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P2 - Crime Contra a Administração e Fé Pública

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Núbia Brandino 
Crime Contra a Administração e Fé Pública – P2 
08/04/2019 
 
Prevaricação art. 319 
 
Distingue-se da corrupção passiva porque está necessita de um terceiro enquanto na 
prevaricação o beneficiário se quer sabe o que está ocorrendo. 
 
O núcleo do tipo refere-se as condutas de retardar, deixar de praticar ou praticar 
indevidamente ato de ofício. Logo, não é qualquer ação ou omissão do funcionário público que 
o sujeita ao tipo penal em questão. 
 
Trata-se de crime doloso posto que na hipótese de o FP ter agido por desleixo ou negligência 
poderá ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa, conforme previsto no art. 
11 da Lei n° 8429/92 
 
O objeto da conduta é a satisfação de interesse ou sentimento pessoal como por exemplo 
simpatia, ódio, amor, desprezo, vaidade, vingança e até mesmo a preguiça. Exemplo: 
 
Oficial de justiça deveria efetuar a busca e apreensão de um menor até às 21h daquele dia, 
mas deixou de cumprir o mandato, postergando o ato para o dia seguinte uma vez que 
preferiu se dirigir ao Alianz parque para assistir a semifinal contra o São Paulo. 
 
 
Diferença entre 317 e 319 
 
Em ambos o FP deixará de praticar ou retardará a pratica ato de ofício. 
 
No 317 - Vantagem indevida corrupção - a título econômico ($) 
 
No 319 – Título gratuito interesse pessoal 
 
Ex: colocar o processo por ultimo na fila para julgar porque não gosta do autor (retardar o ato) 
é prevaricação! 
Ex. 2: Delegado deixar de autuar crime por preguiça, e prefere ir à padaria 
 
 
 
Se ele for vagabundo reiteradamente, responde por desídia (infração administrativa), NÃO 
TEM DOLO, tem culpa (já na prevaricação HÁ dolo) 
 
Caso fortuito ou força maior afasta o crime de prevaricação (Ex. Não cumpriu mandado por 
causa de enchente no local) 
***Na prática cai em desídia. 
 
Art. 319 - A prevaricação imprópria - telefone em presídio. É crime ao diretor 
de presídio impedir acesso ao preso (não se aplica aos diretores da fundação casa, por 
exemplo). 
 
Condescendência criminosa art. 320 
 
Dolosamente – responde por prevaricação 
Núbia Brandino 
Pune-se o funcionário público que deixa por indulgência (tolerância, clemência, perdão) de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo. 
 
Este delito é uma espécie de prevaricação privilegiada. Trata-se de crime omissivo puro no 
qual o superior não toma as providências necessárias para aplicar ao subordinado a sanção 
administrativa, ou seja, não promove a sua responsabilidade. 
 
Há diferença sútil (tênue, leve) entre a prevaricação e a condescendência criminosa. Se o 
superior deixa de responsabilizar o subalterno para evitar um árduo processo administrativo 
que lhe causaria enorme desgaste físico e emocional, terá prevaricado, uma vez que atendeu a 
sentimento ou interesse pessoal. Contudo, se o superior deixa de apurar a infração com pena 
do funcionário que, em razão disso poderá perder o cargo e deixar sem sustento os cinco 
filhos, terá praticado condescendência criminosa. 
 
Normalmente acaba não se comprovando a indulgência e caracteriza a prevaricação, 
prevaricou por um bom motivo. 
 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que 
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o 
fato ao conhecimento da autoridade competente. 
 NEXO CAUSAL: Se pegar o funcionário fora do trabalho (Ex. Juiz pega analista traficando fora 
do expediente e fora do fórum) pego pelo superior praticando crime, se o superior não fizer 
nada, não pratica crime nenhum, salvo se for agente de segurança pública (polícia) é 
prevaricação (qualquer pessoa pode dar voz de prisão, mas é facultativo) 
 
Art. 319-A: Prevaricação Imprópria – “preso”: o louco, no manicômio, e o menor na Fundação 
Casa, não são incluídos, mas responderam pelo art. 319 (genérico). 
 
§1º: Se igual deixa de comunicar, comete prevaricação, mas, se sabia, junto com o superior, 
pratica o crime do art. 320 em concurso. 
 
 
 
 
 
 
 
Violação de sigilo funcional art. 325 
 
Embora impere hoje o princípio da publicidade da atividade administrativa, alguns fatos devem 
ser mantidos em sigilo, ainda que temporariamente, justamente para que não seja 
comprometido o regular funcionamento da administração. Tutela-se, portanto, a regularidade 
administrativa com relação ao segredo que deve ser mantido pelo FP em casos determinados. 
 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em 
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
 
 
 
 
Último crime funcional 
Núbia Brandino 
15/04/2019 
 
 
 
 
- Extrai-se da jurisprudência o exemplo de um professor universitário integrante de banca 
examinadora de doutorado de uma Universidade Pública que ofereceu cópia das perguntas 
que seriam feitas ao doutorando na futura arguição. 
• Crime expressamente subsidiário, tanto que: 
 
 
 
a) Se o segredo divulgado for relativo à proposta de concorrência pública a norma 
aplicável é a da Lei das Licitações, mais precisamente o art. 94, da Lei 8.666/93. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Se o segredo se refere ao sigilo fiscal e bancário havendo divulgação dos dados a 
terceiros, incidirá o art. 10, LC 105/2001. 
 
 
 
 
 
c) Violação de sigilo de operação financeira, caracteriza o crime previsto no art. 18, Lei 
7.492/86 (“Lei do colarinho branco) – ICVM, CADE (órgãos públicos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Se houver quebra do segredo de justiça referente a interceptação de comunicações 
telefônicas (grampo) incidirá a norma penal do art. 10, Lei 9.296/96 (ler a lei). 
 
