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1 DIREITO PENAL EXERCÍCIOS: CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2 QUESTÕES 01. Assinale a alternativa correta. A) Nos crimes funcionais próprios, a ausência da condição de funcionário público desclassifica a conduta para outro tipo penal. B) Nos crimes funcionais impróprios, a condição de funcionário público, por ser um elementar normativa, se comunica enquanto condição de caráter pessoal, tornando possível o concurso de pessoas com o particular que possua conheci- mento daquela condição. C) O particular que auxiliar o funcionário público na prática de crime funcional próprio, sem ter conhecimento daquela condição, pratica crime comum. D) O particular que auxiliar o funcionário público na prática de crime funcional impróprio, sem ter conhecimento daquela condição, não prática fato típico. E) Nos crimes funcionais impróprios, a ausência da condição de funcionário pú- blico gera uma atipicidade absoluta. 02. Para fins de responsabilização, o Código Penal considera funcionário pú- blico quem: A) em caráter não transitório, exerça cargo, emprego ou função pública na Admi- nistração Direta ou Indireta. B) está investido em cargo efetivo e recebe / rendimentos pagos pelos cofres pú- blicos. C) assume cargo efetivo ou comissionado ou, mesmo sem manter relação de em- prego, transacione comercialmente com a Administração Pública. D) em caráter não transitório e com remuneração paga pelo erário, exerça cargo, emprego ou função pública na Administração Direta. E) embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 03. No que concerne ao conceito de funcionário público e equiparados, para fins penais (CP, art. 327), é correto afirmar que: A) a falta de remuneração impede a caracterização do indivíduo como funcioná- rio. B) a transitoriedade da função pública afasta a possibilidade de caracterização do indivíduo como funcionário. C) aquele que trabalha para empresa prestadora de serviço contratada para a execução de atividade típica da Administração Pública é equiparado a funcioná- rio. 3 D) por ausência de expressa previsão legal, aquele que exerce cargo em entidade paraestatal não é considerado funcionário. E) o funcionário que trabalha em função de direção em fundação instituída pelo poder público, ao cometer crime contra a Administração, terá a pena aumentada de metade. 04. O caput do art. 327 do Código Penal estabelece que “considera-se funcio- nário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública". Levando em conta esse dispositivo legal, é considerado funcionário público para fins penais: A) O administrador judicial de massa falida. B) O administrador de hospitais privados credenciados pelo Governo. C) O tutor. D) O administrador de hospital que presta atendimento a segurados da Previ- dência Social. E) O inventariante. 05. Assinale a alternativa correta: A) A pena será dobrada quando os autores dos crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração em geral forem ocupantes de cargos em comis- são ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta B) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora tran- sitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. C) A pena será aumentada de metade quando os autores dos crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração em geral forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta D) não se equipara a funcionário público, para fins penais, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal E) equipara-se a funcionário público, para fins penais, quem trabalha para em- presa prestadora de serviços conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública, não se aplicando tal disposição à empresa contratada para tanto. 06. Para fins penais, considera-se funcionário(a) público(a): A) o tutor. B) o inventariante. C) o dirigente sindical. 4 D) a esposa pensionista de servidor público falecido. E) o estagiário de defensoria pública. 07. Quanto aos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração Pú- blica em Geral, assinale a alternativa correta. A) É crime de resistência usurpar o exercício de função pública; B) É crime de usurpação de função pública opor-se à execução de ato legal, me- diante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio; C) É crime de corrupção ativa oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio- nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício; D) É crime de descaminho desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela; E) Nenhuma das assertivas anteriores está correta. 