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Resumo Psicopatologia - Parte I

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Psicopatologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
Centro Universitário Barão de Mauá 
Disciplina: Psicopatologia 
E-mail: euagustonascimento@gmail.com 
Aula: 04 de fevereiro de 2021. 
 
 
 
Definição de Psicopatologia 
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia 
dos transtornos mentais 2 ª Ed Porto Alegre Artmed, 
2008. 
Capítulo 2: Definição de Psicopatologia e ordenação 
de seus fenômenos; 
Capítulo 3: O conceito de normalidade em 
psicopatologia; 
Capítulo 5: Princípios gerais do diagnóstico 
psicopatológico. 
 
Psico → psique/psiquismo 
Pato → paixão/excesso de sofrimento 
Logia → discurso/lógica 
 
➔ Estudo sobre o adoecimento mental 
 
“Psicopatologia é o ramo da ciência que trata da 
natureza essencial da doença mental suas causas, as 
mudanças estruturais e funcionais associadas a ela, 
suas formas de manifestação (Campbell).” 
 
▪ Conjunto de conhecimentos referentes ao 
adoecimento mental; 
▪ Conhecimento sistemático e desmistificante; 
▪ Não admite critérios de valor, morais 
 
Jaspers: Psicopatologia Geral (1913), corporifica a 
nova ciência (autônoma). → considerado o pai da 
psicopatologia. 
Objetivo da psicopatologia: estudo descritivo dos 
fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se 
apresentam à experiência imediata. 
Limites: nunca se pode reduzir por completo o ser 
humano à conceitos psicopatológicos. No homem, há 
um oculto não apreensível. 
 
Psicopatologia é um transtorno psicológico que 
apresenta disfunção psicológica, sofrimento ou 
prejuízo e produz uma resposta atípica. 
 
O que é normal? 
O conceito de normalidade em psicopatologia é muito 
controverso; 
Quais são os limites? 
O que é saúde/doença mental? 
 
Concepções e conceitos sobre o que é normalidade: 
 
Normalidade é a ausência de doenças, processo, 
funcional, liberdade, subjetiva, ideal, estatística, bem 
estar (OMS). 
 
Ao pensar sobre normalidade e patologia, é importante 
considerar: 
 
▪ Regras sociais; 
▪ Expectativas do meio; 
▪ Limites ao denvolvimento e funcionamento; 
▪ Excesso e insuficiência; 
▪ Nível de sofrimento. 
 
Implicações do conceito de normalidade 
 
▪ Legais → psiquiatria forense 
▪ Científicas → Epidemiologia psiquiátrica 
▪ Etnopsiquiatria → importância do c ontexto 
sociocultural; 
▪ Planejamento em saúde mental e políticas de saúde 
▪ Orientação e capacitação profissional (para atuar 
em determinada função); 
▪ Prática clínica. 
 
Estudando os transtornos psicopatológicos 
Origem: causas e etiologia 
Foco: descrição clínica 
Tratamento 
 
 
 
 
 
mailto:euagustonascimento@gmail.com
 Psicopatologia 
Conceitos fundamentais: 
Sinais: comportamentos observáveis, verificáveis pela 
observação. 
Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelos 
pacientes, suas queixas e narrativas, aquilo que o 
paciente experimenta e, de alguma forma, comunica. 
Forma: 
Estrutura básica 
Que tipo de sintoma é esse? 
(ex.: alucinação, delírio) 
Conteúdo 
A que se refere o sintoma? 
Caráter pessoal, histórico e cultural 
Temas centrais da existência 
 
Ordenação dos fenômenos em psicopatologia 
Observar: produzir, definir, classificar, interpretar, 
ordenar. 
 
Três tipos de fenômenos humanos 
Fenômenos semelhantes: comum à todos, como medo 
de algo perigoso, ansiedade frente uma situação, desejo 
por alguém. 
Fenômeno em partes semelhantes e em partes 
diferentes: tristeza profunda, depressão com lentidão 
psicomotora, apatia. 
Fenômenos qualitativamente novos: diferentes, 
próprios do transtorno mental fenômenos psicóticos, 
como alucinações, delírios. 
 
Diagnóstico psiquiátrico 
 
Diagnósticos são ideias (constructos); 
“O diagnóstico é imprescindível” assim como nas 
outras especialidades médicas fundamental.” 
“Diagnóstico não tem valor” a pessoa é única e 
inclassificável classificar rotula e só atende ao poder 
médico e controle social.” 
“Diagnóstico tem seu valor” pois possibilita 
compreender o sofrimento e pensar no tratamento 
adequado.” 
 
Particular x universal 
 
▪ Não se restringir a um rótulo; 
▪ Servir para entender o conhecimento sobre o 
transtorno traçar o tratamento (ações preventivas e 
terapêuticas); 
▪ Conhecer prognóstico (o cálculo da evolução do 
paciente); 
▪ Comunicação entre profissionais. 
 
Características dos diagnósticos psiquiátricos: 
▪ Baseados nos dados clínicos perfil dos sintomas e 
sinais); 
▪ Inespecificidade de sinais ou sintomas 
psicopatológicos 
▪ Integração de dados clínicos, momentâneos (exame 
psíquico) e evolutivos anamnese história dos 
sintomas e evolução do transtorno); 
▪ Necessitam da observação do curso da doença; 
▪ Pluridimensionalidade. 
 
O profissional da saúde mental 
 
▪ Consumidor da ciência; 
▪ Aprimora a prática; 
▪ Avaliador da ciência; 
▪ Determina a afetividade da prática; 
▪ Criador da ciência; 
▪ Conduz pesquisas que levam a novos 
procedimentos úteis na prática. 
 
Aula: 08 de fevereiro de 2021. 
 
A entrevista psiquiátrica 
Livro: Psicopatologia e semiologia dos 
transtornos mentais, cap. 8, A entrevista com o 
paciente 
 
O profissional de saúde mental 
 
▪ Técnica e habilidade em realizar a entrevista; 
▪ Perguntas formuladas, momento de falar ou 
calar; 
▪ Capacidade de estabelecer relação empática, 
acolher o sofrimento; 
▪ Capacidade de estabelecer limites 
a pacientes invasivos/agressivos. 
 
 Psicopatologia 
A entrevista 
 
Uma entrevista (posição ativa/passiva 
entrevistador), pode variar em função: 
▪ Do paciente; 
▪ Do contexto institucional; 
▪ Dos objetivos da entrevista; 
▪ Da personalidade do entrevistador. 
 
Condutas do entrevistador 
 
▪ Evitar posturas muitos rígidas; 
▪ Atitude excessivamente neutra/fria; 
▪ Reações exageradamente emotivas ou 
artificialmente calorosas; 
▪ Comentários valorativos/julgamento; 
▪ Reações emocionais intensas; 
▪ Responder com hostilidade ou agressão; 
▪ Entrevistas excessivamente prolixas; (falar 
demais, redundante). 
▪ Fazer muitas anotações durante a entrevista; 
▪ Fazer pausas, silêncios prolongados 
 
Entrevista inicial 
 
▪ Momento crucial no diagnóstico e tratamento; 
▪ Instalar confiança e esperança de alívio de 
sofrimento; 
▪ Comunicação verbal e não verbal; 
▪ Permite identificar o perfil dominante de 
sintomas e formular a hipótese dignóstica. 
▪ Influências: experiência clínica do 
entrevistador, processos transferenciais, valores 
pessoais e preconceitos. 
 
Apresentação 
 
▪ Apresentação profissional; 
▪ Confidencialidade, privacidade, sigilo; 
▪ Necessidade de colaboração mútua; 
▪ Dados sociodemográficos; 
▪ Queixa principal; 
▪ Observar: o estilo, a aparência, as atitudes. 
▪ Deixar livre para falar, escuta ativa; 
▪ Papel do profissional: conduzir a entrevista, 
saber interromper. 
 
Conduzindo a entrevista 
 
▪ Entrevista aberta. Porém, há um roteiro de áreas de 
vida que precisam ser investigadas; 
▪ Avaliação inicial: número variável de sessões; 
▪ Faça perguntas e colocações breves que mostrem 
interesse; 
▪ Evite perguntas muito direcionadas, fechadas; 
▪ Estimulam o paciente a falar: como foi isso? Fale 
mais? Conte? Por quê? 
▪ Observar os momentos de silencio – tipos 
▪ Intervenções particularidades para cada paciente; 
 
Perspectiva transversal x Perspectiva longitudinal 
 
Longitudinal: histórica, pessoal 
Transversal: momentânea, atual 
 
As três regras “de ouro” da entrevista em saúde 
mental 
Pacientes organizados: (inteligência normal, 
escolaridade boa/razoável, não psicótico) entrevista 
mais aberta,aberta,“conte a sua história” 
Pacientes desorganizados: (nível intelectual baixo, 
estado psicótico/paranoide, inibidos por ansiedade) 
entrevista mais estruturada, com perguntas mais 
simples e dirigidas 
Pacientes muito tímidos ansiosos ou paranoides: 
iniciar com perguntas neutras (onde mora, profissão, 
estado civil, nome de familiares, etcgradativamente, se 
aprofundando, como Qual o seu problema? Por que foi 
trazido ao hospital? O que aconteceu para que você 
agredisse seus familiares? 
 
Avaliação do paciente 
▪ Apresentação geral 
▪ Anamnese 
▪ Exame psíquico (exame estado mental) 
▪ Exame físico geral e neurológico 
▪ Exames complementares testes de personalidade, 
cognição, laboratoriais (bioquímico) e 
neurofisiológico. 
 
Apresentação Geral 
▪ Corpo e postura corporal, vestimenta, produção, 
higiene, porte e atitudes psicológicas; 
 
 Psicopatologia 
▪ Revelam o estado mental, é recurso diagnóstico 
▪ Relatar/descrever o que se observou detalhadamente 
e de forma objetiva, sem inferências. 
 
Aparenta a idade, postura, estado geral saúde, 
deformidades físicas evidentes 
Marcha: lenta, rígida, rápido, com movimentos 
bruscos, se ampara nas paredes/pessoas, maneirismos 
(1 passo traz a cada 5 frente; 
Corpo/higiene: asseado, zeloso, exagero, negligente, 
cabelos limpos/cosméticos, maquiagem; 
Vestes: adereços; roupa própria clima/ocasião, cores, 
botões fora de ordem; 
Expressão facial: pobre, variável, mordedura lábios, 
risos (i)motivados, gargalhadas inapropriadas, 
caretas, tiques, solilóquios, contato visual, 
comportamento ocular (fixo ponto, dilatação pupila), 
cabisbaixo; 
Comportamento: Agitação, tremores, rigidez, olha 
relógio, rói unhas, não fica sentado, comportamento 
sugere sintomas, responde ao solicitado. 
 