 
 
 
 
 
 
Se fizer isso o 
professor estará 
cometendo crime!! 
casos previstos em leis 
extravagantes, respondem por essas 
leis e não pelo genérico art. 325 
 
Só divulga o resultado após o trâmite 
licitatório, se divulgar antes responde 
pelo art. 94 
Só pode ser quebrado pelo juiz (ordem 
judicial), delegado/promotor sem ordem 
judicial não pode quebrar o sigilo 
Divulgação de dados do mercado de 
capitais que devem ser sigilosas, pois se 
divulgados mexem com o mercado. 
Só pode ocorrer após ordem judicial, 
mas há o grampo ilegal. 
Núbia Brandino 
 
 
 
e) Quebra de sigilo das investigações ou infiltração de agentes, tipificará o crime previsto 
no art. 2º, Lei 12.850/13 (Lei de Organização Criminosa) 
 
 
 
f) Divulgação indevida de atividade nuclear tipificará o crime previsto no art. 23 da Lei 
6.453/77. 
• Todo ato praticado pela administração deve ter publicidade, quando o 
administrador decide algo baseado na conveniência/oportunidade e confere 
publicidade para a população acompanhar – regra é a publicidade, atualmente 
junto com a transparência. 
• Há exceções a essa regra, no qual o ato deve ser sigiloso e posteriormente tornar-
se público, no tempo certo, se tornar-se publico antes do tempo certo, será 
violação de sigilo sob pena de frustrar a Administração. 
Ex.: fornecer o gabarito de um concurso para um candidato – violação de sigilo, 
pois antes da prova o gabarito é sigiloso. 
Ex. 2: Vender o gabarito para um candidato é CORRUPÇÃO qualificada (corrupção 
passiva). 
*** Caso comentado em sala: Deputado Protógenes, condenado por violação de 
sigilo. 
 
 
CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADM. PUB. 
 
Usurpação de Função Pública (328) 
 
Art. 328 - Usurpar o exercício da função pública. 
 
Não são crimes funcionais, mas não excluem os funcionários públicos. Embora esteja 
disciplinado no código "crime praticado por particular" nada impede que seja cometido por FP, 
que pode usurpar função diversa da sua. 
 
• Usurpador = tomar posse 
• Doloso NÃO EXISTE FORMA CULPOSA 
• Para prática de ato de ofício 
• Formal(não precisa haver prejuízo Estado escolhe seus representantes, COMPETÊNCIA 
EXCLUSIVA DO ESTADO) basta a potencialidade de causar prejuízo. 
 
Não confundir com crime de estelionato – induzir uma pessoa ao erro se vestindo de policial 
para obtenção de vantagem indevida. Na usurpação apenas toma posse, por exemplo se vestir 
de policial para fazer patrulha de rotina, a fim de diminuir a criminalidade. 
 
Resistência 
 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
Esse agente infiltrado serve para 
colher informações para a polícia. 
Se divulgada a informação, o 
agente infiltrado é descoberto 
rapidamente 
Núbia Brandino 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
 
O crime em questão tem como objetividade jurídica a proteção da autoridade e do prestígio da 
função pública. 
 
Pressuposto essencial é tratar-se de ato legal a ser praticado por funcionário competente. 
 
A conduta típica vem caracterizada pela oposição ao ato funcional mediante violência física 
ou ameaça a funcionário. 
 
Decidiu-se na jurisprudência que empreender fuga à prisão legal é ato lícito, por tratar-se de 
manobra instintiva de defesa (todavia, se houver emprego de violência contra o FP para a 
obtenção da fuga o delito estará caracterizado). 
 
Crime formal, não sendo necessário que o sujeito impeça a execução do ato. 
 
Existe divergência jurisprudencial sobre o crime de roubo ser absorvido pelo crime de 
resistência. 
 
22/04/2019 
 
Desobediência art. 330 
 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
Crime doloso, exigindo-se a consciência do agente de que está descumprindo UMA ORDEM 
LEGAL, e não mero pedido ou solicitação. Logo, é licito ao particular desobedecer a UMA 
ORDEM ILEGAL, como recusar o cumprimento de mandado judicial na casa do cidadão durante 
a noite; recusar o gerente do banco a quebrar o sigilo do cliente em razão de requisição 
efetuada pelo delegado de policia ou promotor de justiça. 
 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Como já visto, na doutrina discutia-se a possibilidade 
de outro FP ser sujeito ativo desse delito, mas está pacificada essa possibilidade, como na 
hipótese de um delegado de polícia que se recusa a instaurar inquérito policial determinado 
por ordem judicial. 
Sujeito passivo: É o Estado o principal e, secundariamente o autor, que deve ser o FP 
legalmente investido no cargo público criado por lei e remunerado pelos cofres públicos, ou 
seja, FP em sentido estrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Núbia Brandino 
Consumação: Crime formal, consumando-se com a simples ação ou omissão do desobediente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deixar de cumprir ondem legítima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Não cumpre a ordem legitima porque não quer. 
• Se em razão da resistência o ato não se realiza, a resistência é qualificada e a pena 
será de reclusão 
• Ordem legitima: Emanada de FP em sentido estrito no exercício de sua atividade 
• Desobediência (exemplo): se o sujeito deixar de cumprir ordem ilegal vinda de 
delegado/promotor para quebrar o sigilo bancário de alguém é ilícito, pois só o juiz 
pode pedir a quebra do sigilo. 
 
** FUGA: Fugir de uma ordem legal de prisão não é crime, desde que não oponha 
resistência, se opor será crime de resistência. Se houver desobediência (fugir) não será 
crime. 
 
