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Livro-Texto Unidade IV

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Unidade IV
7 INDICADORES COMPLEMENTARES
7.1 Indicadores econômicos
Antes da análise da lucratividade, Silva (2008) argumenta que, geralmente, na análise de desempenho, 
a ênfase é dada para as vendas da empresa em um determinado período, comparativamente ao período 
anterior e ao desempenho de seus concorrentes. Sobre esse aspecto apresentado, a análise horizontal é 
uma excelente ferramenta para medirmos a evolução das receitas.
 Lembrete
Os indicadores econômicos representam a interpretação dos recursos 
investidos pela empresa ao longo do tempo.
Os estudos setoriais possibilitam comparações de evolução das vendas da empresa com a evolução 
dos concorrentes. Dessa forma, o conhecimento prévio e a compreensão adequada desses fatores 
facilitam o entendimento, consequentemente, da lucratividade da empresa.
Assaf Neto (2007) afirma que esses indicadores procuram avaliar os resultados conquistados por 
uma empresa em relação a determinados parâmetros que melhor revelem a verdadeira dimensão desses 
resultados. Sendo assim, as principais bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados 
organizacionais são: o ativo total, o patrimônio líquido e as receitas de vendas.
Os índices de retorno, também conhecidos por índices de lucratividade ou 
mesmo de rentabilidade, indicam qual o retorno que o empreendimento 
está propiciando. Podem-se obter, por meio da análise das demonstrações 
financeiras, os indicadores de retorno sobre o investimento, retorno sobre 
vendas e retorno sobre o capital próprio, entre outros (SILVA, 2008, p. 189)
Indicadores econômicos são aqueles que mostram as margens de lucro (rentabilidade), de retorno do 
capital investido e a velocidade das operações realizadas.
7.1.1 Taxa de retorno sobre o investimento
Essa medida revela a rentabilidade, o retorno produzido (em termos percentuais) pelo total das 
aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. Em outras palavras, o retorno sobre o ativo indica 
a lucratividade que a empresa apresenta em relação aos seus investimentos totais (SILVA, 2008).
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Quadro 29
Taxa de retorno sobre o investimento 2008
 Lucro líquido
---------------------------------------------------------------------------------- =
 Ativo total médio
 1.249,60
------------------------------------------- = 0,37
 3.420,45
Ativo total médio = (3.227,20 + 3.613,70) / 2 = 3.420,45
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária de ativo médio. 
Interpretação: quanto maior, melhor. Considerando a situação da Souza Cruz, temos que o lucro líquido 
representa 37% do ativo médio do ano de 2008.
Silva (2008) avalia superficialmente que a interpretação do retorno sobre o ativo é no sentido de que 
“quanto maior, melhor”, enquanto Assaf Neto (2007) argumenta que, como critério de decisão, o RSA 
pode ser interpretado como o custo máximo que a empresa pode aceitar em suas captações de recursos 
financeiros.
 Observação
Uma empresa não deve assumir um compromisso (empréstimo ou 
financiamento) que exija uma taxa de retorno superior a sua taxa de 
retorno sobre o ativo, uma vez que o seu empreendimento não produz 
uma lucratividade adequada ao financiamento proposto.
7.1.2 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido
Esse índice mensura o retorno dos investimentos aplicados dos acionistas ou proprietários da 
empresa, ou seja, o prêmio do investidor pelo risco de seu negócio. É obtido, por sua vez, pela relação 
entre o lucro líquido e o patrimônio líquido.
Quadro 30
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido 2008
 Lucro líquido
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- =
 Patrimônio líquido médio
 1.249,60
------------------------------------------- = 0,66
 1.896,10
Patrimônio líquido médio = (1.663,90 + 2.128,30) / 2 = 1.896,10
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do patrimônio 
líquido. Interpretação: quanto maior, melhor. Esse índice mede o poder de ganho dos proprietários, ou 
seja, para cada R$ 1,00 investido, há um ganho de R$ 0,66. Portanto, aproximadamente, haverá um 
retorno em dois anos.
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Como vimos, esse índice oferece o tempo que os proprietários teriam para obterem de volta o capital 
investido. Observamos que não existe uma taxa considerada ideal, porém é interessante observarmos os 
concorrentes, e uma coisa é certa: um bom índice será aquele que apresentar alguns pontos percentuais 
superiores à taxa de juros do mercado.
