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Retroatividade das Condições - Vicente Rào

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RT CLÁSSICOS
Ato Jurídico. Vicente Ráo. 4. ed. anotada, rev. e atual, por 
Ovídio Rocha Barros Sandoval, 2. tir. São Paulo : RT, 1999.
Volumes publicados
Culpa e risco. Alvino Lima. 2. ed. rev. e atual, por Ovídio Rocha Barros Sandoval.
São Paulo : RT, 1998.
Fundamentos do direito. Miguel Reale. 3. ed. fac-símile da 2. ed. rev. São Paulo : RT, 
1998.
O direito e a vida dos direitos. Vicente Ráo. 5. ed. anot. e atual, por Ovídio Rocha 
Barros Sandoval. São Paulo : RT, 1999.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ráo, Vicente
Ato jurídico : Noção, pressupostos, elementos essenciais e acidentais O problema 
do conflito entre os elementos volitivos e a declaração / Vicente Ráo - 4. ed. anotada, 
rev. e atual, por Ovídio Rocha Barros Sandoval, 2. tir. - São Paulo : Editora Revista dos 
Tribunais, 1999. (RT Clássicos)
ISBN 85-2031489-9
1. Atos jurídicos. I. Sandoval, Ovídio Rocha Barros. II. Título.
97-0610 CDU-343.13
índices para catálogo sistemático: 1. Atos jurídicos : Direito civil 347:13 2. Fatos jurídicos 
Direito Civil 347.13.
RT CLÁSSICOS
VICENTE RÁO
ATO JURÍDICO
Noção, pressupostos, elementos 
essenciais e acidentais. O problema 
do conflito entre os elementos 
volitivos e a declaração.
4.a edição anotada, revista e atualizada por
O vídio R ocha B arros S andoval
2.“ TIRAGEM
EDITORA Ri?
REVISTA DOS TRIBUNAIS
ELEMENTOS ACIDENTAIS ---- DA CONDIÇÃO 295
Jfc- Se a condição resolutiva não se verifica, o ato, que a recebera, 
H á ssa a ser considerado como se, ab initio, fosse puro e simples; e, 
passim sendo, os atos que o adquirente houver praticado sob a pendência 
id a condição, definitivamente válidos se tomam.17
§|122. Retroatividade e irretroatividade das condições
Não é pacificamente aceita pela doutrina a regra da retroatividade 
ijdas condições. Nem é admitida pela totalidade dos sistemas legislativos.
De fato, o Código Civil alemão dispõe que a eficácia do ato jurídico 
||süjeito a condição suspensiva começa ao ser esta realizada e a do ato 
H prídico subordinado a condição resolutiva cessa no momento em que a 
BIcondição se verifica, momento a partir do qual se restabelece o estado 
R d e direito anterior (art. 158); quando, porém, segundo o conteúdo do ato 
mjurídico, as conseqüências do implemento devem reportar-se a uma época 
Bjmterior, cumpre às partes, ao se realizar a condição, fornecer, umas às 
|i;outras, aquilo que teriam obtido se tais conseqüências se houvessem 
« realizado na época anterior indicada (art. 159). De conformidade com 
I esses preceitos, portanto, o implemento das condições, suspensivas ou 
1! resolutivas, em regra não opera retroativamente, podendo, no entanto, 
« produzir este efeito se assim as partes houverem imposto ou ajustado 
I (Enneccerus, Trat., v. I, t. II, §§ 185 e 187).18
17. Do Esboço de Teixeira de Freitas constam as seguintes disposições:
Art. 609. “Não cumprida a condição suspensiva, ou sendo certo que não 
I se cumprirá, cessa a expectativa do direito, como se o ato jurídico, ou a disposição
I condicional, nunca tivesse existido”.
Art. 630. “As condições positivas julgar-se-ão não cumpridas: 1.°) não 
havendo prazo marcado para o seu cumprimento, quando o fato ou ação, de que 
; dependa a aquisição ou a resolução do direito, se tomam impossíveis; 2.°) havendo 
prazo marcado para o seu cumprimento, quando dentro desse prazo o fato não 
aconteceu, ou a ação não foi executada; ou quando, antes de terminar o prazo, 
o fato ou a ação se tornam impossíveis”.
Art. 631. “As condições negativas julgar-se-ão não cumpridas: 1.°) não 
havendo prazo marcado para o seu cumprimento quando a existência do fato ou 
da ação se toma necessária; 2.°) havendo prazo marcado para o seu cumprimento, 
quando, dentro desse prazo, o fato aconteceu, ou a ação foi executada, ou quando, 
antes de terminar o prazo, a existência do fato ou da ação se toma necessária”.
