materiais mais utilizados na construção de estruturas em edifícios. São essas estruturas que através do seu projeto e execução, irão delimitar o possível surgimento de patologias e a intensidade das mesmas. 2. OBJETIVO DO TRABALHO Este trabalho tem por objetivo estudar o que é, quais são os tipos e causas, prevenções e tratamento das patologias, visto estes problemas, cresce, cada vez mais, a exigência por produtos e serviços com qualidade, obrigando as empresas a buscarem novas técnicas para se adaptarem a essas modificações e buscarem soluções para as exigências do mercado que se torna cada vez mais competitivas. Dessa forma, observa-se a grande preocupação com a qualidade do concreto para que se obtenha a durabilidade, fator importante para diminuir o risco de possíveis patologias. 5 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 PATOLOGIA Material não inerte, o concreto está sujeito a alterações ao longo do tempo, em função de interações entre os elementos que o constituem (cimento, areia, brita, água), com os aditivos e com agentes externos, como ácidos, bases, sais, gases, vapores e micro-organismos. Segundo o engenheiro Élvio Piancastelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, “Muitas vezes, dessas interações resultam anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos indesejáveis ou causar desconforto psicológico nos usuários". De acordo com o especialista só quando o desempenho da estrutura está ameaçado ou comprometido é que ficam caracterizadas as ‘enfermidades’ do concreto ou da estrutura, que podem ser congênitas, as quais nascem com a estrutura, ou são adquiridas ao longo de sua vida, devido à ação direta de inúmeros agentes externos, incluindo usuários, ou ainda fenômenos físicos, entre eles, choques, terremotos, incêndios, enchentes, explosões, recalques e variações de temperatura. 3.1.1 Durabilidade e vida útil das estruturas De acordo com FLAUZINO (1988), “durabilidade é a capacidade que um elemento tem de perpetuar suas propriedades químicas e físicas durante um determinado período”. O período qual ele se refere é denominado vida útil da estrutura, que deve compreender além da fase utilização, a faze de execução. Nos dias de hoje, após muitos avanços nas tecnologias da construção, tanto nos procedimentos de execução, softwares de cálculo estrutural, e desenvolvimento de novos materiais, é desejado uma vida útil de pelo menos 50 anos para edifícios residências, conforme classificação da vida útil das estruturas do Comitê Europeu de Normatização. 6 Figura 1: Vida útil das estruturas pelo Comitê Europeu de Normatização. Fonte: Comitê de Normatização. E para que a estrutura atinja o tempo de utilização, é preciso identificar a origem das patologias para que assim as mesmas possam ser evitadas ou pelo menos minimizadas. Ainda no correr deste trabalho serão mostradas as principais prevenções em relaçãoa patologias nas estruturas. Para alcançar a durabilidade desejada de uma estrutura de concreto armado é necessária uma coordenação nos trabalhos de cada etapa, sendo elas: • concepção e projeto da estrutura; • escolha dos materiais que serão utilizados; • execução das estruturas; • utilização e manutenções preventivas. Isoladamente, cada uma dessas etapas desempenha um papel de elevada importância no que se refere à durabilidade da estrutura, podendo a deficiência de uma delas influenciar negativamente na durabilidade das estruturas de concreto. Segundo PALERMO (1993), em levantamentos feitos em edificações brasileiras que apresentavam algum tipo de patologia, cada uma das etapas acima citadas seria responsável por um grau de incidência de anomalias, sendo: • 52% devido à má execução; • 24% devido à má utilização; • 18% devido à deficiência de projeto; 7 • 6% devido à deficiência das propriedades dos materiais. Essas proporções variam no tempo e nas regiões. Isso pode ser confirmado na avaliação feita por CUNHA (1994), na década de 90, sobre a ocorrência de manifestações patológicas de 709 casos analisados no Brasil, sendo: • 27% devido à má execução; • 14% devido à má utilização; • 49% devido à deficiência de projeto; • 10% devido à deficiência das propriedades dos materiais. 3.2 TIPOS DE PATOLOGIAS As manifestações a seguir podem indicar a existência de patologias do concreto. 