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Igualdade formal versus igualdade material

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Igualdade formal versus igualdade material
Igualdade Formal ou Isonomia
O princípio da igualdade pode ser entendida em dois aspectos: igualdade formal e igualdade material.
A igualdade formal é a igualdade jurídica onde todos devem ser tratados de maneira igual, sem quaisquer distinções.A igualdade material é a busca pela igualdade real, tratando de forma desigual pessoas que se encontram em condições desiguais, na medida e proporção de suas desigualdades. A igualdade formal é a igualdade jurídica onde todos devem ser tratados de maneira igual, sem quaisquer distinções; não podendo haver qualquer tipo de diferença no tratamento entre todos os cidadãos.  Era a igualdade pleiteada nas revoluções burguesa, francesa e americana. O princípio da igualdade surgiu da necessidade de se combater o Estado Absolutista que tratava as pessoas de forma diferente.A igualdade formal é a igualdade na lei (observada no momento de sua elaboração pelos legisladores) e a igualdade perante a lei (observada no momento de sua interpretação ou aplicação pelos intérpretes, autoridades públicas e particulares).
Apesar de os indivíduos serem diferentes, a igualdade formal ou jurídica vem nos dizer que são todos iguais, ao menos formalmente (na lei e perante a lei).De acordo com o previsto na Constituição Federal...
“Art. 5º- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)”.
O problema da igualdade formal está nos casos onde esse conceito acaba por causar uma desigualdade maior do que uma igualdade propriamente dita.  A igualdade formal é focada em uma igualdade independente de raça, crença, orientação sexual, gênero ou qualquer outra forma de diversidade. Como vivemos em uma sociedade diversificada, isso acaba se provando insuficiente, pois não considera os grupos desfavorecidos. Uma igualdade formal acaba favorecendo apenas uma parte da sociedade. Aqueles que já detêm de todos os privilégios continuam ganhando, enquanto aquela minoria, que não goza de todas as oportunidades, acaba sendo prejudicada.  Tudo começou a mudar com a chegada do Estado Social, pois então houve uma reconstrução, no sentido real, de igualdade. Assim, o Estado passou a se preocupar em proteger os menos favorecidos, efetivando seus direitos fundamentais e aumentando suas oportunidades reais. 
Igualdade Material ou Equidade
Os indivíduos são diferentes e essas diferenças devem ser tratadas corretamente de forma a promover a igualdade real.A igualdade material é a busca pela igualdade real, tratando de forma desigual pessoas que se encontram em condições desiguais, na medida e proporção de suas desigualdades. Ao Estado cabe promover ações e políticas públicas que possam diferenciar as pessoas em situações diferentes. 
A promoção da igualdade não significa proibir as diferenças e sim proibir as diferenças arbitrárias e injustas. 
Dessa forma, deverá ser observado critérios de razoabilidade e proporcionalidade diante de um tratamento diferenciado, verificando se ele é adequado e necessário para o caso em concreto.
O legislador não deve se afastar do caráter isonômico predominante, mas deve se adequar às diversidades dos destinatários das normas. 
A igualdade absoluta não existe e, caso aplicado, tal conceito provocaria situações de desigualdade maior. 
Mas, não se deve esquecer do caráter isonômico da legislação brasileira. 
O objetivo da igualdade material é apenas adequar e equilibrar as situações e não priorizar um lado ou o outro. 
É preciso entender que existem alguns critérios que devem vigorar para que não se quebre o princípio da isonomia: a leis devem ser iguais para todos.
Como já dito por George Orwell em A Revolução dos Bichos: “todos os animais são iguais”, o que mostra uma igualdade formal.
Mas sendo Orwell um escritor conhecido pelas suas críticas, tal frase logo era completada pelo motivo de falha nesse conceito formal: “mas alguns animais são mais iguais que outros”.
A CF/88, ao dispor sobre o princípio da igualdade, estabelece diversos tratamentos diferenciados adequados às pessoas ou circunstâncias diferentes:
Exemplos: 
Diferença do prazo entre a licença maternidade (120 dias) e a licença paternidade (5 dias);
Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos;
Existência de cargos que só podem ser ocupados por brasileiros natos: Presidência da República;
Estabelecimento de idade mínima para ocupar cargos eletivos: 35 anos para Presidência da República;
Criação do Código de Defesa do Consumidor, que garante proteção ao consumidor frente ao fornecedor de produtos e/ou serviços.

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