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ied aula_3 e 4 CADERNO 2014.1 aluno

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
AULA 5
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AULA 5
CONCEITOS JURÍDICOS FUNDAMENTAIS
 
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CONTEÚDO
 1 - DIVISÕES DO DIREITO
 1.1 Direito Natural e Direito Positivo.
 1.2 Direito Objetivo e Direito subjetivo
AULA 5
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1 - DIVISÕES DO DIREITO
1.3 Direito Público e Direito Privado.
 1.3.1 A superação da dicotomia entre público e privado.
 1.4 Diferenças entre o Direito Público Interno e Externo e
 o Direito Privado Interno e Externo.
2. SEGURANÇA JURÍDICA
AULA 6
CONTEÚDO:
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AULA 1
Identificar as distinções entre direito natural e direito positivo.
Compreender os conceitos de direito objetivo e direito subjetivo.
Reconhecer e distinguir as diversas teorias relativas à natureza do direito subjetivo.
NOSSOS OBJETIVOS NESSE ENCONTRO
AULA 5
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AULA 1
Reconhecer e distinguir as diversas teorias relativas à natureza do direito subjetivo.
Reconhecer e distinguir o direito público e o direito privado, situando o processo de transformação que leva a superação desta dicotomia conceitual.
Introduzir o conceito de segurança jurídica.
AULA 6
NOSSOS OBJETIVOS
 NESSE ENCONTRO:
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Direito possui várias divisões e 
sub-divisões. A primeira grande divisão que pode ser apresentada para o Direito é a que classifica em Direito Natural e Direito Positivo.
AULA 1
AULA 5
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DIREITO NATURAL
Moral
O direito natural deriva da essência de algo imaterial,ou divino; Para os chamados jusnaturalistas (adeptos dessa teoria do direito ) a fonte do Direito natural se origina da natureza, dos deuses ou de Deus, ou do pensamento racional do ser humano.
AULA 5
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Há a suposição da existência de certos princípios como uma idéia superior de Justiça, aos quais os homens não se podem contrapor. 
No direito natural, as normas não são escritas, são de conhecimento com base na moral e no bom senso. 
AULA 5
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AULA 1
É o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e suprema.
O direito natural, portanto, é um conjunto de normas cuja observância é necessária, mas insuficiente para garantir a justiça na convivência humana. 
DIREITO NATURAL
AULA 5
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O DIREITO NATURAL não depende, para a sua existência, de qualquer convenção, positividade. É algo que existe naturalmente, podendo ser realizado das mais variadas formas possíveis. Tem a mesma eficácia em toda parte, prescrevendo ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas tenha o sujeito, tendo existência independente do fato de parecerem boas a alguns e más a outros.
AULA 5
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A IDEIA DO DIREITO NATURAL. 
O JUSNATURALISMO.
AULA 1
AULA 7
É corrente tradicional do pensamento jurídico, que defende a vigência e a validade de um direito superior ao direito positivo. 
Tem-se mantido de pé, apesar das várias crises por que tem passado, e apesar de criticada, mantém-se fiel ao menos a um princípio comum: a consideração do direito natural como direito justo por natureza, independente da vontade do legislador, derivado da natureza humana (jusnaturalismo) ou dos princípios da razão (jusracionalismo), sempre presente na consciência de todos os homens. 
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O JUSNATURALISMO TEOLÓGICO E RACIONALISTA
AULA 7
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Moral
As duas correntes admitem um Direito segundo a natureza do homem que preexiste as suas diferentes organizações políticas e sociais (instituições) e que não coincide necessariamente com o direito das convenções, dos acordos, do entendimento.
- TEOLÓGICOS - direito é revelação divina e transcendente aos próprios homens. O homem é mero portador dos princípios revelados da vontade divina (São Tomás de Aquino).
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RACIONALISTAS - para eles existe um Direito imanente à natureza do homem e que as organizações políticas e sociais são formas especialíssimas de concretizar o direito natural (Hugo Grotius). 
Partem do pressuposto de que existe uma verdadeira identidade entre o Direito e a Justiça, o que significa que não existe Direito injusto. O injusto é o antijurídico, e a sanção é o instrumento da restauração da expectativa de justiça.
