Buscar

Resumo Apostila Psicopatologia I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Apostila Psicopatologia 1
Introdução à Psicopatologia
Definição por Cheniaux -> estuda os transtornos mentais (TM) em suas: 
Causas
Alterações funcionais e estruturais (relacionadas a causa)
Métodos de investigação
Sinais e sintomas (manifestação)
DSM-V (Manual de diagnóstico e estatística dos transtornos mentais): serve para definir como é feito o diagnóstico.
CID-10 (Classificação internacional das doenças e problemas relacionados à saúde/Classificação Internacional das Doenças): publicada pela OMS e serve para padronizar a codificação das doenças e problemas relacionados à saúde.
Semiologia Psiquiátrica: estudo dos sinais e sintomas dos TM.
ATENÇÃO: SINAL-> pode ser percebido através da avaliação direta do paciente; SINTOMA-> o que o paciente relata estar sentindo. É subjetivo.
Entrevista Psiquiátrica: realizada com técnicas. Importante para estabelecer um vínculo entre o profissional e paciente = sucesso no tratamento. Serve para 3 coisas fundamentais: diagnóstico/hipótese diagnóstica, possível prognóstico e terapêutica necessária.
Normalidade X Patológico:
Critérios de normalidade (Canguilhem):
Normalidade como ausência de doença (sintomas e sinais)
Normalidade ideal: o que é, supostamente, um sujeito sadio
Normalidade estatística: o que é observado com mais frequência
Normalidade como bem-estar
Normalidade subjetiva: como o sujeito se percebe em relação ao seu estado de saúde
Para a OMS, além de ausência de doença, saúde é o bem-estar biopsicossocial.
Diferentes psicopatologias (Dalgalarrondo):
Psicopatologia dinâmica: o fundamental é o conteúdo da vivência
Psicopatologia descritiva: o que interessa é a maneira em que os sintomas se manifestam
Psicopatologia médica: o adoecimento mental é visto como o adoecimento do cérebro
Psicopatologia existencial: o sofrimento mental é visto como singular para cada sujeito
Psicopatologia psicanalítica: cada ser humano pode ter um sofrimento psíquico provocado por seus conflitos inconscientes 
OBS: evitar o termo “doença mental”. Utilizar “transtorno mental”.
Transferência X Contratransferência: o encontro entre o psicólogo e o paciente produz impacto emocional em ambos, que ocorre através da troca de informações verbais e não verbais, intencionais ou não. Freud chamou a troca de informações inconscientes que ocorrem de transferência e contratransferência.
A transferência é entendida como a recriação de fantasias infantis onde seu destino é o analista. Basicamente, o paciente projeta medos, desejos, emoções, conscientes ou inconscientes, no profissional. Ele espera um conforto, uma compreensão.
A contratransferência é a reação do analista provocada pela transferência. O analista que projeta seus sentimentos no paciente.
Ou seja, se o paciente agride verbalmente o profissional, ele não deve levar para o pessoal, pois isso faz parte da transferência.
Anamnese Psiquiátrica: perguntas previamente selecionadas, feitas ao paciente ou acompanhante, para obtermos informações necessárias para o diagnóstico/hipótese diagnóstica.
Peretrello ciou a técnica que denominou de história da pessoa (HP), que consiste em o próprio sujeito contar a sua história. Isso ajuda na criação do vínculo entre profissional e paciente, e descoberta de detalhes às vezes cruciais para o diagnóstico.
Itens que compõem a avaliação psiquiátrica:
IDENTIFICAÇÃO: iniciais do nome completo, idade, sexo, nacionalidade, grau de instrução, profissão, estado civil, religião e número do prontuário.
QUEIXA PRINCIPAL: nas palavras do paciente de forma muito sucinta.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): registra-se os sintomas mais significativos, quando começaram, se teve algo que possa ter desencadeado, o que foi feito a respeito, se já esteve em tratamento e se sim como; se o paciente faz uso de algum medicamento, se sim, a dose, duração e frequência.
HISTÓRIA PESSOAL (HP)
HISTÓRIA FAMILIAR (HF)
HISTÓRIA PATOLÓGICA PROGRESSIVA (HPP): doenças e enfermidades físicas anteriores
EXAME PSÍQUICO: não devem ser usados termos técnicos. Onde ocorre o registro da observação do terapeuta na entrevista.