08. Isabela, Guarda Civil Municipal, no exercício de suas funções, durante o atendimento de uma ocorrência em via pública, é surpreendida por gritos de Carlos, um dos cidadãos envolvidos na ocorrência, que se diz “inconformado com a demora na resolução da questão. Carlos passa a afirmar, na presença de várias pessoas, que a demora do atendimento e da resolução da questão se explica pelo fato de Isabela ser mulher e que ela é “incompetente”. Consi- derando as informações narradas acima, a conduta de Carlos configura: A) nenhum crime, pois ele somente exerceu seu direito de manifestar seu des- contentamento com o serviço público. B) violência arbitrária. C) resistência. D) desacato. 09. O crime contra a Administração Pública chamado de descaminho, que nada mais é do que iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, ou saída ou pelo consumo da mercadoria, uma vez praticado e comprovado, é correto dizer que: A) Trata-se de crime formal e, portanto, irrelevante o pagamento do tributo. B) Trata-se de crime formal e, portanto, irrelevante o parcelamento do tributo. C) Trata-se de crime material e, portanto, irrelevante o pagamento do tributo. D) Trata-se de crime material e, portanto, a consumação só se efetiva na consti- tuição definitiva do débito. 5 10. O sujeito ativo do crime de desobediência (CP. art. 330) é: A) funcionário público. B) particular. C) funcionário público e particular. D) funcionário público ou particular. E) funcionário público e particular em concurso necessário. 11. Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item com base no direito penal brasileiro. A pessoa que exerce função em empresa controlada indiretamente pelo po- der público de país estrangeiro não se equipara a funcionário público estran- geiro. No CP está previsto que essa equiparação ocorre apenas quando a pes- soa exerce função em empresa controlada diretamente pelo poder público de país estrangeiro. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12. Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item sub- sequente. A oposição manifestada pelo indivíduo, mediante resistência passiva, sem o uso da violência, contraordem emanada por autoridades policiais que preten- dessem levá-lo à delegacia, sem que houvesse flagrante, é suficiente para ca- racterizar o delito de resistência. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13. Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item sub- sequente. O tipo penal do crime de desacato é imputável a servidor público no exercício de suas funções. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14. Em uma abordagem durante blitz de rotina em rodovia federal, o policial constatou alteração no chassi do veículo que estava sendo fiscalizado. Ques- tionado pelo policial, o condutor ofereceu-lhe grande quantia para que fosse liberado de imediato. 6 Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. Ao oferecer dinheiro para ser irregularmente liberado da blitz, o condutor pra-ticou o crime de corrupção ativa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 15. No que se refere aos crimes contra a administração pública, julgue o pró- ximo item. O pagamento do tributo devido extingue a punibilidade do crime de desca- minho. ( ) CERTO ( ) ERRADO 16. É possível, segundo entendimento doutrinário predominante, a ocorrência do crime de corrupção ativa sem que exista simultaneamente o cometimento da corrupção passiva, pois as condutas são independentes. ( ) CERTO ( ) ERRADO 17. A respeito dos crimes de contrabando, descaminho e facilitação de con- trabando ou descaminho, julgue o próximo item. A conduta do agente que pratica navegação de cabotagem é típica, caracte- riza o crime de contrabando e é punida com pena em dobro. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18. A respeito dos crimes de contrabando, descaminho e facilitação de con- trabando ou descaminho, julgue o próximo item. O agente que ilude o pagamento de tributo aduaneiro devido pela entrada ou pelo consumo de mercadoria pode incidir no crime de descaminho. Na hi- pótese de o tributo devido ser inferior ao mínimo exigido para a propositura de uma execução fiscal, o STF entende que a conduta é penalmente irrele- vante, aplicando-se a ela o princípio da insignificância. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7 19. Julgue o item a seguir, referente ao excesso de exação, à violação de sigilo e à sonegação de contribuição previdenciária. Em se tratando de crime de sonegação de contribuição previdenciária, com- provada a conduta típica, ilícita e culpável, deverá o juiz aplicar apenas a pena de multa ao agente, se este for primário e de bons antecedentes. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20. Julgue o item a seguir, referente ao direito penal e ao direito processual penal. O delegatário de poder público pode ser agente do crime de desobediência. ( ) CERTO ( ) ERRADO QUESTÕES COMENTADAS COMENTÁRIO QUESTÃO 01: Nos crimes funcionais impróprios, a condição de funcionário público, por ser um elementar normativa, se comunica enquanto condição de caráter pessoal, tor- nando possível o concurso de pessoas com o particular que possua conheci- mento daquela condição. (CORRETA). Nos crimes funcionais impróprios (ou mistos), segundo Cleber Mas- son, a falta da condição de funcionário público pelo agente importa na desclassi- ficação para outro delito (atipicidade relativa). Por exemplo, no peculato-apropri- ação (CP, art. 312, caput, 1ª parte), se ausente a condição de funcionário público relativamente ao autor, subsistirá o crime de apropriação indébita (CP, art. 168). A condição de funcionário público constitui elementar nos crimes previstos no Capítulo I do Título XI do CP. Ausente essa condição, o crime desaparece (atipici- dade absoluta) ou se transforma em outro (atipicidade relativa). Esse elementar, por ter caráter pessoal, comunica-se ao coautor ou partícipe do crime. GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 03: A alternativa C está correta, conforme prevê o artigo 327, § 1º, do CP: 8 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administra- ção Pública. GABARITO: LETRA C. COMENTÁRIO QUESTÃO 04: O administrador de hospital que presta atendimento a segurados da Previdência Social. (CORRETA). No Direito Penal, valeu-se o legislador de um critério ampliativo: a expressão "funcionário público" equivale a "agente público", na forma elencada pelo art. 327, caput, do Código Penal. Desse modo, engloba os funcionários públi- cos em sentido estrito, os empregados públicos, os servidores públicos ocupantes de cargos em comissão, os servidores temporários, os particulares em colabora- ção com o Poder Público e qualquer outra modalidade de agente público passí- vel de se apresentar. No entanto, não se pode confundir função pública com múnus público, isto é, os encargos públicos atribuídos por lei a algumas pessoas, tais como os tutores, cu- radores, inventariantes judiciais, administrador judicial de massa falida e o admi- nistrador de hospitais privados credenciados pelo Governo. GABARITO: LETRA D. COMENTÁRIO QUESTÃO 05: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transito- riamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. (CORRETA). Transcrição literal do art. 327, caput, do CP. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pú- blica. GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 06: Veja o que diz o Código Penal: 9 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pú- blica. Vocês observaram como o Código Penal não quis deixar muitas dúvidas. Consi- derou funcionário público quem exerce CARGO PÚBLICO, quem exerce EM- PREGO PÚBLICO, quem exerce FUNÇÃO PÚBLICA. É um conceito AMPLO que engloba até mesmo quem exerce cargo, emprego ou função pública de forma TRANSITÓRIA É uma definição tão AMPLA que alcança até mesmo quem exerce cargo, em- prego ou função pública SEM REMUNERAÇÃO. Assim, o estagiário também é considerado funcionário público para fins penais, conforme reconhece a jurisprudência, logo, responderá por crimes contra a ad- ministração pública. Erros das demais alternativas: Letras a) e b) Quem exerce um encargo público não é considerado funcionário público para fins penais. Vamos entender melhor isso. Nesse tipo de atividade, por mais que seja importante, prevalece o interesse pri- vado, ou seja, não será exercida uma função predominantemente pública, e sim privada. Melhor exemplo é o defensor dativo. Quando um réu não tem advogado, o juiz nomeia um advogado para esse réu: o chamado defensor dativo. É inegável que encargo é importante, mas o interesse que o defensor dativo irá “defender” é o do réu, logo, prevalece o interesse privado. Por isso, não é considerada função pública, logo, não será considerado funcionário pública para fins penais. Assim, o inventariante judicial, o tutor dativo, o curador dativo e o síndico falimen- tar não são funcionários públicos para fins penais. Letras c) e d) O dirigente sindical e a esposa pensionista de servidor público falecido NÃO se enquadram no conceito de funcionário público. GABARITO: LETRA E. COMENTÁRIO QUESTÃO 07: c) É crime de corrupção ativa oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio- nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício; (CORRETA). De acordo com o art. 333, caput, do CP. 10 Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. GABARITO: LETRA C. COMENTÁRIO QUESTÃO 08: d) desacato. (CORRETA). O núcleo do tipo penal do art. 331 do CP é “desacatar”, ou seja, realizar uma conduta objetivamente capaz de menosprezar a função pública exercida por determinada pessoa. Em outros termos, ofende-se o funcionário público com a finalidade de humilhar a dignidade e o prestígio da atividade administrativa ([...] Carlos passa a afirmar, na presença de várias pessoas, que a demora do atendi- mento e da resolução da questão se explica pelo fato de Isabela ser mulher e que ela é “incompetente”). Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. GABARITO: LETRA D. COMENTÁRIO QUESTÃO 09: O crime contra a Administração Pública chamado de descaminho, que nada mais é do que iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, ou saída ou pelo consumo da mercadoria,uma vez praticado e comprovado, é correto dizer que: a) Trata-se de crime formal e, portanto, irrelevante o pagamento do tributo. (CORRETA). O mencionado delito se consuma com o ato de iludir o pagamento de imposto devido pela entrada ou saída de mercadoria do país. Cuida-se de crime formal, isto é, seu aperfeiçoamento ocorre com a manobra fraudulenta e independe da obtenção do resultado naturalístico, consistente no sucesso ati- nente ao não pagamento do tributo. GABARITO: LETRA A. COMENTÁRIO QUESTÃO 10: O crime de desobediência está previsto no art. 330 do CP, no capítulo referente aos crimes praticados por PARTICULAR contra a administração em geral. Veja- mos: 11 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 11: Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item com base no direito penal brasileiro. A pessoa que exerce função em empresa controlada indiretamente pelo poder público de país estrangeiro não se equipara a funcionário público estrangeiro. No CP está previsto que essa equiparação ocorre apenas quando a pessoa exerce função em empresa controlada diretamente pelo poder público de país estran- geiro. (ERRADA). O parágrafo único do art. 337-D do Código Penal contempla o conceito de funcionário público estrangeiro por equiparação, ou seja, equipara-se a funci- onário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estran- geiro ou em organizações públicas internacionais. Funcionário público estrangeiro: Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em- prego ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomá- ticas de país estrangeiro. Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indireta- mente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públicas in- ternacionais. GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 12: (ERRADA). A resistência ativa (vis corporalis ou vis compulsiva) é a que se carac- teriza pelo emprego de violência ou ameaça ao funcionário público ou ao parti- cular que lhe presta auxílio, com o propósito de impedir a execução de ato legal. A conduta se amolda à descrição típica contida no art. 329, caput, do Código Pe- nal, configurando o crime de resistência. Por sua vez, a resistência passiva (vis civilis) é a oposição à execução de ato legal sem a utilização de violência ou ameaça ao funcionário público ou a quem lhe auxilia, motivo pelo qual é também chamada de "atitude ghândica". Não se veri- fica o crime de resistência, subsistindo, porém, o delito de desobediência (CP, art. 330). 12 No entanto, vale lembrar que não houve situação de flagrante ([...] sem que hou- vesse flagrante), o que torna a prisão ilegal devendo ser relaxada pela autoridade judiciária competente. GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 13: (CORRETA). De fato, o funcionário público poderá ser responsabilizado por desa- cato (CP, art. 331), uma vez que, ao ofender física ou moralmente um funcionário público, o sujeito se despe da sua condição funcional e se equipara ao particular. Na realidade, entre as atribuições do funcionário público - pouco importando seja ele da mesma categoria ou de categoria diversa do ofendido - não se insere a agressão de qualquer natureza contra outro funcionário público. Desse modo, a ele deverá ser imputado o crime de desacato, pois o bem jurídico tutelado é o prestígio da função pública, razão pela qual o sujeito passivo é o Es- tado e, secundariamente, o funcionário público ofendido. Veja-se a seguir. "[...] É possível a prática do crime de desacato por funcionário público contra pessoa no exercício de função pública, pois se trata de crime comum em que a vítima imediata é o Estado e a mediata aquela que está sendo ofendida." (STJ, HC 104.921/SP, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), 6ª Turma, j. 21-05-2009, DJe 26-10-2009). Desacato CP, art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 14: Ao oferecer dinheiro para ser irregularmente liberado da blitz, o condutor prati- cou o crime de corrupção ativa. (CORRETA). A conduta típica alternativamente prevista (CP, art. 333) consiste em oferecer (apresentar, colocar à disposição) ou prometer (obrigar-se a dar) vanta- gem indevida (de qualquer natureza: material ou moral) a funcionário público, para determiná-lo a praticar (realizar), omitir (deixar de praticar) ou retardar (atra- sar) ato de ofício (incluído na esfera de competência do funcionário). Portanto, o condutor praticou o delito de corrupção ativa por ter oferecido di- nheiro para ser irregularmente liberado da blitz. Corrupção ativa 13 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 15: (ERRADA). Segundo entendimento do STJ, o crime de descaminho (CP, art. 334) é formal, razão pela qual não há necessidade de apurar o montante de tributo devido, o que torna irrelevante, para a tipicidade penal, eventual pagamento. Veja-se a seguir. "[...] 