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Responsabilidade Civil 2015

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Web Aula 1
Joaquim moveu ação indenizatória por danos morais em face de Alexandre por ter este mantido relação amorosa com Priscila, sua esposa (do autor). Alega que em razão desse relacionamento acabou se separando da sua esposa, o que lhe causou grande abalo psicológico e humilhação. Terá Alexandre o dever de indenizar? O que você alegaria como advogado de defesa de Alexandre? 
RESPOSTA : Não, porque o amante é estranho a relação jurídica existente entre marido e mulher. Alexandre não tem o dever de indenizar, posto que a não praticou ato ilícito. Não há responsabilidade sem violação de dever jurídico porque responsabilidade é o dever sucessivo de reparar o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário. No caso, portanto, importa saber se Alexandre violou algum dever jurídico em relação a Joaquim. E a resposta é negativa porque Alexandre não tinha nenhum dever de fidelidade em relação a Joaquim. Quem tinha este dever, e o violou, foi Priscila, a mulher de Joaquim. Logo, Alexandre não tem nenhum dever de indenizar, sendo inviável a pretensão indenizatória de Joaquim. O cúmplice de cônjuge infiel não tem o dever de indenizar o traído, uma vez que o conceito de ilicitude está imbricado na violação de um dever legal ou contratual, do qual resulta dano para outrem, e não há no ordenamento jurídico pátrio norma de direito público ou privado que obrigue terceiros a velar pela fidelidade conjugal em casamento do qual não faz parte. 2. Não há como o Judiciário impor um “não fazer” ao cúmplice, decorrendo disso a impossibilidade de se indenizar o ato por inexistência de norma posta – legal e não moral – que assim determine. O réu é estranho à relação jurídica existente entre o autor e sua ex-esposa, relação da qual se origina o dever de fidelidade .
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Menina morre ao receber vaselina na veia em hospital. Estela, 12 anos, foi internada com quadro de virose, diarréia, febre e dores abdominais. O médico lhe receitou medicamentos e soro na veia. Após receber duas bolsas de soro, Estela começou a passar mal na terceira.Só então foi constatado que em lugar de soro estava sendo injetada vaselina na sua veia. Maria, a enfermeira responsável pelo atendimento de Estela, teria se enganado porque os frascos usados para guardar soro e vaselina são semelhantes.( Globo, 7/12/2010) Considerando apenas a conduta da enfermeira Maria, indaga-se: o caso é de responsabilidade contratual ou extracontratual? Responsabilidade objetiva ou subjetiva? Resposta fundamentada.
 Resposta: O ato praticado é de responsabilidade extra contratual, pois houve inobservância de normas gerais de conduta por parte da enfermeira ao aplicar inadvertidamente a vaselina na paciente.
 A responsabilidade pelo dano foi subjetiva, pois houve a violação de um dever que o agente deveria conhecer e acatar. Não houve intenção de violar o dever jurídico, mas este foi violado por motivo de negligência da enfermeira.
 Como Estela estava internada em um hospital, já havia uma relação jurídica preexistente entre eles, logo, é caso de responsabilidade contratual. A responsabilidade pessoal dos médicos e profissionais de saúde é subjetiva. Houve no caso indiscutível violação do dever de cuidado da enfermeira Maria, o que caracteriza a culpa, e culpa grave. Mera semelhança dos frascos de vaselina e soro não justifica o erro de Maria; pelo contrário, agrava a sua negligência pois, em razão da semelhança dos frascos deveria ter maior cuidado.
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Augusto, comerciante de bois, vende a Gustavo, lavrador, um boi doente, que, por sua vez, contagia os outros bois do comprador, que morrem. Privado desses elementos de trabalho, o lavrador vê-se impedido de cultivar suas terras. Passa a carecer de rendimentos que as terras poderiam produzir, deixa de pagar seus credores e vê seus bens penhorados, os quais são vendidos por preço abaixo de seu valor. Arruinado, o lavrador suicida-se. Seus filhos e viúva ingressam com ação de indenização em face do comerciante. Pergunta-se: quais são os danos ressarcíeis e quem terá de repará-los? Resposta fundamentada.
 Resposta: Augusto deverá indenizar pelos danos referentes à morte dos bois. Em juízo de probabilidade pode se identificar se a ação de Augusto causou outro dano, como lucros cessantes.
