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ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO VILA VELHA-2018 ERGONOMIA Por: Wander Pacheco Vieira, M.Sc. professor 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA 3 Situações hostis ao elemento humano • Na Inglaterra, cerca de 33% dos acidentes ocorridos anualmente referem-se às atividades relacionadas com movimentação de materiais, sendo que a coluna representa 46% dos casos, e nos Estados Unidos cerca de 1,2 milhões de trabalhadores se afastam anualmente em função deste problema. • As lombalgias (dor na região lombar) e as dorsalgias (dor na região dorsal) são as principais consequências de condições anti-ergonômicas nos locais de trabalho, pois muitos dos problemas decorrem da utilização biomecânica incorreta da máquina humana e do desconhecimento das limitações da coluna vertebral. WANDER PACHECO VIEIRA 4 Situações hostis ao elemento humano Alguns fatores de esforços causadores de lombalgias: - Pegar carga pesada com o tronco em flexão. Ex.: pegar sacos com material, quando posicionados no chão; - Torcer e girar a coluna para pegar carga em local difícil. Ex.: retirar ou colocar material dentro de caçambas metálicas; - Manusear carga com o tronco em flexão. Ex.: arrumar, posicionar e cintar material em paletes. - Pegar e manusear carga com o tronco em flexão lateral ou rotação. Ex.: pegar produtos em esteiras, posicionando-se lateralmente ou de frente para as mesmas, com as áreas de pega acima dos alcances máximos do operador. WANDER PACHECO VIEIRA 5 Situações hostis ao elemento humano 6 2.5.2 - NIOSH Em 1981, foi desenvolvido um método para avaliar o manejo de cargas no trabalho, pelo Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), com o objetivo de criar uma ferramenta capaz de identificar os riscos de lombalgias associados à carga física a que se encontra submetido o trabalhador, e recomendar um limite de peso adequado para cada tarefa em questão. Foram propostos pelo grupo de estudiosos dois indicadores - Limite de Peso Recomendado (L.P.R.) e Índice de Levantamento (I.L.) - que servirão como parâmetros para avaliação das chances de ocorrer uma lesão de coluna no trabalhador na operação de movimentação de cargas. WANDER PACHECO VIEIRA 7 Condições para aplicação Elevação feita com suavidade, isto é, sem movimentos bruscos Condições térmicas e visuais favoráveis Boas condições mecânicas - piso plano e sem obstruções oferecendo boa aderência ao calçado WANDER PACHECO VIEIRA 8 Não é aplicável: em tarefas de elevação de objetos com uma só mão, na posição de sentado ou agachado, ou ainda elevações em espaços confinados que obriguem a posturas Desfavoráveis não contempla a elevação de pessoas, de objetos muito quentes ou frios, sujos ou contaminados Assume que a superfície de contato do calçado com o solo tem um coeficiente de fricção estática, no mínimo, de 0.4 (de preferência 0.5) Não inclui circunstâncias imprevistas Assume que as tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico potencial para causar lesões lombares, Se o ambiente físico for desfavorável (temperatura ou umidade relativa inferiores aos intervalos 19º a 26ºC ou 35% a 50% ) Não estão incluídas tarefas que impliquem elevações rápidas de objetos (>15 elev./min) WANDER PACHECO VIEIRA 9 Distância vertical percorrida com a carga: < 25cm Distância horizontal à carga: < 25cm Altura da carga: 70 a 80cm do chão Assimetria: 0º e Pega Boa Estabelecimento da Constante de Peso : 23kg NIOSH – Posição Standard WANDER PACHECO VIEIRA 10 As principais considerações do L.P.R são: • Estabeleceu como sendo 23 kg o peso que uma pessoa possa levantar em situação de trabalho, no qual 90% dos homens e no mínimo 75% das mulheres o façam sem lesão. • A taxa metabólica é da ordem de 3,5 kcal/min, o que é compatível com uma jornada continua WANDER PACHECO VIEIRA 11 • A compressão no disco L5-S1 da coluna vertebral, que pode ser suportada normalmente, é da ordem de 3400 Newtons. • Uma situação de trabalho onde exista uma força de compressão maior que 6600 Newtons, são capazes de provocar microtraumas ou mesmo a ruptura no disco na maioria das vezes, dentre outras lesões WANDER PACHECO VIEIRA 12 LPR • Existem 6 situações que são considerados como hostis para o elemento humano quando este fizer um levantamento de carga, ou seja: 1. Cargas superiores a 23 kg (este é o máximo de carga a ser levantado em condições ideais); 2. Frequência de levantamento da carga acima, mais que uma vez a cada 5 minutos; 3. Distância da carga ao corpo do trabalhador. Quanto mais longe estiver, pior para a coluna. Distâncias superiores a 25 cm são problemáticas; 4. Ângulo de rotação do tronco no plano sagital. São consideradas críticas para as facetas da coluna lombar e para os discos as pegadas que exigem movimentos lateralizados e em diagonal. Ângulos de rotação acima de 30º são críticos; WANDER PACHECO VIEIRA 13 5. Pegar cargas em altura superior a 1,20 m do