7.1.3 Margem líquida
Esse indicador é capaz de medir a eficiência de uma empresa em produzir lucro por meio de suas 
vendas. O Índice de Retorno sobre as Vendas (RSV) relaciona o lucro líquido às vendas líquidas de um 
mesmo período, fornecendo assim o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu 
faturamento (SILVA, 2008).
Quadro 31
Margem líquida 2007 2008
 Lucro líquido
------------------------------------------------------------------------------ * 100 = Receitas líquidas
 1.033,60
------------------------------------------- * 100 = 21,3% 4.846,70
 1.249,60
------------------------------------------- * 100 = 23,6% 5.300,60
Indica o percentual de lucro líquido em cada unidade monetária vendida. Interpretação: quanto 
maior, melhor. Poderíamos também calcular:
• a margem operacional, bastando para isso colocarmos no numerador do índice o valor do lucro 
operacional;
• a margem bruta, bastando para isso colocarmos no numerador do índice o valor do lucro bruto.
 Observação
Tanto para a margem líquida quanto para a margem operacional, quanto 
maior for o índice, melhor será a sua avaliação. Assaf Neto (2007) lembra 
que esses índices são observados da mesma forma na análise vertical da 
demonstração de resultado do exercício.
 Saiba mais
Aprimore seus conhecimentos acerca da análise de balanços, 
notadamente da análise horizontal das demonstrações financeiras, seguida 
da análise vertical. Consulte o livro de Dante Carmine Matarazzo, Análise 
financeira de balanços: abordagem básica e gerencial (São Paulo, Editora 
Atlas, 2003). Nele, você encontrará diversos exemplos de uso de tais análises.
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7.1.4 Giro do ativo
Estabelece a capacidade dos ativos em gerar vendas; em outras palavras, é a relação entre as vendas 
efetuadas e os investimentos totais da empresa (SILVA, 2008).
Quadro 32
Giro do ativo 2008
 Vendas líquidas
---------------------------------------------------------------------------------- =
 Ativo total médio
 5.300,60
------------------------------------------- = 1,55
 3.420,45
Ativo total médio = (3.227,20 + 3.613,70) / 2 = 3.420,45
Indica quanto foi vendido para cada unidade monetária de investimento total médio. Interpretação: 
quanto maior, melhor. Esse índice mostra que o ativo “girou” uma vez e meia no ano de 2008 pelas 
vendas.
O giro do ativo evidencia quantas unidades monetárias foram captadas pela receita de vendas para 
cada unidade monetária que foi investida no ativo total da empresa. Silva (2008) exemplifica que, caso 
o giro do ativo de uma determinada empresa tenha resultado em 0,87, esse valor mostra que, para cada 
$ 100,00 do ativo total, aquela empresa vendeu $ 87,00.
7.1.5 Modelode análise do retorno sobre o ativo (sistema Du Pont)
O chamado sistema Du Pont, ou modelo de análise do retorno sobre o ativo, consiste, basicamente, 
na decomposição do Retorno sobre o Ativo Total (RSA). A figura a seguir demonstra o diagrama desse 
método.
RSA
Ativo 
circulante
+
Ativo não 
circulante
Vendas
–
Custos e 
despesas
Lucro líquido
:
Vendas
Vendas
:
Total de 
ativos
Margem 
líquida
Giro do ativo
Figura 4 – Diagrama do método Du Pont
O diagrama evidencia que o índice de retorno sobre o ativo se altera à medida que outras alterações 
ocorram, mesmo em itens do ativo, no balanço patrimonial, por exemplo, o ativo permanente, o realizável 
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em longo prazo, ou ainda o ativo circulante. Mudanças nas vendas ou nos custos e despesas, da mesma 
forma, podem influenciar o resultado do RSA.
Em suma, o estudo do desempenho de uma empresa, por meio de um 
diagrama completo de indicadores de giro e margem, relacionados de forma 
sequencial, é de grande importância para a identificação das efetivas causas 
do comportamento verificado, permitindo-se ainda que se identifiquem 
objetivamente as medidas mais carentes de atenção por parte da gerência 
da empresa (ASSAF NETO, 2007, p. 131).
