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A Unidade de Terapia Intensiva

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Histórico
O cuidado ao paciente crítico teve início em 1854, na guerra da Crimeia, com Florence Nigthingale. Naquela época, a mortalidade entre os hospitalizados era de 40% e quando Florence partiu para Scutari, um subúrbio asiático de Constantinopla (hoje Istambul), com 38 voluntários, entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais, a mortalidade decresce para 2%. Os soldados fazem dela seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a “Dama da Lâmpada”, porque de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes.
A SCCM (Society of Critical Care Medicine), descreve o Dr. Walter Edward Dandy, como o precursor que estabelece o modelo inicial de uma Unidade de Terapia Intensiva, nos Estados Unidos – a primeira UTI no Hospital Johns Hopkins, sendo ela de três leitos pós-operatórios neurocirúrgicos em 1914.
Peter Safer, o primeiro médico intensivista, nasceu na Áustria e migrou para os Estados Unidos após permanecer no campo de concentração nazista. Formou-se médico anestesista e, na década de 1950, estimulou o atendimento de urgência e emergência. Naquela época, formulou o ABC Primário e criou a técnica de ventilação artificial boca a boca e a massagem cardíaca externa. Nesses experimentos, contava com voluntários de sua equipe, os quais eram submetidos à sedação mínima. Ainda por meio de experimentos, concretizou para os pacientes críticos as técnicas de manutenção de métodos extraordinários de vida.
Em Baltimore, nos Estados Unidos, foi criada a primeira UTI Cirúrgica em 1962, na Universidade de Pittsburgh, com a primeira disciplina de “medicina de apoio crítico”. Naquela época, foram iniciados os primeiros estudos de indução de hipotermia em pacientes críticos.
Como últimas contribuições, Peter Safer elaborou projetos das ambulâncias UTI de transporte, fundou a Associação Mundial de Medicina e Emergência e foi fundador da SCCM, da qual foi presidente em 1972.
No Brasil, as primeiras Unidades de Terapia Intensiva foram instaladas na década de 70, com a finalidade de concentrar pacientes com alto grau de complexidade em uma área hospitalar adequada, requerendo a disponibilidade de infraestrutura própria, com provisão de equipamentos e materiais, além da capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento do trabalho com segurança.
A UTI no Contexto Hospitalar
A Unidade de Terapia Intensiva caracteriza-se como uma unidade reservada, complexa, dotada de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. Fornece suporte e tratamento intensivo, propondo monitorização contínua, vigilância por 24 horas, equipamentos específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e ao terapêutico. Ameniza sofrimento, independente do prognóstico do paciente. Dispõe de assistência médica e de enfermagem especializada, cujos profissionais são chamados de intensivistas. Além da equipe médica e de enfermagem, oferece atendimento multiprofissional e interdisciplinar, constituído por fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. 
As Unidades de Terapia Intensiva atendem grupos específicos dentre as faixas etárias e especialidades, divididos em:
Neonatal: atende pacientes de 0 a 28 dias.
Pediátrico: atende pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos, de acordo com as rotinas da Instituição.
Adulto: atende pacientes maiores de 14 ou 18 anos, de acordo com as rotinas internas da Instituição.
Especializada: voltada para pacientes atendidos por determinadas especialidades ou pertencentes a grupo específico de doenças.
Todo hospital de nível terciário, com capacidade instalada igual ou superior a 100 leitos, deve dispor de leitos de tratamento intensivo correspondente a no mínimo 6% dos leitos totais.
Normatização
Projetar uma UTI ou modificar uma unidade já existente exige conhecimento das normas dos agentes reguladores e a experiência dos profissionais da terapia intensiva que estão familiarizados com as necessidades especificas de cada paciente. O projeto deve ser avaliado por um grupo multidisciplinar que deve analisar a demanda baseada nos pontos de origem de seu paciente, nos critérios de admissão e alta e na taxa de ocupação esperada.