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Antônia teve o seu veículo apreendido em ação de busca e apreensão movida pelo Banco X. Pagas as prestações em atraso, seis meses depois o veículo lhe foi devolvido, mas inteiramente danificado, inclusive com subtração de peças e acessórios. Alega também Antônia que não poderá usar o seu veículo, enquanto não for consertado, no fornecimento de quentinhas para cerca de 80 pessoas, o que lhe daria um ganho diário de R$ 120,00. Em ação indenizatória contra o Banco X o que Antônia poderá pedir?
 Resposta: Antônia poderá pedir danos materiais, referentes ao conserto do veículo e lucros cessantes, referente ao valor de deixou de ganhar com a venda das quentinhas. O Banco tinha obrigação de devolver o veículo a Antônia tal como o recebeu. No tempo que o teve como depositário tinha o dever de conservar o veículo, o que não ocorreu. Pode Antônia pleitear indenização por dano material, na modalidade de dano emergente correspondente à quantia necessária para o conserto do veículo – valor das peças, acessórios, mão de obra etc, e lucro cessante, aquilo que razoavelmente deixar de ganhar enquanto o veículo não for consertado. Se Antonia provar que não pôde fornecer as quentinhas, deixando assim de ganhar R$ 120,00 diários, esse será um critério razoável para se estabelecer a indenização pelo lucro corrente. Dano moral poderá ser pleiteado, mas não será certo o seu deferimento.
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Joana e João da Silva moveram ação de indenização por dano moral contra o Estado do Rio de Janeiro porque dois servidores estaduais, José da Silva e Aroldo dos Santos, assinaram, divulgaram e promoveram distribuição de aviso de suspeita de caso de AIDS no Município do Rio das Pedras, indicando o nome do filho dos autores, Antônio da Silva, como sendo portador de tal doença. Sustentam que o mencionado aviso, além de violar o direito à intimidade e à vida privada de Antônio, debilitou ainda mais o seu estado de saúde, apressando a sua morte, ocorrida poucos meses depois da divulgação. Em contestação o Estado alega não terem os autores, pais de Antônio, legitimidade para pleitearem a indenização porque o dano moral, por se tratar de direito personalíssimo, é intransmissível, desaparece com o próprio indivíduo, impossibilitado a transmissibilidade sucessória e o exercício da ação indenizatória por via subrogatória. Diante do caso concreto, aborde a possibilidade de os pais de Antônio obterem a reparação civil pelos danos causados ao seu filho.
 RESPOSTA: Consumado o dano, este não se transmite, mas sim o direito à indenização dele decorrente, que tem natureza patrimonial. Os pais estão legitimados, por terem interesse jurídico, para acionarem o Estado na busca de indenização por danos morais, sofridos por seu filho, em razão de atos administrativos praticados por agentes públicos que deram publicidade ao fato de a vitima ser portadora do vírus do HIV. 
2. Os autores, no caso, são herdeiros da vítima, pelo que exigem indenização pela dor (dano moral) sofrida, em vida, pelo filho já falecido, em virtude de publicação de edital, pelos agentes do Estado réu. A tese do réu de que a honra é direito personalíssimo, que se extingue com a morte, pelo que o dano moral não se transmite aos herdeiros. O que se extingue com a morte é a personalidade e não o dano consumado. O direito à indenização pelo dano moral é que se transmite e não o próprio dano moral. O dano, tanto o material como o moral, se consuma no momento em sua condição de portador do vírus HIV. 
3. O direito que, na situação analisada, poderia ser reconhecido ao falecido, transmite-se, induvidosamente, aos seus pais. 
4. A regra, em nossa ordem jurídica, impõe a transmissibilidade dos direitos personalíssimos, salvo vedação legal.
 5. O direito de açãopor dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores da vítima. 
6. A perda de pessoa querida pode provocar duas espécies de dano: o material e o moral. 
7. O herdeiro não sucede no sofrimento da vítima. Não seria razoável admitir-se que o sofrimento do ofendido se prolongasse ou se entendesse (deve ser estendesse) ao herdeiro e este, fazendo sua a dor do morto, demandasse o responsável, a fim de ser indenizado da dor alheia. Mas é irrecusável que o herdeiro sucede no direito de ação que o morto, quando ainda vivo, tinha contra o autor do dano. Se o sofrimento é algo entranhadamente pessoal, o direito de ação de indenização do dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores. Os pais têm interesse jurídico e são legitimados para promover a ação, que comporta transmissibilidade. A ação de reparação comporta transmissibilidade aos sucessores do ofendido, desde que o prejuízo tenha sido causado em vida da vítima, cabendo aos herdeiros o direito de exigir reparação dos danos. Pode sofrer dano extrapatrimonial não apenas a vítima do ato, mas também um terceiro indiretamente atingido, o que a doutrina chama de dano indireto.