Art. 352, CP: “Evadir-se ou tentar o preso... violência com pessoa” (mesma pena para o 
crime tentado ou consumado, exceção ao art. 14, CP) – Fugir ou tentar fugir da cadeia com 
violência contra pessoa é crime, se não tiver violência contra pessoa não há crime na 
esfera penal (fato atípico), é considerado apenas como uma falta grave da LEP que faz com 
que o preso regrida de regime (Ex.: do semiaberto para o fechado, do aberto ao 
semiaberto, se já estiver em regime fechado, reseta a pena já cumprida, ou seja, volta a 
cumprir do zero em regime fechado) 
 
• Roubo: 
Há duas correntes 
1. Garantista: Se houver roubo e resistência, responde só por roubo, pois roubo é crime 
violento, sendo uma extensão da violência empregada no roubo (contra os bens) a 
usada na resistência (contra o policial) à prisão. 
2. Punitivista: Se houver roubo e resistência, responde pelos dois, pois roubo é um 
crime contra o patrimônio e resistência é crime contra a administração pública 
(tutelam bens jurídicos diferentes). Concurso formal de crimes, mas há quem entenda 
que é crime material de crimes. 
Ex. O oficial de justiça vai cumprir mandado de busca e apreensão na casa de A, e ao 
chegar na casa A resiste fechando a porta da casa no pé do oficial de justiça ou dá um 
Resistência: mediante violência/ameaça – art. 329 (+ 
grave) 
Desobediência: sem violência/ameaça – art. 330 
§1º: resistência qualificada: se o ato não se 
realizar (++ grave) 
 
Ambos têm o mesmo 
“DNA”, é um 
desprestígio a uma 
atividade legal. 
Núbia Brandino 
soco no oficial, é resistência (violência contra o oficial) 
Ex. 2: Policial foi cumprir uma ordem de prisão contra B e B se agarra no poste para 
não ser preso é desobediência, pois a violência usada foi contra o poste e não contra 
o policial 
 
Desacato – art. 331 
 
Trata-se de assegurar o devido respeito, dignidade e decoro devidos aos agentes da Adm. 
Pública no exercício de sua função. 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive outro FP, eis que o bem jurídico tutelado é o 
prestígio à função pública, e assim nada impede a ocorrência de desacato praticado, por 
exemplo, por policial militar conta juiz de direito durante uma audiência ou por escrevente 
contra promotor de justiça no exercício da função, ou mesmo por um juiz contra outro. 
 
Pouco importa que o FP se sinta ou não ofendido posto que a lei não protege a sua integridade 
física ou moral, mas sim a dignidade e o prestigio de seu cargo ou função. 
 
É indispensável a presença do funcionário público, não ocorrendo o crime por meio de 
petição 
Também é indispensável o nexo causal (funcional), podendo o crime ocorrer quando em 
exercício ou não o funcionário Público, mas desde que a ação se verifique em função da 
atividade funcional. 
 
Desacatar, em suma, significa menosprezar, humilhar, tripudiar, sempre em evidente 
desprezo para com a função ou a autoridade. 
 
QUESTÃO POLÊMICA: Após a ratificação do Brasil ao Pacto de São José da Costa Rica, certa 
corrente passou a interpretar que este delito estaria implicitamente revogado. 
 
 
 
NEXO CAUSAL: Funcionário Publico na função ou em razão dela (a ofensa é em razão da sua 
função). Se o FP não está no exercício da função e alguém o xinga na pessoa física (Ex. João 
você é uma anta) o FP pode processar por injúria, mas se alguém o xinga em razão da sua 
função (Ex.: João, você é um juiz corrupto!) será desacato, pois xingou vinculando a função. 
 
A presença do FP é essencial NÃO PODE ser por escrito (e-mail, whats, petição), se for por 
meio escrito o FP deve representar e será considerado injúria (ação penal pública 
condicionada, representação do MP) contra FP no exercício da função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seria livre manifestação 
Núbia Brandino 
29/04/2019 
 
• Convencionalidade: juiz faz sempre o controle de constitucionalidade da lei, quando 
analisa um caso concreto vê se está de acordo com a lei e depois vê se a lei é 
constitucional – isso é antigo, a doutrina moderna acrescenta a convencionalidade, se 
a lei, está de acordo com as convenções/tratados– 2 frentes: 
Pacto de São José – não há desacato (crime) 
Convenção Interamericana de D. Humanos 
 
 
Crime – 2ª frente (continua a existir o crime de desacato). 
Apesar de julgamentos declarando que desacato não é crime em marco de 2018 o 
Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma do STF, declarou que o crime de desacato é 
constitucional. A 1ª Turma não se manifestou. A OAB entrou com a ADPF, pois 
não concordou com essa decisão do Gilmar Mendes. Essa ADPF está nas mãos do 
Min. Barroso, que ainda não decidiu, mas hoje entende-se que o crime de 
desacato existe. 
 
Crimes contra a administração da justiça levam ao erro o judiciário, alguém que é inocente 
pode ser preso 
 
Denunciação Caluniosa – art. 339 Crime material 
 
- Visa a norma em questão manter a regular adm. da justiça que, deve ficar a salvo de falsas 
imputações de crime. Protege-se também a liberdade e a honra daquele que poderá ser objeto 
de investigação ou acusado de crime que não praticou. 
- Exige-se que a acusação falsa objetive pessoa determinada, pois o crime também exige a 
certeza da inocência da pessoa a quem se atribui a prática do crime, não sendo suficiente o 
dolo eventual. 
- A falsa imputação de um crime sem a vontade de provocar a instauração de investigação 
policial, administrativa ou processo criminal, constitui apenas o crime de calúnia. 
 
Falsa comunicação de crime – art. 340 crime material 
 
A falsa comunicação de infração penal, ofende o prestígio e principalmente a eficácia 
da atividade judiciária, ao provocar investigações ou diligencias inúteis, com isso 
atrapalhando o normal desenvolvimento das atividades judiciárias. 
 