AULA 7
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AULA 7
O ponto comum entre as diversas correntes do direito natural tem sido a convicção de que, além do direito escrito, há uma outra ordem, superior àquela e que é a expressão do Direito justo. É a idéia do direito perfeito e por isso deve servir de modelo para o legislador. É o direito ideal, mas ideal não no sentido utópico, mas um ideal alcançável. A divergência maior na conceituação do Direito natural está centralizada na origem e fundamentação desse direito.
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AULA 1
Os jusnaturalistas nunca dissociaram ou distinguiram, mesmo nas formulações mais modernas, realidade e valor.
AULA 1
AULA 7
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A Revolução Francesa vai levar à contraposição entre direitos revelados e as convenções escritas como novas formas de transcrição dos valores racionais naturais diversamente dos valores divinos naturais.
AULA 1
AULA 7
A necessidade de se reforçar a razão convencional em detrimento do ideal absolutista revelado, superestimou os documentos escritos – a lei e o contrato – e criou as condições históricas e políticas para o desenvolvimento do legalismo positivista, caracterizado no Code Napóleon.
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DIREITO POSITIVO
É o ordenamento jurídico (conjunto de normas jurídicas) em vigor num determinado país e numa determinada época. (Washington de Barros Monteiro)
AULA 5
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O direito positivo, assim criado, é fruto da vontade soberana da sociedade, que deve impor a todos os cidadãos normas voltadas para assegurar às relações interpessoais a ordem e a estabilidade necessárias para a construção de uma sociedade justa. 
AULA 5
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Precisando o pensamento do Prof. Paulo Dourado de Gusmão o direito positivo “é o direito vigente, histórico, efetivamente observado passível de ser imposto coercitivamente, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes, resoluções, regulamentos, decretos, decisões dos tribunais, etc.”. É, desta forma, o direito determinável na história de um país com pouca margem de erro, por se encontrar em documentos históricos (códigos, leis, compilações de costume, repertórios de jurisprudência, tratados internacionais, etc.). É portanto, o direito vigente ou que teve vigência. É direito positivo tanto vigente como o que vigorou no passado longínquo, como, por exemplo, o Código de Hamurabi ou o Direito Romano.
AULA 5
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Paulo Nader, Curso de Direito Civil, vol I Quando se emprega, isoladamente, o vocábulo Direito, via de regra a referência se faz ao Direito Positivo. O termo positivo às vezes induz o estudioso ao erro de imaginar que o Direito Positivo limita-se ao conjunto de normas escritas. A positividade se identifica, sim, mas com a chancela do Estado. Ou seja, o Direito Positivo possui a estatalidade ou estadualidade como uma de suas notas fundamentais. As normas costumeiras, que por natureza não são escritas, quando previstas como fonte no sistema jurídico, configuram também o Direito Positivo. Este pode se expressar por diferentes fontes, desde que estabelecidas na lei de introdução ao sistema.
AULA 5
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DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
As primeiras noções de Direito Natural e Direito Positivo surgem na Antiguidade, principalmente com os estudos do filósofo Aristóteles, que definiu as concepções de justo legal (díkaion nomikón) e de justo natural (díkaion physikón). 
O primeiro é constituído por disposições criadas pelos cidadãos da pólis, com vigência definida por um órgão legislativo. 
Escolhe-se uma conduta como modelo, dentre várias possíveis, sendo, a partir deste momento, convencionada a obrigatoriedade de adequação dos cidadãos a tal padrão de comportamento, sob pena de infringência da ordem estabelecida e conseqüente aplicação de pena.
AULA 5
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DIFERENÇAS ENTRE DIREITO NATURAL
 E DIREITO POSITIVO
AULA 5
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AULA 5
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DIREITO NATURAL
E POSITIVO
O Direito Natural revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção ao homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se tenha um ordenamento jurídico substancialmente justo. O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado. (...) É um Direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação de experiência e razão. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável. (Paulo Nader).
AULA 5
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O POSITIVISMO LEGALISTA
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A positivação dos jusnaturalismo racionalista provocou o desenvolvimento do mais sólido movimento jurídico da história do pensamento jurídico contemporâneo. A legalidade, a ordem escrita, se sobrepôs a todos os padrões de legitimidade e justiça: o justo e o legítimo são valores que a lei transcreve e prescreve, e aquilo que a lei não alcança não é Direito.