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O depósito de fogos de artifícios de Aldo explodiu na madrugada do dia 24.10.2009. Embora não tenha havido vítimas, deu-se a perda total do material estocado e a destruição completa do prédio. A perícia não apurou nenhuma irregularidade de estocagem, apontando como possível causa da explosão defeito em alguma peça pirotécnica que estava no galpão. Aldo, pequeno empresário, quer ser indenizado. De quem poderá pleitear a indenização, com que fundamento e o que poderá pedir? 
 Resposta: Não se aplica ao caso o Código de Defesa do consumidor, em razão da não caracterização dos elementos subjetivos e objetivos de uma relação de consumo, sobretudo pelo fato de Aldo não ser consumidor. Os fogos de artifícios destinavam-se à venda. que também impõe responsabilidade objetiva ao fabricante do produto que venha a causar danos a outrem.
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Paulo, 16 anos, dirigindo o carro do pai, atropela e fere B gravemente. A vítima, completamente embriagada, atravessou a rua inesperadamente, sendo certo que Paulo dirigia em velocidade normal. Pretende a vítima ser indenizada por danos materiais e morais, pelo que propõe ação contra Carlos, pai de Antônio. Procede ao pedido? Como advogado de Carlos o que você alegaria?
 RESPOSTA: Embora seja objetiva a responsabilidade dos pais pelos filhos menores é preciso, todavia, para configurar essa responsabilidade que o filho tenha dado causa ao dano e numa situação que, caso fosse imputável, configuraria a sua culpa. No caso nem há que se falar em culpa do filho porque o evento decorreu de fato exclusivo da própria vítima (fato imprevisível) - que exclui o nexo causal. O fato de o filho ser menor de idade e estar dirigindo sem habilitação não foi causa determinante do evento, que teria ocorrido ainda que Antônio fosse maior e estivesse habilitado. Apenas configura uma ilicitude administrativa.
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O aposentado Antônio Gomes, de 74 anos, morreu ontem, em Realengo, vítima de ataque de abelhas africanizadas. A vítima foi caminhar num lugar perto de sua casa, onde há um apiário, quando foi picado do couro cabeludo aos pés por inúmeras abelhas. Levado para o Hospital Albert Schweitez com pressão muito baixa e choque anafilático, Antônio não resistiu e morreu. Segundo Célio dos Santos, dono do apiário, na primavera e no verão os enxames crescem e, como as colmeias ficam pequenas, as abelhas se tornam mais agressivas. Supondo que a mulher de Antônio pretenda ser indenizada, pergunta-se: 
De quem poderá pleitear a indenização e com que fundamento? Poderá o réu alegar com sucesso a excludente de força maior (fato da natureza) por não ter controle sobre as abelhas? Resposta fundamentada. 
Resposta: A ação indenizatória da mulher de Antônio deve ser dirigida contra o dono ou detentor do animal, no caso Célio, dono do apiário. O dono do animal deve responder por que é o seu guardião, aquele que tem o poder de direção, de controle ou de uso do animal. Trata-se também de responsabilidade objetiva que só pode ser excluída no caso de culpa exclusiva da vítima ou força maior. No caso, não pode Célio, dono do apiário, invocar a força maior para excluir a sua responsabilidade porque esta, como se sabe, caracteriza-se pela inevitabilidade, ainda que o fato seja previsível. Decorre de fatos da natureza que, embora previsíveis, não podem ser evitados. Ora, as abelhas eram domesticadas e não silvestres, tanto assim que pertenciam ao apiário de Célio, por ele exploradas economicamente. Célio, portanto, tinha o poder de comando sobre elas. Ademais, Célio sabia que nesta época do ano as abelhas se tornam mais agressivas pelo que poderia e deveria tomar providências (aviso etc.) para que terceiros não se aproximassem do apiário. 