A apresentação do paciente deve ser observada nos seguintes aspectos:
Aparência (higiene, adequação do vestuário...)
Atividade psicomotora e comportamento (triste, alegre, inquieto, modo de caminhar, postura...)
Atitude para com o entrevistador (irritado, desconfiado, cooperando...)
Atividade verbal (fala muito, fala pouco...)
Há na apostila um modelo de avaliação psiquiátrica, vale dar uma olhada.
Processos Psíquicos e suas alterações
Nunca ocorre uma alteração psíquica de forma isolada, a pessoa sempre adoece na sua totalidade.
 Consciência: é o que possibilita a percepção do mundo exterior, do mundo psíquico interior e suas inter-relações. A vigília, o alerta e a atenção influenciam na consciência.
Vigília: a ação de estar desperto. Trata-se, neste sentido, de um estado de consciência que antecede o sono.
Alerta: capacidade de reagir mediante estímulo. Estímulo -> Sistema Nervoso Simpático -> Adrenalina -> Elevação dos níveis de cortisol
Atenção: é o direcionamento da atividade mental consciente. Na atenção externa o alvo é o ambiente. Na atenção interna a percepção é voltada para o interior (pensamentos, memórias).
Vigilância: o ato de estar desperto, alerta para a realização de tarefas cotidianas.
Lucidez de consciência: estado de consciência clara de vigilância plena.
Alterações normais da consciência: sono (dá-se em 4 estágios) e sonho.
Alterações patológicas da consciência: Dalgalarrondo distingue em alterações qualitativas e quantitativas:
Quantitativas: 
1. Obnulação/turvação da consciência: paciente sonolento, lento na compreensão de conceitos e ideias, dificuldades para se concentrar, pensamento ligeiramente confuso.
2. Sopor: é mais grave. O paciente fica incapaz de qualquer ação espontânea. Fica com a psicomotricidade mais inibida. Ex: tenta levantar da maca e cai.
3. Coma: grau mais profundo. É impossível qualquer atividade voluntária consciente.
Síndromes psicopatológicas relacionadas ao rebaixamento da consciência:
Delirium: termo para as chamadas síndromes confusionais agudas, que têm rebaixamento leve e moderado do nível de consciência acompanhadas de desorientação.
Qualitativas: são alterações focais. Uma parte da consciência continua normal enquanto outra fica alterada.
1. Estados crepusculares: pode haver explosões de violência, descontrole emocional. Após o episódio pode haver amnésia lacunar. Ex: epilepsia, álcool, traumatismo craniano, quadros dissociativos histéricos, choques emocionais intensos.
2. Dissociação da consciência: pode ser causada pelo aumento intenso da ansiedade. É um mecanismo de defesa inconsciente.
3. Transe: parecido com o sono, mas a pessoa mantém a atividade motora automática e estereotipada.
4. Estado hipnótico: estado de consciência reduzida e de atenção concentrada.
5. EQM (experiência quase morte)
Atenção: é a direção da consciência. Pode ser dividida em:
Voluntária: intencional
Espontânea: é despertada por um objeto, pessoa, situação.
Quanto a direção da atenção:
Externa
Interna
Quanto a amplitude:
Atenção focal: concentrada num problema/situação/pessoa
Atenção dispersa: a atenção se espalha, não se limita a um campo delimitado
Características fundamentais da atenção:
Tenacidade: capacidade do sujeito de manter o foco
Vigilância: qualidade da atenção de mudar o foco de um objeto para outro
A atenção é entendida em 4 aspectos básicos: (lembrar de CASA)
Capacidade de foco e atenção
Atenção seletiva: seleção de informações relevantes
Seleção de resposta e controle executivo: prestar atenção e planejar um objetivo
Atenção constante e sustentada: manter a concentração por um longo tempo
Alterações da atenção:
Hipoprosexia: diminuição da atenção. Perda de concentração, o que torna as lembranças imprecisas. Aumenta a dificuldade do pensar, raciocinar.
Aprosexia: abolição da capacidade de atenção.
Hiperprosexia: atenção aumentada. Não se cansade focar em algo.
Distração: é a superconcentração em algo, que acaba te dispersando do que está a sua volta.
Distraibilidade: o sujeito não consegue manter a atenção em algo por muito tempo. É patológico.