3.2.1 Corrosão das armaduras de aço Outra patologia que precisa ser citada, entre as principais, é a corrosão das armaduras do concreto, um fenômeno chamado carbonatação decorrente da ação de agentes químicos. O aço encontra-se num meio alcalino, o concreto, onde deve estar protegido de processos corrosivos. Contudo, eventualmente, acontece do gás carbônico, penetrar nos poros do concreto e, com a umidade encontrada, formar um tipo de acidez que ataca a estrutura metálica. Pode acontecer de as peças da armadura terem sido colocadas muito próximas da superfície da estrutura e não terem sido cobertas o suficiente pelo concreto. Assim, tornam-se expostas à corrosão, elas precisam ficar bem protegidas pelo cimento. 8 Figura 2: Armaduras de uma fundação. Fonte: Google Imagens. Também vibrações da edificação ou falhas no processo de cura do concreto podem causar porosidades por onde vai começar o processo corrosivo. A aderência do concreto diminui, ele se descola e expõe ainda mais o aço. A degradação evolui e não cessa, comprometendo as estruturas, enquanto não forem tomadas providências. Mas como evitar que essas patologias aconteçam com tanta frequência? Um projeto bem feito, além de muitos cuidados na execução, é essencial para prevenção de todas essas patologias na construção civil. 3.2.2 Fissuras, Trincas e Rachaduras As fissuras são causadas pela realização do movimento dos materiais e elementos da construção que, na maioria dos casos, tendem a se acomodar. Podem ainda ser resultado de vibrações na área. Elas são classificadas de acordo com a profundidade e características da abertura, assumindo nomes diferentes: • Fissuras: Atinge a pintura, massa corrida e azulejo com espessuras de 1 mm e menor gravidade. Geralmente são aberturas estreitas e alongadas na superfície de um material, mas não possuem problemas estruturais. Geralmente são de 9 gravidade menor e superficiais. Mas, é importante levar em consideração que toda rachadura se inicia como uma fissura, logo é importante observar se existe uma evolução do problema ao longo do tempo, ou não. Figura 3: Fissura. Fonte: Google Imagens. • Trincas: Um pouco mais perigosas que as fissuras, as trincas têm em média de 1 a 3 mm, sendo mais profunda e acentuada, ocorrendo a ruptura do elemento e separando em duas partes. Podendo chegar a afetar a segurança dos elementos estruturais. O fator determinante para saber se a abertura é uma trinca é a “separação entre as partes”, portanto, quando o material em que a trinca se encontra está separado em dois. Figura 4: Trinca. Fonte: Google Imagens. • Rachaduras: 10 Mais complexas, requer uma manutenção mais especializada. Espessura acima de 3mm, ocorrendo ruptura do elemento e separando em duas partes com aberturas grandes, pronunciada, profunda e acentuada, sendo bem simples de notar a sua presença. Rachaduras em lajes, vigas, pilares e fundações tendem a ser mais graves, pois interferem especificamente na estrutura, aparecendo rachaduras e deformações. Figura 5: Rachaduras. Fonte: Google Imagens. As fissuras podem, também, ser classificadas de acordo com a sua causa: • Fissuras por recalque de fundação: As fissuras provocadas por recalque diferencial são inclinadas indo em direção ao ponto de maior recalque e são provocadas pelas tensões de cisalhamento. • Fissuras por movimentação térmica: Causadas pela movimentação de dilatação e contração resultantes das variações de temperatura diária. • Fissuras por sobrecargas ou Acúmulos de tensões: As peças de uma estrutura de concreto armado são normalmente dimensionadas 11 admitindo-se determinadas deformações e devido uma sobre carga ou acúmulo de tensões pode ocasionar o surgimento dessas aberturas. • Fissuras por retração de cimento: Com a utilização excessiva de água no cimento, ocorre uma retração resultando a redução do volume do concreto. Como as peças estruturais não podem se movimentarem entre si acaba surgindo às tensões de tração no concreto, se essas tensões forem maiores que a resistência à tração do concreto acaba surgindo fissuras. 3.2.3 Infiltração As infiltrações e a umidade são problemas comuns e são responsáveis por desencadear inúmeras patologias construtivas. Vamos identificar os principais tipos de infiltração e umidade: Umidade de infiltração: Oriunda da parte externa, por meio de trincas ou por absorção do próprio material construtivo; Umidade acidental: Causada por falhas nos encanamentos, ou seja, no sistema hidráulico; Figura 6: Infiltração por vazamento. Fonte: Google Imagens. Umidade ascensional: Originada no solo e visível nas paredes, está é por conta da umidade presente no solo; 12 Umidade de obra: Presente no processo de execução da obra e visível no concreto e acabamentos; Umidade por condensação: Originada do ar com alta umidade e baixas temperaturas, com consequente precipitação da umidade. Figura 7: Umidade por condensação Fonte: Google Imagens. 