Aula: 11 de fevereiro de 2021 
 
Apresentação Geral 
Depressão (com variações a depender do grau): 
evita contato visual, expressão triste, pouca/lenta, 
atividade gestual, contração muscular, boca curvada 
para baixo, cabeça abaixada, cuidado sobre o corpo 
(cabelos sujos, sem corte, poucos acessórios, odor), 
voz baixa; 
Ansiedade: tensão/contração muscular, inquietação 
pernas/mãos, suor frio, tremores, mãos/dedos/lábios, 
voz tensa/ hesitante; 
Esquizofrenia: expressão facial e gestos assustados, 
comportamento ocular sugestivo de alucinação, 
comportamentos bizarros. Se mais crônicos: pouca 
expressão, pouca linguagem, baixo cuidado pessoal 
Mania: excesso maquiagem/perfume/acessórios, 
roupas coloridas, inquietação e alta atividade motora, 
voz alta e acelerada, desinibido (sexualmente, canta, 
abraça), expressão facial exagerada, podendo chegar 
a irritabilidade/ hostilidade; 
Demência: pode apresentar higiene e roupas 
descuidadas, dentes sujos, ausência de senso crítico 
em relação à aparência, botões abotoados em 
desordem; 
 
Anorexia nervosa: roupas largas e escuras TOC e T 
personalidade obsessiva: roupas e acessórios “muito 
certinhos” (roupas passadas deroupas e acessórios 
“muito certinhos” (roupas passadas de forma impecável, 
cabelos penteados de modo ultracuidado). 
 
Atitude Psicológica 
Qual é a impressão que o paciente nos passa, qual a 
forma que ela se relaciona, o jeito do paciente no 
primeiro contato! 
Arrogante: coloca se como superior, ironiza e critica 
constantemente; 
Confusa: parece não entender e não estar na situação de 
entrevista; 
Deprimida: paciente triste e desanimado; 
Desconfiada ou suspicaz: pelo olhar, postura, modo de 
ouvir e responder, revela desconfiança/medo; 
Desinibida: próximo fisicamente, trata como se 
conhecesse, fala e pergunta sobre intimidades; 
Dramática ou teatral: hiperemocional, quer chamar 
atenção, grande expressão à banalidades; 
Solicitante: “grudenta”, difícil de encerrar a conversa, 
quer atenção; faz pedidos; 
Lamuriosa ou queixosa: queixa se o tempo todo de seus 
problemas, demonstra autopiedade; 
Manipuladora: tenta obrigar o entrevistador a fazer o 
que ele quer, com chantagens, ameaças; 
Sedutora: elogia e tenta agradar o examinador, às vezes 
sexualmente; 
Evasiva: evita responder a perguntas, dá respostas gerais 
e inespecíficas; 
Hostil: provoca, irrita, ameaça; 
Indiferente: não parece estar na entrevista, não gosta, 
nem se sente incomodado na entrevista; 
Inibida ou contida: não encara o examinador, 
demonstra estar pouco à vontade; 
Não cooperante: não colabora com solicitações básicas 
na entrevista. 
 
Anamnese 
 
▪ Dados sociodemográficos 
▪ Queixa ou problema principal 
▪ História da doença atual 
▪ Antecedentes mórbidos somáticos e psíquicos 
▪ História da vida 
▪ Interações familiares e sociais 
➔ Avaliar necessidade de outro informante. 
 Psicopatologia 
 
➔ Verificar: os sintomas objetivos e a vivência subjetiva 
em relação aos sintomas, cronologia dos fenômenos e 
dados pessoais e familiares; as reações do paciente. 
 
Exame psíquico: estado mental 
 Avaliação das funções psíquicas e possíveis 
alterações (sinais e sintomas); 
 Avaliação das manifestações no momento 
atual. 
▪ Consciência 
▪ Atenção 
▪ Orientação 
▪ Sensopercepção 
▪ Afeto/humor 
▪ Vontade 
▪ Linguagem 
▪ Pensamento 
▪ Juízo de realidade 
▪ Memória 
▪ Inteligência 
 
Avaliação do JUIZO/CRÍTICA (JCR: juízo crítico 
da realidade) 
Paciente compreende a gravidade de seus sintomas, 
percebe que está alterado... 
Acha que tem uma doença física, mental, “nervosa”? 
Acha que precisa de tratamento? 
Percebe as implicações dos seus sintomas na sua vida? 
JCR Preservado/Prejudicado - “sem”/Parcial 
 
Crítica do paciente e insight em relação a sintomas e 
transtornos 
 
▪ Grande parte de pacientes graves não reconhecem a 
gravidade do seu caso; 
▪ Insight composto por 3 componentes: consciência da 
doença, modo de nomear ou renomear os 
sintomas, adesão a tratamentos propostos; 
▪ Prejuízo quanto ao insight: psicóticos, mania, 
dependentes químicos, deficiência intelectual. 
 
Confiabilidade dos dados 
Dissimulação: esconder ou negar voluntariamente a 
presença de sinais e sintomas psicopatológicos; 
Simulação: tentativa do paciente de criar, apresentar 
voluntariamente um sintoma, sinal ou vivência. 
 
Relato/Registro do caso 
▪ De preferência, usar as palavras do paciente; 
▪ Usar: termos técnicos, caligrafia legível, estilo 
claro, preciso, com frases e parágrafos curtos; 
▪ Organizado e coerente, mesmo em caso 
confuso; 
▪ Fornecer compreensão ampla da personalidade 
do paciente, da dinâmica familiar e 
sociocultural; 
▪ Valor profissional e legal; 
▪ Relato pormenorizado, mas não prolixo; 
▪ Cuidado: com linguagem exageradamente 
técnica e interpretação precoce dos dados. 
 
Exemplos de observação/anotação 
 
Paciente R estava dormindo/em visita/em consulta 
médica, não participou da atividade. 
Paciente D se recusou a participar da atividade 
Paciente C V participou da atividade, apresentou se 
com humor exaltado, linguagem com fluxo 
acelerado e ininterrupto, dificuldades de se 
concentrar na atividade e ouvir os demais 
Maquiada em excesso, carrega consigo um 
desodorante que usa todo momento Ideias de 
grandeza, referindo “todos me amam, sou muito 
rica e inteligente”inteligente”(Atenção dispersa e 
agitada psicomotoramente) Saiu antes do término 
da atividade Juízo crítico da realidade prejudicado. 
Paciente E após insistência, aceitou participar da 
atividade Verbaliza somente quando estimulada 
Não faz contato visual, não interage com os demais 
Sonolenta Faz o trabalho manual com dificuldade e 
se recusa comentá-lo. Afeto rebaixado, expressão 
entristecida. Cabelos e roupas sujos e com odor 
forte 
Perguntas na Entrevista: 
 
1. Como posso ajudá lo? O que o trouxe até aqui? 
2. Como começaram esses problemas? Há quanto 
tempo apresenta determinada queixa? Já 
apresentou algo parecido antes? 
3. De onde você acha que vem esses problemas? 
À que você atribui eles? 
 Psicopatologia 
4. Alguém da família apresenta/apresentou sintomas 
semelhantes? 
5. Há outra doença (psíquica ou física)? 
6. Toma medicamento? Faz/fez tratamento 
psiquiátrico/psicológico? Quais foram, equais os 
efeitos deles? 
7. Usa drogas (incluindo álcool, nicotina)? 
 
MODELO DE ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA 
I. IDENTIFICAÇÃO 
II. QUEIXA PRINCIPAL 
III.HISTÓRIA DA DOENÇA/MOLÉSTIA 
ATUAL 
IV. HISTÓRIA PATOLÓGICA 
PREGRESSA/ANTECEDENTES MÓRBIDOS 
CLÍNICOS E PSIQUIÁTRICOS 
V. HISTÓRIA PESSOAL 
VI. HISTÓRIA FAMILIAR 
VII. PERSONALIDADE PRÉ 
MÓRBIDA 
VIII. EXAME PSÍQUICO/EXAME DO ESTADO 
MENTAL 
 
Apresentação geral/global (Aparência/ Atitude 
psicológica/Situação da entrevista) 
 
▪ Consciência 
▪ Atenção 
▪ Orientação 
▪ Sensopercepção 
▪ Afeto/humor 
▪ Psicomotricidade/vontade 
▪ Linguagem 
▪ Pensamento 
▪ Juízo de realidade 
▪ Memória 
▪ Capacidade cognitiva 
 
Caso clínico: 
 
Frank foi encaminhado para avaliação com 
queixa inicial de ansiedade e angústias graves, cujo 
foco era seu casamento. Ele chegou 
impecavelmente vestido com seu uniforme de 
trabalho muito limpo e bem passado (era mecânico, 
trabalhava em uma oficina de funilaria há 4 anos). 
Tinha o cabelo bem penteado; com lábios cerrados, 
testa franzida e expressão séria que lhe aparentava 
mais idade. 
Relatou que tinha 24 anos e que era a primeira 
vez que visitava um profissional de saúde mental. Não 
estava certo de que realmente precisava (ou quisesse) 
estar lá, mas sentia que estava começando a 
“desmoronar”, em razão de suas dificuldades 
matrimoniais. 
Terapeuta: Que tipo de problemas vêm perturbando 
você? 
Frank: Estou começando a ter vários problemas 
matrimoniais. Eu me casei cerca de nove meses atrás; 
tenho estado tenso em meu lar e temos discutido muito. 
Terapeuta: Isso é algo recente? 
Frank: Bem, não era tão ruim no início, mas 
ultimamente vem piorando. 
Terapeuta: Como começam essas discussões? 
Frank: Não consigo me concentrar, muitas vezes eu 
me perco no que minha esposa está dizendo, o que a 
deixa magoada e então nós discutimos. 
Terapeuta: Você pensa em alguma coisa quando 
perde a concentração? 
Frank: Ah, eu não sei; eu só me preocupo muito. 
Terapeuta: Com o que você se preocupa na maioria do 
tempo? 
Frank: Na maior parte do tempo me sinto como se 
fosse sofrer alguma coisa, como ficar doente e não ser 
capaz de trabalhar. Acho que estou com medo de ficar 
doente, ser demitido e de fracassar em meu trabalho e 
em meu casamento e os meus pais e os pais dela me 
dizerem o quão estúpido eu fui por ter me casado. Essas 
ideias não tem lógica nenhuma, sei disso... mas, não 
consigo evitar; alias, só evito quando faço algumas 
coisas que também não fazem sentido. 
Durante a entrevista, Frank parecia estar bastante 
tenso e ansioso. Olhava para o chão enquanto falava. 
Para o terapeuta, olhava apenas ocasionalmente. Era 
possível notar que, quando ele olhava para baixo, 
Frank também fechava os olhos com força por um 
período de dois ou três segundos enquanto também 
balançava a perna direita. A entrevista continuou por 
mais meia hora, explorando assuntos relacionados ao 
casamento e ao trabalho. Àquela altura, ele estava 
mais à vontade e olhava um pouco mais para o 
terapeuta, mas continuava a fechar os olhos e a 
balançar a perna direita. 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
1) Descreva a apresentação geral, incluindo a 
atitude psicológica, de Frank? 
Aparência física impecável, limpo, bem vestido, 
vestes impecáveis, uniforme muito limpo e bem 
passado, aparência envelhecida. 
2) Quais são os sinais e sintomas por ele 
apresentados? 
Sinais: movimentação das pernas, fechar os olhos 
com força, mania. 
Sintomas: queixa de ansiedade, angústia, tensão, 
pensamento obsessivo, comportamento ritualístico 
de fechar os olhos com força. 
 
3) O que se pode dizer sobre o exame do estado 
mental de Frank? 
De maneira geral, gradativamente o paciente 
foi colaborando gradativamente com o terapeuta e 
ficando mais à vontade. 
 
