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FERIDAS Qualquer violação da integridade de um tecido vivo, pode ser considerada uma ferida. Uma ferida é representada pela perda de integridade da pele e tecidos moles subjacentes, que pode ser aguda ou crônica, e causada por diversos mecanismos, desde trauma até lesões isquêmicas. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS São classificadas de várias maneiras: tipo de agente causal, grau de contaminação, tempo de traumatismo, pela profundidade das lesões, sendo que as duas primeiras são as mais utilizadas. são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas. : o agente não tem corte acentuado, sendo que a força do traumatismo que causa penetração do instrumento. ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída. Isabella Alvarenga – UNINOVE – 6° semestre mecanismo mais frequente são a compressão: a pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento tecidual. : na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade. são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como digestório, respiratório e genito-urinário. Risco de infecção é de 1 a 5%. são conhecidas potencialmente contaminadas; nelas há contaminação ocasionada por faca de cozinha, ou situações que houve a abertura dos demais sistemas citados acima. Risco de infecção é de 3 a 11 %. há reação inflamatória, são as que tiveram contato com material como terra, fezes, entre outros. Risco de infecção é de 10 a 17%. apresenta sinais nítidos de infecção. • Cirúrgica; • Traumáticas; • Patológicas; • Iatrogênicas. • pode ser por lacerações (rupturas e cortes irregulares); perfurações (penetração de algo pontiagudo); abrasões (remoção da camada superficial da pele); avulsões (corte abrupto da pele) ou amputações (remoção de um membro do corpo). • • • bordas justapostas; CICATRIZAÇÃO A cicatrização de feridas consiste em uma perfeita cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a repavimentação e a reconstituição do tecido. A perda tecidual pode atingir a derme completa ou incompletamente, ou mesmo atingir todo o órgão, chegando ao tecido celular subcutâneo. • Localização anatômica; • Tipo de pele; • Raça; • Técnica cirúrgica utilizada. FASES DA CICATRIZAÇÃO Inicia-se no momento exato da lesão. O sangramento traz consigo plaquetas, hemácias e fibrina, selando a borda da ferida. O coágulo formado estabelece uma barreira que protege da contaminação. Com a lesão tecidual, há liberação local de histamina, serotonina e bradicinina que causa vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo no local, consequentemente, sinais inflamatórios como calor e rubor. A permeabilidade capilar aumenta causando o extravasamento de líquidos para o espaço extracelular, causando o edema. Isabella Alvarenga – UNINOVE – 6° semestre Os primeiros elementos celulares a alcançar o local da ferida são os neutrófilos e os monócitos, com a função de desbridar as superfícies da ferida e fagocitar as partículas antigênicas e corpos estranhos. O pico de atividade ocorre nas primeiras 24-48 horas após o trauma. É composta de três eventos importantes que sucedem o período de maior atividade da fase inflamatória: neo- angiogênese, fibroplasia e epitelização. Esta fase caracteriza-se pela formação de tecido de granulação, que é constituído por um leito capilar, fibroblastos, macrófagos, arranjo de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. Esta fase inicia-se por volta da 3° dia após a lesão, perdura por 2 a 3 semanas e é o marco inicial da formação da cicatriz. : é o processo de formação dos novos vasos sanguíneos, necessário para manter o ambiente de cicatrização da ferida. • Os novos vasos formam-se a partir dos brotos endoteliais sólidos, que migram no sentindo da periferia para o centro da ferida, sobre a malha de fibrina depositada no leito da ferida. • A bradicinina, a prostaglandina e outros mediadores químicos oriundos dos macrófagos, ativados, estimulam a migração e a mitose das células endoteliais. Esse processo não é apenas pela nutrição do tecido, com uma demanda metabólica maior, como também pelo aumento do aporte das células. após o trauma, células mesenquimais normalmente novas e esparsas no tecido normal, são transformadas em fibroblastos e atraídas para o local inflamatório, onde se dividem e produzem