Legislação
A Portaria n° 3.432/MS/GM, de 12 de agosto de 1998, informa a importância na assistência das unidades que realizam tratamento intensivo nos hospitais do país, e a necessidade de se estabelecerem critérios de classificação, de acordo com a incorporação de tecnologia, especialização de recursos e a área física disponível.
Estrutura Física
O planejamento e o projeto de uma UTI devem estar alicerçados:
No perfil do paciente na instituição.
Nas patologias para atendimento.
Na admissão e encaminhamento de pacientes.
No fluxo de visitantes e funcionários.
Na necessidade de instalações de apoio, como posto de enfermagem.
No armazenamento de materiais e equipamentos, além de requisitos burocráticos, administrativos e educacionais.
Os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (E.A.S.) determinam, em 1995, a organização física funcional de internação do paciente em regime de terapia intensiva, com os seguintes objetivos:
Proporcionar condições de internar pacientes críticos em ambientes individuais ou coletivos, conforme o grau de risco, faixa etária, patologia e requisitos de privacidade.
Executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva.
Prestar apoio diagnóstico-laboratorial, de imagem e terapêutico durante 24 horas.
Manter condições de monitoramento e assistência respiratória contínua.
Prestar assistência nutricional e distribuir alimentos aos pacientes.
Localização
A UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital e deve ter acesso controlado. Não deve possuir ligação com outros departamentos e sua localização deve ter acesso direto e próximo a elevadores, serviço de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de terapia, serviço de laboratório e radiologia.
Leitos
Os leitos devem fornecer cobertura segura e adequada para os pacientes. O número de cirurgias deve ser planejado de acordo com a capacidade hospitalar e deve existir por parte da instituição o compromisso de prestar cuidados intensivos. Os pacientes devem ficar localizados preferencialmente em leitos que proporcionam visualização direta ou quando indireta, que seja possível monitorar o estado dos pacientes, sob as circunstâncias de rotina e de emergência. O projeto preferencial é aquele que permite uma linha direta de visão, entre o paciente e o posto de enfermagem.
Capacidade de Leitos
Um método empírico frequentemente relatado pressupõe que um hospital geral deva destinar 10% da capacidade de leitos para a UTI, porém uma instituição com capacidade para cem ou mais leitos deverá comportar no mínimo cinco leitos reservados para a UTI. A instalação com menos de cinco leitos torna-se impraticável e extremamente onerosa, com rendimento insatisfatório em termos de atendimento. Estabelecimentos especializados em cirurgia, cardiologia e em emergência devem fazer cálculo específico. O ideal considerado do ponto de vista funcional são 8 a 12 leitos por Unidade. Caso se indique maior número de leitos, a Unidade deve ser dividida em subunidades. Essa divisão porporciona maior eficiência de atendimento da equipe de trabalho.
Disposição dos Leitos
Área Comum (tipo vigilância): proporciona observação contínua do paciente, é indicada a separação dos leitos por divisórias, proporcionando maior privacidade aos usuários.
Leitos Fechados: devem ser dotados de painéis com vidro para facilitar a observação dos pacientes. Proporcionam maior privacidade ao paciente, redução de ruído e possibilidade de isolamento dos pacientes infectados e imunossuprimidos. É necessária para esse tipo de disposição uma central de monitorização no posto de enfermagem, com transmissão de onda eletrocardiógrafa e frequência cardíaca.
Mista: combina com os dois tipos de disposição (área comum e quartos fechados).
Leitos para IsolamentosOs leitos para isolamento são recomendáveis e cada instituição deve considerar a população atendida, necessidade, tipos de leitos para isolamento e pressão oferecida (positiva ou negativa) e deve atender aos requisitos do Departamento de Saúde Pública. Deve possuir banheiro privado e área específica para acondicionamento de roupa limpa e suja, além de lavatório.
Dimensões dos Leitos
Segundo as Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais do Ministério da Saúde, o quarto fechado para adulto ou adolescente deve ter dimensão mínima de 12m², com distância de 1,0 metro entre as paredes e o leito, exceto cabeceira. A área coletiva deve ter dimensões mínimas para 10m², distância de 1,0 metro entre paredes e 2,0 metros entre leitos.