4) Quais seriam as possíveis perguntas de 
avaliação para continuidade da entrevista? 
▪ Como começaram os problemas? 
▪ Quanto tempo vem fazendo isto? 
▪ Que tipo de coisa ele diz fazer que não faz sentido? 
Que coisas ilógicas? Quando acontece? 
▪ Sempre apresentou falta de concentração, ou só 
após o casamento? 
▪ Você tem consciência de às vezes você mexe os 
olhos e mexe as pernas enquanto fala? Poderia 
falar mais sobre isso? É perceptório da sua parte? 
Existe alguma situação que isso se acentua? 
▪ Esses sintomas afetam outras partes da sua vida? 
 
Aula: 22 de fevereiro de 2021. 
 
DALGALARRONDO, P Psicopatologia e semiologia 
dos transtornos mentais 2 ª Ed Porto Alegre Artmed, 
2008. 
Capítulo 10: A consciência e suas alterações 
Capítulo 11: A atenção e suas alterações 
Capítulo 12: A orientação e suas alterações 
 
Avaliação psicopatológica → Anamnese → 
perspectiva longitudinal (antes) 
 
▪ História do episódio atual 
▪ Histórica de vida 
▪ (desenvolvimento gestação vida/adulta) 
▪ Personalidade pré mórbida 
▪ História pregressa de doença física e transtorno 
mental 
▪ Antecedências familiares 
▪ Relações sociofamiliares 
 
Avaliação psicopatológica → apresentação 
geral → perspectiva transversal (no momento) 
 
▪ Aspectos/aparência física 
▪ Atitude psicológica 
 
Avaliação psicopatológica → exame do estado 
mental / exame psíquico → perspectiva 
transversal (no momento) 
 
Avaliação do funcionamento das funções 
psíquica. Avaliação da ausência ou presença de 
alterações das funções psíquicas. Se houver 
presença de alterações: sinais e sintomas. 
 
ESSES TRÊS ASPECTOS LEVAM A 
HIPOTESE DIAGNÓSTICA → 
TRATAMENTO 
 
▪ Função psíquica ou função mental: Atividades 
mentais; 
▪ Função psíquica alterada: Sinais e Sintomas 
▪ Avaliação das funções psíquicas: Exame do 
estado mental/Exame psíquico 
 
A separação das diferentes atividades mentais 
(funções psíquicas) é um procedimento artificial, 
artifício para o estudo; 
Os sintomas são ligados estruturalmente entre 
si; 
“Não existem funções psíquicas isoladas e 
alterações psicopatológicas compartimentalizadas 
desta ou daquela função. É sempre a pessoa na sua 
totalidade que adoece” 
 
Funções psíquicas 
 
Transtornos 
psico orgânicos 
Transtornos de 
humor e da 
personalidade 
Transtornos 
psicóticos 
Consciência Afeto Sensopercepção 
Atenção Vontade Pensamento 
Orientação Psicomotricidade Juízo de realidade 
Memória Personalidade Vivência do eu 
Inteligência Atenção 
Linguagem 
 Psicopatologia 
Exame do estado mental 
▪ Aspectos do paciente 
▪ Apresentação geral 
▪ Atitude psicológica frente ao observador 
▪ Comunicação verbal e não verbal 
▪ Sentimentos despertados no entrevistador 
 
Funções psíquicas 
▪ Consciência 
▪ Atenção 
▪ Orientação 
▪ Sensopercepção 
▪ Afeto/humor 
▪ Vontade 
▪ Linguagem 
▪ Pensamento 
▪ Juízo de realidade 
▪ Memória 
▪ Inteligência 
 
Consciência é o estado de lucidez ou alerta no qual 
o indivíduo se apresenta, variando em níveis que vão 
da vigilância ou alerta até o coma (TISSER 
COIMBRA, 2019). 
 
Definição neuropsicológica: estado vígil estar 
desperto, acordado, lúcido. 
 
Definição psicológica: soma de todas as experiências 
conscientes, dimensão subjetiva da atividade psíquica 
que se volta para a realidade, capacidade de entrar em 
contato com a realidade, perceber e conhecer os 
objetos. 
➔ Primeira função a se avaliar! 
Sem alteração: Lucidez → Estado em que a pessoa 
está consciente, alerta e vigilante, com sua 
capacidade de interagir e de responder aos 
estímulos internos e externos preservada. 
 
Alterações normais da consciência 
 
Sono normal → estado especial da consciência estado 
comportamental e fisiológico necessário; 
Sono Não REM: marca o início do sono, sem 
movimentos oculares; 
Sono REM: 70 120 min após adormecer, com 
movimentos oculares rápidos, profundo relaxamento 
muscular → Sonhos; 
Sonho → São vivências predominantemente visuais e que 
acontecem com frequência (muitas vezes não recordados); 
 
Alterações psicopatológicas da consciência 
 
Alterações quantitativas 
1. Obnubilação ou turvação 
2. Supor 
3. Coma 
Alterações qualitativas 
1. Estados crepusculares 
2. Transe 
3. Estadohipnótico 
4. Dissociação 
 
Alterações quantitativas da consciência 
 
Obnubilação/turvação: rebaixamento em grau leve a 
moderado do nível da consciência. Pode parecer 
sonolento ou desperto. Diminuição do grau de clareza 
do sensório, lentidão da compreensão e dificuldade de 
concentração. Perplexo, pouco confuso. 
Sopor: estado marcante de turvação, o paciente é 
despertado somente com estímulo, sobretudo doloroso. 
(beliscão, por exemplo). Paciente claramente sonolento, 
incapaz de ação espontânea. Psicomotricidade inibida. 
Coma: grau mais profundo de rebaixamento do nível da 
consciência. Abolição completa da consciência. 
Ausência atividade voluntária. 
 
Síndromes associadas 
 
Delirium (síndromes confusionais agudas): 
Quadros com rebaixamento leve a moderado do nível 
da consciência, com desorientação tempo espacial, 
dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade, 
agitação/lentificação psicomotora, ilusões/alucinações. 
 
Estado onírico: além da turvação da consciência e 
confusão mental (obnubilação), há um estado semelhante 
a sonho vívido. Pode ter alucinação visual, com caráter 
cênico. Se manifesta por gritos, terror, angústia; amnésia 
do evento, posteriormente. Decorre das psicoses tóxicas, 
síndrome de abstinência (delirium tremens) e quadros 
febris. Atualmente, incorporado no quadro de Delirium. 
➔ Sintoma positivo: tudo que é florido, que vem a mais: 
➔ Sintoma negativo: relativo à perda, defasagem, 
prejuízos, quedas em função; 
 Psicopatologia 
Alterações qualitativas da consciência 
 
Representam uma alteração parcial/focal da função 
 
Estados crepusculares: estreitamento transitório da 
consciência, certo rebaixamento conservação da 
atividade psicomotora global coordenada, com atos 
automáticos. Aparece e desaparece abruptamente, 
duração variável (horas semanas). Possível haver atos 
explosivos, descontrole emocional. 
Dissociação da consciência: fragmentação/divisão do 
campo da consciência, ocorre perda da unidade 
psíquica. Quadros histéricos. Estado semelhante ao 
sonho, desencadeado por acontecimentos 
psicologicamente significativos (inconscientes ou 
conscientes gerando ansiedade). Dura min-horas A 
pessoa ‘ da realidade. 
Transe: parece sonho acordado, mas tem atividade 
motora automática estereotipada e movimentos 
voluntários. Transe religiosos ocorre em contextos 
religiosos culturais. 
Estado hipnótico: consciência reduzida e atenção 
concentrada, que pode ser induzido. Cenas podem ser 
lembradas e fatos esquecidos. 
 
▪ Alteração na consciência implica outras alterações 
(especialmente desorientação tempo espacial); 
▪ Observar face e atitude parece desperto ou 
sonolento; 
▪ Verificar se aparenta perplexidade dificuldade em 
integrar os estímulos. 
 
Investigando consciência 
▪ Onde você está agora? 
▪ Como se chama esse lugar? 
▪ Onde fica? 
▪ Qual é o dia da semana? 
▪ Em que mês estamos? 
▪ Qual o ano? 
▪ Qual sua idade? 
▪ Qual sua profissão? 
 
Atenção é a direção da consciência, o estado de 
concentração sobre determinado objeto. Tomar 
posse na mente, de um entre outros objetos. 
Prosexia: ato de prestar atenção. 
 
Natureza da atenção: voluntária (concentração 
ativa e intencional, por exemplo a aula) x 
espontânea (suscitada incidentalmente, por exemplo 
caiu um raio); 
Direção da atenção: externa (projetada para fora do 
mundo subjetivo, usa os órgãos do sentido) e interna 
(voltada para os próprios processos mentais, 
reflexiva); 
Amplitude da atenção: focal (mantém concentrada 
sobre um campo determinado) e dispersa (não 
concentra em um campo determinado). 
 
Atenção seletiva: capacidade de seleção de 
estímulos e objetos específicos, determinando uma 
orientação atencional focal, um estado de 
concentração das funções mentais e estabelecimento 
de prioridades. 
Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva 
sobre um objeto. 
 
Tenacidade é a capacidade de fixar atenção sobre 
determinado objeto. A atenção se prende em 
determinado objeto (Teste). Escolher algo 
específico. 
Vigilância é a qualidade da atenção que permite 
mudar o foco de um objeto para outro. Existem 
exageros nos dois. 
 
Alterações psicopatológicas da atenção 
▪ Aprosexia 
▪ Hipoprosexia 
▪ Hiperprosexia 
▪ Distração 
▪ Distratibilidade 
 
Hipo → rebaixamento 
Hiper → Exaltação 
A → abolição 
 
Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção 
Hipoprosexia: diminuição global da atenção perda 
básica da capacidade de concentração, com 
fatigabilidade aumentada, dificultando a percepção 
dos estímulos ambientais e a compreensão; 
 
 Psicopatologia 
Hiperprosexia: atenção exacerbada, mantém se 
indefinidamente sobre certos objetos; 
Distração: é um sinal, não um déficit Superconcentra 
num ponto e inibe toda atenção do resto 
hipertenacidade e hipovigilância; 
Distraibilidade: estado patológico com instabilidade 
e mobilidade acentuada de atenção voluntária, desvia 
a atenção hipervigilância e hipotenacidade. 
 
Síndromes Associadas 
▪ Transtorno depressivo: queda da atenção 
influenciada pela queda do afeto; 
▪ Transtorno bipolar: se estiver num episódio 
maníaco, hipervigilância, saltitante, pretando 
atenção em várias coisas; 
▪ Transtorno obsessivo compulsivo: 
hipertenacidade nos pensamentos, muito atenta 
nos pensamentos, com dificuldade de mudar o 
foco; 
▪ Esquizofrenia: durante o episódio delirante a 
pessoa fica focada no sintoma e possui dificuldade 
em prestar atenção. 
▪ Transtorno do déficit de atenção e 
hiperatividade: o indivíduo possui prejuízo na 
capacidade de prestar atenção. Hiperatividade. 
 
Investigando atenção 
▪ Tem dificuldade para se concentrar? 
▪ Distrai se com facilidade? 
▪ Não escuta quando lhe falam? 
▪ Tem problemas para terminar tarefas? 
▪ Tem dificuldade com organização? 
▪ Perde coisas com facilidade? 
 