AULA 7
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A é igualdade perante a lei; a liberdade é a que a lei permite; o crime é crime se a lei o define como crime; ninguém deve fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei; nenhuma lei pode modificar direito (legalmente) adquirido, coisa julgada ou ato jurídico perfeito.
O código passa a representar para toda a vida moderna o modelo de organização civil da sociedade. A perfeição do Código não admitia qualquer leitura que fugisse ao seu sentido literal – a verba legis – o sentido filológico e gramatical de suas palavras.
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AULA 7
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AULA 7
Para os juspositivistas o Direito é a lei – “eu não conheço o direito Civil, eu ensino o Code Napoléon” (Bugnet)
 
Este positivismo de características aplicativas, silogista e mecanicista será a tendência dominante: legal, estatal e avalorativo.
 
Todavia, não há como negar a importância dos juspositivistas na sociedade contemporânea..
 
O legalismo positivista guarda a profunda defesa da ordem posta e o seu pressuposto é o pressuposto de sua aplicação.
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AULA 4
A Teoria Pura do Direito (Normativismo Jurídico)
No início do século XX, Hans Kelsen apresenta, na sua obra Teoria Pura do Direito, uma concepção de ciência jurídica com a qual se pretendia finalmente ter alcançado, no Direito, os ideais de toda a ciência: objetividade e exatidão. É com esses termos que o autor apresenta a primeira edição de sua obra mais conhecida. Para alcançar tais objetivos, Kelsen propõe uma depuração do objeto da ciência jurídica, como medida, inclusive, de garantir autonomia científica para a disciplina jurídica, que, segundo ele, vinha sendo deturpada pelos estudos sociológicos, políticos, psicológicos, filosóficos etc.
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AULA 4
A ousadia do pensamento kelseniano, desqualificando a importância do jusnaturalismo como teoria válida para o direito e pretendendo dar caráter definitivo ao monismo jurídico estatal, fez de Kelsen o alvo preferido das teorias críticas no Direito, inconformadas com os déficits éticos do pensamento jurídico assim purificado e com o consequente desinteresse dos juristas em realizar cientificamente um direito atrelado a critérios de legitimidade não apenas formais
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A moldura interpretativa kelseniana
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A moldura interpretativa é a maior criação do pensamento kelseniano nessa matéria e foi elaborada para solucionar os casos de indeterminação das leis.
Segundo Kelsen, o Direito a aplicar forma, em todas estas hipóteses, uma moldura dentro da qual existem várias possibilidades de aplicação, pelo que é conforme ao Direito todo ato que se mantenha dentro desse quadro ou moldura, que preencha esta moldura em qualquer sentido possível?. Kelsen considera que a norma superior forma uma moldura determinante de um campo de ação para a norma inferior, onde há várias possibilidades legais de aplicação do direito. Pode-se visualizar a moldura como uma figura geométrica, dentro da qual cabe ao órgão aplicador do direito escolher dentro das possibilidades oferecidas previamente pela norma superior.
AULA 4
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A moldura interpretativa kelseniana
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Em suma: num primeiro momento, o intérprete manter-se-ia neutro, realizando um ato meramente cognoscitivo (desprovido de vontade) para conhecer a moldura e as possibilidades de sua ação. Posteriormente, através de uma volição, o intérprete escolheria qual o caminho a seguir e aplicaria o direito.
AULA 7
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	 Teoria Tridimensional do Direito
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Buscou o jurista demonstrar, em sua tese, que o Direito é uma realidade tridimensional, compreendida, através das seguintes dimensões básicas: fato, valor e norma. 
AULA 4
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	 Teoria Tridimensional do Direito
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Nas lições de Reale, há um mundo do ser que aprecia a realidade social como ela de fato é; há um quadro de idéias e valores; e, finalmente, um modelo de sociedade desejado (mundo do dever-ser) à medida que a norma deseja reproduzir o ser podemos afirmar que nos encontramos diante de uma sociedade de essência conservadora; ao contrário, quando o dever-ser procura modificar o ser, pode ser entendida como verdadeira à afirmativa de que nos confrontamos com uma sociedade eminentemente progressiva.