Em cada leito de UTI deve estar instalado um alarme de emergência interligado ao posto de enfermagem, na sala de reuniões, na sala de descanso dos funcionários e no repouso médico, a fim de alertar todos sobre a emergência.
Ruídos Internos
Os sinais dos sistemas de chamada dos pacientes, os alarmes dos equipamentos de monitorização e telefones soman-se à sobrecarga auditiva nas UTIs. O Conselho Internacional de Ruído tem recomendado que o nível de ruídos nas áreas de terapia intensiva não ultrapassem 45 db(A) durante o dia, 40 db(A) durante a noite e 20 db(A) durante a madrugada.
Por essa razão, alguns cuidados devem ser adotados:
Utilização de pisos que absorvem os sons, levando sempre em consideração os aspectos relacionados ao controle das infecções hospitalares e manutenção e movimentação dos equipamentos.
As paredes e o teto devem ser construídos com materiais dotados de alta capacidade de absorção acústica.
Atenuadores e defletores instalados nos tetos podem ajudar a reduzir a reberveração dos sons.
Posto de Enfermagem
O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para 10 leitos e prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m².
Deve ser considerado espaço adequado para terminais de computador e impressoras, quando forem utilizados sistemas informatizados; espaços adequado para colocar gráficos de registros médicos e de enfermagem. Os formulários de registro médicos e impressos devem ser armazenados em prateleiras ou armários.
Sala de Utensílios
As salas de utensílios limpos e sujos devem ser separadas, sem interligação. A sala de utensílio limpo é utilizada para armazenar suprimentos limpos e esterilizados, podendo também acondicionar roupas limpas. Prateleiras e armários devem estar em locais acima do solo, facilitando a limpeza do piso.
A sala de utensílio sujo, também chamada de expurgo, deve ser localizada fora da área de circulação da unidade. Deve possuir uma pia com bancada, torneiras misturadoras de água fria e quente para desinfecção e preparo de materiais. Essa área poderá acondicionar roupa suja antes de encaminhar à lavanderia, dispor de mecanismos para descartar itens contaminados com substâncias e fluidos corporais. Recipientes especiais devem ser providenciados para descartar agulhas e outros objetos perfurocortantes. Os materiais não descartáveis que necessitam de desinfecção devem ser encaminhados para a CME (Central de Material e Esterilização).
Banheiros
Localizado na área de internação da unidade (geral) ou anexo ao quarto destinado a isolamento. Todos os banheiros e sanitários dos pacientes devem possuir duchas higiênicas e chuveiro.
Copa
Local destinado ao serviço de nutrição e dietética, sendo receptora e distribuidora das dietas dos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva. Deve possuir pia, geladeira e lixo específico para desprezar restos alimentares.
Sala da Limpeza
Sala destinada à guarda de materiais e soluções utilizadas na limpeza e desinfecção da unidade. Deve ser provida de tanque e prateleiras suspensas.
Área para Equipamentos
Uma área para guardar os equipamentos que não estão em uso deve ser planejada. A localização deve ser de fácil acesso e espaço adequado para pronta localização e remoção do equipamento desejado. Deve conter tomadas elétricas aterradas em número suficiente para permitir a recarga dos equipamentos operados à bateria.
Laboratório
Todas as instituições devem propiciar as UTIs um serviço de laboratório clínico disponível 24h por dia. Laboratórios satélites na própria unidade poderão suprir as necessidades de urgência e emergência laboratorial quando o laboratório central do hospital não puder atender às necessidades da UTI. O laboratório satélite deve ser capaz de fornecer testes químicos e hematológicos mínimos, incluindo análises de gases do sangue arterial.
Área para Discussão de Caso
Uma área distinta deve ser projetada para observar e armazenar as radiografias, estudar e discutir os casos dos pacientes. Um negatoscópio ou carrossel de tamanho adequado deve estar presente para permitir a observação simultânea de uma série de radiografias.
Sala de Descanso
A sala de descanso deve ser projetada em uma UTI para promover local privado, confortável e com ambiente descontraído para os profissionais atuantes. Devem constar no local sanitários masculino e feminino com chvueiro e armários, copa com instalações adequadas para armazenamento e preparo de alimentos, geladeira e forno micro-ondas.