3.2.4 Desagregação A desagregação é caracterizada pela perda do poder aglomerante do cimento. Com isso, os agregados graúdos se destacam da argamassa, que posteriormente também se desfaz. A desagregação inicia-se, geralmente, com a alteração da coloração do concreto. A seguir surgem fissuras cruzadas em todas direções, que aumentam rapidamente de abertura, devido à expansão da pasta de cimento. Um abaulamento da superfície do concreto pode também ser observada. A desagregação do concreto pode ser provocada por: • Ataques Químicos, como o de Sulfatos; • Reação álcali-agregado;• Águas puras, águas que evaporam e depois condensam e as águas com pouco teor de sais, águas de chuva que lhe arrancam sais pelos quais são ávidas; 13 • Águas servidas, esgotos e resíduos industriais em dutos e canais; • Micro-organismos, fungos, e outros, através de sua ação direta e suas excreções ácidas; • Substâncias orgânicas como: gorduras animais, óleos e vinho. Existem também a desagregação da argamassa superficial do concreto, em função do uso de formas absorventes que retiram a água necessária para a hidratação do cimento. 3.2.5 Manchas e eflorescência Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem estar relacionadas aos seguintes problemas: • infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento; • lavagem da fachada com solução de ácido muriático; • excesso de água de amassamento da argamassa; • presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro. A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície dos revestimentos, alvenarias, concreto, argamassas, etc., como resultado da sua exposição a água de infiltrações ou intempéries. 3.2.6 Calcinação O problema ocorre com a perda da função ligante do cimento, e suas causas são diversas, sendo possível destacar a movimentação de fôrmas, corrosão ou calcinação do concreto, ataques biológicos, carbonatação, perda de aderência e desgaste do concreto. 14 3.2.7 Outros Tipos de Patologia • Disgregação (Desplacamento ou Esfoliação); • Segregação; • Erosão e Desgaste; • Flechas Exageradas; • Perda de Aderência Entre Concretos (nas juntas de concretagem); • Porosidade; • Permeabilidade. 3.3 PREVENÇÕES Neste item serão abordadas as prevenções que deverão ser tomadas em cada faze da vida útil de uma edificação de concreto armado – da fase de projeto à fase de utilização. 3.3.1 Projetos Os projetos são responsáveis por adequar a destinação da edificação aos fatores de durabilidade, conforto dos usuários, estética, funcionalidade e economia. Durante o desenvolvimento do projeto das estruturas, deverão ser previstas as ações possíveis às quais as estruturas estarão sujeitas. Fissuras e deformações deverão ser devidamente previstas e controladas, a fim de não prejudicarem a destinação e a durabilidade da estrutura. Antes de tudo, o projeto estrutural deverá prever a agressividade do ambiente no qual a estrutura será inserida, o grau de qualificação da mão-de- obra e a disponibilidade de tecnologias e de equipamentos. 15 Detalhes nas geometrias dos elementos estruturais, espessuras do cobrimento e detalhamento das armaduras deverão ser adequados, a fim de permitir uma maior vida útil. Segundo SITTER, apud ROSTAM (1991), “um dólar gasto na fase de projeto equivale a 5 dólares na fase de construção, a 25 dólares na fase de manutenção preventiva e a 125 dólares na fase de reconstrução”. Pode-se interpretar esta frase como sendo: valem mais o tempo, o esforço e as pesquisas na fase de projeto, quando ainda as mudanças podem ocorrer com mais flexibilidade e facilidade, do que depois, em uma fase posterior, quando as alterações durante a construção e/ou o reprojeto das estruturas já construídas conduzem a custos bem maiores. 