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Fases do Reparo de Lesões

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1-	O reparo é a capacidade auto regenerativa de células especializadas, formação de granulação e reconstrução do tecido, ele pode ser dividido em 3 fases, que são consideradas características macroscópica e histológicas em cada uma dela. Ao longo que a lesão evolui há sobreposições e sucessões de eventos tissulares e celulares que são resultados da ligação celular de mediadores químicos. Quando ocorre uma lesão ocorrem alterações nas células endoteliais e junções, podendo ocorrer a ruptura de vasos sanguíneos e extravasamento, logo ocorre um processo inicial que é chamado de fase inflamatória faz o tamponamento desses vasos, ocorrem descargas adrenérgicas e a ação de mediadores, na primeira resposta ocorre a vasoconstrição. Nesta fase ocorrem várias sequências como recrutamento de trombo com plaquetas que é quem fazem o tamponamento, esse trombo é rapidamente infiltrado pela fibrina que o transforma em trombo fibrinoso e após, os eritrócitos se juntam com a rede fibrinosa e forma-se então o trombo vermelho, principal responsável pelo fechamento do vaso sanguíneo rompido e alicerçará a vinda de células responsáveis pelo reparo. A ligação inicial ocorre através de proteínas de adesão que estão nas células, que em sua grande maioria são glicoproteínas que tem ligação para o fibrinogênio, além de ser abundante em superfícies plaquetárias que são ativadas por um grande número de substâncias agonistas presentes da matriz endotelial e corrente sanguínea e ativa também a ação da protrombinase que produz mais trombina e o ADP que é liberado das hemácias é amplificador destas plaquetas que as induz receptores para o fibrinogênio (GP IIb/IIIa). Outros processos induz a agregação plaquetária como o ácido araquidônico que se transforma em TXA2, que é um agonista, vasoconstritor e indutorda ligação do GP IIb/IIIa, o PAF que ativa as plaquetas e induz sua agregação, além de outros agonistas plaquetários que são a noradrenalina e serotonina. Todos esses mediadores têm como fim a ativação do GP IIb/IIIa que por interações é o fator principal de agregação plaquetária. Além disto quando ocorre o extravasamento passivo dos vasos os neutrófilos fazem barreiras contra invasões de microrganismos, o recrutamento de neutrófilos é influenciado por quimiocinas, que dentro dessas células o CTAP-III é convertido em NAP-2 que vai para o microambiente, por mediadores locais as células são ativadas que passam a secretar outros mediadores promotores de diapedese de neutrófilos que é o GRO-a. A quimiotaxia desse componente é feita pelo ENA-78 e o reconhecimento dessas três quimiocinas pelos neutrófilos é por meio da CXCR2 presente na membrana celular e o influxo de neutrófilos nesse primeiro momento está sendo mediado por leucotrienos. Com interações entre moléculas do Fator de Hageman e cininogênio é composta a bradicinina que produz efeitos vasoativos, nociceptivos e também indutora da metabolização do ácido araquidônico para eicosanoides, além do auxilio da ação quimiotática e compor moléculas com atividades pró-inflamatórias. O último processo para formar o gradiente quimiotático é a produção de fibrinólise e todo são isoladamente insuficientes para o recrutamento de neutrófilos a partir da circulação s esses mediadores citados e por ação eicosanoides e citocinas produzidas por macrófagos as células dos vasos não lesados são levadas a expressar a adesão de leucócitos e também são levados a dilatar, lentificando a circulação e diminuindo a força de arraste permitindo mais leucócitos no local. Por fim, nas regiões distais que vasos vazam, o aporte de oxigênio fica comprometido em função da formação do trombo, o influxo de neutrófilos e macrófagos ativados para esta região aumenta a demanda por oxigênio com consequente elevação das concentrações de ácido láctico e queda do pH e toda esta combinação, hipóxia, pH baixo e alta concentração de ácido láctico, ativa o macrófago para a produção de fatores de crescimento.