18. O Código Civil alemão contém, mais, as seguintes disposições:
a) quem tiver um direito sob condição suspensiva poderá, em se realizando 
esta condição, exigir da outra parte reparação do dano se esta, durante a pendência 
da condição e por sua culpa, houver destruído ou diminuído o direito que sujeito 
à mesma condição se achava. Igual pretensão poderá fazer valer, sob os mesmos 
requisitos, aquele em cujo favor se houver restabelecido o estado de direito anterior, 
em virtude de ato praticado sob condição resolutiva (art. 160);
b) se alguém, sob a pendência de condição suspensiva, houver praticado ato de 
disposição, qualquer ato ulterior de disposição que vier a praticar sobre o mesmo objeto
296 ATO J U R Í D I C O
Por sua vez, prescreve o Código suíço das Obrigações, em seu 
art. 151, que o contrato condicional (condição suspensiva) só produz 
seus efeitos a partir do instante em que a condição se cumpre, a não 
ser que as partes manifestem intenção em contrário; e, de conformidade 
com o art. 154 do mesmo corpo de leis, os efeitos do contrato sob 
condição resolutiva cessam a partir do cumprimento da condição, 
inexistindo, em regra, efeito retroativo.
Nesses sistemas, pois, a regra é a irretroatividade; a retroatividade 
é a exceção que da vontade das partes resulta.
Em sentido oposto, admitem a retroatividade como regra, entre 
outras, as seguintes disposições legais: “la condition accomplie a un effet 
rétroactif au jour auquel l’engagement a été contracté”; “la condition 
résolutoire est celle qui, lors-qu’elle s’accomplit, opère la révocation de 
l’obligation, et que remet les choses au même état que si l’obbligation 
n’avait pas existée” (Código Civil francês, arts. 1.179 e 1.183); “la 
condizione adempita ha effetto retroattivo al giorno in cui fu contratta 
l’obbligazione” (Código Civil italiano de 1865, art. 1.170).
O novo Código Civil italiano (de 1942, art. 1.360), mantendo a 
regra consagrada pelo Código anterior, enuncia as exceções que a 
doutrina já admitia e dispõe: “gli effetti del-l’avveramento delia 
condizione retroagiscono al tempo in cui è stato concluso il contratto, 
salvo che, per volontà delle parti o per la natura dei rapporto, gli effetti 
dei contratto o delia risoluzione debbano essere riportati a un momento 
diverso. Se però la condizione risolutiva è apposta a un contratto ad 
esecuzione continuata o periódica, 1’avveramento di essa, in mancanza 
di patto contrario, non ha effetto riguardo alie prestazione già eseguite”.19
será ineficaz, em se realizando a condição, na medida em que houver destruído ou diminuído 
os efeitos jurídicos cuja vigência da condição dependiam (art. 161, primeiro inciso).
Assimilam-se ao ato de disposição dessa natureza: 1) os atos, supervenientes 
de execução forçada, seqüestro, penhora e os praticados pelo síndico na falência 
(cit. art., segundo inciso); 2) no caso de condição resolutiva, os atos de disposição 
praticados por aquele cujo direito cessou de existir, por se haver realizado a 
condição (cit. art., terceiro inciso); 3) as disposições feitas em favor daquele que 
recebeu seu direito de quem não o tinha (cit. art., quarto inciso).
19. O art. 1.361 do vigente Código Civil italiano acrescenta: “quem tem 
um direito sujeito a condição suspensiva ou resolutiva pode dispor dele enquanto 
a condição pende; mas os efeitos de cada ato de disposição ficam subordinados 
à mesma condição (art. 1.357);
“a verificação da condição não prejudica os atos de administração praticados 
pela parte à qual, pendente a condição, competia o exercício do direito. Salvo 
disposição diversa da lei, ou ajuste diverso, os frutos percebidos são devidos desde 
o dia em que a condição se verificou (art. 1.361)”. Este último artigo se reporta 
à disposição do art. 1.148.
ELEMENTOS ACIDENTAIS ---- DA CONDIÇÃO 297
«E ntre Código outros, também admitem a regra da retroatividadeo 
fliargentino (art. 543), o uruguaio (art. 1.427), o português (art. 678) e 
p o espanhol (art. 1.120).