3.3.2 Materiais Cada material isoladamente é parcela integrante da determinação da durabilidade e resistência mecânica das estruturas. A proporção dos materiais que compõem o concreto (areia, água, brita, cimento, aditivos, etc.) fornece ilimitadas opções de traços de concreto, cada qual com suas propriedades - trabalhabilidade, fluidez, resistência, permeabilidade, elasticidade, retração, etc. Cada tipo de concreto deve ser dosado e adequado a um determinado emprego e condição ambiental. Assim, uma dosagem adequada dos componentes do concreto é uma exigência necessária para se obter uma estrutura mais durável. Por sua vez, o aço apresenta pouca variabilidade na qualidade durante seu processo de fabricação, dado que as siderurgias têm um controle de qualidade satisfatório. 3.3.3 Execução As etapas de projeto e de execução das obras são as que mais influenciam a qualidade e a durabilidade das estruturas de concreto armado. 16 O alto índice de patologias em consequência da má execução é reflexo de uma mão-de-obra desqualificada e despreparada; de uma deficiente organização ou planejamento da obra, e, em muitos casos, da não-observância das especificações de projeto e de normas de execução de obras de concreto armado. Esta etapa reflete o contexto socioeconômico do setor da construção civil em nosso país. A instabilidade nacional brasileira, somada ao planejamento econômico deficitário de algumas obras, conduz ao andamento inadequado desses empreendimentos. As obras públicas de interesse político são as que mais sofrem nesse contexto, dado que as execuções muitas vezes estão atreladas às disponibilidades financeiras do momento. 3.3.4 Utilização e manutenção Durante o projeto de uma estrutura de concreto armado, supõe-se que nela irão agir determinadas cargas, sob condições definidas, e que essa estrutura estará dentro de um suposto contexto ambiental. As alterações do meio ambiente fazem com que as estruturas se tornem deficientes frente a novas condições, quando não previstas na fase de projeto. A chuva ácida é um exemplo. Há alguns anos, quando a poluição ambiental era pequena, as águas das chuvas tinham pH em torno de 6,0 a 7,0. Atualmente, em regiões industriais, esse pH, em muitos casos, é da ordem de 3,0 a 4,0 nas primeiras horas de chuva. Os materiais de construção são degradáveis com o tempo. Cada um desenvolve sua curva de degradação no tempo variável, dependendo das condições ambientais e de sua utilização. No caso em que as cargas atuantes sejam alteradas — no sentido de aumentar o carregamento, não previsto no projeto, ou quando alteradas as condições ambientais de maneira agressiva ao concreto armado —, as estruturas apresentarão sintomas patológicos como fissuras, deformações excessivas ou desgastes superficiais, dentre outros. A manutenção periódica e preventiva possibilita o prolongamento da vida útil das estruturas. Entenda-se por manutenção periódica a atividade praticada 17 regularmente e que altere a curva natural de degradação dos materiais, fazendo com que os materiais restaurem parte de suas propriedades ao nível de quando estavam recém-construídas. (LICHTENTSTEIN, 1985) A manutenção se inicia com a vistoria visual dos elementos, seguida do estudo dos desgastes dos materiais frente aos processos destrutivos. Prossegue com a escolha correta dos materiais de acordo com o processo de desgaste e finaliza na ação de reparos. O CEB/90 sugere que as inspeções sejam feitas de acordo com a destinação das estruturas e segundo a periodicidade: • casas, escritórios, etc ⇒ 10 anos; • edifícios industriais ⇒ 5 a 10 anos; • pontes rodoviárias ⇒ 1 a 4 anos; • pontes ferroviárias ⇒ 1 a 2 anos. Esses períodos podem ser alterados de acordo com a importância e as condições de uso da estrutura. 3.4 TRATAMENTO O tratamento das patologias no concreto é realizado com base nos danos causados ao concreto sendo os mais comuns: • Pequenos danos; • Superficiais; • Profundos; • Superficiais de grande área; • Corrosão de armadura. 3.4.1 Pequenos danos Segundo Aecweb (2019) os pequenos danos são ‘’danos que não comprometemo desempenho estrutural do elemento ou o fazem de forma pouco significativa 18 podem receber reparos. Élvio Piancastelli ensina que para o bom desempenho é fundamental que o substrato (superfícies de concreto e aço) seja convenientemente tratado. “São duas as finalidades básicas do tratamento: retirar todo material deteriorado ou contaminado e propiciar as melhores condições de aderência entre o substrato e o material de reparo”, diz, indicando os procedimentos que podem ser utilizados: Escarificação manual (talhadeira, ponteiro, marreta); Escarificação mecânica (martelete, rompedor, fresa); Escovamento manual (escova de aço); Lixamento manual ou elétrico (lixas para concreto e aço, lixadeira elétrica); Hidrodemolição (equipamento específico); Jateamento de areia (equipamento específico); Jateamento de água e areia (equipamento específico); Queima controlada com chama (maçarico); Corte de concreto (disco de corte); Jateamento de ar comprimido (equipamento específico); Jateamento de água fria ou quente (equipamento específico); Jateamento de vapor (equipamento específico); Lavagem com soluções ácidas; Lavagem com soluções alcalinas (solução de ‘soda cáustica’); Aplicação de removedores de óleos e graxas; Aplicação de removedores de gordura e ácido úrico - suor (álcool isopropílico, acetona); Umedecimento ou saturação da superfície do concreto com água (aspersão, pano ou areia molhados). 