Orientação: Uma das funções psíquicas mais importantes. Onde estamos e quem somos -> básico. Integração: memória, atenção e percepção. (Para lembrar: quando você quer saber onde está, você olha em um MAPa (memória, atenção e percepção).
Alterações da orientação:
MUITO IMPORTANTE SABER DIFERENCIAR OS 2 ABAIXO!
Orientação autopsíquica: orientação do sujeito com relação a ele mesmo;
Orientação alopsíquica: em relação ao mundo (espaço e tempo).
 Desorientação por redução do nível de consciência:
Sujeito desorientado por turvação da consciência, logo, diminuição da capacidade de concentração e, portanto, da percepção e retenção de estímulos ambientais.
O que ocorre: sujeito não apreende bem. Dificuldade em integrar a cronologia dos fatos.
Desorientação por déficit de memória imediata e recente/Desorientação amnéstica:
Não consegue fixar as informações. Típica da síndrome de Korsakoff (amnésia, desorientação e problemas oculares).
Desorientação demencial:
Perda de memória de fixação + déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) + perda/desorganização das funções cognitivas.
Desorientação apática ou abúlica:
Apatia/desinteresse profundo. Alteração de humor profunda. Principalmente em quadros depressivos.
Desorientação delirante:
Sujeito em surto delirante. Firme convicção de habita outro tempo ou espaço. Comum ocorrer dupla orientação (ex: paciente afirma ser deus mas sabe que é Sr. Cláudio).
Desorientação por déficit intelectual:
Deficiência ou TM grave/moderado. Dificuldade de integrar as infos do meio ambiente.
Desorientação por dissociação:
Quadros histéricos graves acompanhados de alteração da personalidade.
Desorientação por desagregação:
Pacientes psicóticos graves com desagregação profunda do pensamento. Toda atividade mental gravemente desorganizada.
Desorientação quanto à própria identidade:
Necessária uma discrepância de no mínimo 5 anos entre a idade real e a que o paciente diz ter (CID-10). Pacientes esquizofrênicos com déficit cognitivo.
Alterações nas vivências de tempo e espaço
Tempo: ritmo circadiano (24h, dia e noite), ritmos mensais, variações sazonais e grandes fases da vida (gestação, infância...). Além da cultura e datas festivas. Há o tempo subjetivo (pessoal) e o objetivo (mensurável)
Anomalias da vivência do tempo:
Síndromes depressivas: passagem do tempo percebida de forma lenta. Bradipsiquismo: lentificação de todas as atividades mentais.
Síndromes maníacas: ritmo psíquico acelerado. Taquipsiquismo: aceleração de todas as funções psíquicas.
Quadros paranoides: vivência de invasão do espaço interior por aspectos ameaçadores vindos do exterior.
Agorafobia: espaço exterior é vivenciado como sufocante, pesado, perigoso, potencialmente aniquilador.
Ilusão sobre a duração do tempo:
Ilusão: acentuada alteração na percepção temporal. Pode ser relacionada a intoxicação por alucinógenos ou psicoestimulantes, nas fases agudas das psicoses e em situações emocionais especiais e intensas.
Atomização do tempo: falta de articulação entre passado e futuro. Ocorre nos estados de exaltação e agitação maníaca.
Alterações Psicopatológicas
 Sensopercepção: Fenômeno gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos originados fora ou dentro do organismo. É a associação entre percepção e sensação.
Sensação: Passivo. Relacionados aos 5 sentidos.
Percepção: Ativo. Dimensão neuronal. Tomada de consciência do estímulo sensorial pelo sujeito.
Imagem e representação:
O elemento fundamental da sensopercepção é a imagem.
Para Dalgalarrondo, na representação, a imagem tem as seguintes características:
Nitidez
Corporeidade – é uma representação, não tem vida
Estabilidade – imagem desaparece facilmente
Extrojeção – é percebida no espaço interno
Incompletude – imagem é incompleta
Outros tipos de imagem representativa:
Imagem eidética – evocação de uma imagem guardada na memória
Pareidolias – imagens visualizadas voluntariamente. Ex: ver animais em nuvens
Imaginação – atividade voluntária, evoca imagens do passado ou criam novas imagens
Fantasia – produção imaginativa organizada na imaginação
Alterações quantitativas da sensopercepção:
Imagens perceptivas têm intensidade anormal, aumentada ou diminuída.