Nosso Código contém as seguintes disposições: “subordinando- 
Ip e a eficácia do ato à condição suspensiva, enquanto esta não se 
Hprificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa” (art. 118); 
Ipse for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará 
|j|Q ato jurídico, podendo exercer-se desde o momento deste, o direito 
lipor ele estabelecido; mas, verificando-se a condição, para todos os 
B|;éfeitos se extingue o direito a que ela se opõe” (art. 119).*
As disposições de nosso Código, vê-se, não consagram nem expres- 
||;sa nem implicitamente, a retroatividade das condições como regra: se o 
Ipjart. 119 fala na extinção do direito para todos os efeitos, não repõe no 
■passado o momento inicial da mesma extinção. Todavia, a regra da 
Jlretroatividade das condições era tradicionalmente admitida, entre nós,
|j pela doutrina e pela jurisprudência (Teixeira de Freitas, Esboço, arts. 
l| 602, 606; Ribas, Curso, 3.a ed., p. 431; Lacerda de Almeida, Obrig., 2.a 
; ‘éd., p. 139; Espínola, Sistema, 2.a ed., v. 1/581; Clóvis, notas ao texto 
f ‘citado; W. de Barros Monteiro, Obrig., p. 266 etc.).
Clóvis, em nota ao art. 118, categoricamente afirma: “realizada 
a condição (suspensiva), o direito, em regra, se considera existente 
desde o momento da celebração do ato, que o constituiu, se o negócio 
1 jurídico é inter vivos, e desde a abertura da sucessão, se é mortis causa. 
E a isso que se denomina efeito retroativo das condições, que o Código 
alemão somente admite quando estipulado (art. 159), porém, que está 
na tradição da sistemática de nosso direito, não como princípio, porém 
como orientação do intérprete”; e, em nota ao art. 119, acrescenta: 
§‘realizada a condição (resolutiva) desfaz-se o direito como se jamais 
existira”.
Não nos parece acertada a qualificação de “simples orientação do 
intérprete” que Clóvis atribui à retroatividade das condições cumpridas, 
pois esta retroatividade só pode justificar-se, juridicamente, por deter­
minação da lei, ou por vontade das partes, ou como decorrência da 
natureza do ato jurídico, mas jamais como simples critério de inter­
pretação. Convém observar, porém, que os autores latinos, em sua 
generalidade, adotam-na como regra (Demolombe, XVI, n. 397; Hue, 
Com., VII, ns. 254 e ss.; Àubry et Rau, Cours, § 302 “y”; Planiol- 
Ripert et Esmein, Traité Pratique, VII, n. 1.037; Vergé et Ripert, Rép. 
Droit Civil, 1951, verb, condition; Giorgi, Obblig, VI, ns. 351 e ss.;
* As regras dos arts. 118 e 119 do CC estão repetidas e consagradas nos 
arts. 125 e 127 do Projeto do Código Civil brasileiro.
298 A TO J U R Í D I C O
Coviello, Manuale, 3.a ed., § 137; De Ruggiero, Istituzioni, 6.aed., v. 
I, § 30; Messíneo, Manuale, 8.a ed., 1952, § 44, n. 5; Torrente, Manuale, 
1955, § 136 etc.), mas divergem quando pretendem justificá-la.20
Serpa Lopes, entre os nossos (Curso, 1957, v. I, n. 348), encerra
o estudo da matéria com estas palavras: “os benefícios atingidos pela 
teoria da retroatividade são igualmente obtidos pela teoria contrária, 
como bem concluiu Leloutre após examinar, uma por uma, as 
conseqüências, quer entre as partes, quer em relação a terceiros, sendo 
que a teoria germânica sobrepuja a da retroatividade em razão da
20. Huc, comentando o art. 1.179 do Código Civil francês, diz que, segundo 
a doutrina romana pura, os direitos e obrigações resultantes do ato condicional 
somente nascem com o implemento da condição, mas visando a corrigir o rigor 
dessa doutrina, haviam os jurisconsultos admitido a retroatividade da condição para 
considerar os efeitos do ato condicional como iniciados no dia em que este houvesse 
sido constituído — isto, bem entendido, após o implemento da condição. 
Semelhante resultado, conforme à vontade provável das partes, foi consagrado, 
acrescenta o autor, pelo direito moderno. E opondo-se à opinião de Demolombe, 
que considera a retroatividade da condição verificada como conseqüência necessária 
da obrigação condicional, Huc apenas vê, na regra da retroatividade, “un simple 
correctif qui, d’ailleurs, n’a rien de nécessaire”.