AULA 4
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	 Teoria Tridimensional do Direito
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Conseqüentemente, o Direito não é puro fato, não possui uma estrutura puramente factual, como querem os sociólogos; nem pura norma, como defendem os normativistas; nem puro valor, como proclamam os idealistas. Essas visões são parciais e não revelam toda a dimensão do fenômeno jurídico. O Direito congrega todos aqueles elementos: “é fato social na forma que lhe dá uma norma segundo uma ordem de valores”. 
AULA 4
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 O “Fato”, é o acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem e que por isso enquadra-se dentro dos assuntos regulados pela ordem jurídica.
 
O “Valor” é o elemento moral do Direito se toda obra humana é impregnada de sentido ou valor, que protege e procura realizar valores fundamentais da vida social, notadamente, a ordem, a segurança e a justiça. 
 
A “Norma” é o padrão de comportamento social imposto aos indivíduos, que devem observá-la em determinadas circunstâncias.
AULA 4
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 A tridimensionalidade dá origem a três planos distintos.
·   Eficácia      (Fato   =>   Ser   =>   Sociologia Jurídica)
·   Vigência     (Norma   =>  Dever Ser  =>  Ciência do Direito)
·   Fundamento (Valor  => Poder Ser  => Filosofia do Direito)
AULA 4
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
São conceitos de uma mesma realidade, interdependentes e complementares. 
AULA 5
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O DIREITO OBJETIVO 
 
 É um conjunto de normas que regem o comportamento humano, prescrevendo uma sanção em caso de sua violação.
 É a regra social obrigatória imposta a todos, quer seja sobre a forma de lei ou mesmo sob a forma de um costume, que deva ser obedecido, é a norma agendi, reguladora de todas ações do homem, em suas múltiplas manifestações e de todas as atividades das instituições políticas, ou públicas, e particulares.
AULA 5
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DIREITO OBJETIVO:
AULA 6
Em outras palavras, o direito objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente por todos os homens que vivem na sociedade que adota essas leis. o descumprimento, como vimos, dá origem a sanções.
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DIREITO SUBJETIVO
Ou “facultas agendi” (faculdade de agir) é o poder de exigir uma determinada conduta de outrem, conferido pelo direito objetivo, pela norma jurídica. É o poder de ação assegurado legalmente a todas as pessoas para defesa e proteção de toda e qualquer espécie de bens materiais ou imateriais, do qual decorre a faculdade de exigir a prestação ou abstenção de atos, ou o cumprimento da obrigação, a que outrem esteja sujeito.
AULA 5
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Sempre nasce de um fato, que por estar inserido no ordenamento jurídico, chamamos de fato jurídico. Com a ocorrência do fato, a norma, colocada abstratamente no direito objetivo, se materializa, dando origem
à pretensão.
AULA 5
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ELEMENTOS DO DIREITO SUBJETIVO:
Sujeito = pessoa física ou pessoa jurídica;
Objeto = o bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce o poder conferido pela ordem jurídica.
AULA 5
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DIFERENÇA ENTRE DIREITO POSITIVO E DIREITO OBJETIVO
Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normas jurídicas emanadas do Estado, é espécie. 
DIREITO POSITIVO
DIREITO OBJETIVO
AULA 5
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São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos; entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade dos particulares contratantes. 
AULA 5
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"OBJETIVO" - O direito como norma é chamado de "objetivo" porque, ao surgir, "se objetiva", se põe como uma realidade objetiva, independente da pessoa do observador e irredutível à sua subjetividade (MIGUEL REALE). É o direito como norma numa visão exterior, no seu ângulo externo. Sob esse enfoque, também o direito como "fato social" pode ser chamado de direito "objetivo". 
"POSITIVO" - O mesmo direito como norma objetiva pode ser visto sob outro prisma, ou seja, ser enfocado como posto ou reconhecido pelo Estado que o garante, quando então se denomina direito "positivo"; é o direito institucionalizado pelo Estado. 
AULA 5
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Contudo, quando se fala em direito "institucionalizado" pelo Estado, não significa que todas as normas tenham sido elaboradas pelo Estado, e sim que todas elas valem como normas de direito vigente, porque, seja qual for sua origem efetiva, "o Estado as quer como tais e as aplica como tais", no dizer de RECASÉNS SICHES. Ou segundo MIGUEL REALE, "é o direito declarado ou reconhecido pelo Estado, através de suas próprias fontes ou que resulta das demais fontes, sem conflito com as fontes estatais". 