Orientação é a capacidade de situar se a si 
mesmo e ao ambiente. 
 
Autopsíquica: Orientação em relação a si próprio. 
Sabe quem é, nome, idade, profissão, 
nacionalidade. 
Alopsíquica: Orientação em relação ao mundo, 
quanto ao tempo (temporal) e espaço (espacial). 
➔ Temporal: mais sofisticada que as demais. 
Saber momento cronológico em que está. 
(facilmente prejudicada nos TM). 
➔ Espacial: Paciente sabe onde ele se 
encontra? O bairro? Onde mora? O país? 
 
Alterações da Orientação 
Desorientação autopsíquica 
Desorientação alopsíquica espacial 
Desorientação alopsíquica temporal 
Desorientação (alopsíquica) tempoespacial 
 
Origens das alterações da orientação 
 
Desorientação por redução do nível de 
consciência: desorienta se pela turvação da 
consciência Impede a apreensão da realidade de 
forma precisa; 
Desorientação por déficit da memória de fixação: 
(desorientação amnésica) não consegue fixar na 
memória informações ambientais, perde noção do 
tempo/espaço; 
Desorientação por apatia/desinteresse profundo 
(abúlica): devido a alteração do humor e volição 
Paciente deprimido, sem motivação, não se atém aos 
estímulos externos; 
Desorientação delirante: nos estados delirantes 
Pode haver “dupla orientação” a orientação falsa 
(delirante) coexistente com a orientação correta; 
Desorientação oligofrênica: em pacientes com 
graves déficits intelectuais, por dificuldade de 
compreender o ambiente e interpretar as normas; 
Desorientação histérica: histeria grave 
acompanhada de alterações da identidade pessoal, 
dissociação. 
 
Investigando orientação 
▪ Orientação autopsíquica 
▪ Quem é você? 
▪ Como se chama? 
▪ O que faz? 
▪ Qual sua cidade? 
▪ Estado civil? 
 
Orientação alopsíquica temporal 
▪ Que dia é hoje? 
▪ Que dia da semana? 
▪ Que dia do mês? 
▪ Em que mês/ ano 
▪ estamos? 
▪ Em que estação do 
▪ ano estamos? 
▪ Que horas são? 
 Psicopatologia 
Orientação alopsíquica espacial 
▪ Onde estamos? 
▪ Em que cidade? 
▪ Qual bairro? 
 
Experiência de Aprendizagem: orientaçãoe 
atenção 
 
1. Paciente não fica sentada durante a entrevista. 
Apresenta dificuldades para se concentrar nas 
perguntas, distraí se com barulhos externos, com 
objetos pessoais e objetos do entrevistador. Refere 
estar em uma emissora de tv sendo entrevistado para 
uma seleção de modelos. Se diz uma modelo 
famosa. 
Alteração da orientação: desorientação alopsíquica 
do tipo espacial e autopsíquica. 
Alteração da atenção: hipotenacidade e 
hipervigilância. 
 
2. Paciente olha fixamente para a TV da sala de espera, 
não responde mesmo quando eu o chamo 4 vezes 
Quando, finalmente, vai a minha sala, sabe dizer seu 
nome, idade e informações sociodemográficas. Ao 
preencher o formulário, assina com seu nome e 
escreve 25/dez/1999 (hoje é dia 12 de fevereiro de 
2018). 
Alteração da atenção: paciente se encontra 
hipertenaz e hipervigilante, além disso apresenta 
alteração da orientação, estando, portanto, com 
sintomas de desorientação alopsíquica do tipo 
temporal. 
 
3. L C M 25 anos, segundo grau incompleto, solteira, 
primeira internação. Ao ser admitida na enfermaria 
de urgência psiquiátrica, a paciente refere “meu 
lugar não é aqui”, verbalizando aos gritos “eu já fiz 
minha faculdade, não preciso mais vir aqui nessa 
universidade” Quando interrogado o seu nome, diz 
“Agatha Christie, nunca me viu nos retratos dos 
meus livros?” 
Paciente apresenta problemas na função psíquica 
orientação e sintoma de desorientação 
autopsíquica e desorientação alopsíquica do tipo 
espacial. 
 
 
 
Aula: 25 de fevereiro de 2021. 
 
Sensopercepção 
 
DALGALARRONDO, P Psicopatologia e 
semiologia dos transtornos mentais 2 ª Ed. Porto 
Alegre Artmed, 2008. 
Capítulo 14: A sensopercepção e suas alterações 
 
Sensação é um fenômeno gerado por estímulos 
físicos, químicos ou biológicos, produzindo 
alterações nos órgãos receptores. (dimensão 
neuronal). 
Percepção é a tomada de consciência do estímulo 
sensorial transforma os estímulos sensoriais em 
fenômenos perceptivos conscientes. (dimensão 
neuropsicológica ou psicológica). 
 
➔ Há quem não diferencie percepção e 
interpretação. 
Imagem: características nitidez, corporeidade, 
estabilidade, extrojeção (vem de fora), 
completitude. 
Representação: revive uma imagem sensorial, sem 
que esteja presente seu objeto original. 
Características: pouca nitidez, pouca 
corporeidade, instável, introjeção (a representação é 
percebida no espaço interno), incompletude. 
 
Alterações da sensopercepção 
Alterações quantitativas 
▪ Hiperestesia 
▪ Hipoestesia 
 
Alteração qualitativas 
▪ Ilusão 
▪ Alucinação 
 
Alterações quantitativas da sensopercepção 
Hiperestesia: percepção aumentada. Ouve 
amplificado, vê cores mais vivas. Alucinógenos, 
esquizofrenia aguda e mania. 
Hipoestesia: percepção rebaixada. Cores 
percebidas pálidas, mundo mais escuro, 
alimentos sem sabor, odores sem intensidade. 
Depressão. 
 
 Psicopatologia 
Alterações qualitativas da sensopercepção 
Ilusão: percepção deformada de um 
objeto/estímulo real e presente; 
Rebaixamento nível consciência (percepção 
imprecisa); 
Fadiga grave (ilusões transitórias); 
Estados afetivos acentuados (ilusões catatímicas); 
Tipos de ilusão visual (mais comum), auditiva; 
➔ Percebo o objeto, ele está presente, porém há 
uma deformação do mesmo, por exemplo: a 
caneta derrete, se torna uma lança, porém o 
estilo realmente existe. 
Alucinação: percepção clara e definida de um 
objeto/estímulo sem a presença deste. 
 
Tipos de alucinações 
 
Auditivas (mais comum): sons nítidos sem 
presença do estímulo externo. Esquizofrenia, 
depressões graves com conteúdo de ruína/culpa, 
manias com conteúdo de grandeza/poder. 
Se o som percebido for uma voz: (Audioverbais) 
▪ Percepção de voz(es) sem a presença do estímulo 
real; 
▪ Voz(es) que comenta(m) sobre o paciente (o que 
ele está pensando/fazendo/é); 
▪ Voz(es) que fala(m) com o paciente. 
Se dá ordem voz de comando, alucinação 
imperativa. 
▪ Conteúdo pode ser congruente com o humor, 
exemplo: 
▪ Depressão: “Você deveria se envergonhar, 
traidor, covarde!” 
▪ Mania: “Você vai ficar milionário, dê seu dinheiro 
a quem precise” 
 
Visuais são visões nítidas sem estímulo externo 
presente. 
Fotopsias: simples, pontos brilhantes, bolas, cores. 
Em epilépticos, esquizofrenia, enxaqueca. 
Complexas/configuradas: figuras, imagens, partes 
do corpo, olhos, caveiras, entidades, demônio. Podem 
incluir cenas completas (alucinações cenográficas 
psicose). 
Liliputiana: personagens minúsculos, diminutos 
entre as pessoas/objetos reais). Geralmente por conta 
de álcool. Uso de substâncias. 
Olfativas e gustativas: percepção de um 
estímulo olfativo e/ou gustativo. 
▪ Sentir cheiro de coisas podres, cadáver, fezes, 
pus (crises epilépticas, histeria); 
▪ Sentir gosto de alimentos ácidos, urina, sangue 
na boca (esquizofrenia, histeria). Podem vir 
juntas. 
Táteis: sente espetadas, choques, insetos 
correndo na pele. Frequente na esquizofrenia, 
delirium tremens e psicoses tóxicas. 
Musicais: descrita como audição de tons 
musicais e melodias sem estímulo externo. Raro. 
CEnestésica: sensações/Sentir realmente 
incomuns em partes do corpo, como cérebro 
encolhendo, fígado despedaçando, cobra 
dentro do abdômen. 
CInestésica: Sensações/sentir alteradas de 
movimento do corpo, como corpo afundando, 
pernas encolhendo. 
➔ Ambas comuns na Síndrome de Cotard 
(síndrome do cadáver, o indivíduo acredita 
que está morto por dentro). 
 
Combinadas (sinestesia): várias modalidades 
ao mesmo tempo (exemplo: audiovisual, 
gustativa olfativa). 
Funcionais: desencadeada por um estímulo 
externo (não é ilusão porque não é deformação 
do objeto), exemplo: fecha a porta, ouve vozes. 
Extracampinas: fora do campo sensorial, vê 
alguém nas costas, atrás da parede. 
Alucinação autoscópica: enxerga a si mesmo, 
vê seu corpo, como se estivesse fora dele. Raro. 
Epilepsia, esquizofrenia. 
Fenômeno do duplo: sensação que há outro eu 
dentro do próprio corpo. 
Sensação de uma presença: sensação que um 
ser invisível o acompanha. 
Alucinação hipnagógica (adormecendo) e 
hipnopômpicas (despertando): alucinações 
auditivas, visuais ou táteis, relacionadas à 
transição sono vigília. Não são incomuns nem 
patológicas, surge na transição vigília sono. 
 
Alteração da representação 
Alucinose: percebe a alucinação como estranha 
a sua pessoa. Vê, ouve, mas não crê totalmente 
no que vê, ouve. É consciente que aquilo é um 
fenômeno estranho. 
 Psicopatologia 
Pseudo-alucinação: não tem os aspectos vivos e 
corpóreos de uma imagem perceptiva. Exemplo: a voz 
percebida é pouco nítida, imprecisa, sem vida, sem 
corporeidade. “Como se fosse uma voz... Parece uma 
voz” 
Pode ocorrer em psicose funcional e orgânica em 
estados afetivos intensos, na fadiga e em quadros de 
rebaixamento do nível de consciência e em 
intoxicação. 
 
Alucinações psíquicas (confundido com pseudo 
alucinação) imagens alucinatórias sem verdadeiro 
caráter sensorial Exemplo: “palavras sem som”, “vozes 
sem ruído”. Comunicação pensamento-pensamento 
Não deveriam chamar alucinação, pois falta o caráter 
de sensorialidade. 
 
Imagem pós óptica: Exemplo: quando está muito 
debruçado numa atividade e à noite, persistem as 
imagens da atividade. Não é patológico. 
 
Alucinação negativa: ausência de visão de objetos 
reais por meio de um processo inconsciente, abole a 
imagem do campo perceptivo. Há quem considere 
errado chamar de alucinação, seria uma “cegueira 
histérica”. 
 