Diverso é o entendimento de Planiol-Ripert et Esmein ÇTraité Prat., VI, n. 
1.037) quando dizem que os romanos conheceram o princípio da retroatividade 
e os antigos intérpretes franceses não se enganaram a este respeito. (Os autores 
se referem a Pothier, cuja doutrina foi aceita pelo Código Civil francês). Mas, 
embora afirmem que, ante o direito positivo de seu país, a retroatividade possua 
a força de um princípio, Planiol-Ripert et Esmein reconhecem e declaram que esse 
princípio tomou-se o objeto de vivas críticas por parte da doutrina moderna que 
o considera como ficção perigosa do ponto de vista econômico, razão pela qual 
certos tratadistas quiseram liminar o mais possível a sua aplicação: “todas as vezes 
que os arts. 1.179 e 1.183 não houvessem previsto a hipótese visada, à condição 
se não deveria (segundo esses autores) conferir retroatividade, de modo a que seus 
efeitos só para o futuro e não para o passado se manifestassem. A jurisprudência 
introduziu notáveis derrogações ao mencionado princípio”. Depois de indicar as 
diversas justificações existentes da retroatividade, Planiol-Ripert et Esmein assim 
concluem: “parece que o fiel fundamento jurídico da retroatividade da condição 
deva resultar da combinação do verdadeiro conceito do direito condicional com 
a vontade presumida das partes. O direito condicional só existe a partir do 
implemento da condição. Na falta de retroatividade, o devedor condicional poderia, 
validamente, criar, em favor de terceiros, direitos reais puros e simples sobre a 
coisa sob condição devida. Mas, segundo a vontade das partes, o fim do contrato 
é que o devedor nada possa fazer pendente conditione que reduza a nada o direito 
que o credor terá ao se realizar a condição. E para alcançar este fim e atribuir 
uma sanção ao direito condicional, preciso é fazer prevalecer, sobre o direito 
concorrente nascido antes do implemento, o direito nascido por ocasião deste 
implemento”.
RI
possibilidade de adaptação do ato sob condição, mediante uma forma 
ioimais adequada possível às necessidades da prática moderna. Nosso 
ícódigo entrilhou-se na concepção germânica. Não se encontra consa- 
igrado em qualquer de seus textos o princípio da retroatividade”.
Amédée Leloutre, em seu Etude sur la Retroativité de la Condition 
i(Rév. Trim. de Droit Civil, v. VI/753 e ss.), nega o valor jurídico da 
jíegra da retroatividade das condições. O autor inicia o seu estudo 
jàcentuando o uso crescente das cláusulas condicionais: “cela rentre dans 
Bfes habitudes modernes de prévoyance et dans le besoin de plus en 
plus pressant de sécurité qui paraissent éprouver ceux qui ont des 
'affaires à traiter. Pour se mettre à couvert contre certains risques, on 
>ne s’engage que sous condition”. Refere-se, em seguida, para excluí- 
los do problema, a certos atos aparentemente condicionais, de que cita, 
entre outros, o seguinte exemplo: o acionista que quer vender ações 
a serem emitidas pela sociedade, não podendo realizar uma venda pura 
e simples por falta de objeto, celebra um ato subordinado à existência 
futura deste elemento que, na ocasião, lhe falta; mas, na hipótese deve- 
se, necessariamente, admitir a irretroatividade, não por se tratar de ato 
condicional, mas porque nenhum ato pode produzir efeitos sem prévia 
realização de todos os seus elementos essenciais.
Reportando-se às fontes, o autor sustenta que os jurisconsultos 
romanos nunca propuseram a questão em termos precisos: no direito 
clássico, eles consideravam que na venda sob condição resolutiva 
(hipótese, esta, que preferentemente consideravam) a propriedade 
transmitida ao adquirente de suas mãos não desaparecia por força de 
resolução,pois a propriedade era havida por nitidamente distinta do 
contrato que lhe desse causa. O contrato, sim, podia resolver-se, mas 
a propriedade, uma vez transmitida por mancipatio, in jure cessio, 
permanecia com o comprador, ou com os terceiros que, em seguida, 
a houvessem adquirido, só restando ao vendedor a ação pessoal 
resultante do contrato. O direito clássico, conclui Leloutre, não admitia 
a retroatividade das condições, cujo conceito surgiu no antigo direito 
francês com fundamento em um texto de Paulo (D. XVIII, VI, 8, IV.) 
onde se diz: “heredes obligatos esse quasi jam contracta emptione 111 
praeteritum”. Teria sido fácil, no entanto, explicar esse texto, diz ulildn
o autor, desde que, sem necessidade de se recorrer à retroutivldnclc, 
se considerasse que o direito condicional, mesmo antes de 80 voiiflcuir 
a condição, já possui certa existência e pode, mesmo, ser traniinltldo 
ativa e passivamente: o jurisconsulto romano emprega umu nIhi|jUW 
imagem para melhor manifestar o seu pensamento« qufttulü dá tt 
aparência de fazer remontar o contrato ao pusHudo.