3. Assim, o descaminho não pode ser equiparado aos crimes materiais con- tra a ordem tributária, o que revela a impossibilidade de que o agente tenha a sua punibilidade extinta pelo pagamento do tributo.” 4. O artigo 9º da Lei 10.684/2003 prevê a extinção da punibilidade pelo paga- mento dos débitos fiscais apenas no que se refere aos crimes previstos nos arti- gos 1º e 2º da Lei 8.137/1990, 168-A e 337-A do Código Penal, o que reforça a impos- sibilidade de incidência do benefício em questão ao descaminho." (STJ, RHC 43.558/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, j. 05-02-2015, DJe 13-02-2015). GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 16: Veja o que diz o CP: Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. A ocorrência dos dois crimes (o concurso) NÃO é necessária. É possível a ocorrência do crime de corrupção ativa (o particular oferece a vanta- gem indevida) sem que exista simultaneamente o cometimento da corrupção passiva (o funcionário público não aceitar receber a vantagem indevida). 14 GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 17: A questão está ERRADA. A conduta do agente que pratica navegação de cabotagem, FORA DOS CASOS PERMITIDOS EM LEI, caracteriza o crime de DESCAMINHO, e não contrabando. É o que diz o CP: Descaminho Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1º Incorre na mesma pena quem: I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (...) Cabe destacar mais uma vez que só haverá o crime de se a conduta for realizada fora dos casos permitidos em lei. GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 18: Descaminho Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Veja que no descaminho ocorre o “não pagamento” o respectivo imposto ou di- reito. Ocorre queas teorias mais recentes do Direito Penal exigem lesividade ao bem jurídico protegido pela lei penal. Em outras palavras, só há crime se houver lesão ao que se protege. Assim, o Judiciário vem entendendo, que em alguns casos, a lesão ao bem jurí- dico protegido (tutelado) é tão pequena, tão INSIGNIFICANTE, que não haverá crime, que não haverá TIPICIDADE MATERIAL, por mais que haja tipicidade for- mal (o fato se encaixe perfeitamente ao tipo penal). Exemplificando: a mãe que furta um litro de leite do supermercado para dar ao filho. Ela realmente cometeu formalmente um furto, ou seja, a conduta dessa mãe é perfeitamente enquadrada no tipo penal do furto. Entretanto, a lesão ao bem jurídico é tão pequena, tão insignificante, que haverá crime, pois entende- se que não houve lesão ao bem tutelado, não houve tipicidade material. É o famoso e tão falado PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. Tal princípio é aplicável ao crime de descaminho. 15 Realmente na hipótese de o tributo devido ser inferior ao mínimo exigido para a propositura de uma execução fiscal, o STF entende que a conduta é penalmente irrelevante, aplicando-se a ela o princípio da insignificância. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 19: A questão está ERRADA. O Código Penal prevê uma hipótese de EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE em tal crime: Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. (...) § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – (VETADO) II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Assim, o texto da lei indica que é uma FACULDADE (e não um dever). Assim, não basta ser primário e de bons antecedentes, é necessário que o valor das contri- buições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajui- zamento de suas execuções fiscais. GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 20: Se no crime de “resistência” a pessoa usava de violência ou ameaça na oposição da execução de um ato legal. No crime de “DESOBEDIÊNCIA” a pessoa, SEM USO DE VIOLÊNCIA ou AMEÇA, NÃO OBEDECE a ordem legal de funcionário público. Qualquer pessoa pode cometer o crime, é o chamado crime COMUM, porque é COMUM a qualquer pessoa, e não próprio de determinadas pessoas. Nesse contexto, a banca entendeu que o delegatário de poder público pode ser agente do crime de desobediência. GABARITO: CERTO.
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