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Antônio estava lendo o jornal, na pequena varanda de sua casa, quando foi atingido mortalmente por uma bala proveniente de uma troca de tiros entre policiais e traficante sem um morro próximo. Viúva e filhos de Antônio querem ser indenizados pelo Estado por danos materiais e morais.Prova do que o projétil partiu efetivamente da referida troca de tiros, examine a responsabilidade do Estado nas seguintes hipóteses: a) a bala partiu da arma do traficante; b) a bala partiu da arma do policial; c) não foi possível apurar de que a arma partiu a bala. Fundamente sua resposta com base na lei, na doutrina e na jurisprudência. 
 Resposta: Responde o Estado objetivamente pelos danos causados por seus agentes que, nesta qualidade, causarem a terceiros. A expressão seus agentes não indica a necessária relação causal da ação ou omissão de algum agente do Estado e o dano. O Estado tem o dever de segurança e incolumidade em relação a terceiros mesmo quando está desempenhando atividade lícita mas perigosa. Tem a obrigação de desempenhar essa atividade com segurança. Nisso consiste a chamada teoria do risco administrativo. No caso, não há dúvida de que a bala que atingiu Antônio partiu da troca de tiros entre a polícia e traficantes. Logo, foi atividade administrativa que deu causa à morte de Antônio. Sendo assim, desinfluente que o disparo tenha partido de um dos policiais ou e um dos bandidos. Em qualquer caso, o Estado terá que indenizar. O Estado responderá mesmo que não seja possível apurar de que arma partiu o disparo final. Em caso de bala perdida o Estado só não responde quando não se sabe de onde veio o tiro. Vale dizer, bala perdida mesmo.
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Um prisioneiro do sistema penitenciário do Estado do Rio de Janeiro faleceu acometido de pneumonia. A viúva propõe ação indenizatória contra o Estado sob o fundamento de que a este cabia zelar pela integridade física do seu marido. Assiste-lhe razão? Resposta fundamentada.
 Resposta: Responsabilidade objetiva do Estado porque a pneumonia não foi causada pela atividade estatal (agentes do Estado). É caso de responsabilidade por omissão. O Estado só responderá se deixou de prestar ao prisioneiro os cuidados médicos devidos. Também não se pode falar em omissão específica porque não há prova de que o Estado teria criado, por sua omissão, situação propícia para a ocorrência da pneumonia, tal como ocorre no caso de morte de detento por ação de outro detento. No caso, o Estado só poderá ser responsabilizado por culpa (culpa anônima), se resultar provada a falta do serviço. Por exemplo, que tendo se manifestada a doença, o Estado se omitiu quanto ao atendimento médico necessário.
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João adquiriu vidros na loja X, fabricados por Indústria Y, para coloca-los na janela de sua casa. Atendidas as regras técnicas para instalação do referido material, uma semana depois o vidro veio a estilhaçar-se sem uma causalidade externa aparente, tão pouco por conduta do próprio comprador. O evento causou ferimentos no rosto da esposa de João, que necessitou de internação hospitalar por 10 dias. Quem pode pleitear indenização,contra quem, com que fundamento e em que prazo? Resposta fundamentada. 
Resposta: O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. O prazo estabelecido para o pedido de indenização é de 5 anos. João e sua esposa poderão pleitear indenização tanto do fornecedor quanto do fabricante. 
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Áurea comprou um carro 0 km, da marca FORD, na Concessionária Xavante. De corridos quatro meses de uso, apresentou o veículo problemas no sistema de freio. A Concessionária Xavante recusou-se afazer o reparo alegando ter ocorrido a decadência do direito de Áurea reclamar. Ao sair da Concessionária, em um sinal de trânsito Áurea é assaltada por Berto, que assumiu a direção do veículo. Perseguidos pela polícia, que tomou conhecimento do assalto, Berto acaba colidindo com a traseira do veículo de Carlos, em virtude do freio do carro de Áurea não ter funcionado adequadamente. Ficaram gravemente feridos Áurea, Carlos e o assaltante Berto, além de destruídos os dois veículos. Áurea e Carlos ajuízam ações com pedido de indenização em faze do fabricante e da Concessionária, em que pleiteiam danos morais e materiais. Em contestação, alega o fabricante que houve fato exclusivo de terceiro (ato do assaltante) e a Concessionária sustenta ser parte ilegítima, além de insistir na ocorrência da decadência. Decida a questão, fundamentando-a. Analise, também, se houve decadência e se há possibilidade do assaltante Berto pleitear indenização. 