O próximo processo é a fase fibroblástica e de deposição de matriz extracelular que começa após a presença local de macrófagos e liberação de mediadores químicos produzidos por estes e a ativação e migração de fibroblastos fica intensificada que são os principais recursos do tecido de granulação. Após o fator de crescimento e os demais mediadores serem ativados vão para as feridas e com o aumento do número de fibroblastos começa a produção de colágeno no local e a matriz extracelular começa a ser substituída por tecido conjuntivo mais forte e elástico (fibroplasia), que precisa também da formação de novos vasos sanguíneos. Com a fibroplasia começa o inicio da formação do tecido de granulação que estão suportados por uma matriz frouxa de fibronectina, ácido hialurônico e colágenos tipo I e II, este tecido é caracterizado por ter muitos espaços vazios devido aos vasos imaturos e sob estímulos de fatores de crescimento e outros mediadores começa ser secretado colagenase no local e ativador plasminogênio promovendo aberturas na região basal e permitindo migração das células endoteliais seguirem em direção à lesão, estas formam nos vasos um broto capilar que se unem ao capilar de onde eram originárias para fazer um novo fluxo sanguíneo. A ferida precisa ser preenchida, logo elas têm de estimular para aumentar a proliferação dos e migração das células começando da sua margem e também o local será preenchido por tecido de granulação com base de diferenciação de fibroblastos nas margens da ferida para miofibroblasto. À medida que a ferida vai maturando a quantidade de ácido hialurônico diminui e começa a síntese de prosteoglicanos e glicosaminoglicanos sulfatados favorecendo assim a fixação e imobilidade das células, deixando-as mais maduras, e também as células endoteliais se diferenciam em células de revestimento e vasos neoformados tendo características funcionais dos capilares. Os fibroblastos são os que passam por maior mudança fenotípica, de células imaturas migratórias e replicativas no início do processo, passam para um tipo característico de células ativamente engajadas na síntese protéica, ou seja, o seu citoplasma se torna volumoso e apresenta um retículo endoplasmático rugoso abundante, passando a secretar muito colágeno e tornam a fibronectina o seu principal componente. O oxigênio nessa fase é preciso em muitas concentrações para a hidroxilação dos resíduos de prolina e lisina nas cadeias polipeptídicas do colágeno montadas no citoplasma dos fibroblastos. O processo repitalização começa com o “efeito de vizinhança livre” as células primitivas entram em um processo mitótico, além disto o processo EGF também contribuem que durante sua trajetória depositam quantidades altas de fibronectina, acelerando o processo de migração e a medida que a lesão vai sendo coberta pelas células epidermais é acionado o mecanismo de “inibição por contato” em que células voltam a apresentar o fenótipo original e a membrana basal é refeita e os hemidesmossomos e desmossomos são reconstituídos. Ao final desta fase a margem da ferida está totalmente preenchido pelo tecido de granulação, a circulação é restabelecida pela neovascularização e a rede linfática está passando por regeneração e aos poucos o tecido de granulação é enriquecido com mais fibras colágenas o que começa a dar à região lesada a aparência de cicratriz devido ao acúmulo de massa fibrosa.
A última fase é de remodelamento que começa por volta do décimo dia e quando a lesão está totalmente preenchida de tecido de granulação, com uma rede de capilar atravessando-o e a rede linfática em regeneração. O tecido de granulação é enriquecido com mais fibras de colágeno e tem uma aparência cicatricial, surgem as primeiras fibras colágenas do tipo I, e vão sumindo formando a cicatriz. A resolução completa da ferida pode ser considerada concluída após a maturação e a remodelagem da matriz extracelular. Os eosinófilos aparecem nas últimas fases da reparação e presume-se que podem estar relacionados à produção de fatores de crescimento e a resistência da cicatriz é dada pela quantidadede deposição de colágeno e quão as fibras estão organizadas. O processo de remodelamento da cicatriz envolve etapas sucessivas de produção, digestão e orientação das fibrilas de colágeno e ao final desse processo os anexos da pele sofrem regeneração limitada e a coloração da cicatriz permanece pálida, pois a regeneração dos melanócitos é deficiente e as cicatrizes são hipo-vascularizadas devido ao desaparecimento dos neocapilares.

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