os componentes da matriz extracelular. • O fibroblasto só aparece no sítio da lesão a partir do 3° dia, quando os leucócitos já fizeram seu papel higienizador da área traumatizada. • A função primordial dos fibroblastos é sintetizar colágeno, ainda na fase celular da inflamação. • O colágeno é o material responsável pela sustentação e pela força tensil da cicatriz, produzido e degradado continuamente pelos fibroblastos. nas primeiras 24 a 36 horas após a lesão, fatores de crescimento epidérmicos estimulam a proliferação de células do epitélio. • Na pele os ceratinócitos são capazes de sintetizar diversas citocinas que estimulam a cicatrização das feridas cutâneas. • Formação do tecido de granulação, ele é composto de neo-vasos fibroblastos, macrófagos e colágeno frouxo. A maturação tem início durante a 3° semana e caracteriza-se por um aumento de resistência, sem aumento da quantidade de colágeno. Há um equilíbrio de produção e destruição das fibras de colágeno nesse período, por ação da colagenase. O aumento da resistência deve-se a remodelagem das fibras de colágeno, com aumento das ligações transversas e melhor alinhamento do colágeno. A fase de maturação dura toda a vida da ferida, embora o aumento da força tênsil se estabilize, após 1 ano. O colágeno tipo 3 produzido inicialmente, que é mais fino é orientado paralelamente a pele, é substituído por um colágeno mais espesso direcionado ao longo das linhas de tensão, aumentando a força da lesão. A fase aguda da cicatrização da ferida chega a seu fim, com cessação da neo-angiogênese, redução do fluxo sanguíneo e atividade celular e bioquímica. O resultado é o fechamento completo da ferida, com restauração (não completa) da força mecânica e formação de cicatriz. Finalmente, há repigmentação, quando os melanócitos começam a proliferar, e isso ajuda a restaurar a cor normal da pele danificada, fechando o ciclo da cicatrização. Isabella Alvarenga – UNINOVE – 6° semestre RESUMO CICATRIZAÇÃO TIPOS DE CICATRIZAÇÃO • todos os tecidos, inclusive a pele é fechada com sutura. • : neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido com a presença ou não de infecção. A ferida é deixada aberta e se fecha naturalmente; • ferida é deixada aberta por alguns dias e fechada se considerada limpa. FATORES QUE INIBEM A CICATRIZAÇÃO • Infecção; • Isquemia; • Diabetes; • Radiação; • Idade avançada; • Desnutrição; • Deficiência de vitaminas; • Deficiência de minerais; • Medicações. AVALIAÇÃO DE CICATRIZES CICATRIZES PATOLÓGICAS são definidas como cicatrizes patológicas que não crescem além dos limites originais da ferida, mas em vez disso estão elevadas. • Geralmente é dolorida; • Forma-se secundárias a força de tensão excessiva através da ferida e são mais comuns em feridas localizadas em superfícies de flexão: nas extremidades, seios, esterno e pescoço; • No final essas cicatrizes irão desaparecer em relação a cor, assim como achatarão ao nível da pele circundante. malhas que promovam pressão; placas de silicone (acelera intensamente a maturação da cicatriz); corticosteroides; ressecção com fechamento primário.cicatrizes que ultrapassam as bordas da ferida original; • Ocorre predominante em indivíduos mais pigmentados; • Existe predisposição genética; • Continua a aumentar após o limite da ferida original e se comporta como um tumor benigno da pele; • A excisão completa e o fechamento primário da ferida, resultam em reincidência na maioria dos casos; • Os queloides não contêm um número excessivo de fibroblastos. A deposição de colágeno na cicatriz Isabella Alvarenga – UNINOVE – 6° semestre supera a degradação, e a lesão continua a aumentar. A formação de queloide ocorre devido ao aumento da expressão e da atividade de fatores de crescimento proliferativo no local da ferida. corticoide; excisão e aplicação de triancinolona pós-operatório; radiação de curta duração; nitrogênio líquido. As feridas com maior tensão (perpendiculares às linhas de Langer), com tensão excessiva no fechamento e localizadas em certos locais anatômicos (deltoide e esterno) têm um risco maior de formação de cicatrizes adversas. PREVENÇÃO DE CICATRIZES PATOLÓGICAS • Uso de protetor solar; • Hidratação/oclusão; • Uso de bandagem/ roupas de pressão. Isabella Alvarenga – UNINOVE – 6° semestre
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