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Processos de Fabricação de Produtos Sólidos III UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia Escola de Tecnologia Industrial Farmacêutica Luiz Cláudio R. Pereira da Silva luizclaudio@pharma.ufrj.br Processos de Fabricação de Produtos Sólidos Módulo n° 3 : Produção de comprimidos simples/ revestidos Etapas do processo produtivo; Operações unitárias associadas; Controle em processo; e Destino dos resíduos de fabricação. Comprimidos Vantagens maior estabilidade que as formas farmacêuticas líquidas; facilidade de produção em larga escala; precisão das doses; possibilidade de revestimento; fácil administração, transporte e armazenamento; combinação de vários fármacos; diferentes dosagens. Desvantagens solubilidade X absorção; Irritação gástrica; Equipamentos não adequado para alguns pacientes. Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS: • Comprimidos simples • Dispersíveis • Mastigáveis • Bucal ou pastilhas • Sublingual • Efervescentes Comprimidos TIPOS DE LIBERAÇÃO: Imediata; Modificada. Comprimidos TIPOS DE LIBERAÇÃO: O fármaco não é liberado imediatamente após a administração. Uma dose individual do fármaco é liberada regularmente logo após a administração. 2 ou 3 doses são subsequentemente liberadas. O fármaco é disponibilizado para absorção por um período mais prolongado. O início da ação é retardado, pois a velocidade de liberação é mais lenta. Liberam o fármaco a uma velocidade constante, mantendo a concentração plasmática adequada ao longo do tempo. Comprimidos Características importantes: • Fluxo da mistura de pós: • escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão; • dióxido de silício coloidal (Aerosil®); • partículas esféricas; • ângulo de repouso () → interações interparticulares. Ângulo interno da base do cone: 20º 25º (bom) 25º 40º (razoável) 40º (ruim) Comprimidos Características importantes: • Uniformidade do tamanho de partículas; • Compressibilidade (pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após compressão); • Compactabilidade (pós ou grânulos devem formar um comprimido com dureza e friabilidade adequadas); • Deformação plástica (ocorre deformação do material apos compressão, com modificação da sua forma); • Deformação elástica (recuperação da forma do material após alivio da carga da compressão - não ocorre variação de volume). MANIPULAÇÃO ENCAPSULAMENTO EMBALAGEM 1a ENVASE COMPRESSÃO REVESTIMENTO EMBALAGEM 2a e 3a Etapas do processo produtivo Produção de comprimidos 15 TAMISAÇÃO LUBRIFICAÇÃO TAMISAÇÃO MISTURA GRANULAÇÃO AGLOMERAÇÃO SECAGEM CALIBRAÇÃO LUBRIFICAÇÃO Número de etapas de fabricação Controles de parâmetros Tempo do processo Substâncias termolábeis Reprodutibilidade Adjuvantes Tamanhos uniformes Propriedades de fluxo Custos associados MISTURA Produção de comprimidos Manipulação (CD X VU) Produção de comprimidos Compressão Compressão das misturas de pós ou granulados Produção de comprimidos Compressão Fundamento Problemas Monitoramento “The term ‘compressibility’ is defined as the ability of a powder to decrease in volume under pressure, and the term ‘compactibility’ is defined as the ability of the powdered material to be compressed into a tablet of specified strength” H. Leuenberger, 1982, Int. J. of Pharm. Comprimidos Compressão direta Granulação por via úmida Menos etapas (fácil validação) Validação mais complexa Maquinário mais simples Maior uniformidade do granulado Excipientes mais caros e de substituição complicada Maior coesão no granulado Menor comprometimento de biodisponibilidade Processo mais demorado Comprimidos Maquinaria: Excêntrica Rotativa • grande produção; • maior rendimento (100.000 comprimidos/h); • facilidade de produção de comprimidos de grande diâmetro. Comprimidos Maquinaria: Comprimidos Excipientes mais comuns: Diluentes; Molhantes; Corantes; Aglutinantes; Desintegrantes; Tampões; Edulcorantes; Lubrificantes; Moduladores da dissolução; Promotores de fluxo Produção de comprimidos revestidos Revestimento Objetivos • Proteger o fármaco contra agressões do meio ambiente (oxidação, hidrólise, fotólise); • Aspectos farmacocinéticos; • Melhorar estabilidade química e aumentar prazo de validade; • Mascarar sabor e odor desagradável; • Facilitar deglutição (superfície lisa sem arestas); • Melhorar do aspecto visual (cor, brilho); • Facilidade