Recepção
A UTI deve possuir uma área que controle e recepcione os visitantes. Sua localização deve ser planejada de modo que os visitantes se identifiquem antes de entrar. Outra área indispensável é a destinada aos familiares de pacientes, enquanto aguardam informações ou são preparados para visita na unidade. A recepção deve possuir bebedouro e sanitários. É desejável que esse ambiente tenha cores vivas, janelas, iluminação indireta e suave. Deve ser previsto telefone público, sofás, cadeiras retas e reclináveis, terminais de circuito interno de TV e materiais educativos. Não é indicada a entrada dos profissionais de saúde que atuam na unidade pela recepção.
Corredor de Transporte
Os corredores utilizados para transportar os pacientes devem ser separados dos utilizados pelos visitantes. O transporte dos pacientes deve ser rápido e a privacidade preservada. Quando necessário o uso de elevadores, deve ser previsto um tamanho superdimensionado e separado do acesso público.
Iluminação
A iluminação planejada propicia um ambiente que minimiza o stress dos pacientes, familiares e funcionários. A iluminação planejada poderá incluir a iluminação natural e vista externa. As janelas possuem aspectos importantes de orientação sensorial ao paciente e deve existir o maior número possível de janelas no espaço físico para indicação de dia/noite. Para controlar o nível de iluminação, podem ser utilizados toldos externos, cortinas, vidros pintados ou reflexivos. 
Conforto e Privacidade dos Pacientes
Outro recurso para melhorar a orientação sensorial dos pacientes pode incluir a provisão de calendário, relógio, rádio, televisão e ramal telefônico. A instalação de TV deve ficar fora do alcance dos pacientes e os equipamentos devem ser operados por controle remoto. As considerações de conforto devem incluir métodos para estabelecer a privacidade dos pacientes. Persianas, cortinas, biombos e portas controlam o contato do paciente com a área externa e com outros pacientes. Uma poltrona deve estar disponível à beira do leito para visita de familiares. As cores das paredes devem proporcionar descanso e propiciar ambiente tranquilo.
Sistema de Infraestrutura
A UTI deve possuir recursos que propiciem segurança para os pacientes e funcionários sob condições normais e de emergência. Cada unidade deve ser provida de eletricidade, água, vácuo clínico, oxigênio, ar comprimido e deve atender às normas mínimas ou os códigos dos agentes reguladores ou credenciadores. Os serviços de utilidades podem ser fornecidos por uma coluna montada no teto, no solo ou livre. Quando localizadas adequadamente, permitem fácil acesso à cabeceira do paciente, facilitando atendimento de urgência. Se o sistema de colunas nãofor viável, os serviços de utilidades podem ser fornecidos no painel de cabeceira.
Ar Condicionado
O ar de qualidade satisfatória deve ser mantido durante todo o tempo. São exigidas no mínimo seis trocas de ar por hora, sendo que duas trocas devem ser realizadas com ar externo. Todas as entradas de ar devem ser o mais alto possível em relação ao nível do piso e possuir filtros de grande eficiência. O ar condicionado e o aquecimento devem passar por sistemas de filtragem apropriados. A tomada de ar deve respeitar uma distância mínima de 8 metros de locais onde haja disseminação de agentes infecciosos ou gases nocivos. Para UTIs com leitos fechados, a temperatura deve ser ajustada individualmente, com variação entre 24° e 26° C e umidade relativa do ar de 40% a 60%.
Biossegurança
Todo Serviço de Terapia Intensiva deve manter atualizadas e disponibilizar, a todos os funcionários, instruções escritas de biossegurança, contemplando os seguintes itens:
Rota de Fuga: mapa que representa, através de simbolos apropriados, o trajeto a ser seguido pelo indivíduo no caso de necessidade urgente de evacuação local, em função de incêndio, desabamento ou outros casos fortuitos. O planejamento deverá ser elaborado pelo engenheiro responsável pela Segurança Técnica, levando-se em consideração as diretrizes da NR-23 do Ministério do Trabalho.