O dolo consiste na vontade de comunicar a ocorrência de infração penal inexistente 
com o fim de provocar ou aceitar o risco de causar a ação da autoridade. Logo não 
ocorre o crime quando o agente atua por culpa, vale dizer, por imprudência. 
 
Distingue-se do crime anterior porque neste delito não há acusação contra pessoa 
certa e determinada. 
 
Autoacusação Falsa – art. 341 – crime formal 
 
Este tipo penal pressupõe a existência de um crime antecedente, e deve ocorrer perante a 
autoridade que pode ser a policial, do MP, judiciaria ou qualquer autoridade administrativa 
que possa provocar a ação das anteriormente mencionadas. 
 
 
1ª frente, liberdade de expressão 
dos cidadãos (livre manifestação de 
pensamento) 
Núbia Brandino 
Principais diferenças entre os artigos: 
 
O artigo 339, exige pessoa certa e determinada, bem como, o dolo direto, enquanto 
que o art. 340, exige infração penal inexistente contra pessoa incerta, contentando-se 
com o dolo eventual. Já no art. 341, o agente atua, na verdade, como o substituto do 
verdadeiro criminoso e, ao contrário dos crimes anteriores, que são materiais, este 
último não exige início de investigação, pois trata-se de um crime formal. 
 
Crime material: exige início de investigação ordem de serviço, boletim de ocorrência, inquérito 
policial 
 
Crime de denunciação é complexo (dupla subjetividade passiva), pois há dois bens jurídicos 
tutelados no mesmo delito 
• Administração da justiça 
• Honra 
Dolo é direto!! Pessoa certa 
 
Crime de falsa comunicação: dolo direto, pessoa incerta 
 
Denunciação: leva ao conhecimento de uma autoridade um crime imutado a alguém que é 
inocente. 
 
* Se o MP pede o arquivamento do crime de denunciação caluniosa, pode ter denuncia pelo 
ofendido pelo crime de calunia? PODE! Mas como nesse crime a ação penal é privada e tem 
prazo decadencial de 6 meses, passado esse prazo não pode denunciar mais. 
 
* Esse crime pode levar ao erro o judiciário, podendo prender para a cadeia um inocente. 
 
Falsa comunicação: não manda alguém para a cadeia, porque a pessoa é incerta 
Ex. Trote, A liga para a delegacia, faz denúncia anônima de que tem uma bomba no banheiro 
do prédio 25, evacuam o prédio, chega policiais, helicópteros..., procuram a bomba, não 
acham, percebem que era trote. Houve movimentação desnecessária da máquina judiciaria - 
A responde por falsa comunicação e não por denúncia caluniosa. 
 
Muito usado como crime meio do estelionato (crime fim). – Fraude contra seguro. 
Ex. A tem um carro, faz um seguro contra roubo/furto, mas por usar mal o carro acaba 
detonando o motor, mas o seguro não cobre isso, então A decide sumir com o carro – jogar de 
um barranco no rio- A liga para o seguro e diz que roubaram seu carro, faz B.O., Porém os 
policiais não vão verificar se o que está no B.O. é verdade, mas a seguradora investiga para ver 
se é verdade, se acham o carro, a seguradora consegue provar que foi A que jogou o carro. A 
responde por dois crimes: falsa comunicação + estelionato para a corrente garantista: A 
responde por um crime apenas, por estelionato (fraude contra credores), pois o crime meio 
(falsa comunicação) é absorvido pelo crime fim. (Principio da consunção) art. 171, §2, V. 
 
Pode ser usado como álibi 
 
Autoacusação falsa: A pessoa assume um crime cometido por outro (erro judiciário, outro vai 
para a cadeia) 
 
 
 
Dolo malus: Motivo hediondo (Ex. Dinheiro) 
x. 
Dolo bonus: Motivo nobre (Ex. homem 
assume crime praticado pela mulher, pai 
assume crime praticado pelo filho 
Se for descoberto, 
homem responde 
por autoacusação 
falsa e mulher por 
furto, por exemplo 
Núbia Brandino 
Ex. A sai bêbado da balada, atropela pessoas na calcada e acaba matando alguém, se dá conta 
do que fez e foge ficando em casa, uma das pessoas atropeladas anota a placa do carro, a 
policia vai até a casa, o pai de A atende e diz que foi ele quem atropelou, por causa da 
descrição das vítimas, na qual o pai de A não se enquadra (ou da confissão de A), a polícia 
descobre que foi o A. Pai fez por amor ao filho, pensando no seu futuro ( o filho queria ser juiz e 
para tanto não poderia ter uma condenação por homicídio) o pai de A responde por 
autoacusação falsa. Por ser dolo bonus o pai receberá a pena mínima. 
 
06/05/2019 
 
 
Falso testemunho - art. 342 
 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo 
arbitral 
 
• Mão própria, não se confunde com crime próprio 
• Retratação 
• Relevância 
 
Trata-se de crime de mão-própria, ou seja, pode ser praticado pelo sujeito em pessoa 
(testemunho, perito, tradutor ou interprete) excluindo-se a coautoria. Todavia, é possível a 
participação por intermédio da investigação, auxilio, ajuste, ... como no caso do advogado 
que induz a testemunha a mentir. Caso tal indução ocorra com a promessa de $ ou outra 
vantagem, ocorrerá o crime previsto no art. 343, CP. 
 
Alguns julgados entendem necessárias a relevância do depoimento falso na influencia da 
decisão, afirmando não ocorrer o crime se não houver potencialidade lesiva. Todavia, para 
sua configuraçãi, a simples possibilidade de dano, sendo irrelevante que tenha ou não 
influído na decisão de causa. 
 