 Resposta: Ao caso se aplica o Código de Defesa do Consumidor porque estão presentes os elementos da relação de consumo. O prazo de decadência é 90 dias a contar da manifestação do vício. Trata-se, portanto, de prescrição (fato do produto) cujo prazo é de 5 anos . Responsáveis são o fabricante e a concessionária, uma vez que esta, com sua recusa concorreu direta e efetivamente para o evento . Berto sendo consumidor por equiparação , tem direito a pleitear indenização. Áurea será considerada destinatária final já Carlos e Berto serão consumidores por equiparação que sofreram danos em razão da relação de consumo, estabelecida com Áurea. Berto terá direito sobre a ótica civil, o que seguramente não ocorrerá na esfera penal. 
 
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Famoso pintor se obrigou a fazer um quadro para exposição em galeria de arte, pelo preço certo de R$ 50.000,00(cinquenta mil reais). O quadro teria que ser entregue até quinze dias antes do inicio da exposição, sob pena do pagamento de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais). Se mesmo assim o quadro não fosse entregue até o dia do início da exposição, o pintor pagaria a multa de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Como o quadro não foi entregue no prazo previsto, o dono da galeria (adquirente do quadro), três dias antes da exposição adquiriu outro quadro em substituição e moveu ação indenizatória contra o pintor, formulando os seguintes pedidos: I – pagamento de R$ 15.000,00(quinze mil reais) correspondentes à multa pelos dias de atraso na entrega do quadro; II- pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) correspondentes à multa pela não entrega do quadro; III – reparação dos danos materiais, emergentes e lucros correntes, estimados em R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) assim distribuídos: a) R$ 10.000,00(dez mil reais) pela diferença a mais pelo preço pago pela compra do quadro em substituição; b) R$ 15.000,00 (quinze mil reais) devidos pela melhor cotação dos quadros do pintor inadimplente. Dando os fatos como provados, responda se será possível a colher todos os pedidos fornecidos pelo dono da galeria, autor da ação?
 Resposta: A multa de R$ 1.000,00(mil reais) diários pelo atraso na entrega do quadro é cláusula penal moratória e pode ser cobrada, durante os dias de efetivo atraso. Como o autor comprou outro quadro três dias antes da exposição, aí cessou a mora do pintor (o quadro tornou-se inútil para o credor) e passou a haver inadimplemento. São, pois, devidos doze dias de multa, ou seja, R$ 12.000,00 (doze mil reais). A multa de R$ 30.000,00 pela não entrega do quadro é cláusula penal compensatória em razão do inadimplemento. Essa multa não pode ser exigida cumulativamente com as perdas e danos. A cláusula penal compensatória converte-se em alternativa a benefício de credor. Vale dizer, pode o credor optar pela cláusula penal compensatória (valor da multa, que funcionará como pré-liquidação do dano) ou pelas perdas e danos, o que lhe for mais favorável, devendo neste último caso, entretanto, provar a quantia do seu prejuízo. Se preferir a pena convencional, o credor não precisará provar o seu prejuízo. No caso, o melhor para o autor, dono da galeria, é optar pela multa compensatória, já que superior ao valor que está pleiteando a título de perdas e danos, e para recebê-la, não precisará provar o prejuízo.
