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Dez Coisas que Toda Criança com Autismo Gostaria que Você Soubesse Trecho condensado do livro de Ellen Notbohm

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Dez Coisas que 
Toda Criança com Autismo 
Gostaria que Você Soubesse
Trecho condensado do livro de Ellen Notbohm
Há dias em que a única coisa previsível é a imprevisibilidade; e que o único atributo constante é a inconstância. 
O autismo é intrigante, mesmo para aqueles que convivem com ele durante toda a vida. A criança com autismo 
pode parecer “normal”, mas seu comportamento pode ser desconcertante e dificílimo.
O autismo já foi considerado um “distúrbio incurável”. Mas essa ideia caiu por terra diante do conhecimento 
cada vez maior desse quadro e das constantes descobertas que estão sendo feitas, até mesmo neste momento, 
enquanto você lê este texto. Todos os dias, indivíduos com autismo nos mostram que são capazes de superar 
as dificuldades, compensar e administrar muitos dos aspectos desafiadores do autismo. Preparar as pessoas 
que convivem com nossos filhos, fazer com que elas entendam os elementos básicos do autismo tem um 
enorme impacto no caminho dessas crianças rumo a uma vida adulta produtiva e independente.
O autismo é um distúrbio complexo, mas, segundo minha experiência, suas inúmeras características 
encaixam-se em quatro áreas fundamentais: dificuldades de processamento sensorial, atrasos e 
comprometimento da comunicação, dificuldade no desenvolvimento das habilidades de interação social e as 
questões da criança como um todo/autoestima.
Embora esses quatro elementos possam ser comuns a várias crianças com autismo, lembre-se de que a razão 
de ser chamado de espectro é que não há duas (nem dez, nem vinte) crianças com autismo exatamente iguais. 
Cada criança se encontra num ponto diferente do espectro. É importante lembrar também que cada pai, 
professor e cuidador tem um grau diferente de compreensão do espectro. Criança ou adulto, cada um terá o seu 
conjunto único de necessidades.
Eu sou uma 
criança
Meu autismo é apenas parte do que sou, e não tudo o que sou. Você é 
uma coisa só ou alguém com pensamentos, sentimentos, preferências, 
ideias, talentos e sonhos? Você é gordo (está acima do peso), míope (usa 
óculos) ou desajeitado (não tem coordenação)? Essas podem ser as 
primeiras características que vejo quando o conheço, mas você é mais 
do que isso, não é?
Sendo adulto, você tem certo controle sobre a maneira como define a si 
mesmo. Se quiser destacar uma característica em particular, pode fazer 
isso. Como sou criança, ainda estou em fase de desenvolvimento. Nem 
você nem eu sabemos ainda do que sou capaz. Se você me definir por 
apenas uma das minhas características, correrá o risco de ter 
expectativas muito limitadas. Além disso, se eu perceber que você não 
acha que “sou capaz”, minha resposta natural será: “Por que tentar”?
01.
Meus sentidos 
estão 
desordenados
Isso significa que imagens, sons, cheiros, sabores e toques normais que 
talvez você nem note podem ser extremamente dolorosos para mim. O 
próprio ambiente muitas vezes me parece hostil. Eu posso parecer 
distante, agressivo ou mau, mas estou apenas tentando me defender. 
Uma simples ida ao supermercado pode ser um inferno para mim.
Minha audição pode ser hipersensível. Dezenas de pessoas falam ao 
mesmo tempo, o alto-falante alardeia a oferta do dia e a música ecoa do 
sistema de som. Tem também o barulho de caixas registradoras, do 
moedor de café e do moedor de carne, choro de bebê, carrinhos 
rangendo e o zunido das lâmpadas fluorescentes. Meu cérebro não 
consegue filtrar todos esses estímulos e fico sobrecarregado!
02.
Meu olfato pode ser aguçadíssimo. O peixe no balcão da peixaria não 
está muito fresco, o rapaz ao nosso lado não tomou banho hoje, o setor 
de frios oferece degustação de linguiças, o bebê à nossa frente na fila 
sujou a fralda, estão usando amoníaco para limpar o chão do corredor 
três, onde caiu um vidro de picles. Tenho vontade de vomitar.