3.4.2 Superficiais São aqueles que não passam pela camada de cobrimento das armaduras. “Eles são necessários em função de disgregações, desagregações, segregações, porosidades ou contaminações que atingem o concreto de cobrimento das armaduras. 19 3.4.3 Profundos Trata-se daqueles onde as profundidades ultrapassam a camada de cobrimento das armaduras. “Esse tipo de reparo é comum surgir devido à ocorrência de segregações, ninhos, ou presença de corpos estranhos no concreto. 3.4.4 Superficiais de grande área São feitos em função de disgregações, desagregações, segregações, erosões, desgastes, contaminações ou calcinações que atingem grandes áreas do concreto de cobrimento das armaduras. 3.4.5 Corrosão de armadura Exigem análise do funcionamento do sistema de proteção do aço dentro da massa de concreto. é necessário verificar as relações existentes entre o pH do concreto e o potencial de corrosão (potencial eletroquímico) do aço. 20 4. CONCLUSÃO Pôde-se notar que durante a pesquisa a fim de diagnosticar manifestações patologias, o profissional precisa ter uma boa bagagem de conhecimento sobre a física e a química aplicada aos materiais de construção e estar ligado ao processo de construções, pois através do diagnóstico é que são identificadas as origens do problema, suas causas precisas, os fenômenos intervenientes e seus mecanismos de ocorrência. Além disso, durante esse estudo pode-se entender que as principais causas das manifestações patologias nas edificações podem ser evitadas, e são consequências da incompatibilidade dos projetos arquitetônicos, estruturais, hidros sanitários, elétricos e da má execução da obra. Através de estudos e diagnósticos, podemos concluir que a gravidade dos futuros problemas na obra é quando se tem projetos deficientes e com falta de detalhamento, má execução e a devida inspeção do engenheiro responsável. Segundo Miotto (2010) é importante a realização de estudos que buscam avaliar, caracterizar e diagnosticar a ocorrência de danos em edificações, pois são fundamentais para o processo de produção e uso das edificações, eles permitem conhecer ações eficientes para atenuar a ocorrência de falhas e problemas, o que tende a melhorar a qualidade geral das edificações e otimizar a aplicações dos recursos. 21 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AECWEB (Br). Patologias do concreto. 2019. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-do-concreto_6160_10_>. Acesso em: 15 maio 2019. ANGELO, A.M.V. Análise das patologias das estruturas em concreto armado do estádio Magalhães Pinto – Mineirão. Dissertação de mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2004. CUNHA, José Celso da. Variação da rigidez de vigas de concreto de alta resistência em função do carregamento instantâneo. Informador das Construcões, n. 1265/15, p. 21, 15/12/93. FLAUZINO, Wanderley D. Durabilidade de materiais e componentes das edificações: tecnologia de edificações. São Paulo: PINI, 1988. p.79-84. LICHTENTSTEIN, N.B. Patologia das construções; procedimento para formulação do diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações. Dissertação de mestrado. São Paulo: USP/ Escola Politécnica, 1985. 191 p. MIOTTO, Daniela. Estudo de caso de patologias observadas em edificação escolar estadual no município de Pato Branco-PR. 2010. Monografia (Especialização em Construção de Obras Públicas) – Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2010. 63 p. PALERMO, Giovanni. Geometria do concreto durável. Revista Téchne, p. 33-38, jul./ago. 1993. ROSTAM, Steen. Durability of concrete structures - the CEB-FIP approach. In: COLLOQUIUM ON THE CEB-FIP MC90, ago. 1991, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 1991. p.369-430.
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