chão ou à distâncias menores que 75 cm do chão; 6.A pessoa, ao pegar uma carga, não consegue dobrar os dedos próximo de 90º debaixo da carga. WANDER PACHECO VIEIRA LPR 14 LPR = 23 X H X V X D X A X F X QP V D Constante LC 23 kg Multiplicador Horizontal H ( 25 / H ) Multiplicador Vertical VM 1 - ( 0,003 x | V - 75 | ) Multiplicador de Distância DM 0,82 + ( 4,5 / D ) Multiplicador Assimétrico AM 1 - ( 0,0032 x A ) Multiplicador de Frequência FM Tabela 1 Multiplicador da Pega CM Tabela 2 WANDER PACHECO VIEIRA 15 NIOSH WANDER PACHECO VIEIRA 16 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH 17 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH 18 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH 19 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH 20 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH - Multiplicadores 21 WANDER PACHECO VIEIRA NIOSH 22 Container ou caixa de boa qualidade * Comprimento <= 40 cm, altura <= 30 cm superfície de alguma compressibilidade não derrapante. Características de uma alça ou pega ótima ** a) No caso de uma alça ótima, esta deve ter um formato cilíndrico, a sua superfície deve ser não derrapante, o seu diâmetro de 1,8 a 3,7 cm, comprimento >= 11 cm, e no mínimo 5 cm de espaço para as mãos; b) No caso de uma pega numa caixa, esta deve ter uma altura de no mínimo 7,5 cm, comprimento >=11 cm, forma semi-oval, no mínimo 3,2 cm de espaço para os dedos, a sua superfície deve ser não derrapante e com algum grau de compressibilidade; c) No caso de caixas ou similar, deve-se permitir a possibilidade de dobrar os dedos próximo de 90º debaixo desta. WANDER PACHECO VIEIRA 23 WANDER PACHECO VIEIRA 24 NIOSH WANDER PACHECO VIEIRA 25 OWAS OWAS - OVAKO WORKING POSTURE ANALYSING SYSTEM 26 O método OWAS (Ovako Working Posture Analysis Sytem), foi desenvolvido por um grupo siderúrgico Finlandês de saúde ocupacional por volta dos anos 70. O método em seu desenvolvimento foi construí-lo como um método simples, porém fidedigno, garantindo assim a facilidade no seu uso e também no aprendizado, apresentando os resultados das porcentagens de tempo que o trabalhador permanece emuma postura adequada ou não, e também direcionar através dos resultados para uma melhoria do posto de trabalho. 72 posturas típicas, as quais foram resultado de diferentes combinações das posições do dorso (4 posições típicas), braços (3 posições típicas) e pernas (7 posições típicas). OWAS 27 OWAS 28 OWAS 29 OWAS 30 OWAS 31 OWAS 32 OWAS 33 REBA RAPID ENTIRE BODY ASSESSMENT 34 O método REBA foi proposto no ano de 2000. A proposta do método REBA é avaliar o risco de desenvolvimento de lesão musculoesquelética partir da avaliação da postura. O mesmo ainda salienta que os objetivos do método são: • Desenvolver um sistema de análise postural sensível ao risco musculoesquelético em diferentes atividades; • Dividir o corpo em segmentos a serem codificados individualmente, com referência aos planos de movimento; • Oferecer um sistema de pontuação para atividade muscular causada por posturas estáticas, dinâmicas, de mudanças rápidas ou instáveis; • Oferecer um nível de ação como indicação de urgência REBA 35 REBA Posturas avaliadas no método REBA 36 REBA Verificação dos níveis de risco e ação método REBA 37 RULA RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT 38 Este método busca avaliar posturas onde as pessoas estão expostas, as forças necessárias para execução de atividades e atividades musculares que contribuem para LER. O mesmo foi desenvolvido para detectar pontos de risco que ainda merecem atenção. Os fatores de risco considerados foram: número de movimentos, trabalho muscular estático, força, postura de trabalho determinado pelo equipamento e mobiliário e tempo de trabalho sem pausa. RULA O método RULA foi desenvolvido para os seguintes itens: • Proporcionar um método de pesquisa rápido da população aos fatores de risco de distúrbios dos membros superiores; • Identificar o esforço muscular que está associado com a postura de trabalho, força e trabalho estático ou repetitivo, o que contribui para a fadiga muscular; • Gerar resultados que podem ser incorporados em uma avaliação ergonômica mais ampla, considerando a epidemiologia, fatores físicos, mentais, ambientais e organizacionais. 39 RULA Posturas avaliadas no método RULA 40 O método RULA resulta após a avaliação em um escore de risco entre um e sete, onde pontuações mais altas significam níveis maiores de risco aparente. O mesmo ainda afirma que uma pontuação baixa não garante que o local de trabalho está livre de riscos ergonômicos e uma pontuação alta não garante que existe um problema grave RULA Nível de intervenção para os resultados do método RULA as pontuações que levam até o nível de ação, e a descrição do modo como deve-se intervir na atividade que há risco à saúde do trabalhador, ou se não é necessária nenhuma ação 41 RULA 42 RULA 43 RULA
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