Consumação: Embora formal o delito, significando que seu momento consumativo ocorra 
com a entrega do laudo falso ou só termino do depoimento mentiroso, há possibilidade de 
retratação, conforme expressa previsão do §2º. Por ausência de regulamentação 
especifica na lei, muito se discutiu na doutrina e jurisprudência sobre o momento correto 
da aceitação da retratação, ate que uma lei em 2001 alterou a redação original e fixou o 
momento da retratação como sendo ate a prolação da sentença. 
 
Trata-se de crime doloso e, caso praticado em diversas etapas do mesmo feito, o 
procedimento não haverá concurso de crimes, mas sim crime único. 
Ex. júri, a mesma testemunha pode depor mais de uma vez no processo, podendo prestar 
depoimento falsomais de uma vez (3 vezes), será Crime único porque está no mesmo 
processo. Se for em processos diferentes será vários crimes de falso testemunho. 
 
O crime pode ocorrer também ao omitir (falar ou calar) art. 343 
 
Falso testemunho: é prova testemunhal, mas nesse caso a testemunha está sendo 
induzida a mentir no seu depoimento (seja por amizade, simpatia, dinheiro...) A 
testemunha é a prostituta das provas (facilmente é corrompida) 
 
É o mais comum e o pio 
Núbia Brandino 
Crime de mão própria não se confunde com crime próprio (crimes funcionais são crimes 
próprios) crime de mão própria significa que não há coautoria, no máximo há 
participe. Crime de mão-própria significa que não se admite coautoria, NO MÁXIMO 
participe. 
 
Partícipe - aquele que não sendo testemunha induz o outro a mentir 
Autor e coautor - Praticam o verbo núcleo do tipo 
Participe - Instiga, induz, auxilia 
 
A retratação é possível, pois é um crime formal, e estende ao participe (por ex. ao 
advogado que a induziu a mentir), porém só pode se retratar ate o momento da sentença. 
 
A retratação extingue a punibilidade do crime de falso testemunho para a testemunho e 
para o participe (o acessório segue o principal) 
 
Se a testemunha foi comprada para mentir, incide o crime de corrupção de testemunha – 
art. 343 – para quem comprou (coagir testemunha) 
 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade 
em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação 
 
Relevância 
 
Existe uma corrente que o falso testemunho apenas será culpabilizado se o testemunho falso 
for relevante o destinatário (juiz) tinha de se utilizar o testemunho, essa corrente está 
superada. Hoje, o crime é formal 
 
Se a testemunha cometer algum equívoco em seu testemunho, como por exemplo dizer que 
no dia estava tendo jogo do São Paulo, mas era do Corinthians, portanto ocorreu mero 
equívoco. Os pontos essenciais ela colaborou com a justiça, mas cometeu um equívoco 
irrelevante, não houve dolo. 
 
Coação no curso do processo 
 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio 
ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é 
chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo 
arbitral 
 
O crime em questão é uma espécie de constrangimento ilegal que não exige para a sua 
configuração que o coagido se submeta ao sujeito ativo (crime formal). É indispensável que a 
violência física ou moral se dirija contra as pessoas mencionadas no dispositivo: autoridade 
(delegado de polícia, juiz de direito), parte (autor, réus, promotor de justiça) ou qualquer outra 
pessoa que funciona ou é chamada a intervir no processo (oficial de justiça, perito, 
testemunha etc.). 
 
Crime doloso que exige o elemento subjetivo do tipo: Finalidade de favorecer interesse 
próprio ou alheio. 
 
 
 
Núbia Brandino 
 
 
 
Exercício arbitrário das próprias razões 
 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo 
quando a lei o permite: 
 
A conduta típica se apresenta pela expressão "fazer justiça elas próprias mãos" que equivale a 
exercer arbitrariamente a sua pretensão sem buscar a via judicial adequada, ou seja, o agente 
ao invés de buscar a tutela jurisdicional emprega a autotutela, fazendo por conta própria 
aquilo que entende por justiça. 
Se a lei permitir a satisfação da pretensão pelas próprias mãos do agente não existirá o crime, 
como por exemplo na hipótese do art. 1.210 do CC 
 
Trata-se de crime formal sendo que a ação penal, em regra é privada, tornando-se pública se 
houver emprego de violência contra a pessoa 
 
Embora legítima, salvo quando a lei permite 
 
Art. 1.210, Código Civil O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria 
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
 
Favorecimento pessoal art. 348 
 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada 
pena de reclusão 
 
A conduta típica vem caracterizada pela expressão "auxiliar a subtrair-se" que significa ajudar a 
escapar, a ocultar, a esconder. O auxílio deve prestar-se a favorecer o autor do crime (não 
inclui contravenção penal) 
 
A subtrair-se da ação da autoridade pública (judicial, policial ou administrativa). 
 
O auxílio admite qualquer forma de realização e deve ser prestado após a consumação do 
delito anterior. 
 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, salvo o coautor e o partícipe do crime anterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Núbia Brandino 
13/05/2019 
 
Observe-se que o advogado pode ser autor desse crime quando, ao invés de prestar auxílio 
jurídico, acaba empregando efetivo auxílio ao criminoso para ajudá0lo a escapar da 
autoridade pública. 
 
Não se admite favorecimento pessoal por omissão. Logo, não configura o delito a atitude 
do agente que deixa de informar a autoridade policial sobre o paradeiro ou esconderijo de 
um criminoso. 
 
 
 
 
Favorecimento real – art. 349 
 
Conduta típica – verbo “prestar”, que significa conceder, deixar, render. O objeto da 
prestação deve ser auxilio destinado a tornar seguro o proveito do crime. 
 
O crime se consuma com a mera prestação do auxílio, independente do êxito da 
empreitada. 
 