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Aldo Couto ajuiza, em face de VIAÇÃO BOA VIAGEM, ação de indenização por danos materiais e morais, com fulcro no artigo 37, § 6º da Constituição Federal, em razão de acidente de transporte. Alega o autor que se encontrava no interior do coletivo quando ocorreu a colisão, o que lhe acarretou lesões, como demonstrado no Registro de Ocorrência, em que constou, expressamente, o nome do autor como passageiro do ônibus, e, ainda, o nome do Hospital Salgado Filho, local para onde foram levadas as vítimas do acidente de trânsito. As lesões corporais impossibilitaram a locomoção e ausência da vítima de sua residência por 15 dias. Em contestação, a ré pretende que seja o pedido julgado improcedente por ter o acidente ocorrido porque um caminhão colidiu com o ônibus, invadindo contra-mão. Em réplica, o autor aduz que a ré não demonstrou qualquer prova da exclusão de sua responsabilidade, razão pela qual pugna pelo reconhecimento de sua responsabilidade objetiva. Dando os fatos narrados como comprovados, decida fundamentadamente: 
a)a natureza da relação jurídica tem amparo no direito comum ou no artigo 37, § 6º da Constituição Federal;
COMO É UMA RELAÇAO DE CONSUMO APLICA-SE O CDC NO ART. 14 RESPONSABILIDADE OBJETIVA, CASO NÃO HOUVESSE O CDC APLICAVA-SE O ART 37 CF.
b) admitida como verdadeira a tese de defesa da ré, exclui a sua responsabilidade? 
 ART 735 CONFORME O ARTIGO NÃO EXCLUI ARESPONSABILIDADE, A RÉ TEM DIREITO A AÇÃO DE REGRESSO CONTRA O CAMINHONEIRO.
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Juracy propôs ação requerendo a condenação da América do Norte Seguros S/A ao pagamento de indenização correspondente ao valor de seu automóvel, pelos fatos e fundamentos que seguem. O autor celebrou contrato de seguro de seu único veículo com a ré. Ao preencher a apólice, ensejando as informações necessárias à celebração do contrato, afirmou residir numa cidadezinha pacata do interior do Estado do Rio de Janeiro, onde tem apenas um pequeno depósito de mercadorias, informando, ainda, que o veículo se destinava ao seu uso particular. Na realidade, Juracy, utilizando-se de seu automóvel, dirigia-se quase que diariamente à referida cidadezinha e lá circulava grande parte do dia para exercer sua profissão de vendedor, transportando e fornecendo mercadorias para vários botequins. Certo dia, ao estacionar para ir ao supermercado numa rua do bairro da Ilha do Governador, onde efetivamente reside, teve seu veículo furtado. Acionou imediatamente o seguro e, para tal, forneceu toda a documentação necessária, inclusive o Registro da Ocorrência, realizado na delegacia de polícia. Entretanto, a seguradora se negou a realizar o pagamento. Requereu a procedência do pedido. 
Contestou a ré, sustentando que, após examinar a referida documentação, se negou a pagar a indenização referente ao sinistro, ao detectar fraude tarifária, pois Juracy declarouno RO que reside na Ilha do Governador, o que é verdade, enquanto que na ocasião da celebração do contrato de seguro, afirmou residir numa cidadezinha pacata do interior do Estado. Além disso, omitiu o fato de que o veículo era utilizado para transporte de mercadorias. Argumentou a seguradora que a capital do Estado é local onde o risco de roubos, furtos, colisões e outros sinistros é extremamente superior ao de cidades pequenas, o que majora consideravelmente o valor do prêmio a ser pago pelo segurado. O fato de o veículo ser utilizado para transporte de mercadorias também faz com que o valor do prêmio seja majorado. Agindo assim, prossegue a ré, o autor infringiu o princípio da boa-fé, praticando conduta fraudulenta. Pleiteou a improcedência do pedido. Resolva a questão fundamentadamente. 
NÃO HÁ INDENIZAÇÃO PELA SEGURADORA JÁ QUE , ELE AGIU EM INOBERCEVANCIA DA BOA FÉ OBJETIVA, SERIA CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA (O SEGURADO) EXCLUDENTE DE RESPONSAB. CIVIL , SEGURO É RISCO, SEGURADORA SÓ RESPONDE PELO RISCO QUE ELA ASSUMIU, SE ELE OMITIU ...
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Joaquim moveu ação indenizatória por danos morais em face de Alexandre por ter este mantido relação amorosa com Priscila, sua esposa (do autor). Alega que em razão desse relacionamento acabou se separando da sua esposa, o que lhe causou grande abalo psicológico e humilhação. Terá Alexandre o dever de indenizar? O que você alegaria como advogado de defesa de Alexandre?
Resposta: Alexandre não tem o dever de indenizar, posto que a não praticou ato ilícito previsto nos arts. 186 e 187, do CC/, conforme entendimento do art. 927, também do CC/2002.

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