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MAPA CONCEITUAL E NATUREZA JURÍDICA CONTRATO DE DOAÇÃO

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CONTRATO DE DOAÇÃO
Aluno: Luiz Mario Melchiades Júnior
MAPA CONCEITUAL CONTRATO DE DOAÇÃO 
1. Conceito (art. 538)
“Doação é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita”. 
2. Caracteres
a) natureza contratual (concepção contratualista): A doação é uma espécie de contrato. Os contratantes são denominados doador e donatário. Tal contrato vale dizer, gera tão-somente direitos pessoais, tendo em vista que o domínio só se transmite pela tradição (coisa móvel) ou transcrição (coisa imóvel).
Obs.: Em regra, o contrato é formal (art. 531). A exceção à regra da forma escrita encontra-se no parágrafo único do mesmo artigo: pode ser verbal a doação sobre bens móveis e de pequeno valor. 
b) animus donandi (“espírito de liberalidade”): Trata-se do elemento subjetivo, da intenção do doador de praticar uma liberalidade. O doador age desinteressadamente, sacrificando o seu patrimônio para beneficiar o de outrem. No comodato, por exemplo, não está presente essa intenção.
c) a transferência de bens ou vantagens do patrimônio do doador para o do donatário: Trata-se do elemento objetivo, pois há enriquecimento do donatário à custa do empobrecimento do doador. 
d) a aceitação do donatário (art. 539): A doação é um contrato e, portanto, somente se aperfeiçoa com a aceitação do donatário, que pode ser:
- expressa;
- tácita;
- presumida (arts. 539 e 546);
- ficta (art. 543). A dispensa da aceitação de doação pura, pelo absolutamente incapaz, tem o escopo de protegê-lo. Entende-se que a doação pura só pode beneficiá-lo.
3. Objeto
Todo bem que possua valor econômico e possa ser alienado.
4. Espécies
Doação pura e simples: Feita por liberalidade plena, sem qualquer encargo ao donatário.
Doação modal, gravada, com encargo ou onerosa: (art. 553): A doação onerosa é o negócio jurídico no qual, o donatário, para ter direito ao bem doado, deve cumprir a contraprestação imposta pelo doador. Não basta, simplesmente, aquele aceitar a doação (acordo de vontades); ele deve cumprir o encargo contratual. Neste sentido, prevê o artigo 553 do diploma civil: “o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação (...)”.
Doação remuneratória (art. 540): É aquela que se faz, na verdade, como recompensa a serviços prestados pelo donatário. Há, portanto, aparência de mera liberalidade, pois o propósito do doador é de retribuir serviços prestados.
A parte que caracteriza a retribuição do serviço prestado é considerada pagamento; a parte que exceder o valor do serviço é considerada doação, pois existe a mera liberalidade.
Exemplo de doação remuneratória: doação de um quadro a um advogado que trabalhou gratuitamente numa ação judicial. 
Doação feita a nascituro (art. 542): O nascituro terá direito de receber bens por doação, desde que já esteja concebido no momento da liberalidade. O artigo 542 do CC diz: “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal”.
Doação de pais a filhos: adiantamento da legítima (art. 544): A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Doação com cláusula de retorno ou reversão (art. 547): A doação com cláusula de retorno ou reversão se dá quando o doador, no ato da liberalidade, estabelece que o bem doado retorne ao seu patrimônio em caso de falecimento do donatário. A cláusula subordina a doação a condição resolutiva, e deve estar expressa na escritura pública ou instrumento particular de doação.
Doação conjuntiva (art. 551): Doação feita em conjunto, ou seja, a mais de uma pessoa, distribuída em partes iguais aos beneficiados, a menos que o contrário se tenha estipulado (em cláusula expressa).
Doação em contemplação de casamento futuro (art. 546). Chamada de doação propter nuptias,  é uma doação condicional, ou seja, fica sujeita ao casamento entre certas pessoas. A aceitação do casal ao contrato de doação vem com o matrimônio.
5. Invalidade
Arts. 548, 549, 550.
* Doação universal (de todos os bens do doador) = 548. O legislador tem o escopo de impedir que o doador seja levado à penúria.
* Doação inoficiosa = art. 549 (inoficiosidade). Esse artigo tem o escopo de proteger a denominada “legítima” dos herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge. Assim como a liberdade de testar (ato mortis causa) será limitada, quando existam herdeiros necessários, a liberdade de doar (ato inter vivos) também será restrita.
* Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice = 550. Prazo decadencial: 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. A jurisprudência entende que, em caso de união estável do doador com o donatário, estando o primeiro separado de fato do cônjuge há anos, não é permitida a anulação.
6. Revogação (art. 555).
Se o donatário já tiver aceitado a doação, o doador não poderá revogá-la. Essa regra, contudo, comporta exceções (ingratidão do donatário e descumprimento do encargo).
- Por ingratidão do donatário:
* Hipóteses de ingratidão do donatário nos casos de doação pura e simples (art. 557):
a) se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele.
Obs.: No caso de homicídio doloso consumado, a ação caberá aos herdeiros do doador (art. 561). Trata-se da única hipótese de transmissão da titularidade da ação para os herdeiros, pois, em regra, o direito de revogar por ingratidão é personalíssimo, não se transmitindo aos herdeiros do doador, que tão-somente podem prosseguir na ação por ele iniciada, na qualidade de substitutos processuais.
b) se o donatário cometeu ofensa física contra o doador.
c) se o donatário injuriou gravemente o doador ou o caluniou. 
Obs. A difamação não foi incluída no rol taxativo (numerus clausus) do art. 557. O Projeto nº 6960/2002 inclui a difamação no art. 557. 
d) se, podendo, o donatário recusou a prestar alimentos ao doador, que tinha necessidade (ver o art. 1694).
Obs.1: A revogação também pode se dar se o ofendido for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador (art. 558). Inovação do Código de 2002.
Obs. 2: A expressão “ainda que adotivo” é supérflua ante o art. 227, § 6º, da Constituição Federal, e o art. 1596 do Código Civil de 2002.
Obs. 3: O direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário é irrenunciável por antecipação, pois a matéria é de ordem pública (art. 556). É proibida, portanto, a renúncia prévia, feita antecipadamente, para fato futuro. Só é permitida a renúncia para fato pretérito.
Obs. 4: “Os direitos adquiridos por terceiros” não podem ser prejudicados pela revogação (art. 563). A eficácia da sentença é ex nunc.
* Hipóteses em que não se pode revogar por ingratidão (art. 564).
* Prazo decadencial para revogação (art. 559): 1 (um) ano, a contar do conhecimento do fato.
- Por descumprimento do encargo (art. 562): O parágrafo único do artigo 562 estabelece que a doação onerosa poderá ser revogada por inexecução do encargo, desde que o donatário incorra em mora; não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida, e, havendo escoamento do referido, sem que a obrigação se efetive, o donatário incidirá em mora, dando ensejo ao doador para revogar a liberalidade.

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