ELEMENTOS ACIDENTAIS ---- DA CONDIÇÃO 299
300 A TO J U R Í D I C O
Do mau entendimento do citado texto resultou, segundo Leloutre, 
que “ce qui n’était que métaphore a été interprété comme la formule 
claire d’un principe juridique certain et la plupart des auteurs ont décidé 
que si le droit du créancier était transmissible tant au point de vue 
passif qu’au point de actif, ce n’était que par aplication d’une règle 
plus générale aux termes de laquelle, une fois la condition accomplie, 
ce droit est réputé avoir toujours été pur et simple”. Leloutre enumera 
e longamente rebate os argumentos dos que sustentam a regra da 
retroatividade das condições.
O autor não desconhece que, mesmo do ponto de vista prático, 
diferenças sensíveis parecem existir entre as conseqüências da retroati­
vidade e as da irretroatividade das condições verificadas. Assim é que ele 
diz: “na realidade, a diferença prática mais saliente que parece apresentar- 
se, quando se examinam as duas teorias, diz respeito, sobretudo, aos 
efeitos da retroatividade sobre os atos de disposição ou oneração de bens 
praticados por quem dele é proprietário sob condição resolutiva. Admite- 
se, desta feita sem contestação, na teoria da retroatividade, que a 
resolução destrói, de modo absoluto, todos esses atos. Se os efeitos da 
condição se produzissem somente no futuro, não poderiam atingir as 
alienações ou constituições de direitos reais anteriormente constituídas e 
tudo quanto se fizesse no passado, adquiriria caráter definitivo. Haveria, 
pois, um interesse prático em se escolher entre as duas teorias”. Leloutre 
procura, em seguida, explicar a destruição desses aos praticados pendente 
conditione com regras outras que não as da retroatividade. Admite, 
apenas em parte, a aplicabilidade, à espécie, da regra segundo a qual 
ninguém pode transferir a outrem mais direito do que possui. Debate, em 
seguida, esta solução: quem se compromete a dar ou restituir certa coisa 
à outra parte se determinada condição se realizar, implicitamente se 
obriga a nada fazer (além dos atos de administração ordinária) que possa 
criar obstáculo à entrega ou restituição eventual da mesma coisa; assim 
sendo, estamos em presença de uma verdadeira cláusula implícita de 
inalienabilidade em relação à qual se deve indagar se há de prevalecer 
apenas entre as partes, ou erga omnes\ decidindo-se contra os terceiros, 
seria justo dizer-se que os antigos efeitos da resolução (segundo a teoria 
da retroatividade) deveriam admitir-se mesmo sob a adoção da nova 
teoria (da irretroatividade). Mas o autor prefere, adotando esta última 
doutrina, socorrer-se da solução que decorre da admissibilidade, na 
hipótese, de uma cláusula implícita de inalienabilidade: “à moins donc 
d’enlever aux parties la ressource précieuse de l’acte conditionnel, il 
convient de décider que la clause d’inalienabilité qu’il renferme 
implicitement aura effet à l’égard des tiers quoique la condition ne 
rétroagisse pas”.
K -
IK.rj, Todo o debate, vê-se, resulta do propósito de se admitir como Ijegra um efeito com exclusão do outro (tolerando-se, quando muito, jgque a esta regra ou àquela se abram exceções). Na realidade, porém, jpenhum desses efeitos possui a força de uma regra geral, menos ainda 
â de exclusividade, pois ora se faz preciso admitir o efeito retroativo, 
ora o irretroativo, segundo a espécie da condição e segundo a natureza 
Rda relação considerada, E aceitando-se esse critério dualístico, inútil 
gpe afigura o recurso a sutilezas dificilmente justificáveis como, p. ex., 
pà da pressuposição de uma cláusula implícita da inalienabilidade. 