Tem tanta coisa agredindo os meus olhos! A luz fluorescente é clara 
demais e, ainda por cima, pisca. O ambiente parece estar se mexendo; a 
luz pulsante se reflete em tudo e distorce o que estou vendo. Há objetos 
demais para que eu consiga manter o foco (meu cérebro pode 
compensar restringindo o meu campo visual), ventiladores de teto e um 
monte de gente andando de um lado para o outro. Tudo isso afeta o 
modo como eu me sinto, e agora eu não consigo nem saber onde meu 
corpo se encontra no espaço.
Meus sentidos 
estão 
desordenados
02.
Procure 
distinguir entre 
“não quero” 
(escolho não 
fazer) e “não 
consigo” (não 
sou capaz de 
fazer)
Não é que eu não ouça as instruções, é que eu não consigo entender 
você. Quando você me chama do outro lado da sala, o que ouço é: 
“*&^%$#@, Jordan. Em vez disso, venha até mim, ganhe a minha 
atenção e fale diretamente comigo usando palavras simples: “Jordan, 
ponha o seu livro na estante. Está na hora de almoçar”. Dessa maneira, 
eu entendo o que você quer que eu faça e o que vai acontecer em 
seguida. Assim é muito mais fácil para eu fazer o que você pediu.
03.
Eu penso de 
forma concreta. 
Eu interpreto a 
linguagem 
literalmente
Você me deixa confuso quando diz “Pé na tábua!”, quando o que 
realmente quer dizer é, “Corra!”. Não me diga que algo é “moleza” 
quando não há nenhum objeto mole ali e o que você quer dizer é que 
“aquilo será uma coisa fácil de fazer”. Quando você diz que “está 
chovendo canivetes”, eu vejo canivetes caindo do céu. Diga apenas: 
“Está chovendo muito”.
Expressões idiomáticas, trocadilhos, sutilezas de linguagem, duplos 
sentidos, inferências, metáforas, insinuações e sarcasmos são 
incompreensíveis para mim.
04.
“Ouça” todas as 
maneiras pelas 
quais eu tento 
me comunicar
Tenho dificuldade de dizer o que preciso, pois não sei como descrever o 
que estou sentindo. Posso estar com fome, frustrado, assustado ou 
confuso, mas por enquanto essas palavras estão além da minha 
capacidade de expressão. Fique atento à minha linguagem corporal, 
isolamento, agitação ou outros sinais de que algo está errado. Eles estão 
lá.
Pode ser também que, para compensar o fato de não conhecer todas as 
palavras de que preciso, eu pareça um pequeno professor ou artista de 
cinema, recitando palavras ou roteiros inteiros que estão bem além de 
meu estágio de desenvolvimento. São mensagens que memorizei do 
mundo ao meu redor, pois sei que esperam que eu responda alguma 
coisa quando falam comigo. Posso ter aprendido essas palavras nos 
livros, na televisão ou ouvindo outras pessoas. Os adultos chamam isso 
de “ecolalia”. Isso não quer dizer que eu entenda o contexto ou a 
terminologia que estou usando. Só sei que assim eu saio do aperto 
quando tenho de dar uma resposta.
05.
Veja só! Minha 
orientação é 
visual
Mostre-me como fazer algo, em vez de apenas me dizer como. E esteja 
preparado para me mostrar várias vezes. Repetições me ajudam a 
aprender.
Um quadro da minha rotina diária feito com recursos visuais me ajuda 
ao longo do dia. Ele me poupa do estresse de ter de me lembrar do que 
devo fazer em seguida, torna mais suave a transição entre uma atividade 
e outra e me ajuda a administrar o meu tempo e a corresponder às suas 
expectativas.
Eu preciso ver algo para aprender, pois, para mim, as palavras faladas 
são como fumaça, elas somem rapidamente antes que eu tenha chance 
de entendê-las. Não tenho capacidade de processamento instantâneo. 