Silva (2008) destaca que o estudo do diagrama que decompõe o retorno sobre o ativo mostra uma 
inter-relação entre a margem líquida e o giro do ativo, e que os dois índices são dependentes entre si, 
uma vez que existe interação de um sobre o outro.
7.1.6 Análise de ações
Assaf Neto (2007) argumenta que esses indicadores pretendem mensurar e avaliar o impacto do 
desempenho da empresa sobre as suas ações e servem de parâmetro de apoio para as análises do 
mercado de ações, fornecendo, assim, fundamentos para as decisões de investimentos.
7.1.6.1 Lucro por ação
Esse índice ilustra o lucro observado em determinado período para cada ação emitida pela empresa, 
isto é, do lucro líquido obtido, quanto compete a cada ação. Assaf Neto (2007) ressalta que esse indicador 
não revela o quanto cada acionista irá efetivamente receber em dividendos. A equação a seguir ilustra 
esse conceito.
 Lucro líquidoLPA = --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Número de ações emitidas
7.1.6.2 Índice preço/lucro
Segundo Assaf Neto (2007), este se constitui em um dos quocientes mais tradicionais do processo 
de análise de ações e é amplamente utilizado no mercado acionário. A equação que segue descreve o 
seu cálculo.
 Preço de mercado da açãoP/L = --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Lucro por ação
Na teoria, esse indicador evidencia quanto tempo (período) um investimento em determinada ação 
tardaria em recuperar o capital aplicado. Porém, este ainda é um índice estático, enquanto o mercado 
de ações é extremamente dinâmico.
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O fato, ainda, de o LPA não representar os dividendos, de fato, que o investidor recolhe ao término de 
cada período também não ilustra com exatidão o período de retorno esperado para aquele investimento 
(ASSAF NETO, 2007).
7.2 Indicadores de insolvência
7.2.1 Conceito e aplicação
Os indicadores de insolvência ou fórmulas de previsão de falências são discutidos por diversos 
autores, por apresentarem dados subjetivos em sua constituição.
Também conhecida como “termômetro de insolvência”, essa ferramenta analítica utiliza métodos 
estatísticos quantitativos para auxiliar o gestor de crédito justamente na concessão de créditos aos seus 
clientes. A técnica estatística da análise discriminante, utilizada com frequência nestes casos, incorpora 
os índices financeiros de lucratividade, estrutura, liquidez e atividade, para compor um modelo que, 
estatisticamente, tenha a capacidade de prever a probabilidade de insolvência para um período futuro 
previamente determinado pelo próprio modelo (IUDÍCIBUS et al., 2006).
 Lembrete
Os indicadores de insolvência complementam a análise financeira, 
servindo de confrontação aos indicadores internos (financeiros) e externos 
(mercado) da empresa/entidade.
Silva (2008) ressalta que diversos estudos foram realizados no Brasil, a partir de experiências 
positivas anteriores que foram desenvolvidas no exterior, também com o propósito de prever situações 
de insolvência.
Entre os principais estudos feitos no Brasil, Silva (2008) e Iudícibus et al. (2006) destacam a análise 
discriminante de Stephen C. Kanitz, que construiu o chamado “termômetro de insolvência”.
Segundo Matarazzo (1998, p. 245), as fórmulas mais conhecidas e desenvolvidas por autores 
brasileiros são:
Kanitz:
FI = 0,05x1 + 1,65x2 + 3,55x3 – 1,06x4 – 0,33x5
FI = Fator de insolvência = Total dos pontos obtidos
X1 = Lucro líquido / Patrimônio líquido
X2 = Ativo circulante + Realizável em longo prazo / Exigível total
X3 = Ativo circulante – Estoques / Passivo circulante
X4 = Ativo circulante / Passivo circulante
X5 = Exigível total / Patrimônio líquido
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Classificação:
FI inferior a -3 → Insolvente
FI entre -3 e 0 → Indefinida
FI acima de 0 → Solvente
Diversos outros modelos foram desenvolvidos nesta área. Porém, Silva (2008) ressalta que este é um 
critério de análise baseado na objetividade, e não na subjetividade do analista.