Exemplos:
Agnosia: pessoa não reconhece estímulo visual, auditivo ou tátil. Ex: ver um objeto, descrever sua forma e cor, mas não conseguir identificar e nem explicar a sua utilidade.
Hiperestesia: impressões sensoriais tornam-se mais intensas. Pode ocorrer nos quadros de mania, intoxocação por anfetamina, uso de drogas, crises epiléticas, quadros dissociativos e hipertiroidismo. Auditiva: Depressão, quadros de ansiedade, enxaqueca e ressaca.
Hipoestesia: diminuição global da intensidade perceptiva. “Mundo preto e branco”. Depressão, esquizofrenia, delirium.
Anestesia: abolição da sensibilidade. Depressão, esquizofrenia, delirium, quadros conversivos, intoxicação alcoólicas e coma.
Parestesia: sensações táteis incômodas.
Macropsia: objetos aumentados.
Micropsia: objetos diminuídos.
Alterações qualitativas da sensopercepção:
Ilusão: percepção deformada de um objeto presente. Ocorrem em 3 condições:
Turvação da consciência
Fadiga grave
Estados afetivos intensos (perdas, dor)
Alucinação: percepção de um objeto não presente. Todas as características já citadas acima de uma imagem perceptiva real.
-Alucinação auditiva: simples (ruídos, zumbidos) ou vozes. Na esquizofrenia podem ocorrer:
Sonorização do pensamento: ouve os próprios pensamentos
Sonorização do pensamento como vivência alucinatória-delirante: acredita que colocaram pensamentos na cabeça dele e agora ele os ouve
Eco do pensamento: sensação do pensamento ecoar na cabeça
Publicação do pensamento: certeza de que as pessoas ouvem o que ele pensa
-Alucinação musical: ouve música sem que ela esteja tocando. Pacientes com perda auditiva ou depressão.
-Alucinação visual: nítidas e claras, sem a presença do estímulo visual externo. Simples (bolas, pontos brilhantes; Aparece em esquizofrenias ou doenças oculares) ou complexas (partes de corpo, pessoas, caveiras, demônios; aparece em psicoses).
-Alucinação liliputiana: vê personagens minúsculos.
-Alucinações táteis: sensações no corpo (animais andando, penetração)
-Alucinação olfativa e gustativa: em geral sente cheiro ruim. É rara. Aparece em quadros esquizofrênicos ou neurológicos.
-Alucinação cenestésica: sensações alteradas no seu corpo. Ex: dizer que seu cérebro está diminuindo.
-Alucinação cinestésica: sensações alteradas no movimento do seu corpo. Ex: corpo afundando, braço se levantando...
-Alucinação extracampina: ver pessoas ou animais em suas costas ou atrás das paredes. (É só lembrar que extra remete a além e campina remete a campo... ou seja, além do campo de visão da pessoa). Aparece em quadros psicóticos.
-Alucinação autoscópica: visual, tátil e cenestésica. Paciente vê seu próprio corpo, como se estivesse fora dele. Aparece em quadros epiléticos e esquizofrênicos.
-Alucinose: paciente percebe a alucinação como algo estranho, que não faz parte dele.
-Alucinose visual: geralmente uso de drogas.
-Alucinose auditiva: álcool.
A alucinação nas psicoses
Tem longa duração (min a h)
Conteúdo de perseguição ou depreciação
Complexo
Não altera o nível de consciência
Paciente não nota que é algo patológico
Pensamento: elaboração de conceitos, formação de juízos e raciocínio.
Conceito: o que há de mais particular no objeto ou fenômeno. Representação. Ex: céu e amor.
Juízo: relação entre dois conceitos. Na nossa língua, o juízo é composto por sujeito, verbo de ligação e predicado.
Raciocíno: capacidade mental de relacionar juízos, formando outros juízos e outras conclusões.
-Raciocínio indutivo: particular-> geral. Ex do antidepressivo
-Raciocínio dedutivo: geral-> particular. Ex doesquizofrênico
-Raciocínio analógico: compara as características parecidas de duas coisas diferentes. Ex da vacina e do mosquito
Diferentes dimensões do pensar
Curso (forma como o pensamento flui. Velocidade, ritmo, qtd de ideias)
Forma (relação entre as ideias)
Conteúdo (temática)
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Alterações dos conceitos
-Desintegração dos conceitos: o conceito perde seu significado inicial, uma palavra passa a ter um sentido completamente diferente.