Fundamentos vários invocam os autores para justificar a retroati- 
jVidade das condições. Entendem alguns que de uma ficção se trata, pois, 
ijbontra a realidade dos fatos, a retroatividade, ao se verificar a condição, 
gfüefine a situação das partes como se elas houvessem constituído uma Ij óbrigação, não condicional, mas pura e simples, ou como se a obrigação 
■[jamais houvesse existido. Julgam outros que o recurso à ficção não basta 
Ijlpara justificar a retroatividade, que melhor se qualifica como preceito 
legal a vigorar na falta de acordo em contrário, ou melhor, como 
confirmação do direito, feita por lei, à vista da condição realizada, 
ponfirmação, esta, decorrente da própria natureza do direito condicional, 
que ao implemento da condição preexiste. Pensam outros que a 
retroatividade da condição se origina da vontade presumida das partes, 
as quais, verossimilmente, se obrigam confiando na realização ou não- 
realização das condições, conforme sejam positivas ou negativas, e, pois, 
como se celebrassem, desde logo, um contrato puro e simples. Também 
há quem combine o critério extraído da natureza do direito condicional 
com o da vontade presumida das partes.21 E, finalmente, mais juristas
21. Entende Coviello (Manuale, 3.a ed., § 137) que a retroatividade da 
condição verificada tem por fim fazer desaparecer a incerteza que durante a 
pendência da condição existia. A retroatividade não é, portanto, uma ficção absurda, 
“ma una conseguenza giustificata dairindole stessa delia condizione, (...) conforme 
alia volontà delle parti”. Mas, acrescenta, por não ser um efeito necessário e 
essencial, as partes podem excluí-la ou limitá-la.
O autor não vê motivos para não se aplicar a retroatividade às condiyõo* 
potestativas: “das condições meramente potestativas suspensivas não se pode dizer 
que sejam retroativas ou irretroativas, porque o negócio não existe antes de flCtl 
implemento; mas, quanto às demais condições potestativas, não há razão para trutá* 
las de modo diverso das casuais, pois, contendo em si elementos que nBo NÍIo 
voluntários, antes de seu implemento o negócio já existe”.
Não se baseiam apenas no texto, citado, de Paulo (D. XVlll, VI, 8 I V . ) 0* 
autores que pretendem encontrar no direito romano a justificaçHo ilti regra iltf 
retroatividade, pois outros textos também costumam invocar, entro o i cjunU 0 tio 
« Gaio (D. XX, IV, 11, § l.°,“qui potiores in pignus, vel hipoteca hftbfttUtttlY*') l|M 
li assim reza: “... quum enim semel conditio existit, peride habetur, p l! Mo tílfipèfV 
tquo stipulatio interposita est, sine conditione facta esset",
ELEMENTOS ACIDENTAIS — DA CONDIÇÃO 301
302 A TO J U R Í D I C O
(assim Espínola em seus comentários e Serpa Lopes em seu citado Curso) 
opinam no sentido da irrelevância do debate travado em tomo da 
aceitação ou rejeição da regra da retroatividade, pois, a seu ver, os 
sistemas que esta regra consagram tais e tantas exceções lhe abrem que, 
em última análise, o problema perde sua razão de ser. Não subscrevemos 
esta última opinião porque a retroatividade e a irretroatividade, assim 
pensamos, resultam de dois elementos conjugados, isto é, da espécieda 
condição (se suspensiva ou resolutiva) e da natureza da relação de que 
se trate: e, em razão desses elementos, ora se atribui à condição realizada 
um efeito retroativo, ora um efeito irretroativo, sem necessidade de se 
erigir em regra geral um efeito ou outro, sendo certo, ainda, que por 
ser a condição um elemento acidental e não essencial dos atos jurídicos, 
as disposições legais concernentes à retroatividade ou irretroatividade não 
são imperativas, mas supletivas, assim permitindo disposições ou esti­
pulações em sentido diverso do adotado por lei.
Em síntese, as conclusões que passamos a indicar são admissíveis.
A) Vontade das partes
A liberdade das partes na imposição ou estipulação dos efeitos 
retroativos ou irretroativos das condições decorre da própria natureza destas, 
que são elementos acidentais e não essenciais dos atos jurídicos. Facultado 
também é, a quem dispõe ou contrata, estabelecer o momento a partir do qual 
a condição verificada deve começar a produzir os seus efeitos.
B) Efeitos retroativos
Prescreve o art. 122 do Código Civil que “se alguém dispuser 
de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto 
\quela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, 
;e com ela forem incompatíveis”.* No mesmo sentido, mutatis 
'lutandis, dispõem o Código Civil alemão (art. 161) e o Código suíço 
as Obrigações (art. 152, 3.° inciso).22
* Regra repetida no art. 126 do Projeto do Código Civil brasileiro.