➔ Alucinação é um sintoma 
Nem sempre o paciente relata uma alucinação. 
Observar outros sinais: solilóquio, risos imotivados, 
movimento ocular, comportamentos bizarros (tampar 
ouvidos/olhos, ferir ouvidos/olhos, ficar à “caça” de 
supostos insetos). 
 
Aula: 04 de março de 2021 
 
Checagem de aprendizagem sobre Afeto (vídeos); 
1. Afeto rebaixado,relata isolamento, demonstra apatia, 
não sente vontade, anedonia, quadro depressivo, 
pobreza na linguagem. 
2. Afeto exaltado, sociabilidade aumentada, falante, fala 
produtiva, alta, acelerada, relata que antes era boba, no 
final demonstra hostilidade, energia aumentada, critica 
da realidade prejudicada. 
3. Labilidade, dissociação, transbordamento, oscilação do 
humor, rindo e chorando. 
4. Afeto rebaixado, hipotimia, postura, expressão facial. 
 
 
 
Investigando a sensopercepção 
 
Alucinações auditivas: você ouve sons ( assovios, 
apitos, sirenes, sinos) ou vozes que as outras pessoas 
não ouvem? Essas vozes comentam sobre o que você 
está fazendo ou sobre você? Elas ordenam que você 
faça algo? Você responde/conversa com essas vozes? 
investigar vozes, tipo, frequência, o que dizem? 
Alucinações visuais: você vê 
objetos/vultos/pessoas/animais que as outras pessoas 
não veem? investigar visões, o que vê, sente se 
assustado, cores, momento em que aparecem? 
Alucinações olfativas e gustativas investigar cheiros, 
gostos estranhos, desagradáveis; 
Alucinações tatéis investigar se paciente sente 
formigamento, beliscões, agulhadas seu corpo; 
Alucinações cenestésicas investigar se paciente 
fenômenos estranhos dentro do corpo; 
Alucinações cinestésicas investigar se paciente sente 
que seu corpo tem movimentado sem sua vontade. 
 
Experiência de Aprendizagem 
 
1. Paciente relata que o barulho do motor da moto 
que passa na rua é escutado como insultos. 
➔ Ilusão auditiva. 
2. Paciente diz ouvir vozes que não existem o 
chamando de porco. 
➔ Alucinação auditiva (audioverbal). 
3. Paciente sente cheiro de cadáver 
➔ Alucinação olfativa do tipo 
4. Paciente relata ver o diabo na sua frente e este o 
chama de covarde 
➔ Alucinação audiovisual. 
5. Paciente, ao olhar seu cunhado, diz que este se 
transforma no “ser das trevas” 
➔ Ilusão visual 
6. Um fumante de ópio imaginou estar dormindo de 
repente ter se á acordado Apalpando em torno de 
si na escuridão da noite, sentiu algo de fio e duro 
era um cadáver Sem se amedrontar, tomou o 
morto em seus braços e o levou para o quarto 
vizinho fechou a porta, trancou a à chave e voltou 
a deitar se em sua cama. Mal havia adormecido, 
ouviu um rumor que o despertou. 
 
 Psicopatologia 
A porta se abriu e o cadáver tornou a entrar no quarto, 
cambaleando como se por trás da carne lhe faltasse a 
ossatura Dirigiu se para a cama do parceiro deitado e, 
sem dizer palavra, se estendeu com todo peso sobre o 
infeliz vidente este sentiu passar pelo seu rosto a 
barba e os cabelos do morto como também o seu 
hálito cadavérico. 
➔ Alucinação visual, tátil, auditiva e olfativa. 
 
7. "Parecia-me, embora estivesse acordado, que ora 
ouvia gemidos no meu cárcere, ora ouvia risadas 
contidas. Desde a infância, nunca acreditei em bruxas 
e duendes, mas na prisão aqueles gemidos e aquelas 
risadas me apavoraram eu não sabia como os explicar, 
de modo que eu era levado a perguntar se não estava 
sendo infestado por potências malignas 
desconhecidas. Muitas vezes acendi, tremendo, a 
lamparina e gritei indagando se não havia alguém 
debaixo da cama a caçoar de mim Sentado à mesa de 
leitura, parecia me que alguém me estava puxando 
pela roupa ou que estavam empurrando um livro de 
modo a fazê-lo cair no chão ou ainda parecia me que 
um indivíduo atrás de mim estava soprando no fogo 
da lamparina para apaga-lo. Então eu me levantava e 
pulava, olhava em torno de mim, circulava 
desconfiado pelo recinto e perguntava a mim mesmo 
se eu tinha enlouquecido ou se estava coma a mente 
lúcida” 
➔ Alucinose. 
 
8. Paciente diz ver um leão de asas, um caracol que 
cavalga um ouriço. 
➔ Alucinação visual 
 
9. Paciente refere ouvir uma espécie de linguagem 
dos espíritos, feita de vozes sem ruído, de palavras 
interiores que não soam. 
➔ Alucinações psíquicas 
 
10. “Vejo uma serpente atrás de mim” 
➔ Alucinação Extracampinas. 
 
11. “Meu corpo está apodrecendo, meu estômago 
encolhendo “Estou afundando profundamente” 
Alucinação cenestésica e cinestésica. 
 
 
 
 
 
Aula: 01 de março de 2021 
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia 
dos transtornos mentais 2 ª Ed. Porto Alegre Artmed, 
2008. 
 
A afetividade e suas alterações 
 
Vida afetiva: dimensão psíquica que dá cor, brilho e 
calor às vivências humanas; 
▪ Não há consenso sobre a etiologia das emoções 
(neurobiológica, cultural); 
▪ Afetividade: “genérico, compreende várias 
modalidades de vivências afetivas (emoções, 
sentimentos); 
▪ Quanto mais a pessoa é afetada por fatos/estímulos, 
mais há uma alteração e menos a objetividade; 
▪ Quanto mais próximo (real ou virtual) do 
estímulo, mais se confunde o objeto da percepção 
com a percepção. A experiência AFETA o ser. 
 
Vida afetiva 
 
Cinco tipos básicos: 
 
Humor (estado de ânimo): tônus afetivo, estado 
emocional basal e difuso Lente afetiva; 
Emoções: Reações afetivas agudas, momentâneas 
desencadeadas por estímulos importantes. Estado 
afetivo intenso, de curta duração; 
Sentimentos: estados afetivos estáveis menos 
intensos/reativos (saudade); 
Afetos: tônus emocional que acompanham uma ideia 
Dão colorido às ideias, acoplando se a elas Componente 
emocional da ideia; 
Paixão: estado afetivo extremamente intenso que 
domina a atividade psíquica, captando a 
atenção/interesse em uma só direção; 
 
Na avaliação do humor, considerar a tonalidade de 
sentimentos durante a entrevista 
▪ Conteúdo verbalizado; 
▪ O que se deduz do tom e da expressão facial e 
corporal; 
▪ A maneira COMO o paciente relata os sentimentos; 
▪ Oscilações e variações do humor durante o relato. 
 
 
 Psicopatologia 
Observar/investigar: 
▪ Ideias planos suicidas e homicidas 
▪ Autoestima 
▪ Volição (energia investida disposição) 
▪ Equivalentes orgânicos 
 
Tonalidade emocional: expressividade 
presença/intensidade ansiedade, tristeza, apatia, 
desconfiança, exaltação, embotamento; 
Modulação: controle sobre os afetos; 
Adequação da manifestação: associação afeto 
pensamento, intensidade, duração; 
Equivalentes orgânicos: apetite, sono, libido. 
 
CATATIMIA: influência que a vida afetiva exerce 
sobre as demais funções psíquicas. 
 
Reação afetiva 
A vida afetiva ocorre sempre em contexto de 
relações: Reatividade (resposta/reação afetiva). 
Sintonização afetiva: capacidade do indivíduo ser 
influenciado afetivamente por estímulos externos; 
Irradiação afetiva: capacidade de transmitir, 
irradiar, contaminar os outros com seu estado afetivo 
momentâneo; 
Alteração: rigidez afetiva que é a incapacidade de 
sintonizar e irradiar afetivamente. 
 
Alterações psicopatológicas do humor 
 
DISTIMIA: alteração básica do humor 
Hipotimia: inibição 
Hipertimia: exaltação 
 
O “sintoma” distimia é diferente do “transtorno 
Distímico” (CID 10: transtorno depressivo leve e 
crônico). 
Hipertimia: humor exaltado, presente no 
taquipsiquismo (base afetiva das síndromes 
maníacas); 
▪ Euforia: alegria patológica, desproporcional 
às circunstâncias, morbidamente exagerado 
▪ Elação/expansão do eu: ultrapassa a euforia 
patológica, sensação subjetiva de 
grandiosidade e/ou poder. 
Hipotimia: humor rebaixado, presente no 
bradipsiquismo (base afetiva das síndromes 
depressivas); 
▪ Humor triste: inclui sentimento de desvalia, 
baixa autoestima, desesperança Pode ocorrer 
com ideia de morte (desejo de estar morto) e 
ideias suicidas (pensa em se matar). 
Disforia: distimia de tonalidade desagradável, mal-
humorada. 
Síndromes depressivos/maníacas disfórica: quadro 
depressão/mania acompanhado de forte componente de 
irritação, amargura, desgosto ou agressividade. 
Puerilidade: humor com aspecto infantil, simplório, 
regredido. Ri ou chora por motivos banais, vida afetiva 
superficial, sem afetos consistentes e duradouros. 
Estados de êxtase: experiência de beatitude, sensação 
dedissolução do eu, pode ter colorido hipertímico e 
expansivo. Contexto místico, considerado fenômeno 
cultural e não psicopatológico. 
Irritabilidade patológica: hiperatividade 
desagradável, hostil (a estímulos, mesmo pequenos 
(crítica, pessoas no local) Ocorre na depressão, 
Transtorno Disfórico Pré menstrual, mania. 
Ansiedade: estado de humor desconfortável, 
apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação 
interna Inclui manifestações somáticas e fisiológicas 
(falta de ar, taquicardia, sudorese, aumento/diminuição 
pressão sanguínea) e manifestação psíquica 
(inquietação interna, apreensão). 
Angústia: sensação aperto no peito e nó na garganta, 
sufocamento. Tem conotação mais corporal e 
relacionada ao passado. 
Medo: refere-se a um objeto mais ou menos preciso. 
Medo de algo. 
 
Alterações das emoções e sentimentos 
 
Hipomodulação dos afetos: incapacidade de modular 
a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, 
indicando rigidez afetiva. Fixidez. 
Hipermodulação: (associada à labilidade afetiva) é a 
oscilação do humor manifesto. 
Inadequação do afeto (paratimia): reação 
completamente incongruente a situações existenciais 
ou à conteúdos ideativos, revelando desarmonia entre 
vida psíquica. (Dissociação entre afeto e pensamento 
relação conteúdo do pensamento e afeto manifesto). 
 