de identificação (diferenciação pela coloração); Produção de comprimidos revestidos Revestimento Objetivos •Possibilitar revestimento funcional para liberação modificada; • Proteger núcleo do comprimido contra atrito e queda (aumento da resistência); • Proteger contra contaminação cruzada do comprimido para o paciente (finasterida para gestantes, droga potente capaz de permear a pele e causar problemas ao feto); Comprimidos Comprimidos revestidos: Vantagens Mascara sabor e odor desagradável Facilita deglutição (superfície lisa sem arestas) Melhoria do aspecto visual (cor, brilho) Facilidade de identificação Possibilidade de revestimento funcional para liberação modificada Proteção Desvantagens Custo do processo é alto, considerando: -Aquisição de equipamentos; -Obedecer protocolos de segurança estipulados pela ANVISA; -Contratação de Técnicos Farmacêuticos especializados -Comprimido revestido é mais caro do que a forma não revestida. Produção de comprimidos revestidos Revestimento Tipos 1- Revestimento com açúcar 2- Revestimento com película 3- Revestimento por compressão 4- Revestimento gastro-resistente Comprimidos Revestimento com açúcar: Processo clássico (drágea) Equipamento utilizado: DRAGEADEIRA Panela giratória com um eixo de inclinação de 40º o que facilita o rolamento da drágea com menor atrito Ciclos: aspersão do material revestidor e secagem com ar quente e seco Aspersão (bico atomizador) e Secagem (turbina de ar) Secagem completa para evitar aderências entre drágeas Comprimidos Revestimento com açúcar: (1) Revestimento isolante (solução alcoólica de cera – camada fina) (2) Revestimento com xarope espesso (açúcar,gelatina e água ) (3) Adição de xarope para alisamento (4) Adição de xarope corado (açúcar, corante e água) (5) Adição de cera para polimento e talco para brilho Características do processo Demorado Múltiplos estágios Altera a forma e peso do comprimido Comprimidos Revestimento com açúcar: • Drageadeira Comprimidos Revestimento com açúcar: AGITADOR BOMBA 0 I EXAUSTÃO INSUFLAMENTO 30 - 35 °C 10 - 25 cm 50 - 80 °C 30 - 35 °C AR COMPRIMIDO 5 - 6 bar PRESSÃO DE OPERAÇÃO 0.8 - 1.5 bar PRESSÃO DE ATOMIZAÇÃO Comprimidos Revestimento com açúcar: Vantagens Desvantagens Maior capacidade de mascaramento de odor Aumento do tamanho e peso do produto final ( até 50%) As matérias-primas mais baratas e de fácil aquisição Rachadura do revestimento da drágea por secagem deficiente Um equipamento mais simples e barato Dificuldade de automação Produtos revestidos com açúcar são esteticamente agradáveis Relativamente calórico, em virtude da sacarose Facilidade de impressão Processo demorado Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimento com película Revestimento fino a base de polímero; Maior emprego; Automatização: Leito fluidizado ou Spray Drying; Processo rápido, baixo custo, material e mão-de-obra; Alteração discreta do tamanho, forma e peso do comprimidos; Dispensa cobertura isolante (isolamento); Ótima durabilidade e resistência a rupturas; e Excelente aparência. Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimento com película 1- Líquidos de revestimento (LR) 2- Componentes do LR não-aquoso (solvente orgânico) • Polímero: Acetoftalato. • Substância de liga: confere ao revestimento permeabilidade a água permitindo desintegração do comprimido (Polietilenoglicol). • Plastificante: confere à película elasticidade e flexibilidade e melhora a resistência do filme (óleo de mamona ou glicerol). Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimento com película • Tensoativo: facilita a espalhabilidade do líquido revestidor (Tweens, Spans). • Opacificante e Corantes: melhora aspecto visual (Opacificantes: TiO). • Agentes de brilho (Ex: Ceras de abelha ou Carnaúba). • Edulcorantes, flavorizantes e Essências (melhora o sabor do comprimido). • Solvente volátil: permite solubilização e aspersão do polímero na superfície do comprimido e rápida evaporação pelo ar quente para formação da película (Ex: Acetona, Álcool).a Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimento com película 3- Componentes do LR aquoso • Agente formador de película: Derivados da celulose (HPMC, MC) (7-18%). • Plastificante: Glicerina, Propilenoglicol ou PEG (0,5-2,0%). • Corantes e Opacificantes (1-2%, TiO). • Solvente: água (qsp 100%). Vantagens: água é atóxica, baixo custo, não explosiva. Desvantagem: evaporação da água é lenta sendo que o processo é demorado. Comprimidos Revestimento peliculado: Fina camada de polímero, geralmente colorida; Maior emprego; Automatização: Leito fluidizado; Tipos de revestimento peliculado: a base de água ou de solvente orgânico. Comprimidos Revestimento peliculado: LEITO FLUIDIZADO: Distribuição uniforme e homogênea do ar no interior do leito de partículas; Queda de pressão limitada; Homogeneidade de temperatura; Fácil controle de vazão e cinética da reação. Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimento por compressão Definição: o núcleo do comprimido é revestido com pó ou granulado por compressão direta. Usos • Revestimento de comprimidos com fármacos hidrolisáveis (sensíveis a umidade, água) ou termolábeis (sensíveis a temperaturas altas, secagem com ar quente). núcleo revestimento Comprimidos Revestimento por compressão: núcleo revestimento Produção de comprimidos revestidos Revestimento Revestimentos entéricos Proteger componentes ativos instáveis em ↓ pH; Proteger o estômago de efeitos irritantes; Farmacocinética (absorção); e Polímeros (acetoftalato de celulose, acetoftalato de polivinila, derivados acrílicos) insolúveis em água e ↓ pH. Produção de comprimidos revestidos Revestimento Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Revestimento Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Revestimento Funcionamento/ parâmetros controlados : Problemas comuns referentes ao processo Comprimidos Característica Drageamento Revestimento peliculado Comprimidos Aparência Peso Tamanho Logotipo e sulcos Forma arredondada Aumento de 20-50% Alterado Não viável Manutenção da forma original Aumento de apenas 2-5% Alteração quase impreceptível Viável Processo Etapas Tempo Multiestágio > 8 horas (demorado) Apenas 1 estágio No máximo de 2 horas (rápido) Comprimidos Problemas: • Capping: Força de compressão excessiva Falta de aglutinante Secagem exagerada do granulado Punções/matrizes sujos • Fissuras: Dureza baixa Friabilidade alta • Stiking: Granulado úmido Folgas entre a matriz e o punção inferior Punções/matrizes riscados Quantidade insuficiente de lubrificantes • Efeito casca de laranja: Punção normal Punção c/ defeito • Até 72h depois Produção de comprimidos Problemas comuns Capping • Dureza • Friabilidade Produção de comprimidos Problemas comuns Fissuras Pontos pretos Produção de comprimidos Problemas comuns Balança Analítica Determinação do peso médio dos comprimidos : Produção de comprimidos Controle em processo Finalidade Problemas Especificação Determinação da dureza dos comprimidos : DURÔMETROS Produção de comprimidos Controle em processo Finalidade Problemas Especificação Determinação da friabilidade dos comprimidos : FRIABILÔMETRO Produção de comprimidos Controle em processo Finalidade Problemas Especificação Determinação da espessura dos comprimidos : Paquímetro Produção de comprimidos Controle em processo Finalidade Problemas Especificação Teste de desintegração : Desintegrador Produção de comprimidos Controle em processo Finalidade Problemas Especificação Produção de comprimidos revestidos Embalagem 1a Emblistagem Produção de comprimidos revestidos Embalagem 1a Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Embalagem 1a Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Embalagem 1a Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Embalagem 1a Funcionamento/ parâmetros controlados : Produção de comprimidos revestidos Controle em processo Automatização Testes/ inspeções realizados Amostragem para análise final Problemas comuns Produção de comprimidos revestidos Embalagem 2a Encartuchamento : Produção de comprimidos revestidosEmbalagem 2a Funcionamento/ parâmetros controlados : Destinação dos resíduos de fabricação CONTRATO PARA DESTRUIÇÃO ETE MP, ME, RETALHOS, RÓTULOS, RESÍDUOS DE PROCESSO MP E RESÍDUOS DISSOLVIDOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Farmacotécnica: Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. ANSEL, H.C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V., JR. 2000, 6º ed., Ed., Premier. Tecnologia Farmacêutica. PRISTA, J.N; ALVES, A. C; MORGADO, R. 1996, 4º Ed., Fundação Calouste Gulberkian. Delineamento de Formas Farmacêuticas. AULTON, M.E. 2005, 2º Ed., Artmed.
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