22. Lembra Torrente {Man. di Dir. Priv., nota 1 ao § 136) que a doutrina 
tlifica essa retroatividade como retroatividade real (Messineo), ou externa, ou 
oluta (Santo Passarelli), para distingui-la da retroatividade obrigatória, ou interna, 
*elativa: “a retroatividade real significa que os efeitos do negócio se verificam 
aducam, mesmo perante os terceiros, a partir da conclusão do negócio. Se Tício 
'eu a Caio sob condição resolutiva e Caio, por sua vez, durante a pendência da 
ição, vendeu a Semprônio, quando a condição se verifica, tanto Caio quanto 
rônio não se podem considerar adquirentes da coisa. A retroatividade obrigatória 
»tra aplicação em se tratando de resolução por inadimplemento”.
ELEMENTOS ACIDENTAIS ---- DA CONDIÇÃO 303
O Código alemão limita os efeitos da resolução das novas 
disposições até onde estas inutilizem ou diminuam os efeitos jurídicos 
da condição, enquanto o Código suíço as considera nulas naquilo que 
comprometam os efeitos da condição, preferindo nosso Código falar 
| em “incompatibilidade”, limites, todos esses, a serem apurados e fixados 
I na apreciação de cada caso concreto.
O implemento das condições resolutivas também alcança, para 
I invalidá-los, os atos anteriores de disposição por força da regra 
I “resolutur jure dantis resolvitur et jus accipientis” (D. XXX, fr. 69, 
I; § 1.°, e XXXV, fr. 105; Ord. n, 35, 25; Dec. 370 de 1890, art. 226,
I § 2.°; Carlos de Carvalho, Nova Consolidação, art. 242, parágrafo 
único; Código Civil, art. 119; Clóvis, comentários ao texto).
Certos autores alemães contestam haja o respectivo Código feito 
I qualquer concessão à teoria da retroatividade através da citada dispo- 
1 sição de seu art. 161; mas é certo, em que pesem essas opiniões, que 
| o Código alemão, assim dispondo, quando menos abriu uma exceção 
i à regra da irretroatividade que em outros textos adotou.
; C) Efeitos irretroativos
São irretroativos os efeitos das condições suspensivas verificadas, 
§ nos seguintes casos: a) quanto aos atos de administração ordinária 
praticados (mesmo durante a execução provisória) pendente conditione\ 
ij b) quanto ao direito de conservação dos frutos, naturais ou civis, 
colhidos ou percebidos, antes do implemento da condição (Código 
Civil, art. 868, parágrafo único);* c) quanto ao direito de ressarcimento 
das benfeitorias, necessárias ou úteis, salvo se o valor dos frutos 
colhidos, ou percebidos, com elas se compensarem. Em regra, a 
condição resolutiva verificada opera ex nunc nos atos de execução 
sucessiva, com prestações contínuas ou periódicas, como ocorre, v.g>, 
com os contratos de locação, sociedade, mandato, fiança, ou com os 
atos constitutivos de uso, usufruto, habitação, enfiteuse, penhor, 
hipoteca, anticrese (Giorgi, Obblig., v. IV, n. 377).
ff D) Irretroatividade em relação a terceiros
A verificação das condições não alcança, retroativamente, o* 
terceiros, em se tratando: a) de coisas fungíveis que, por serem tttl*. 
podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e
* A norma do art. 868 e seu parágrafo único, do CC, tncoiWWI*## ffpÉÉÉ m 
no art. 237 do Projeto do Çódigo Civil b ^ ila k cL .....
304 ATO J U R Í D I C O
quantidade (Código Civil, art. 50);* b) de bens móveis, estando o 
terceiro de boa-fé, ressalvado o direito do credor de haver do alienante
o equivalente e as perdas e danos; c) de bens imóveis, quando o título 
do direito condicional não houver sido transcrito, ou inscrito, antes do 
ato praticado com os terceiros, em registro público, na forma da lei 
(Espínola, com. aos textos, in Manual).