-Condensação dos conceitos: mistura 2 ou mais conceitos: Ex: está relampejando.
Alterações dos juízos
-Juízo deficiente ou prejudicado: juízo falso, dito por pessoas que têm deficiência intelectual ou pobreza cognitiva.
Alteração do raciocínio e do estilo de pensar
O pensamento normal é regido pela lógica, realidade e cultura do sujeito.
Tipos alterados do pensamento
Podem aparecer tanto nos quadros de transtorno de personalidade quanto nos quadros esquizofrênicos. São eles:
Pensamento mágico: segue os caminhos do desejo, das fantasias, dos medos. Ex: paciente diz que se olhar os carros na rua ele é capaz de diminuir a velocidade deles.
Pensamento concreto: sujeito não consegue diferenciar o abstrato do simbólico, entender metáfora.
Pensamento dereístico: sujeito distorce a realidade para que ela se adapte aos seus desejos. Ex: paciente acredita que o marido tirou todas as suas coisas de casa não porque quer se separar, mas sim porque está planejando uma festa pra ela.
Pensamento inibido: raciocínio, conceito e juízo diminuídos e também a velocidade do pensar.
Pensamento prolixo: dá muitas voltas sobre o mesmo ponto, às vezes para coisas muito simples, como por exemplo dizer seu nome.
Pensamento deficitário/oligofrênico: pobre de conceitos, juízos e abstrações. Ex: como foi sua infância? R: Boa.
Pensamento demencial: pensamento pobre.
Pensamento confusional: incoerente.
Pensamento desagregado: conteúdos e juízos não se articulam. Várias palavras sem sentido.
Pensamento obsessivo: ideias absurdas que a pessoa tenta resistir mas não consegue. Ex: tomar 8 banhos por dia salva minha mãe de uma doença.
Alteração do curso do pensamento
Se refere ao tempo que o pensamento se expressa.
Aceleração do pensamento: ocorre nas manias, ansiedade, esquizofrenia e psicoses tóxicas.
Lentificação do pensamento: depressões graves, intoxicação por substâncias sedativas e em psicoses orgânicas.
Bloqueio ou interceptação do pensamento: sem nenhum motivo aparente o pensamento é interrompido. Ocorre principalmente nas esquizofrenias.
Alteração da forma do pensamento
Fuga de ideias: uma ideia vem seguida da outra tão rapidamente que não é possível associá-las.
Dissociação do pensamento: pensamentos não seguem uma lógica organizada. Conteúdo e conceito não se articulam.
Afrouxamento das associações: associação não estão bem articuladas.
Descarrilamento do pensamento: não mantém um curso lógico. Está associado à distraibilidade.
Desagregação do pensamento: totalmente incoerente.
Conteúdo do pensamento
Dalgalarrondo não considera delírio como alteração do pensamento porque para ele o conteúdo do pensamento é aquilo que preenche a estrutura do processo de pensar, logo, não tem como haver patologia uma vez que há conteúdo de pensamento.
Os conteúdos são:
Persecutório: possibilidade de ser atacado e destruído produz ideias persecutória.
Religiosos
Hipocondríacos: risco e medo do adoecimento.
Alteração do juízo de realidade
Os delírios são juízos patologicamente falsos, com conteúdo impossível ou bizarros, ou até juízos verdadeiros, porém com raciocínio patológico para sustentá-lo. O sujeito não consegue distinguir o real do imaginário. 
Obs: crenças culturais compartilhadas e aceitas por um grupo social não podem ser descritas como delírio.
Alterações patológicas do juízo
São ideias errôneas/prevalentes muito importantes afetivamente pelo sujeito, dessa maneira, sobrepondo a todos os pensamentos. Não confundir com ideias obsessivas, pois as ideias prevalentes são aceitas pelo sujeito, fazem sentido para ele. Suas características são:
Forte convicção
Ideia egossintônica (aceitas pelo sujeito)
Asimagsociada a grande carga afetiva
Desenvolve-se em personalidade alterada
Tem relação com sua HP
Causa sofrimento ou no sujeito ou nas pessoas a sua volta
Induz o sujeito a agir
Pode progredir para o verdadeiro delírio
Sujeito, em geral, não procura ajuda profissional
O delírio
É um erro de ajuizar que tem sua origem nos transtornos mentais. Identificação clínica de um delírio:
 Convicção extraordinária
Impossível modificar o delírio pela experiência
O delírio – juízo falso e seu conteúdo impossível
É uma produção associal
 
Dimensões do delírio
 Grau de convicção
Extensão (abrange diversas áreas da vida do paciente)
Bizarrice 
Desorganização (verificar se tem lógica)
Pressão ou preocupação (verificar o quanto o paciente está preocupado com suas crenças delirantes)
Resposta afetiva (o quanto mexe com as emoções do paciente)
Comportamento desviante (o quanto o paciente age em função dos seus delírios)
Delírio primário/Ideias delirantes verdadeiras
O verdadeiro delírio é o primário. O paciente não entende o que está acontecendo com ele.
