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Saviani (2009), a partir do contexto econômico, político e social do final da ditadura militar no Brasil, no final da década de 1970 e início de 1980, apontava a grave situação que se encontram as crianças marginalizadas do processo educativo. Situação agravada no Brasil, mas que, em escalas diferenciadas, ocorria em vários países. Diante dessa situação, o autor se propõe a analisar como as teorias pedagógicas explicavam o fenômeno da marginalidade. A teoria pedagógica tradicional, a Escola Nova e a pedagogia tecnicista, de forma diferenciada, apontavam para a possibilidade de a educação ser um fator de superação da marginalidade e das desigualdades, promovendo a equalização social.
Descreva como essas teorias construíram suas perspectivas pedagógicas e como buscaram solucionar o problema da marginalidade escolar e das desigualdades sociais.
Dermeval Saviani em sua obra Escola e Democracia faz a classificação de dois grupos sobre a relação entre marginalidade e educação, apontando para o entendimento da educação como instrumento fundamental para a equalização social. Entretanto o primeiro grupo denominado por Saviani como grupo de “Teorias não críticas” acredita que “a marginalidade é um fenômeno acidental [...] que constitui um desvio, uma distorção que não só pode, mas como deve ser corrigida” (2008, p. 02) é nesse aspecto que a educação aparece como fator fundamental para a equalização da sociedade, ou seja, de acordo com este pensamento o problema da marginalidade pode ser solucionado através da educação, pois a “sociedade é concebida de forma harmoniosa, tendo a integração de seus membros” (p.02). 
Já para o segundo grupo, classificado por Saviani como “teorias crítico-reprodutivistas” a questão sobre a marginalidade esta relacionada à divisão entre grupos ou classes antagônicas, ou seja, trata-se de um problema social e a educação dispõe de elementos que podem combater a desigualdade social e promover a equalização na medida em que compreende os fundamentos que produzem a desigualdade e criam a marginalidade, ou seja, entende-se que os elementos que constituem a marginalidade para este grupo, estão na reprodução do modo de produção capitalista que submete a própria educação a um “bem de consumo” na medida em que “chegam invariavelmente a conclusão de que a função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere” (2008, p.20).
Dessa forma, enquanto o primeiro grupo entende a educação como elemento da equalização social e, portanto acredita que a educação é o instrumento principal para o fim da marginalidade, o segundo grupo procura compreender a educação como instrumento de discriminação social, ou seja, fator de marginalização e busca entender a educação. Sobre as “teorias não críticas”, Saviani aponta os sistemas de ensinos utilizados para promover a equalização social a fim de acabar com a marginalidade, pois “a causa da marginalidade é identificada como ignorância. É marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A escola surge como antídoto à ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade” (2008, p. 9). 
Neste contexto o autor analisa os sistemas de ensino que se constituíram no século passado a fim de construir uma sociedade democrática. A pedagogia tradicional centrada na figura do professor compreende a escola como espaço organizado com propósito de transmitir saber e conhecimento através de uma metodologia centralizada na figura do professor como detentor do conteúdo a ser exposto aos alunos, nesta perspectiva de ensino o aluno aparece como mero espectador da aula. Neste sentido a pedagogia tradicional vê na educação a solução à marginalidade uma vez que difunde os conhecimentos de forma sistematizada e extingue a ignorância, principal fator da marginalidade. 
Entretanto, Saviani aponta que no final do século passado as críticas a metodologia e ao fracasso da escola tradicional relativo ao combate da marginalidade deram lugar a um novo modelo pedagógico conhecido como Escola Nova, esta teoria mantinha a crença do combate a marginalidade por meio da educação, e atribuía o fracasso da evasão escolar e da continuidade da marginalidade ao modelo tradicional, por isso acreditava que a marginalidade estava atribuída a “fenômenos associados ao sentimento de rejeição” (p.12). Nessa perspectiva, o papel pedagógico da escola está em deslocar o eixo da educação para aspectos psicológicos, de conteúdos cognitivos para processos pedagógicos, da interação aluno-professor e não mais no professor como detentor do saber, ou seja, metodologia de ensino, a educação é voltada para a figura do aluno e propõe um novo método em que “o importante não é aprender, mas aprender a aprender” (2008, p.12). Todavia Saviani diz que: 
Tais conseqüências foram mais negativas que positivas uma vez que, provocando o afrouxamento da disciplina e a despreocupação com a transmissão de conhecimentos, acabou por rebaixar o nível do ensino destinado as camadas populares as quais muito frequentemente têm na escola o único meio de acesso ao conhecimento elaborado. Em contrapartida, a “Escola Nova” aprimorou a qualidade do ensino destinado às elites. (2008, p. 13) 
Com as frustrações em relação aos modelos anteriores em relação ao combate a marginalidade tentou criar-se uma metodologia de ensino que pudesse sanar os problemas presentes no “escolanovismo” e na pedagogia tradicional pautadas no pressuposto da eficiência e neutralidade científica, inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, a pedagogia tecnicista advogou a reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. Se na pedagogia tradicional a iniciativa cabia ao professor e se na pedagogia nova a iniciativa deslocou-se para o aluno, na pedagogia tecnicista o elemento principal passou a ser a organização racional dos meios, ocupando o professor e o aluno posição secundária. A organização do processo converteu-se na garantia da eficiência, compensando e corrigindo as deficiências do professor e maximizando os efeitos de sua intervenção. Compreende-se então que neste sentido a marginalidade não é um fenômeno de interação social a partir de uma perspectiva de reconhecimento identificação social como propõe a Escola Nova ou ainda a ausência de conhecimento (ignorância) reconhecia pela pedagogia tradicional, mas: 
Marginalizado será o incompetente (no sentido técnico da palavra), isto é, o ineficiente e improdutivo. A educação estará contribuindo para superar o problema da marginalidade na medida em que formar indivíduos eficientes, portanto, capazes de darem sua parcela de contribuição para o aumento da produtividade da sociedade. 
Percebe-se dessa forma, que a relação entre a educação e a marginalidade está caracterizada pelo acesso à escola e o método de ensino, ou seja, como este é direcionado como fonte de formação do cidadão, como a educação é parte fundamental para a construção da sociedade. 
REFERENCIAS.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. Edição Comemorativa. Campinas: Autores Associados, 2008.

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