 Psicopatologia 
Apatia: diminuição da excitabilidade afetiva Não 
sente, apesar de saber da importância da situação 
Hiporreativo. Quadro depressivos. 
Pobreza de sentimentos e distanciamento: perda 
progressiva das vivências afetivas, empobrecimento 
na vivência de variações na esfera afetiva. Síndromes 
psicorgânicas demências e algumas esquizofrenias. 
Embotamento afetivo, devastação afetiva: perda 
profunda da vivência afetiva. Observável, constatável 
pela postura e atitude Formas negativas da 
esquizofrenia. 
Sentimentos de falta de sentimento: incapacidade 
de sentir, experimentada de forma penosa Há clara 
percepção, com queixa de sentir se morto/vazio. “Não 
sentir” é sofrido. Quadros depressivos graves. 
Anedonia: incapacidade total ou parcial de sentir 
prazer em determinadas atividades ou experiências da 
vida. Quadros depressivos, esquizofrenia, transtorno 
de pê neuroses graves. 
Labilidade afetiva: mudanças súbitas e imotivadas 
do humor Oscila abrupta e inesperadamente de um 
estado afetivo para outro. 
Incontinência afetiva: não consegue conter suas 
reações afetivas. São apropriadas aos estímulos, mas 
desproporcional. 
▪ Labilidade e incontinência 
afetivas: hiperestesia emocional 
(excesso de sensibilidade), indicam 
exagero nas reações. 
 
Ambivalência afetiva: sentimentos opostos e 
simultâneos em relação a um mesmo objeto/estímulo. 
Ao mesmo tempo, apresenta sentimentos opostos; 
Neotimia: sentimentos e experiências afetivas 
completamente novas vivenciadas nos quadros 
psicóticos Afetos muito bizarros e estranhos para a 
própria pessoa que experimenta (elação, terror). 
Experiência peculiar e radicamente diferente da 
esquizofrenia. Pode antecipar o surto 
(trema/prodrômico). 
Medo: não é uma emoção psicopatológica, mas 
universal Estado de progressiva insegurança e 
impotência crescente frente à impressão iminente de 
que sucederá algo que a pessoa gostaria de evitar e 
não pode. 
Fobia: medo patológico, desproporcional ao perigo 
real desencadeante (objeto/situação fóbico) O contato 
com o estímulo/circunstância/objeto fóbico 
desencadeia intensa crise de ansiedade. 
Pânico: reação de medo intenso/pavor, relacionado 
ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole 
e desintegração Início abrupto, duram minutos e 
tendem repetir-se, muitas vezes sem identificar o 
fator desencadeante. 
Algumas emoções/sentimentos considerados 
normais, podem ter implicações psicopatológicas, a 
depender da intensidade/contexto. 
Ciúme: receio diante da ideia/certeza/sensação que a 
pessoa amada vai abandoná-lo, trocá-lo, preteri-lo 
Sem crítica, intenso, pode ser difícil de diferenciar do 
delírio de ciúmes. 
Inveja: sensação de desconforto perante a 
constatação q o outro possui qualidade que ele deseja 
ter e não tem. Casos de neurose grave e transtorno de 
personalidade. 
Investigando o afeto 
▪ Humor ansioso 
▪ Humor irritado 
▪ Humor triste, apático, inibido 
▪ Humor hipertímico (alegre) 
▪ Emoções e sentimentos 
 
Experiência de Aprendizagem Humor 
1. Paciente se apresenta com humor exagerado, 
rapidamente, em meio ao seu relato, passa de um 
estado de alegria intensa a um profundo aspecto 
triste acompanhado de choro. 
➔ Hipermodulação 
 
2. L. de 24 anos, chega ao serviço com aparência 
infantilizada, rindo e chorando por motivos banais. 
Mostra se superficial, sem afetos profundos, 
consistentes ou duradouros. 
➔ Puerilidade 
3. Marcos, 30 anos, relata diferentes situações da 
vida, situações positivas e negativas, com a mesma 
expressão facial e o mesmo tom de voz. 
➔ Hipomodulação 
 
 
 Psicopatologia 
4. Segundo a mãe, Jaci está aos poucos “esfriando 
emocionalmente”, explica que a filha parece 
distante e fria a situações da vida. 
➔ Pobreza de sentimento ou distanciamento 
afetivo. 
 
5. Jorge demonstra não apresentar nenhum 
sentimento, é visualmente fechado, não se envolve 
ou se relaciona com as pessoas, não tem sem 
expressão afetiva, sua voz monótona e tem a face 
imóvel. 
➔ Embotamento afetivo. 
 
6. Jaci diz “não sentir” nada, embora essa percepção 
a faça sofrer terrivelmente. 
➔ Falta de sentimento. 
 
7. Fernando, 23 anos, há seis meses, vem se 
queixando de não sentir prazer nas atividades e 
envolvidos que antes sentia satisfação. 
➔ Anedonia. 
 
8. Joice chega à internação apresentando se instável, 
sendo que bruscamente mudava de humor de 
maneira imotivada. De uma hora pra outra, 
oscilava inesperadamente de um estado afetivo 
triste para um estado eufórico. 
➔ Hipermodulação e labilidade afetiva. 
9. Renato diz sentir um medo absurdo quando se 
depara com a necessidade de atravessar ruas. 
➔ Fobia. 
 
10. Luiza diz “preferia estar morta” 1º (pensamento 
de morte). Após mais conversas, fala “penso em 
me matar, em acabar com a minha vida” 2ª 
(ideação suicida) e continua “vou comprar 
remédio para tomar a caixa toda” 3º (plano 
suicida). 
 
11. Paciente encontra se, diferentemente do 
comportamento habitual, com alegria 
“exagerada”, rindo imotivadamente e 
cumprimentando a todos com inadequado contato 
físico Fala e se mexe sem parar. 
→ Humor exaltado, alegria patológica, euforia 
(Hipertímico). 
 
 
12. Paciente refere que aquilo tudo que a equipe faz é 
muito fácil, que ela poderia assumir todas as funções 
com tranquilidade, uma vez que é muito competente e 
inteligente. 
➔ Elação do eu. 
 
13. Paciente fala que é melhor do que os “incompetentes” 
membros da equipe. Apresenta se desafiadora e com 
agressões verbais. 
➔ Irritabilidade e hostilidade. 
 
Aula: 01 de março de 2021 
 
A vontade, psicomotricidade e suas 
alterações 
 
Vontade: esfera complexa da vida mental, 
relaciona se com o instinto, afetividade, 
intelectualidade (capacidade de julgar, avaliar, 
decidir) e conjunto de valores socioculturais. 
Pode ser entendida como desejo (consciente ou 
inconsciente. 
 
Ato volitivo/ato de vontade (ação 
voluntária) - 4 fases 
▪ Intenção ou propósito → Se esboçam as tendências 
▪ básicas e interesses; 
▪ Deliberação (ponderação) → Ponderação, análise 
pontos positivos/negativos Apreciação das 
▪ implicações da decisão; 
▪ Decisão → Momento culminante do 
processo volitivo, demarca o começo da 
ação; 
▪ Execução (Psicomotricidade) → Fase 
final, conjunto de atos psicomotores 
simples e complexos decorrentes da 
decisão postos em funcionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
Vontade: 
Hipobulia → dimunuição 
Abulia → ausência 
Hiperbulia → aumento 
 
Alterações da vontade: 
 
Ato impulsivoDéficit no ato volitivo, predominam as ações 
psicomotoras automáticas e incontroláveis; “curto-
circuito no ato volitivo” 
Egossintônico: sem crítica, não tenta evitar. 
 
Exemplo: ato de agressividade, sempre envolver-se 
em brigas de ordem físicas, ou uso de substâncias. 
 
Ato compulsivo 
Atos repetitivos que ocorrem na tentativa de 
neutralizar um desconforto, produzindo um alívio 
imediato 
Egodistônico: há crítica, tenta resistir. 
Exemplo: quando o sujeito esquece que desligou o 
fogo do fogão. 
 
Impulsos e compulsões patológicos: 
 
Autoagressivos e heteroagressivos: 
▪ Automutilação: impulso/compulsão de 
comportamento de autolesão voluntaria 
(tricotilomania → tirar cabelo, se morde, se corta, se 
morde, se bate). 
▪ Frangofilia impulsos de destruir objetos, quebrar 
coisas, detruir coisas de maneira geral; 
▪ Piromania impulso de atear fogo, colocar fogo, são 
episódios repetidos, pode estar dentro de um 
quadro psicopatológico; 
▪ Impulso/ato suicida: ato de tentar/matar se. 
 
Relacionados à ingestão de drogas/alimentos 
▪ Dipsomania: impulso/compulsão periódicos de 
ingerir grandes intensidades de álcool bebe 
seguidamente até ficar inconsciente; 
▪ Potomania: impulso/compulsão de beber água sem 
sede proporcional, perde a noção de saciedade 
▪ Bulimia: impulso/compulsão de ingerir rapidamente 
grande quantidade de comida, sente culpa, medo de 
engordar, provoca vômito, toma laxante. 
Relacionados ao desejo/comportamento sexual 
(“perversos sexuais”) 
 
Fetichismo: impulso e desejo sexual concentrados em 
tipos de vestimentas ou partes do corpo; 
Exibicionismo: impulso de mostrar genitais ou ato 
sexual, geralmente contra a vontade da outra pessoa; 
Voyeurismo: impulso de obter prazer pela observação 
de uma pessoa no ato sexual ou nua. 
 
Relacionados ao desejo/comportamento sexual 
(“perversos sexuais”) 
Pedofilia: desejo sexual por crianças, adolescentes; 
 
Pederastia: desejo por criança/adolescente do mesmo 
sexo; 
Necrofilia: por cadáveres 
Ninfomania/satiríase: desejo sexual aumentado 
hipersexualizada/o. 
 
Outros 
 
Poriomania: impulso de andar a esmo; 
Cleptomania/roubo patológico: compulsão de 
roubar, precedido de ansiedade e apreensão, que alivia 
quando rouba; 
Compulsão a comprar: necessidade de obter coisas, 
sem utilidade/necessidade. Alívio imediato, depois 
culpa. 
Jogo patológico: compulsão por jogos de azar, 
apostas, apesar de prejuízos; 
Compulsão por internet e vídeo games. 
 
Negativismo: oposição às solicitações Resistência 
automática a pedidos Nega se a colaborar nas condutas 
terapêuticas. 
➔ Quando se pede e o paciente se nega a fazer e atender 
as condutas terapêuticas. 
Mutismo: (linguagem) forma de negativismo verbal. 
(tipo de negativismo verbal) 
Sitiofobia: (recusa a alimentos quadros 
delirantes/depressivos); 
Obediência automática: Obedece a tudo 
automaticamente (‘robô teleguiado’) Perde autonomia 
e capacidade de conduzir seus atos volitivos. 
➔ É quando precisa-se conduzir o paciente a fazer 
tarefas rotineiras. 
 
 
 Psicopatologia 
Fenômenos em eco: repete de forma automática 
(atos, mímicas), perda do controle da atividade 
voluntária e substituição por atos automáticos 
sugeridos pelo meio. 
Ecopraxia: movimentos 
Ecolalia: linguagem 
➔ O paciente repete aquilo que o outro faz. 
 
 
Automatismo motor: Sintomas psicomotores 
(movimento lábios, abotoar/desabotoar blusa, 
deambular). 
➔ O paciente fica andando de um lado para o outro 
sem nenhum objetivo. 
 
Psicomotricidade: Ato motor, componente final 
do ato volitivo. Suas alterações são a expressão final 
da alteração da volição. 
 