Delírio secundário/Ideias deiroides
Os dois tipos são muito comuns, por isso é necessário verificar de onde eles vêm. Ex: na depressão podem surgir ideias deliroides de ruína/culpa associadas a mudanças de humor. Já nos quadros de mania, ideias deliroides de grandeza são comuns e estão relacionadas a mudanças de humor.
Estrutura dos delírios
 Simples (monotemáticos): persistem em um só tema.
Complexos (pluritemáticos): envolvem vários temas e ideias.
Sistematizados: são organizados e estruturados, com história rica e consistente. 
Não-sistematizados: mudam a cada momento e não fazem lógica alguma, não contam uma história.
Estados pré-delirantes
Agitação
Aflição
Ansiedade intensa
“Premonição” que algo terrível vai acontecer
Tipo de delírios segundo seus conteúdos 
 De perseguição (vítima de um complô para matá-lo; perseguido por alguém, máfia, polícia...)
De referência (fatos comuns do cotidiano como se fossem diretamente referidos à sua pessoa. Ex: vizinhos falando dele quando ele passa, o chamando de ladrão)
Delírios e o mecanismo de projeção (para se defender, o sujeito projeta no mundo externo ideias e desejos insuportáveis pra ele. Ou não admite o fracasso, projetando nos outros o que deu de errado na vida dele).
De relação (estabelece uma conexão entre fatos do cotidiano que não têm relação. Ex: se choveu muito é porque é o fim do mundo).
De influência ou de controle (acredita que está sendo controlado por força/entidade externa).
De grandeza (acredita ser mt especial, dotado de capacidades e poderes).
Místico/religioso (acredita ser jesus...).
De ciúmes (acredita estar sendo traído, é algo desproporcional).
Erótico/erotomania (pessoa com destaque social, artista, está apaixonada pelo sujeito).
De conteúdo depressivo (culpa, autoacusação, podem aparecer doenças...).
De ruína/niilista (condenado à miséria).
De culpa/autoacusação (culpado por tudo de ruim que acontece).
De negação de órgãos (corpo destruído, morto, órgão retirados).
Hipocondríaco (acredita q tem doenças, que vai morrer).
Afetividade: Dalgalarrondo define afetividade como o que dá cor, brilho e calor às vivências humanas.
Cheniaux estabelece distinções entre:
Emoções: reações afetivas agudas, momentâneas e desencadeadas por estimulo significativo.
Sentimentos: mais estáveis que as emoções.
Afetos: qualidade emocional que acompanha uma ideia.
Paixões: estado afetivo extremamente intenso que domina a atividade psíquica como um todo.
Alterações da afetividade
 Distimia: exaltação ou inibição do humor (não confundir com a definição do CID-10!!!!!)
Distimia hipotímica: base afetiva do transtorno depressivo
Distimia hipertímica: exaltação e alegria
Alterações das emoções e dos sentimentos
Apatia: não sentealegria, tristeza, raiva.....“nada”.
Hipomodulação do afeto: incapacidade do paiente reagira a determinada situação com a carga afetiva correta
Inadequação do afeto: reação afetiva em desarmonia com as situações
Pobreza de sentimentos: perda progressiva e patológica das vivências afetivas
Embotamento afetivo: perda profunda de todo o tipo de vivência afetiva
Sentimento de falta de sentimento: incapacidade de sentir emoções
Anedonia: incapacidade de sentir prazer com as experiências e atividades da vida
Labilidade afetiva: mudanças de humor súbitas e sem motivação
Ambivalência afetiva: sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto/situação/pessoa
Neotimia: afetos muito estranhos para a pessoa. Aparece na esquizofrenia.