De consequência, tanto o Direito objetivo como o Direito Positivo não só abrangem as normas elaboradas pelo Estado, mas também as originadas de outras fontes e que são reconhecidas e garantidas pelo Estado. Deve ser igualmente afastada a falsa impressão de que o Direito Objetivo/Positivo é sempre escrito. Ele é tanto o direito "escrito", elaborado pelo poder competente, como a norma consuetudinária, "não-escrita", resultante dos usos e costumes de cada povo.
AULA 5
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Vale lembrar que há autores que, na distinção entre Direito Objetivo e Direito Positivo, assim a fundamentam: aquele abrange todas as normas jurídicas em vigor NO Estado, enquanto este abrange apenas as normas jurídicas oriundas DO Estado. Assim MARCUS CLÁUDIO ACQUAVIVA: "existem normas jurídicas criadas originalmente pelo Estado, e normas jurídicas criadas pela vontade dos particulares, tão somente reconhecidas pelo Estado como jurídicas. As normas jurídicas criadas pelo Estado... cuja fonte é o Estado, formam um todo denominado Direito Positivo....
AULA 5
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TODO DIREITO POSITIVO É DIREITO OBJETIVO, MAS NEM TODO DIREITO OBJETIVO É DIREITO POSITIVO. 
AULA 5
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AS TEORIAS ACERCA DO 
DIREITO SUBJETIVO
AULA 1
Três são as teorias, formuladas pelos juristas Jellinek, Windscheid e Ihering, que tentaram explicar a natureza jurídica do direito subjetivo, todavia nenhuma delas conseguiu esgotar satisfatoriamente as discussões sobre o que vem a ser o direito subjetivo e de que fonte o mesmo insurgiu.
Para Ferraz Júnior, a questão em torno da qual se empenham é saber se o direito subjetivo constitui também um dado por si (a exemplo do direito objetivo) ou se, contrariamente, é elaborado ou se faz nascer do direito objetivo.
AULA 6
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A TEORIA DA VONTADE
 DE WINDSCHEID
Moral
Para os adeptos desta corrente o direito subjetivo seria o poder da vontade humana garantido pelo ordenamento jurídico. Esta vontade corresponde ao que Ferraz Júnior chama de "um dado existencial", sendo parte integrante da natureza humana o poder de escolha ao mesmo tempo em que se apresenta como sendo o ponto diferenciador do homem em relação aos demais animais. 
AULA 6
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CRÍTICAS À TEORIA
A vontade não pode ser elemento único de diferenciação entre homens e animais irracionais;
Pode haver direito subjetivo independente da vontade do seu titular, por exemplo, o direito de propriedade decorrente de herança, onde o herdeiro ignora a abertura da sucessão pela morte do descendente.
AULA 6
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AULA 1
 O próprio Windscheid, mentor desta teoria, procurou dar uma outra roupagem ao termo vontade esclarecendo que este não deve ser empregado no sentido psicológico, mas sim em sentido lógico, como vontade normativa, ou seja, como poder jurídico do querer.
AULA 6
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Esta teoria afirma que a natureza jurídica do direito subjetivo está no interesse juridicamente protegido. Contrária à teoria de Windscheid, a idéia de Ihering é calcada em dois elementos constitutivos do princípio do direito subjetivo:
1. O primeiro elemento em caráter substancial se situa na sua finalidade prática, ou seja, na sua utilidade, sua vantagem ou no interesse. 
2. O segundo elemento tem caráter formal o qual apresenta-se como o meio para a efetivação do primeiro, correspondendo à proteção judicial por meio da ação. 
AULA 6
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AULA 6
Crítica ferrenha à teoria da vontade, a teoria do interesse ressalta a possibilidade de haver interesse em determinados direitos mesmo sem existir o elemento volitivo, como o exemplo dos surdos-mudos, loucos e menores.
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CRÍTICA
Há interesses protegidos pela lei que não constituem direito subjetivo e direitos subjetivos nos quais não existe interesse do seu titular como os direitos do tutor ou do pai em relação ao pupilo e aos filhos são instituídos em benefício dos menores e não do titular.
AULA 6
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A TEORIA MISTA DE JELLINEK
O direito subjetivo é poder da vontade ao mesmo tempo em que é protegido pelo ordenamento jurídico, ou seja, a vontade, qualificada por um poder de querer, não se realiza se não for com o intuito de buscar uma finalidade, ao êxito na realização de um interesse. 