Alterações da psicomotricidade: 
 
Agitação psicomotora: aceleração e exaltação da 
atividade motora (reflete a agitação da atividade 
psíquica taquipsiquismo), secundariamente vem a 
taquicardia. 
Em geral, associada à heteroagressividade e 
hostilidade. 
Lentificação psicomotora: lentidão da atividade 
psicomotora (reflete a lentificação da atividade 
psíquica bradipsiquismo). 
➔ Movimentação voluntária lenta, difícil, pesada. 
Inibição psicomotora: estado acentuado e profundo 
de lentificação psicomotora. 
 
 
Estupor: perda de atividade espontânea (nível de 
consciência aparentemente preservado e capacidade 
física para reagir), envolve a comunicação verbal 
(não verbal, mímica, olhar, gesticulação e marcha 
Restrito ao leito, acordado, mas sem reagir. Não se 
alimenta/faz necessidades voluntariamente; 
Catalepsia: acentuado exagero do tônus postural, 
com redução da mobilidade; 
Flexibilidade cerácea: quando coloca parte do corpo 
numa posição e ao soltar, o paciente mantém; 
Cataplexia: perda abrupta do tônus muscular, 
levando à queda. 
➔ O paciente fica fraco a ponto de cair. 
 
Estereotipias motoras: repetições automáticas e 
uniformes de determinado ato motor complexo, 
perda do controle voluntário; 
➔ Maneirismo: é um tipo de estereotipia motora 
caracterizada por movimentos bizarros e repetidos 
geralmente complexos e que buscam certo 
objetivo. Posturas e movimentos estranhos, 
bizarros, afetados, exagerados; 
 
Tiques: atos coordenados, repetidos, resultantes de 
contrações súbitas, breves e intermitentes de um 
grupo muscular. Acentuam se com a ansiedade; 
 
Conversão: surgimento abrupto de um sintoma 
físico (anestesia, cegueira), após situações 
estressantes ou de conflito. Para psicanálise 
expressão simbólica de um conflito. 
Apragmatismo/hipopragmatismo: incapacidade 
dificuldade de realizar condutas volitivas e 
psicomotoras minimamente complexas higiene, 
limpar quarto; 
➔ Quadros afetivos rebaixados, crônicos, demência 
(pragmático: de ordem prática). 
Apraxia: perda da atividade gestual complexa por 
lesão neuronal incapaz/dificuldade realizar atos 
intencionais, voluntários falta entendimento da 
ordem como fazê-los. Apraxia da vestimenta, 
apraxia da marcha, ideativa (uso de objetos). 
➔ Demência 
(praxia: movimento motor intencional) 
 
Alterações da psicomotricidade Marcha 
▪ Marcha do paciente histérico: irregular, mutável, 
movimentos supérfluos, balançado exagerado, 
arremessos de pernas e tremores nas 
extremidades Dá impressão que vai cair, mas só cai 
na presença dos outros/não se machuca. No exame 
físico, tudo parece normal; 
▪ Marcha de pacientes esquizofrênicos: bizarra, 
com maneirismos e estereotipia. Com uso de 
neurolépticos congelamentos dos movimentos 
devido contração muscular de tronco/membro, 
revelando marcha bizarra. 
 
 
 
 
 
 Psicopatologia 
Considerar 
▪ Alterações psicomotoras associadas ao uso de 
psicofármacos antipsicóticos típicos produzem 
alteração do tônus muscular, postura e movimentação 
voluntária e involuntária; 
▪ Alterações psicomotoras decorrentes de doenças 
neurológicas (lesões neuronais). 
▪ Iniciativa para vir à consulta; 
▪ Atitude geral (por ex.:passiva, ativa, colaborativa); 
▪ Movimentos espontâneos; 
▪ Tom de voz; 
▪ Fala; 
▪ Gestual; 
▪ Dificuldade no controle das emoções; 
▪ Impulsividade (contra si/outros; perguntar a terceiros 
também); 
▪ Julgamento e sentimento moral (questionar reações 
diante de dilemas). 
 
Comentários vídeos: 
 
Alteração da psicomotricidade 
1. Apraxia da Marcha, o indivíduo desaprendeu a andar; 
2. Praxia vestimenta 
3. TOC 
4. Tiques 
 
Aula: 11 de março de 2021. 
 
Pensamento 
 
PAIM, I Curso de psicopatologia São Paulo EPU, 
2002 
Capítulo 5 Alterações do raciocínio 
 
Pensamento se constitui de elementos sensoriais 
(imagens perceptivas e representações, não 
intelectivos), que formam substrato para o processo 
de pensar. 
 
Elementos constitutivos do pensamento: 
 
Conceito: elimina aspectos sensoriais, mediante 
abstração e generalização reduz o múltiplo a uma 
unidade exprime os caracteres mais gerais dos 
objetos/fenômenos. 
Juízo: advém do estabelecimento de relações entre 
conceitos estabelece relação entresujeito e 
predicado. (objeto e sua utilidade, relações entre 
conceitos). 
Raciocínio: função de relacionar juízos. (elemento 
mais sofisticado, relação entre juízos). 
 
Dimensões do Processo do pensar: 
 
Curso: modo como o pensamento flui, velocidade, 
ritmo. 
Forma: estrutura básica, “arquitetura do 
pensamento”; 
Conteúdo: preenche a forma; dá substância, 
temas, 
assuntos. 
 
Alterações do raciocínio (estilo de pensar) 
 
Pensamento inibido: 
▪ Diminuição da produção (em termos quanti e 
qualitativos) pensamento pouco produtivo; 
▪ Pensam com muito esforço, com sensação de 
incapacidade; 
▪ Revelam dificuldade de compreensão; 
▪ Reflexos na linguagem sem iniciativa na conversa, 
demoram a falar, latência pergunta/resposta; 
▪ Quadros depressivos, demenciais, estupor. 
 
Fuga de ideias 
▪ Variação incessante no tema e incapacidade para 
concluir Tendência incontrolável de falar (pode 
chegar à logorréia); 
1) Desordem e aparente falta de finalidade/sentido 
2) Associação das palavras por assonância 
3) Facilidade em desvios por distraibilidade 
(atenção) 
4) Aceleração do ritmo verbal 
▪ Resulta de excitação interna, revela 
hipervigilância 
▪ Confusão ideofugitiva (palavras não emitidas por 
completo) 
▪ Há uma ligação entre os elementos! 
▪ Quadros de mania. 
 
Pensamento vago 
▪ (dissociado, desagregado, ambíguo vaicuidade 
impreciso indefinido); 
 Psicopatologia 
▪ As relações conceituais e a formação de juízos são 
imprecisos (não pobres), ambíguos, pouco claro; 
▪ Disfunção na expressão do pensamento; 
▪ Esquizofrenia, Demências iniciais, transtorno de 
personalidade. 
 
Bloqueio/interceptação 
▪ Parada no curso do pensamento 
▪ O paciente, ao relatar algo, no meio do que fala, 
tem seu pensamento bloqueado, brusca e 
repentinamente, sem motivo aparente. O 
pensamento para. 
As vezes, retoma o pensamento outras vezes, inicia 
outro pensamento; 
A interrupção responde a uma excitação 
interna/externa (pode ser seguido de Roubo de 
pensamento delírio); 
Esquizofrenia. 
 
Compulsão a pensar 
Pensamentos que surgem na mente do sujeito 
independente de sua vontade coação interna a pensar 
sente se forçado a pensar Esgotamento 
“acumulam pensamentos em mim” 
“as ideias se atropelam na minha mente” 
“alguém está me obrigando a pensar (blasfêmia, 
sexo)” 
Esquizofrenia. 
 
Pensamento derreísta (mágico) 
Manifesta se como um devaneio, o pensamento volta 
se ao mundo interno (sonhos) 
O pensamento obedece à lógica que satisfaz o sujeito, 
distorcendo a realidade 
Se opõe à realidade 
Esquizofrenia, transtorno de personalidade, crianças 
normais. 
 
Pensamento concreto 
Não há distinção entre dimensão abstrata e concreta 
Não consegue entender metáforas 
Não entende as entrelinhas (o duplo sentido e outras 
abstrações 
Deficiência intelectual, esquizofrenia grave. 
 
Ideias prevalentes ou supervalorizadas 
Conjunto de ideias, com importante tom afetivo, que 
predominam sobre os demais pensamentos e se 
mantém; 
 
Exercem forte ação sobre a vida mental; 
Egossintônico. 
Hipocondria, anorexia 
 
Pensamento obsessivo 
Ideias que, apesar de serem reconhecidas com 
conteúdo absurdo ou repulsivo, impõem se à 
consciência de modo persistente e absurdo; 
Luta constante contra o pensamento obsessivo, o que 
resulta muita angústia; 
Incapacidade de concluir, estado de dúvida 
permanente; 
Apreensão e ansiedade; 
Egodistônico 
TOC 
 
Pensamento prolixo 
Leva muito tempo e esforço, dá longas voltas sobre o 
tema; 
Mistura o essencial com o supérfluo; 
Há dificuldade de obter a construção direta, clara e 
acabada, falta síntese, superinclui assuntos. 
Tangencialidade: responde à pergunta de forma 
oblíqua e irrelevante, apenas margeiam o 
perguntando, nunca chega ao objetivo final; 
Circunstancialidade: fica rodando em volta do tema, 
superinclui com muitos detalhes chega ao objetivo 
final. 
Transtorno de personalidade, TOC grave 
 
Incoerência 
Confuso, contraditório, ilógico 
Não há coerência interna do pensamento 
 
Pensamento demencial 
Empobrecimento desigual do pensamento 
Em certos pontos, pode ter elaborações mais ou menos 
sofisticadas, embora sejam imperfeitas 
Ainda há resquício de conceitos abstratos e raciocínio 
complexo, mas com o progredir da síndrome vai 
predominando o pensamento pobre, concreto e 
desorganizado 
No início, tenta dissimular há dificuldade de encontrar 
palavras, o que o faz usar termos mais genéricos. 
Transtorno neurocognitivo (demência); 
 
Pensamento deficitário (oligofrênico) 
Estrutura pobre e rudimentar 
Tende ao raciocínio concreto, os conceitos são escassos 
e utilizados literalmente; 
 Psicopatologia 
A memorização pode ser extensa, porém mecânica e 
rígida (ilhotas de memória), mas não compreendem fatos 
da vida (filme Rain Main); 
Deficiência intelectual 
 
Alterações do curso do pensamento 
Lentificação do pensamento; 
Velocidade de produção do pensamento diminuída 
Aceleração do pensamento 
Velocidade de produção do pensamento acelerada 
 
 
Alterações do conteúdo do pensamento 
Persecutoriedade (conexão com conteúdo de 
poder, riqueza, ruína, culpa). 
Sexualidade 
Temas religiosos/místicos 
Hipocondríacos 
 
Investigando pensamento 
 
“Qual a semelhança entre carro, trem e avião?” 
Que diferença há entre dizer uma coisa errada e uma 
mentira? 
Avaliar a bstração Generalização Sofisticação da 
resposta 
Como flui o pensamento 
Compreensão do raciocínio 
Desorganização do fluxo do pensamento 
Concretude 
Conteúdos mais recorrentes 
 
Experiência de Aprendizagem 
 
1. Fernando diz as ideias se atropelam em minha cabeça 
parece que tenho uma urgência em pensar tenho 
pressa de pensar o tempo todo acabo ficando 
esgotado de tanto pensar, pensar, pensar... 
Compulsão a pensar. 
 