Não se confunde a figura da receptação dolosa com a do favorecimento real. Na 1ª o 
agente visa o proveito econômico próprio ou de terceiros, enquanto que no favorecimento 
ele visa assegurar o proveito do autor do crime, ou seja, beneficiar indiretamente o 
criminoso com isso garantindo-lhe o proveito do crime praticado. 
Embora não previsto na lei como condição de precedibilidade, alguns doutrinadores 
entendem necessário o trânsito em julgado do crime anterior para o início da ação penal 
contra o favorecedor. 
 
Observe-se, por fim, que se o agente criminoso e o favorecedor combinarem 
anteriormente a conduta, o favorecedor deixará de responder pelo crime de 
favorecimento real e passará a ser coautor ou partícipe do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
Após a pratica do crime 
 
 
 
Nesses dois crimes pune-se o particular que ajuda a ocultar um crime ou torna seguro seu 
proveito 
 
 
 
 
 
 
 
Favorecimento pessoa (348) – ajudar a fugir, ocultar (autor de crime) 
Favorecimento real (349) – tornar seguro o proveito do crime 
Escusas (imunidades), 
conceito de “criminoso” 
E infração penal? Não está 
previsto, se ajudar um 
contraventor não há crime 
Pelo criminoso (autor do crime) Ajudar o criminoso (autor) a fugir, mesmo que este 
tenha cometido o crime sob estado de necessidade ou 
qualquer outra excludente, o particular não pode 
ajudar 
Núbia Brandino 
Favorecimento pessoal – relaciona-se a pessoa beneficia esta. 
 
Favorecimento real – res = coisa – torna seguro a coisa para o criminoso (Ex. particular 
guarda/esconde o $, a joia para depois dar ao criminoso). 
 
Conceito de “criminoso”: para a CF só é criminoso quem tem contra si uma sentença 
condenatória transitada em julgado, para o CP “autor de crime” e criminoso são sinônimos, 
não precisando ter sentença condenatória transitada para considerar alguém como criminoso. 
 
Ex. A bate no diretor da faculdade e pede ajuda para B que o esconde dos seguranças, estes 
perguntam para B se ele sabe onde A está e B diz que não, A acaba fugindo – Bcometeu o 
crime de favorecimento pessoal – ajudou a fugir/ocultar. 
 
NÃO OCORRE POR OMISSÃO O CRIME DE FAVORECIMENTO PESSOAL! 
 
Ex. A vê B cometendo um homicídio não fala nada para a polícia, os policiais descobrem que A 
viu o crime e não contou nada, eles não podem prender A por favorecimento pessoal! 
 
Ex. A furta o relógio do diretor e pede para B guardar o relógio e depois lhe entregar, os 
seguranças revistam A e não encontram nada, vão embora e B devolve o relógio para A. B 
cometeu favorecimento real. 
 
*** Advogado pode cometer os dois crimes de favorecimento (pessoal e real) advogado apenas 
pode prestar auxilio jurídico, se assim fizer não haverá crime (se falar para o cliente 
fugir/esconder e não ajuda-lo com isso não será crime) 
*** Escusas – APENAS para favorecimento pessoal (pais, filhos, irmãos, cônjuge – só para linha 
direta, linha colateral APENAS IRMÃOS E CÔNJUGE) 
 
Crime contra a Fé Pública 
 
Teoria Geral: O homem por exigência pratica e jurídica, diante da multiplicidade das 
relações sociais elevou a categoria de imperativo de convivência a necessidade de 
crença na legitimidade e autenticidade dos documentos. Afinal, seria ilógico que a 
cada transação cotidiana fossemos obrigados a provar a veracidade de um documento. 
Assim, até prova em contrário, aceita-se que os documentos sejam autênticos. A esse 
fenômeno, damos o nome de “fé pública” que nada mais significa do que a confiança 
“a priori” que os cidadãos depositam na legitimidade dos sinais, documentos, moedas, 
papeis..., aos quais a legislação atribui o valor probatório 
 
O Estado tem relevante interesse em preservar o objeto jurídico “fé pública”, razão 
pela qual elevou à categoria de crimes os fatos atentatórios a essa objetividade 
jurídica. 
 
Nos delitos deste capítulo a potencialidade de dano, embora não seja elemento 
contido no tipo penal, nele está implícito, já fazendo parte de sua essência. 
 
Não há delito de falso sem a capacidade de iludir a fé pública. Por essa razão, caso se 
trate de falsidade grosseira estaremos diante da hipótese de “crime impossível”, eis 
que não estaria em perigo o bem jurídico tutelado (fé pública) 
 
Documento: É considerado como tal, todo escrito indelével feito sobre coisa móvel e 
que contenha a exposição de fatos ou declaração de vontade (relevância jurídica). 
Núbia Brandino 
Exigindo-se forma escrita, exclui-se do conceito de documento as fotografias, CDs, 
DVDs, filmes, pinturas, gravuras, desenhos... que só poderão ser considerados meios 
de prova ou objeto material de outro crime, como os artigos 163 e 184, ambos do CP. 
 
 
 
Falso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Documento 
 
 
 
 
 
 
 
Contrafação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Não há crime de falso sem alteração da verdade, se não mudar a verdade o fato é atípico. 
Ex. contador derrama café em uma folha do livro contábil e substitui por uma folha nova e 
transcreve tudo igual (não há crime de falso), já se alterou o que estava na folha há o crime. 
- Se a falsidade enganar o homem médio ela foi bem-feita, mas se a falsificação for malfeita 
(que não engana ninguém), for grosseira, entende-se que é um crime impossível, pois além de 
alterar a verdade a imitação deve ser bem-feita. 
 * Porém esse documento falto grosseiro pode ser usado para estelionato (Ex. Nota falsa de 
dinheiro) 
 - Também precisa ter a potencialidade lesiva (dano real ou potencial), ou seja, criar 
direitos/obrigações no mundo real (jurídico). (Se criar prejuízo não se enquadra aqui, responde 
no Direito Civil, pois não criou direitos/obrigações no mundo real). Ex: falsificar uma 
procuração, certidão, se enquadra nesses 3 requisitos. Um dos documentos mais falsificados é 
a CNH. 
 