Miguel Reale tenta explicar a intenção de Jellinek ao elaborar esta teoria ao mesmo tempo em que tece críticas em relação à mesma: "Jellinek achou que havia um antagonismo aparente entre a teoria da vontade e a do interesse, porque, na realidade, uma abrange a outra. Nem o interesse só, tampouco apenas a vontade, nos dão o critério para o entendimento do que seja direito subjetivo."
AULA 6
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AS TEORIAS NEGATIVISTAS DO DIREITO
 SUBJETIVO DE HANS KELSEN E LÉON DUGUIT
AULA 6
Tanto Leon Duguit como Hans Kelsen negam
 a existência do direito subjetivo, porém se diferem um do outro.
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Leon Duguit volta-se contra a divisão entre direito objetivo e subjetivo defendendo a tese de que somente existe o direito objetivo, negando a existência do direito subjetivo. Para ele, o indivíduo não detém um poder de comando sobre outro indivíduo ou sobre membros do grupo social, ou seja, somente o direito objetivo, para ele, poderá dirigir o comportamento dos membros de uma sociedade. Dessa forma, Duguit substitui o conceito de direito subjetivo pelo de "Situação Jurídica Subjetiva“.
AULA 6
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Para Kelsen o direito subjetivo é apenas uma expressão do dever jurídico. O Estado impõe aos indivíduos uma gama de normas as quais devem ser obedecidas por todos, não se admitindo prerrogativas individuais em relação ao Estado.
 "Se este determina uma dada conduta individual, agirá contra o ofensor da norma no propósito de constrange-lo à observância, sem que o fato de alguém reclamar a atitude estatal de imposição se traduza na existência de uma faculdade reconhecida", afirma Caio Mário.
AULA 6
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AULA 6
Para Kelsen o direito subjetivo será, como conceito oposto ao dever jurídico, pois o direito subjetivo de um pressupõe o dever subjetivo de outro, parte integrante do direito objetivo ou norma.
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CRÍTICA
 As concepções negativistas peca segundo Caio Mário, pois:
 "não conseguem os eminentes juristas abstrair-se da existência de um aspecto individual do jurídico, que será o substitutivo do direito subjetivo ou compreenderá a denominada ‘situação jurídica’, já que a existência da norma em si, ou do direito objetivo só, conduz à existência de deveres exclusivamente".
AULA 6
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DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
AULA 6
A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, sendo desconhecida na Idade Média, e recuperada pelo Direito liberal burguês. Vale lembrar que esta divisão variava de intensidade conforme o país e o regime, no Direito Socialista, por exemplo, houve a hipertrofia do Direito Público.
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AULA 6
Dois critérios são utilizados, atualmente, para a divisão destes dois ramos:
1º Critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica(Teoria dos Interesses em jogo): 
Quando prevalece o interesse geral o direito é público, quando prevalece o particular o direito é privado. A única diferença deste critério para o dos romanos é que estes não mencionam a expressão interesse prevalecente.
2º Critério relativo à forma da relação jurídica(ou Teoria da natureza da relação jurídica): 
Se a relação é de coordenação(partes envolvidas no mesmo patamar), trata-se, em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação, trata-se, em regra de Direito Público.
Estado é o Subordinante(em regra)
Outra parte é o Subordinado
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Diferença entre Direito Público
 e Direito Privado
Enquanto o direito privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla (o que não é vedado, é permitido, salvo se afrontar os bons costumes e preceitos de ordem pública), o direito público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade (o agente público só pode agir se, quando e como a lei prescrever). 
As cláusulas de um contrato são normas de Direito Privado, sendo normas individuais, pois não derivam diretamente do Estado, mas sim da vontade dos particulares.
AULA 6
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 Teorias Monistas (a existência de somente 1 direito) 
Existência exclusiva do Direito Público (Hans Kelsen) – Todo Direito é público porque todas as relações jurídicas se apóiam na vontade do estado, já que este é o responsável direto e imediato pela segurança e harmonia social.
Existência exclusiva do Direito Privado ( Rosmini e Ravà) - Pois sempre foi o único durante séculos e seu nível de aperfeiçoamento não foi atingido ainda pelo Direito Público.