As instruções e informações apresentadas visualmente podem ficar 
diante de mim pelo tempo que eu precisar, e não terão mudado quando 
eu consultá-las de novo mais tarde. Sem isso, fico constantemente 
frustrado, pois sei que perdi muitas informações e que não atendi às 
suas expectativas, e não há nada que eu possa fazer a esse respeito.
06.
Concentre-se 
naquilo que eu 
consigo fazer, e 
não naquilo que 
eu não consigo 
fazer
Assim como qualquer outro ser humano, eu não consigo aprendernum 
ambiente onde sou constantemente levado a sentir que não sou bom o 
suficiente e que preciso de “conserto”. Evito tentar qualquer coisa nova 
quando tenho certeza de que só receberei críticas, por mais 
“construtivas” que você ache que elas são. Procure meus pontos fortes e 
você vai encontrá-los. Quase sempre, há mais de uma maneira certa de 
fazer as coisas.
07.
Ajude-me a 
interagir 
socialmente
Pode parecer que eu não quero brincar com as outras crianças no 
parquinho, mas a verdade é que simplesmente não sei como iniciar uma 
conversa ou entrar numa brincadeira. Ensine-me a brincar com as 
outras crianças. Incentive-as a me convidar para brincar com elas; talvez 
eu fique muito contente por ser incluído.
Eu me saio melhor em atividades estruturadas que tenham começo e 
fim bem definidos. Não sei interpretar as expressões faciais, a 
linguagem corporal e as emoções dos outros. Se eu der risada quando a 
Emily cair do escorregador, isso não significa que eu tenha achado 
engraçado, mas, sim, que não sei o que dizer. Fale comigo sobre os 
sentimentos da Emily e me ensine a perguntar: “Você está bem”?
08.
Identifique a 
causa dos meus 
descontroles
Descontroles emocionais e explosões são mais terríveis para mim do 
que para você. Eles ocorrem porque um ou mais dos meus sentidos 
estão sobrecarregados, ou então porque fui forçado além dos limites 
das minhas habilidades sociais. Se você conseguir descobrir o que 
desencadeia minhas crises, poderá evitá-las. Faça um registro de 
horários, lugares, pessoas e atividades em que isso acontece. Assim, 
talvez você identifique um padrão.
Lembre-se de que tudo o que eu faço é uma forma de comunicação. 
Mostra aquilo que minhas palavras não conseguem expressar, como 
estou reagindo a algo que está acontecendo à minha volta.
Meu comportamento pode ter uma causa física. Alergias e intolerâncias 
alimentares, distúrbios do sono e problemas gastrintestinais podem 
afetar meu comportamento. Procure sinais, pois talvez eu não seja 
capaz de lhe falar sobre essas coisas.
09.
Ame-me 
incondicional-
mente
Elimine pensamentos do tipo: “Se ele ao menos…” e “Por que ele não 
tenta…?”. Provavelmente você não correspondeu a todas as expectativas 
que seus pais tinham em relação a você e não gostaria de ser lembrado 
disso a todo momento. Eu não escolhi ter autismo. Lembre-se de que 
isto está acontecendo comigo, e não com você. Sem seu apoio, minhas 
chances de obter sucesso e ser um adulto independente são ínfimas. 
Com seu apoio e orientação, as possibilidades são muito maiores do que 
você possa imaginar.
Três palavras que nós dois temos de ter sempre em mente são: 
paciência, paciência e paciência. Encare meu autismo como uma 
habilidade diferente, e não como uma incapacidade. Não se atenha 
àquilo que talvez você considere minhas limitações; veja meus pontos 
fortes. Posso ter dificuldade de fazer contato visual e conversar, mas 
você já percebeu que eu não minto, não trapaceio nos jogos e 
brincadeiras, nem julgo os outros? Eu dependo de você. Tudo o que eu 
posso vir a ser não se transformará em realidade sem ter você como 
base. Seja meu defensor e meu guia, ame-me pelo que eu sou e 
veremos até onde sou capaz de chegar.
10.
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