Esse fator é de grande relevância, pois, em grandes empresas, é possível colher dados mais precisos 
e numerosos para a obtenção dos índices financeiros, enquanto em pequenas empresas as informações 
quantitativas tendem a ser deficientes; assim, tal deficiência precisa ser compensada por informações 
qualitativas.
Portanto, em empresas grandes ou pequenas, a decisão de crédito envolve os fatores quantitativos 
e qualitativos.
Altman (dois modelos):
Z1 = 1,44 + 4,03x2 + 2,25x3 + 0,14x4 + 0,42x5
Z2 = 1,84 – 0,51x1 + 6,32x3 + 0,71x4 + 0,53x5
Z1 ou Z2 = Total dos pontos obtidos
X1 = Ativo circulante – Passivo circulante / Ativo total
X2 = Reservas e lucros suspensos / Ativo total
Lucro líquido + Despesas financeiras + Imposto de renda
X3 = Ativo total
X4 = Patrimônio líquido / Exigível total
X5 = Vendas / Ativo total
Classificação (para os dois modelos)
Total de pontos = 0 → Insolvente
Elizabetsky:
Z = 1,93x32 – 0,20x33 + 1,02x35 + 1,33x36 – 1,12x37
Z = Total dos pontos obtidos
X32 = Lucro líquido / Vendas
X33 = Disponível / Ativo permanente
X35 = Contas a receber / Ativo total
X36 = Estoque / Ativo total
X37 = Passivo circulante / Ativo total
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Classificação:
Total de pontos = 0,5 → Insolvente
Matias:
Z = 23,792x1 – 8,26x2 – 9,868x3 – 0,764x4 – 0,535x5 + 9,912x6
Z = Total dos pontos obtidos
X1 = Patrimônio líquido / Ativo total
X2 = Financiamento e Empréstimos bancários / Ativo circulante
X3 = Fornecedores / Ativo total
X4 = Ativo circulante / Passivo circulante
X5 = Lucro operacional / Lucro bruto
X6 = Disponível / Ativo total
Classificação:
Total de pontos = 0 → Insolvente
Pereira:
Z = 0,722 – 5,124E23 + 11,016L19 – 0,342L21 – 0,048L26 + 8,605R13 – 0,004R29
Z = Total dos pontos obtidos
E23 = Duplicatas descontadas / Duplicatas a receber
L19 =Estoques (final) / Custo das mercadorias vendidas
L21 = Fornecedores / VendasL26 = Estoque médio / Custo das mercadorias vendidas
R13 = (Lucro operacional + Despesas financeiras) / (Ativo total – Investimento médio)
R29 = Exigível total / (Lucro líquido + 0,1 Imobilizado médio)
Classificação:
Total de pontos = Abaixo de 0 → Insolvente
Conforme demonstra Matarazzo (1998, p. 248), cada autor apresenta uma fórmula diferenciada do 
outro; logo, os resultados também serão diferentes, então, não será possível chegarmos aos indicadores 
de insolvência?
Entendemos que:
I. Os modelos apresentados não substituem a análise por meio dos índices tradicionais e devem ser 
usados apenas complementarmente às conclusões destes últimos.
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II. O uso da análise discriminante, uma das técnicas utilizadas na estatística, contribui para identificar 
os índices e pesos a serem utilizados, conforme aponta Matarazzo (1998, p. 245), tomando-se 
como base os índices apurados por meio da análise do balanço.
III. Em geral, as empresas não vão à falência da noite para o dia; começam a dar sinais de insolvência, 
por exemplo, redução nas vendas, altos índices de inadimplência, constantes atrasos nos pagamentos 
aos fornecedores e empregados, enfim, uma análise financeira anual contribuirá com a gestão 
empresarial se as medidas apontadas no relatório de análise forem tomadas em tempo hábil.
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE
8.1 Conceito e aplicação
Relatório de análise: trata-se do documento final da análise contendo as conclusões obtidas por 
meio das análises vertical e horizontal, bem como sobre os indicadores financeiros e econômicos.
Esse relatório deverá ser elaborado pelo analista de balanço, porém deverá ser dirigido a cada 
usuário das informações contábeis, uma vez que cada um deles terá uma necessidade diferente sobre 
os resultados obtidos.