2. A paciente ao ouvir que determinada situação estava 
“cheirando mal”, passou a exibir comportamentos de 
quem fica a cheirar procurando pelo mau cheiro. 
Pensamento concreto. 
 
 
 
3. Marcos afirma que vive a pensar que sua mulher 
pode cair pela janela de sua casa embora saiba da 
impossibilidade e da estranheza desse pensamento 
Ainda assim, não consegue afastar essa ideia de 
sua mente. 
Pensamento obsessivo 
 
4. E: Quantos anos você tem? 
P: Ah, minha idade Sabe que quando nasci minha 
mãe me contou que foi uma grande festa. Meus tios 
vieram de longe me ver. Fomos todos pra casa La 
minha avó fez arroz com frango, cheio de salsinha 
sabe? 
Tooooodddooo mundo lembra desse arroz Minha vó 
deixa o arroz queimar o fundinho, então fica bem 
marronzinho e aqueleeee cheiro bom Todo mundo 
comeu um monte Menos eu, ne. 
Eu só no peito Minha mãe me amamentou até os dois 
anos Ela conta que eu não queria largar do peito dela. 
 
E: Ta, interessante, mas quantos anos você tem? 
P: Iiiii sou nova não Imagina! Se fosse hoje em dia já 
não dava mais pra amamentar tanto tempo, ne? 
Porque cê sabe hoje mulher tem que trabalhar Eu 
mesma tive que voltar a trabalhar logo que tive meus 
filhos Meus filhso tem 4 6 9 anos. Todos eles já estão 
na escola Sabe, eles estudam lá no bairro onde moro 
➔ Pensamento prolixo tangencial 
 
P: Eu mesma tenho 35 anos e nunca fui à escola. 
➔ Pensamento prolixo do tipo circunstancial. 
 
Aula: 15 de março de 2021 
 
Juízo crítico de realidade 
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia 
dos transtornos mentais 2 ª Ed. Porto Alegre Artmed, 
2008. Capítulo 19 O juízo crítico de realidade e suas 
alterações (o delírio). 
 
Algumas definições importantes: 
Ajuizar: produzir juízos; 
Juízo: processo que conduz ao estabelecimento das 
relações entre conceitos 
Julgar: estabelecer relação entre conceitos. 
 
 
 
 Psicopatologia 
Erro simples 
 
▪ O rigina se do julgamento apressado e baseado 
em premissas falsas (preconceitos); 
▪ São passíveis de correção pela 
experiências/provas▪ Normalmente se acentuam em situações com 
emoções fortes, que impedem a análise dos fatos 
 
Tipos mais comuns: preconceito, crenças culturais, 
superstições, ideias prevalentes. 
Jaspers: erros são compreensíveis. 
 
Alterações psicopatológicas do JCR 
 
Delírio 
3 características: 
1. convicção extraordinária/certeza 
subjetiva absoluta; 
2. impossível modificar o delírio pela 
experiência objetiva, por provas da 
realidade, por argumentação é 
irremovível seu conteúdo é impossível; 
3. Ainda é uma produção associal (não 
compartilhável). 
 
Jaspers: “ideias delirantes ou juízos 
patologicamente falseados” 
Indicadores de gravidade do delírio Kendler 
Delírio: 
✓ Convicção 
✓ Bizarrice 
✓ Desorganização 
✓ Pressão 
✓ Resposta afetiva 
✓ Comportamento desviante 
 
Delírio primário: (Ideias delirantes verdadeiras) 
▪ Jaspers: o verdadeiro delírio é um fenômeno 
primário. 
▪ É psicologicamente incompreensível, 
impenetrável e inteiramente novo. 
Delírio secundário (idéias deliróides): 
▪ Manifesta se como o delírio primário, mas 
decorre de alterações profundas de outras 
funções psíquicas; 
 
▪ São produtos de condições psicologicamente 
rastreáveis e compreensíveis. 
 
Classificação dos delírios – estrutura 
 
Simples: ideias que se desenvolvem em torno de um só 
conteúdo, de um tema único; 
Complexos: englobam vários temas, com múltiplas 
facetas, conteúdos variados; 
Não sistematizados: sem consistência, o 
conteúdo/detalhes variam de momento para momento 
mais comum em paciente com baixo nível intelectual/ 
demenciados; 
Sistematizados: consistência, ricos, organizados, que 
se mantém ao longo do tempo em pessoas 
intelectualmente mais desenvolvidas, nos transtornos 
delirantes (paranoia). 
 
Surgimento e evolução dos delírios 
 
▪ Os delírios, em geral, surgem depois de um período 
pré-delirante (Jaspers: humor delirante); 
▪ Período prodrômico: período com conjunto de 
sinais e sintomas (sintomas prodrômicos) que 
prenunciam o transtorno mental; 
▪ Experimenta aflição e ansiedade intensas, 
sente que algo terrível vai acontecer, sem 
saber o que, perplexidade, sensação de fim 
de mundo, estranheza radical. 
▪ Cessa quando o paciente configura o delírio, é uma 
revelação inexplicável. Após essa “revelação” 
(delírio) o paciente se acalma. 
 
Curso Agudo: Surgem e desaparecem rapidamente; 
Curso Crônico: Persistentes, contínuos, de longa 
duração, pouco mudam. 
 
Mecanismos constitutivos do delírio: 
 
Multifatorial: (fatores cerebrais, psicológicos, 
afetivos, personalidade pré mórbida sociocultural) 
Importante: é uma construção subjetiva, uma tentativa 
de reorganizar o funcionamento mental, um esforço do 
aparelho psíquico para lidar com a desorganização 
psicopatológica. 
 
 
 
 Psicopatologia 
Construção/formação dos delírios 
 
Interpretação: atividade interpretativa, mecanismo 
que está na base de todos os delírios distorção radical 
na interpretação dos fatos/vivências a partir de 
múltiplas interpretações, a pessoa tece um delírio 
geralmente respeita determinada lógica interna. 
Alteração da senso-percepção: constituído a partir 
de experiências alucinatórias conta com uma 
atividade interpretativa. 
Percepção delirante: parte de uma percepção normal 
que recebe uma significação delirante (ex: vê alguém 
de roupa branca, entende que trata de um complô 
contra ele ao ver uma mobília fora do lugar, crê que 
foi escolhido para anunciar a chegado do Messias), 
uma revelação abrupta, ‘passa a entender tudo’. 
Memória: delírio construído por elementos da 
memória (verdadeiros lembranças reais ou falsas 
lembrança de alucinações). 
Intuição: a pessoa intui repentinamente, capta 
imediatamente um novo sentido para as coisas, 
formando nova realidade, convicto e irredutível Não 
precisa fundamentar, não busca provas para checar 
veracidade, ele “sabe” como uma revelação. 
Afetividade (delírio catatímico): em estados 
afetivos intensos (depressão e mania grave), a pessoa 
passa a viver um mundo fortemente marcado por tal 
estado afetivo. 
Alteração da consciência: (associados à turvação da 
consciência, ricos em vivências oníricas, com certa 
confusão do pensamento Não houve a crítica com 
relação às vivências oníricas. 
 
Tipos (conteúdo) de delírio 
 
▪ Persecutório 
▪ Megalomaníaco 
▪ Religioso/místico 
▪ Depressivo/melancólico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delírios de cunho persecutório 
 
Delírios de perseguição: Crença de que os outros (as 
vezes, vago eles) estão perseguindo. Crença de estar sendo 
vítima de conspiração, traição, espionagem, perseguição, 
envenenamento, alvo de comentários maldosos e assédio 
Pode haver ideias bizarras. 
“Minha mãe está tentando me envenenar com elementos 
radioativos que coloca na água” 
 
Delírios de referência: Um evento ambiental neutro é 
visto como tendo um significado especial e pessoal. 
Entende que fatos cotidianos têm relação com ele. 
“O repórter da TV está falando de mim” 
 
Delírio de relação: Constrói conexões entre fatos, sem 
motivação compreensível. 
“As chuvas do verão e o inverno atual indicam que o fim 
do mundo se iniciará” 
 
Delírio de influência/controle: Crença de estar sendo 
controlado, dominado por forças ou pessoas. Inclui: 
Roubo pensamento/pensamento subtraído: delírio de 
que os pensamentos foram extraídos por pessoas/forças 
(alienígena, antenas, rádio). 
“A CIA está roubando meus pensamentos” 
Irradiação do pensamento: delírio de que os próprios 
pensamentos podem ser ouvidos (transmitidos por ondas 
eletromagnéticas). 
“Meus pensamentos estão sendo transmitidos” 
Inserção de pensamento/Controle de 
pensamento/pensamentos feitos: delírio de que os 
pensamentos estão sendo implantados delírio de 
que os pensamentos estão sendo controlados. 
“Alguém está plantando pensamentos na minha cabeça” 
“O controle remoto controla meu pensamento” 
Delírio de reivindicação: Crença 
de que é vítima de injustiça e se coloca como defensor dos 
injustiçados; 
Delírio de identificação/substituição: Crê que as pessoas 
estão adotando identidades falsas (o médico é um policial 
disfarçado impostor tomou o lugar do cônjuge ou de 
parente próximo); 
Delírio cenestopático: Crê que animais ou objetos estão 
dentro do seu corpo 
“Tem uma laranja podre no cérebro, cobra na barriga” 
Delírio de infestação: Crê que tem pequenos animais 
infestando corpo. 
 
 Psicopatologia 
Delírio de infidelidade (ciúme delirante): Crê na 
infidelidade de sua esposa(o) de forma irracional e 
extrema. Percebe se traído de forma vil e cruel, 
ciúme intenso e desproporcional. 
 
Delírios de cunho megalomaníaco 
 
Delírios de grandeza: Crença de que é uma figura 
famosa ou importante extremamente especial, 
dotado de poderes e dotes superiores e incomuns 
(inteligência, beleza, capacidade de voar Pode ter 
poderes místicos e religiosos) 
Delírios eróticos / erotomaníacos: Acredita ser 
amado, em especial por pessoas famosas ou 
importantes. 
Delírio de descoberta / invenção: Completamente 
leigo e crê saber sobre algo, que descobriu uma cura 
de doença, inventou algo que salvará o mundo. 
Delírio de reforma / reformador / de missão / 
salvacionista: Crê ser destinados a salvar/redimir o 
mundo, ter uma missão. 
 
Delírios de cunho religioso/místico 
 
Delírio místico ou religioso: Crê ser um santo 
poderoso, poderes místicos, que entrou em contato 
com Deus, que tem uma missão mística Pode ter um 
tom grandioso 
“Sou o terceiro elemento da Santíssima Trindade” 
 
Delírios de cunho depressivo/melancólico 
 
Delírio de negação de órgãos: Crê que 
experimenta alterações corporais. Relata que o 
corpo está destruído ou morto, que não tem mais um 
ou vários órgãos. 
“Meu coração deixou de funcionar, sinto que meu 
fígado e estômago estão ficando doentes, deixaram 
de funcionar” “Não tenho coração” 
Delírios de ruína niilista: Crê que está ameaçado

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