Medo: estado progressivo de insegurança e angústia. Nos ajuda a proteger dos perigos da vida. Os quadros patológicos do medo são:
-Fobias: medos desproporcionais.
Fobia simples: medo intenso e irracional de pequenos animais
Fobia social: medo do contato social principalmente com pessoas que não são do seu convívio
Agorafobia: medo de espaços amplos, aglomerações, congestionamentos
Claustrofobias: medo de ficar preso em lugares fechados, apertados
Pânico: medo intenso relacionado ao imaginário perigo de morte iminente
 
Transtornos de Ansiedade
Crises de pânico: início rápido, dura poucos minutos, ocorrência de hiperatividade autonômica. Qualificam-se por pensamentos automáticos típicos durante o ataque – medo de tragédia, morte iminente ou medo de ficar louco. Ataque isolado não é suficiente para o diagnóstico de transtorno de pânico. A primeira crise de pânico pode ser decorrente de estímulo ameaçador (voo de avião, uso de cocaína).
Transtorno do pânico: principal característica – presença de crises de pânicos recorrentes. Crises duram de 10 a 30 min. Podem ocorrer em qualquer lugar, inclusive durante o sono. Há ansiedade antecipatória associada ao receio de novos ataques (esquiva fóbica).
Agorafobia: ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil escapar.
Transtornos agorafóbicos: estar fora de casa desacompanhado, estar em meio a multidão, viajar de ônibus, carro...
As situações são evitadas ou suportadas com acentuado sofrimento.
Fobias específicas: fobia é o medo persistente e irracional de objeto específico, ou situação que não são considerados perigosas. Ex: injeção, animais, ferimentos, sangue...
Fobia social: medo exagerado e persistente de avaliação negativa feita por outras pessoas quando o indivíduo encontra-se em situações sociais ou de desempenho.
Os portadores apresentam frequentemente sentimento de inferioridade.
Ex: participar de festas e reuniões, falar com pessoas em posição de autoridade.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): caracterizado por sintomas ansiosos persistentes que afetam ampla variedade de comportamentos do paciente nas mais diversas situações cotidianas.
Sintomas de tensão motora (tremores, incapacidade para relaxar, fadiga, cefaleia), sintomas de hiperatividade autonômica (palpitações, sudorese, tontura, falta de ar) e sintomas de hipervigilância (insônia, irritabilidade e dificuldade de concentração).
Personalidade
Provém do termo persona -> máscaras dos personagens do teatro.
Conceito: conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso da existência.
Aspectos da Personalidade
Constituição corporal: conjunto de propriedades morfológicas, metabólicas, bioquímicas e hormonais, transmitidas ao indivíduo principalmente (mas não apenas) pelos mecanismos genéticos.
Temperamento: conjunto de particularidades. psicofisiológicas e psicológicas inatas, que diferenciam um indivíduo do outro -> fatores genéticos ou constitucionais precoces.
Caráter: soma dos traços de personalidade expressos no modo básico do indivíduo reagir perante a vida, seu estilo pessoal, suas formas de interação social, gestos, aptidões, etc.
Transtornos de Personalidade (mt imptt)
Definido como um padrão persistente de experiência íntima ou comportamento, que se desvia acentuadamente de expectativas culturais do indivíduo. O padrão é inflexível (não muda, é a personalidade do paciente) e abrange ampla faixa de situações pessoais e sociais, provocando sofrimento ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional do indivíduo.
Características: 
Conjunto de comportamento e reações afetivas claramente desarmônicos envolvendo vários aspectos de vida do indivíduo, por isso, é um transtorno, que afeta o indivíduo e suas relações sociais.
Padrão normal do comportamento. É permanente e não limitado ao episódio de uma doença mental.
Os transtornos de Personalidade apresentam muitas comorbidades psiquiátricas, devido ao sofrimento ser persistente.
Grupo A (esquisito e excêntrico):
Transtorno de personalidade paranoide -> palavra-chave: raiva, rancor, difícil convivência e desconfiança;
Transtorno de personalidade esquizoide -> palavra-chave: distante, fria, sem amigos e sem prazer;
TP esquizotipo -> palavra-chave: um pouco paranoide, um pouco esquizoide + “pessoa estranha”. Pode apresentar sintomas psicóticos (comorbidade psiquiátrica).

Continue navegando