 Lembrete
Os relatórios de análise contribuem para simplificar os dados produzidos 
por meio de índices.
Para Ribeiro (2001, p. 188), alguns pontos devem ser considerados ao redigir um relatório de análise:
• Ser elaborado em linguagem inteligível para leigos, mesmo que alguns usuários possuam 
conhecimentos contábeis.
• O analista deverá tomar o cuidado de não colocar suas opiniões pessoais sobre os resultados obtidos, 
porém, com muito critério, poderá sugerir algumas ações que auxiliarão na tomada de decisão.
• Não há um tamanho padronizado para o relatório, mas deverão ser apresentados de forma clara e 
objetiva a situação econômico-financeira da empresa e o seu desempenho ao longo dos períodos 
analisados, bem como as tendências para o futuro. Devem ser esclarecidas, ainda, as causas 
que proporcionaram o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles 
positivos ou negativos.
• Deverá constar também no relatório a comparação dos indicadores obtidos na análise em relação 
aos padrões pertencentes ao ramo da empresa em questão.
• No relatório, não deverá constar o valor dos indicadores apurados em análise; estes deverão ser 
acompanhados em planilhas que auxiliarão o usuário das informações para uma consulta, se for 
o caso.
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Em seguida, a título de ilustração, apresentaremos como os dados apurados na análise de balanço 
deverão ser transformados em informações:
Quadro 33 – Exemplo: indicadores de liquidez apurados na análise de balanço
Indicadores Índices Índices-padrão
Liquidez geral 1,42 1,20
Liquidez corrente 1,70 1,35
Liquidez seca 1,54 1,25
8.2 Dados que devem ser relatados
Situação de liquidez: o índice de liquidez geral foi de 1,42; esse índice mostra que, a cada R$ 100,00 
de dívida, a empresa tem R$ 142,00 para pagar, sobrando, portanto, R$ 42,00, e ainda está acima do 
índice-padrão da categoria, que, conforme apontado, é de 1,20; a liquidez corrente de 1,70 também está 
acima do padrão de 1,35 e também indica que, a cada R$ 100,00 de dívida em curto prazo, a empresa 
tem R$ 170,00 para pagar, sobrando R$ 70,00. Já a liquidez seca de 1,54 está abaixo da corrente de 1,70, 
e ainda ficou inferior ao padrão de 1,25, mas podemos dizer que ainda há condições de pagar as dívidas 
em curto prazo assumidas, uma vez que, a cada R$ 154,00, temos em contrapartida uma dívida de R$ 
100,00; logo, sobrarão R$ 54,00.
8.3 Transformando os dados em informações
Situação de liquidez: a empresa encontra-se bem estruturada sob o ponto de vista de solvência, 
possuindo solidez financeira suficiente para cobrir seus compromissos de curto e de longo prazos, uma 
vez que opera com todos os índices de liquidez acima do padrão de seus concorrentes.
 Saiba mais
Para mais informações a respeito, consulte a obra Análise financeira de 
balanços: abordagem básica e gerencial (São Paulo, Editora Atlas, 2003), de 
Dante Carmine Matarazzo.
 Resumo
Esta unidade buscou ampliar as discussões sobre análise das 
demonstrações contábeis, apresentando os principais indicadores 
utilizados no mercado. Podemos dizer que o grande objetivo da análise 
dos demonstrativos contábeis é a elaboração dos relatórios de análise, 
servirá assim de ferramenta gerencial para traçar o futuro da empresa. As 
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informações produzidas devem servir para o gestor financeiro de base, de 
direção para avaliar a situação empresarial.
O gestor financeiro fará na empresa uma espécie de exame laboratorial, 
e os números encontrados podem apontar o estado da saúde da empresa.
O objetivo principal deste material foi apresentar um referencial 
consistente e abrangente sobre as principais demonstrações financeiras que a 
contabilidade é capaz de produzir para as organizações, independentemente 
de sua natureza.
Sendo assim, é possível notar que o balanço patrimonial manifesta uma 
posição estática em certo momento da empresa, e que o próprio resultado 
do exercício é demonstrado, de forma dedutiva, pela demonstração do 
resultado do exercício.
