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História do Brasil Imperial Os impasses de uma experiência política excepcional (II) - O período regencial: dos conflitos políticos às disputas representacionais O princípio fundamental das aulas -Entre 1831 e 1840, o trono da Monarquia brasileira esteve vago, sendo o poder moderador suspenso e o poder executivo exercido por governantes eleitos para mandatos temporários, o que justifica a nomenclatura “experiência republicana”, consagrada pelo historiador Paulo Pereira de Castro. -Esses anos foram marcados por inúmeras revolta regenciais que questionaram o projeto da monarquia escravocrata e centralizada que se mostrou vitorioso no processo da emancipação política. -De acordo com o historiador Marcelo Basile, nesse período, os mais diversos projetos de país, e de não país, conflitaram, sendo que o projeto da monarquia escravocrata, católica e continental se sagrou vitorioso. Essa vitória explica, em parte, as formas através das quais o Período Regencial foi abordado pela posteridade. Conteúdos trabalhados -As disputas regenciais. -As regências de Diogo Antônio Feijó e Araújo Lima. -A jurisdição regencial (o Ato Adicional de 1834 e a Lei Interpretativa de 1840). -O golpe da maioridade. -As memórias conflituosas a respeito do período regencial. A bibliografia da aula -CASTRO, Paulo Pereira. A experiência republicana. In: In: HOLANDA, Sérgio Buarque (ORG). História Geral da Civilização Brasileira – O Brasil Monárquico. Tomo II, 2° volume. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. (Cap. 02) -BASILE, Marcelo. O laboratório da nação. A era regencial. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperia. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2009. (Vol. II. Cap. 2) O ponto de partida da reflexão “Desde 1829 certos grupos, portadores de “ideias liberais muito avançadas” reunidos em sociedade secretas, como a Sociedade dos Amigos Unidos do Rio de Janeiro, preparavam uma revolução contra o regime monárquico. Já então eram conhecidos como farroupilhas.” (PEREIRA; 1997, p. 18) “Evento emblemático, o 7 de abril consagrou o espaço público como arena de luta dos mais diversos grupos políticos e camadas sociais, marcando a emergência de novas formas de ação política, em momento no qual, transbordando a tradicional esfera dos círculos palacianos e das instituições representativas, tornava-se pública, e se assistia a uma rápida politização das ruas.” (Basile; 2009, p. 59). “O período regencial é tradicionalmente visto sob perspectiva negativa, que o caracteriza como época anárquica e anômala, como empecilho à formação e à preservação da nação brasileira. A construção inicial dessa imagem, presente em autores que posteriormente marcaram a historiografia sobre a Regência, remonta, sobretudo, às obras de historiadores políticos conservadores do Segundo Reinado (BASILE; 2011, p. 55). Os principais eventos da regência - Do ponto de vista administrativo: -Regência Trina Provisória (Abril-Junho de 1831). -Regência Trina Permanente (1831-1835) -Regência Una de Feijó (1835-1838) -Regência Uma de Araújo Lima (1838-1840) - Do ponto de vista das rebeliões: - Do ponto de vista jurídico: -Ato adicional de 1834. -A lei interpretativa de 1840. - Do ponto de vista das rebeliões: - Balaiada (1838-1841) - Cabanagem (1835-1840) - Sabinada (1837-1838) - Levante dos Malês (1835) - Revolução Farroupilha (1835-1845) A regência Una de Feijó (1835-1838) -Caracterizada pela força dos progressistas e pelo projeto da monarquia federativa. -O fortalecimento do poder local em detrimento do poder central. -O fortalecimento dos dispositivos jurídicos progressistas, especialmente a Guarda Nacional e a autoridade do Juiz de Paz. -A intensificação das revoltas provinciais. A regência Una de Araújo Lima (1838-1840) -Caracterizada pela força dos regressistas e pelo projeto da monarquia centralizada. -O fortalecimento do poder central em detrimento do poder local. -O fortalecimento do exército centralizada e a subordinação dos juízes de paz aos delegados. A jurisdição regencial -O ato adicional de 1834 - Criação das Assembleias Legislativas Provinciais. - Extinção do Conselho de Estado. - Estabelecimento do voto para a escolha dos regentes. -A lei interpretativa de 1840 - A reversão político-administrativa do ato adicional de 1834. - A preparação para o código criminal de 1841. - Essas duas legislações marcaram o regresso conservador. O golpa da maioridade “Muito se diz sobre a necessidade da restauração da autoridade imperial; afirma-se que esse é um imperativo para o bom trâmite da tranquilidade e da ordem pública. Tendo a concordar com a sentença, apenas discordo de que esse seja o momento oportuno. S. M. Imperial ainda é um menino pouco versado nas intrigas típicas do mundo da política. Os defensores do projeto de antecipação da maioridade afirmam que S.M. seria acompanhado por um conselho privado formado por dez homens. Trata-se de um projeto monstro que pretende não só submeter S.M à tutela política como entregar o poder do Estado a quem há muito lhe quer. Concordo que o momento é difícil, concordo que a sombra da revolução é um perigoso espectro para a harmonia e para a felicidade geral da nação. Por enquanto, o melhor a se fazer é fortalecer os mecanismos administrativos do Estado e, tendo como horizonte a figura ainda não habilitada de S. M. Imperial, tentar controlar o fluxo da revolução, canalizando-o para uma forma mais justa de pensar as liberdades: subordinando-as à tranquilidade pública.” (MARQUÊS DE PARANÁ; 1840) Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12
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