- Passando pelos três requisitos (grifados em amarelo) é falso, mas precisa ver se é documento. 
 
- Documento: precisa ser escrito indelével, que não apaga (tinta, caneta) não pode ser escrito 
a lápis que é apagável. 
 *** Xerox simples: não é documento. 
• Alteração da verdade – “mutatio veritatis” 
• Imitação da vontade – (imitatio veritatis” – crime 
impossível 
• dano real ou potencial 
3 requisitos: 
• Escrito indelével - tinta que não se apaga (lápis 
não 
• Móvel (que possa ser transmitido) 
• Exposição de fatos, declaração de vontade 
Nascimento, casamento, 
sentença 
Confissão de dívida, 
doação, testamento 
Contrafação 
• 297: documento público 
• 298: documento particular 
• 299: ideológico 
• 300 
• 301 
• 302: atestado médico 
• 304: uso de documento falso 
certidões 
Forma 
Ideia 
Núbia Brandino 
 *** Xerox autenticada: é documento, possui selo/carimbo certificando com fé pública, 
sai do documento particular e se torna pública, pois é autenticado. 
- Documento precisa ser móvel são portáveis, pode entregar, colocar em circulação, como RG, 
CNH, passaporte). 
- Expor fatos/confissão de dívida – último requisito. 
 
PASSANDO PELOS REQUÍSITOS DE FALSO E DE DOCUMENTO, TEMOS UM DOCUMENTO FALSO! 
 
- Quando falsifica na forma (297, 298) é uma falsidade material (documento emitido por 
alguém que não era competente para tanto. 
299 a 302: são falsificações de ideias (ideológicas), estando a matéria aqui correta 
(documento foi emitido por quem era competente, o documento é verdadeiro), mas o conteúdo 
está errado – falsidade ideológica. 
Ex. Juiz é competente para proferir sentença, mas coloca nessa sentença inverdades (conteúdo 
está errado) – falsidade ideológica! Não é material porque o juiz é competente para proferir a 
sentença, já que se uma pessoa que não seja magistrada profere uma sentença configura uma 
falsidade material, o documento já nasce “morto”. 
 
Contrafação: falsificação, que pode ser total ou parcial 
Ex.: A emite um passaporte falso para B usar e este tenta usá-lo para viajar, mas é pego pela 
polícia, A responde pelo 297 
 B responde pelo 304 
 
Ex.: A ele mesmo falsifica o passaporte e o utiliza, responde pelos 2 crimes (297 e 304)? NÃO, 
seria bis in idem, responde só pelo crime fim, ou seja, o 304. 
 
Súmula 17, STJ: Aplica o Principio da Consunção, mas de forma diferente, respondendo o 
criminoso pelo crime fim (estelionato) que possui pena menor que do crime meio (falsidade de 
documento pública), quando na verdade o crime fim, pelo qual o criminoso responde, deveria 
ter a pena maior. 
 
Falsificação de documento público (art. 297): 
O cheque é equiparado a documento público por se tratar de título ao portador 
 
A doutrina classifica os documentos públicos em substancialmente públicos e 
substancialmente privado, fazendo parte da 2ª categoria as escrituras públicas (há 
também o documento equiparado que é o cheque, além dessas duas) 
 
Xérox não autenticada não configura o crime em espécie, o mesmo dizendo-se em 
relação a documento (papel) escrito a lápis. Placas de veículo também não são 
considerados público, podendo sua adulteração tipificar o delito previsto no 311, 
CP - Adulteração de sinal identificador de veículo automotor. 
 
Quando o falso se esgota no estelionato, fica por ele absorvido (súmula 17, STJ). 
 
Há entendimento pacífico de inexistir concurso de falso com o crime de uso (art. 
304, CP), uma vez que quem usa tendo antes ele próprio falsificado não pode ser 
punido pelos dois crimes, sob pena da ocorrência do bis in idem. 
 
Além da súm. 17 acima citada, que trata especificamente do estelionato, também 
há entendimento jurisprudencial majoritário de que o crime de falso fica absorvido 
pelo crime de sonegação fiscal. POR ANALOGIA APLICA-SE A SÚM. 17. 
Núbia Brandino 
súmula 17: Possui entendimento contrário ao princípio da consunção (crime fim 
que é mais grave absorve o crime meio mais leve), sendo o crime mais grave 
absorvido pelo crime mais leve) 
 ** A falsificaçãode documento público (crime mais grave – pena de 2 anos) é 
absorvido pelo estelionato (crime mais leve, pena de 1 ano), quando o documento 
falso é usado para o estelionato (induzir alguém em erro para obter vantagem 
ilícita como dinheiro). Porém o crime de falsificação de documento público só será 
absorvido pelo estelionato se o crime de falso se esgotar (exaurir) no estelionato, 
se não se esgotar no estelionato, ou seja, o documento falso continuar “vivo” para 
enganar outras pessoas, não aplicará a súm. 17, haverá concurso de crimes, o 
crime de falsificação de documento nessa hipótese não será absorvido pelo 
estelionato. 
 