Com relação à análise financeira, é preciso ressaltar que, mesmo com 
todas as ferramentas apresentadas neste trabalho, tal análise não deve se 
restringir apenas às demonstrações financeiras, uma vez que outros aspectos 
importantes costumam afetar a situação financeira da empresa, fator que 
indica e potencializa a necessidade de o analista também compreender 
outras áreas do conhecimento, como economia, administração geral, 
marketing e até mesmo algumas peculiaridades de direito.
Não se pretende aqui esgotar este assunto, mas apenas apresentar 
uma visão geral acerca da contabilidade e suas principais demonstrações 
financeiras.
 Exercícios
Questão 1. (Adaptada CRC-Exame de Suficiência, 2011 – Questão 22). Relacione o indicador 
econômico financeiro descrito na primeira coluna com exemplos de indicadores na segunda coluna e, 
em seguida, assinale a opção correta:
(1) Indicadores de capacidade de 
pagamento 
( ) Liquidez corrente, liquidez seca, 
liquidez imediata, liquidez geral 
e endividamento.
(2) Indicadores de atividade ( ) Prazo médio de recebimento, 
prazo médio de pagamento, giro 
de estoques, giro do ativo total.
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(3) Indicadores de rentabilidade ( ) Margem operacional sobre 
vendas, margem líquida sobre 
vendas, rentabilidade do 
ativo total e rentabilidade do 
patrimônio líquido. 
A sequência correta é:
A) 2, 3, 1.
B) 3, 1.
C) 1, 3, 2.
D) 1, 2, 3.
E) 3, 2.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativasA) Alternativa correta.
Justificativa: não segue a ordem apresentada na alternativa D.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não engloba os três grupos de índices.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: não segue a ordem apresentada na alternativa D.
D) Alternativa correta.
Justificativa: a alternativa D está correta, pois engloba os grupos de índices diferentemente das 
alternativas B e E. Devemos considerar como correta a sequência de indicadores de pagamento, 
indicadores de atividade e indicadores de rentabilidade, pois, no primeiro caso, demonstra-se a 
capacidade de pagamento de uma empresa, isto é, sua disponibilidade para honrar os compromissos. 
Após mensurarmos esse quesito, partimos para a avaliação do funcionamento das operações 
essenciais para a sobrevivência da empresa, portanto, só neste momento podemos considerar os 
indicadores de atividade. Com isso, entendemos que, se a empresa é capaz de realizar seus pagamentos 
corretamente e de acordo o funcionamento de suas atividades primordiais, teremos condições de 
avaliar a rentabilidade.
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E) Alternativa incorreta.
Justificativa: não engloba os três grupos de índices.
Questão 2. (Enade Ano 2009, Ciências Contábeis – Questão 30). Leia as afirmativas:
Diretores financeiros são responsáveis por decisões acerca de como investir os recursos de uma 
empresa para expandir seus negócios e sobre como obter tais recursos. Investidores são instituições 
financeiras ou indivíduos que financiam os investimentos feitos pelas empresas e pelos governos. 
Assim, decisões de investimento tomadas por diretores financeiros e investidores são, normalmente, 
semelhantes.
As decisões de investimento dos diretores financeiros focalizam os ativos financeiros (ações e títulos 
de dívidas), enquanto as decisões de investimento dos investidores focalizam ativos reais (edificações, 
máquinas, computadores etc.).
Com base na leitura dessas frases, é correto afirmar que:
A) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
B) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
C) As duas afirmações são falsas.
D) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
E) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
Resolução desta questão na Plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanço. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. Adaptado.
Figura 2
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanço. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. Adaptado.
Figura 3
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Figura 4
SILVA, J. P. Gestão e análise de risco de crédito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
REFERÊNCIAS
Textuais
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C.; LOPES, C. C. V. M. L. Curso de contabilidade para não contadores. 6. ed. 
São Paulo: Atlas, 2006.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MORANTE, A. S. Contabilidade: noções para análise de resultados e balanço patrimonial da empresa. 
São Paulo: Atlas, 2008.
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomsom, 2006.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanço. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
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SILVA, J. P. Gestão e análise de risco de crédito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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Sites
<http://www.portaldecontabilidade.com.br>
<www.cpc.org.br>
<http://www.planalto.gov.br>
<http://www.souzacruz.com.br>
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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