AULA 6
Direito Público e Direito Privado
 e suas Teorias.
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Teoria do interesse em Jogo (ou teoria Clássica ou teoria Romana)- o direito será público ou privado de acordo com a predominância dos interesses.
Teoria do Fim – Quando a finalidade do direito for o Estado, o Direito é Público, quando for o indivíduo, Direito Privado.
Teoria do Titular da ação - Quando a iniciativa da ação for o estado, o Direito é Público, quando for o particular, teremos o Privado.
Teoria da Natureza da Relação Jurídica- Quando o Poder Público participa da relação jurídica, impondo sua vontade“imperium”,em uma relação de subordinação, o Direito é Público. Quando for a relação entre particulares, num plano de igualdade, o Direito é Privado.
AULA 6
Teorias Dualistas (a existência de 2)
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Teorias Trialistas
Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto.
A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é privado, outros, porém, dizendo público e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação não é resolvido dizendo-se que o Direito do Trabalho é Direito Misto.
AULA 6
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A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado.
A clássica bipartição romana do direito em público e privado não corresponde mais à realidade jurídica e não atende mais à complexidade das relações da sociedade moderna. Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristas pretendem dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo. 
AULA 6
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Como decorrência, tem-se como exemplo o Direito Civil que engloba tanto princípios de direito privado como de direito público. Em que pesem encontrar-se no direito civil aquelas normas cogentes, de ordem pública, é nesse ramo do direito que as partes encontram extenso campo para expandir sua vontade, são as normas dispositivas, às quais as partes se prendem se não desejarem dispor diferentemente.
AULA 6
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A segurança jurídica existe para que a justiça, finalidade maior do Direito, se concretize.
AULA 6
SEGURANÇA JURÍDICA 
Vale dizer que a segurança jurídica concede aos indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das conseqüência dos atos praticados.
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AULA 6
A segurança jurídica depende da aplicação, ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Miguel Reale, discorrendo acerca da obrigatoriedade ou a vigência do Direito, afirma que a idéia de justiça liga-se intimamente à idéia de ordem. No próprio conceito de justiça é inerente uma ordem, que não pode deixar de ser reconhecida como valor mais urgente, o que está na raiz da escala axiológica, mas é degrau indispensável a qualquer aperfeiçoamento ético. Com efeito, vislumbramos que a obrigatoriedade do direito compõe a segurança jurídica, estando a mesma vinculada ao valor de justiça da cada sociedade.
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O MUNICÍPIO do Rio de Janeiro locou um imóvel no bairro de Campo Grande para instalar um órgão administrativo do Governo. No entanto, não vem pagando os alugueres em dia. O dono do imóvel procura seu advogado porque pretende ajuizar ação de despejo por falta de pagamento em face do MUNICÍPIO do RJ. O MUNICÍPIO além de não pagar o aluguel, pretende continuar no imóvel sob o fundamento do interesse público de que ali está instalada “uma farmácia popular” que vende remédios a um real. Como o aluguel é de R$12.000,00, o dono do imóvel teme que jamais venha a receber seu dinheiro, a depender da arrecadação da futura farmácia popular.
DIVISÕES DO DIREITO: DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
Caso Concreto 1:
AULA 5
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Júlio foi atropelado quando seguia de bicicleta em pista própria, por um ônibus que invadiu a ciclovia para fazer uma ultrapassagem. Requer na Justiça uma indenização em face da Empresa de ônibus Estrela do Sul. Fundamenta seu pedido com base na regra do art. 43 do Código Civil que assim dispõe:Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
O pedido formulado por Júlio está fundamentado com apoio no:
a) direito positivo;
b) direito natural;
c) direito processual;
d) direito autoral;
d)    costume.
AULA 6
CASO CONCRETO 2
  
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LEITURA PARA A PRÓXIMA AULA
1) Nome do livro: Introdução ao estudo do direito.
Nome do autor: NADER, Paulo.
Nome do capítulo: Capítulo XXXVII – A idéia do direito natural
Nome do capítulo: Capítulo XXXVIII – O positivismo jurídico
2) Nome do livro: Lições preliminares de direito.
Nome do autor: REALE, Miguel.
Nome do capítulo: Capítulo VI – Conceito de Direito - sua estrutura tridimensional. 
N. de páginas do capítulo: 5 
AULA 6

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