Por conta dessa súm. 17, começaram a estender para a sonegação fiscal, sendo o 
crime de sonegação (ideia da pessoa era sonegar o imposto, enganar a Receita 
Federal e não a Fé Pública) praticado por meio de documento falso, mas se você 
sonegou e pagou depois com juros e correção, quando caiu na malha fina da 
Receita Federal, extingue-se a punibilidade do crime fim (sonegação) e também do 
crime meio (falsificação de documento), ou sejam o sonegador não responde por 
crime nenhum! ***vale a pena sonegar no BR** 
 
A diferença de falsificação de documento público e falsidade ideológica é o meio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* art. 302: falsidade ideológica atestado médico falso é um crime próprio e doloso 
– só o médico comete esse crime, pois é um crime próprio!! 
art. 304: crime de uso de documento falso – há dois falsários, o que emitiu o 
documento falso e o que usou o documento falso. 
 
 Ex.: dentista emite um atestado dizendo que A arrancou os dentes do siso 
para que A falte 15 dias na faculdade, mas o atestado é falso! **Como o 
dentista não é médico não responde pelo 302, mas sim pelo 299 (falsidade 
ideológica) – conteúdo falso com a finalidade de criar direitos e obrigações. 
 
 * art. 304 é conhecido como crime remetido, porque não possui pena, remete a 
pena do crime praticado. Esse crime possui só o 1º preceito (usar documento falso), 
mas não possui o 2º preceito que é a pena como nos demais crimes, pois remete a 
pena do crime praticado. 
 
 
 
 
médico veterinário dando atestado médico para um ser humano – crime 
impossível, não engana o homem médio. 
A matéria está 
errada, foi emitido 
por quem NÃO 
PODIA 
A matéria está correta, 
emitido por quem tem 
capacidade, mas o 
conteúdo (a ideia) é 
incorreto. 
Todos os outros crimes possuem 
dois preceitos 
Núbia Brandino 
 
art. 297, §2: documentos equiparado a documento público (porque na prática esses 
documentos são particulares, mas estão sendo considerados – equiparados - a 
documentos públicos) – Se falsifica qualquer cheque, o cheque terá um “up grade”, 
será como falsificar um documento público e responde com quem falsificou um 
documento público (porque o cheque engana a fé pública). Na prática, por contada 
súm. 17, não responde por esse crime se usou o cheque para praticar estelionato (o que 
é comum, pois quem falsifica o cheque quer induzir em erro para obter vantagem ilícita 
e não engana a fé pública). 
 
 
 
 Além do cheque e, pode ser duplicata, nota promissória, mais ações 
comerciais, livros de empresas e testamento particular 
 
 
 
 
 
 
 
Placa de veículo era considerado um documento antes do art. 311, ou seja, antes desse 
art, se ocorresse a adulteração da placa de um veículo era como falsificar documento 
público 
Com a criação do art. 311 há duas correntes: 
I – Responde por adulteração (ao sinal identificativo) da placa do 
veículo e 
 
II – não responde pela adulteração (adultera com fita preta isolante o 
nº ou letra da placa) quem quis burlar o rodízio, NÃO responde por esse 
crime, só responde por uma infração administrativa. 
 
Tribunais hoje estão usando a corrente (I) – crime e infração 
administrativa. e responde pelas duas quem adulterou a placa. 
“bis in idem”: quem usou documento falso responde pelo 304 com a 
pena remetida e quem emitiu esse documento responde pelo 297, por 
exemplo (cada um com seu art) **Se a pessoa fez o documento para 
ela mesma usar só responde pelo crime fim** 
 
 
Art. 299: Não exige perícia, ao contrário dos crimes dos artigos 297 e 298 que, por se 
relacionarem com a matéria, precisam passar por perícia para determinar se o 
documento é falso ou não. O art. 299 não exige perícia, pois relaciona-se com a ideia 
(com o conteúdo). 
 
 
Falsidade Ideológica – art. 299. 
 
É provado por outro documento (original por exemplo) ou por prova testemunhal 
Trata-se da falsificação de teor ideativo ou intelectual. 
 
É o estelionato 
Mesmo sendo particular será equiparado a 
documento público, é particular porque foi emitido 
perante particulares e não em um cartório 
Núbia Brandino 
Comparativo: Enquanto na falsidade material o crime é apurado pelo exame do 
escrito, para se verificar se houve falsificação, na ideológica o crime só pode ser 
escrito, para se verificar se houve falsificação na ideológica o crime só pode ser 
constatado pela verificação dos fatos a que se refere o documento. Por isso mesmo o 
último não exige a perícia, eis que não se discute a alteração formal do documento 
(está correta a forma). 
 
Falsidade de Atestado Médico art. 302 
 
Sujeito ativo: Só o médico, ou seja, é um crime próprio. 
Se o médico for FP e emitir o atestado falso habilitando alguém a tomar posse de um 
cargo público, tipificado estará, pelo Princípio da Especialidade, o art. 301, CP. 
 
Uso de documento falso – art. 304 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, menos o autor da falsificação, pois ele responderá pelo 
crime específico. 
Conduta típica: fazer uso, que significa empregar, utilizar, devendo o documento falso 
sair da esfera do agente por iniciativa dele próprio eis que segundo corrente 
minoritária trazer consigo o documento sem utilizá-lo não configura o crime de uso. 
 
Princípio da Especialidade (adoção à brasileira): art. 242 – crime mais benéfico (“falsidade 
ideológica privilegiada”) do que responder pelo art. 299. 
*art. 301: Certidão falsa emitida por um médico para uma pessoa que não tenha aptidão para 
ocupar um cargo público possa tomar posse ou emite certidão para isentar alguém de uma 
obrigação (Ex. deixar de servir o exército, apresenta um atestado dizendo que tem algum 
problema e não pode prestar o serviço) 
*art. 304: a conduta é fazer uso do documento falso e não portar documento falso, pois portar 
é conduta atípica!! (entendimento pacífico) 
 ** para o professor portar documento falso seria conduta típica, pois estaria fazendo uso 
de forma passiva.

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