Com relação à propriedade resolúvel, nosso Código assim, expres­
samente, dispõe: “resolvido o domínio pelo implemento da condição 
ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos 
reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se 
opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a detenha” 
(art. 647). Mas, de conformidade com o que dispõe o art. 648, “se, 
porém, o domínio se resolver por outra causa superveniente, o possuidor 
que o tiver adquirido por título anterior à resolução, será considerado 
proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a 
resolução, ação contra aquele cujo domínio se resolveu para haver a 
própria coisa, ou o seu valor”.**
Causa superveniente é, no dizer de Clóvis, a que não está no 
próprio título, mas procede de fato posterior à transmissão, como 
sucede, exemplificando, com a revogação das doações por ingratidão, 
que não prejudica os direitos adquiridos por terceiros. Nessas hipóteses, 
a revogação opera ex nunc.
E) Efeitos que se reconduzem ao momento de constituição do ato 
condicional
Na falta de norma legal que, em nosso direito, estabeleça a 
retroatividade como regra, respeitados os casos específicos acima 
indicados e atendendo-se à natureza dos atos jurídicos condicionais de 
que se trate, nas hipóteses seguintes, se reconhece que os efeitos do 
implemento das condições se reconduzem ao instante em que o ato 
condicional foi constituído: a) para que a condição verificada possa, 
validamente, produzir os seus efeitos, preciso é que os requisitos e 
elementos essenciais do ato condicional se tenham realizado ao ser este 
ato praticado e não ao se verificar a condição; b) realizada a condição 
(suspensiva) considera-se que o crédito, antes condicional, como crédito
* Dispõe o art. 85 do Projeto: “São fungíveis os móveis que podem substituir- 
se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.
** Os arts. 647 e 648 do CC encontram-se reproduzidos nos arts. 1.358 
e 1.359 do Projeto do Código Civil brasileiro apenas com a substituição do termo 
“domínio”, constante do art. 647 do CC, por “propriedade” (art. 1.358).
ELEMENTOS ACIDENTAIS ---- DA CONDIÇÃO 305
perfeito prevalece desde a constituição do ato, incorporado, a este título, 
no patrimônio de seu titular; e, em conseqüência se pendente conditione 
ocorrer a falência do devedor e a condição se verificar após a decretação 
da falência, nela o credor concorrerá em igualdade de condições com 
| os demais credores (lei de falências, art. 25, § 2.°); c) se o devedor, 
| pendente conditione, houver exigido de outrem indenizações das perdas 
e danos por destruição ou deterioração das coisas ou bens, cumprir- 
: lhe-á ceder o respectivo benefício ao credor, ao se verificar a condição| (Giorgi, Obblig., v. IV, n. 356); d) quanto aos riscos, prevalecem as 
1', disposições dos arts. 865, 866 e 867 do Código Civil;* e) todos os 
|l acessórios que pendente conditione se incorporem à coisa ou prestação 
devida passarão ao credor quando a condição se verifique. Em rigor, 
li nas hipóteses supramencionadas o que ocorre não é uma retroatividade
I verdadeira e própria, senão um efeito necessariamente produzido pela 
natureza do ato condicional, ou melhor, pela preexistência do ato 
constitutivo do direito condicional.
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| 123. Átos condicionais de direito público interno e externo
A teoria geral das condições, embora originária do direito privado, 
alcança, ora explícita ora implicitamente, os atos jurídicos, de direito 
público interno constitucional ou administrativo e penetra no conteúdo 
| dos atos normativos, executivos e jurisdicionais. Mas, como bem 
|| observa Cino Vitta (Dir. Amnu, 1954, v. I, n. 87), se no direito privado 
K são poucos os atos jurídicos que, por terem seu conteúdo prefixado 
| pela lei não podem ser submetidos a condições, outro tanto não sucede
I com o direito público, no qual é bastante ampla a categoria dos actus
I legitimi vinculados. Quanto aos atos discricionários, dividem-se os
I autores em duas correntes, uma no sentido da aplicação das mesmas
I normas do direito privado concernentes às condições e outra no sentido 
| da sujeição dos atos jurídicos às condições, apenas quando a lei ou 
j: a natureza do ato permitirem. Cino Vitta, que se filia à primeira
l corrente, adota a opinião de Lucifredi (VAtto Amministrativo nei suoi 
|: Elementi Accidentali, Milão, 1947), lembrando serem comuns os caos
I nos quais a própria lei submete o ato administrativo a alguma condição, 
H'tal qual ocorre com os atos sujeitos à aprovação de outra autoridade, 
ou quando a própria aprovação é condicional, além de ser usual a 
|5 inclusão de cláusulas condicionais nos contratos administrativos (os 
| contratos de concessão de serviços públicos são, comumente, subme-
* Os arts. 865, 866 e 867 do CC encontram-se repetidos nos arts. 234, 
235 e 236 do Projeto.

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