Mapa de Risco: normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental.
Instruções de uso para os equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva.
Manuseio e transporte de material e amostra biológica.
Ergonomia – os serviços de saúde devem atender ao disposto na NR-17, visando proporcionar conforto e segurança e desempenho eficiente do colaborador.
Gerenciamento de resíduos hospitalares – constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (RDC ANVISA n° 33 de 25/02/2003).
Segurança do Paciente
Para que a Unidade de Terapia Intensiva propicie segurança ao paciente, ela deverá contar com processos de instruções de identificação, limpeza, desinfecção e esterilização das superfícies, instalações, equipamentos, artigos e materiais; higienização das mãos dos profissionais de saúde, pacientes e familiares, proporcionando minimizar riscos para infecção e adotar medidas sistemáticas a fim de prevenir os eventos adversos. Essas medidas incluem:
Implantar e implementar ações de farmacovigilância, tecnovigilância, hemovigilância e vigilância de infecção e de eventos adversos.
Contribuir com a investigação epidemiológica de surtos e eventos adversos e adotar medidas de controle.
Proceder ao uso racional de medicamentos, especialmente de antimicrobianos.
Avaliação de Processos Assistenciais e de Resultados
Todo paciente crítico deve ser avaliado continuamente com registro devidamente identificado em prontuário pelas equipes médicas, de enfermagem e fisioterapia, com registro légivel e assinado em prontuário. A avaliação dos pacientes realizada por outros profissionais envolvidos na assistência ao paciente crítico também deve estar devidamente identificada. As equipes dos Serviços de Terapia Intensiva devem:
Avaliar todo paciente crítico por meio do Sistema de Classificação de Severidade da Doença ou outro Índice Prognóstico que venha substituí-lo.
Correlacionar a mortalidade geral de sua unidade à mortalidade geral esperada, de acordo com Sistema de Classificação de Severidade da Doença ou outro Índice Prognóstico que venha substituí-lo, mantendo registro desses dados.
O responsável técnico dos Serviços de Terapia Intensiva deve monitorar eventos adversos sentinela que possam indicar a qualidade da assistência, tais como extubação acidental, perda de cateter venoso e úlceras de pressão e estabelecer medidas de controle ou redução dos eventos sentinela.
O responsável técnico deve implantar, implementar e manter registros de avaliação do desempenho e padrão de funcionamento global dos Serviços de Terapia Intensiva, buscando processo contínuo de melhoria da qualidade.
Tecnologia
A Unidade de Terapia Intensiva deve possuir uma variedade de materiais e equipamentos para monitorar os doentes e auxiliar a equipe de trabalho. A padronização desses equipamentos reduz custos de manutenção e facilita o treinamento da equipe. A escolha dos equipamentos dependerá do tamanho da instituição e tipo de unidade.
Central de Monitorização do Paciente
É importante que uma UTI possua uma central de monitorização e que ela esteja situada no posto de enfermagem em local de alta visibilidade. Os monitores à beira do leito são ligados a essa central, concentrando assim uma área única os parâmetros de diversos pacientes com possibilidade de avaliarem os dados, individualmente e à medida que ocorrerem alterações. A concentração dos dados em uma área única proporciona o controle de cada paciente, mantém registros e alarmes e ainda possibilita uma supervisão contínua e segura a distância.
Terminais de Computadores
Os terminais de computadores, quando instalados na unidade, permitem um acesso rápido às informações, ao banco de dados, bem como à interconexão com outros setores de apoio, facilitando o desenvolvimento das atividades e melhorando a qualidade da assistência prestada.
Itens que compõem o Leito do Paciente
1 monitor cardíaco contínuo de eletrocardiograma;
1 equipamento para monitorização de pressão arterial não invasiva (esfigmomanômetro ou monitor);
1 monitor de oxigênio transcutâneo ou oximetria de pulso;
1 equipamento para monitorização de pressão venosa central (régua de PVC ou transdutor de pressão);
1 ventilador pulmonar mecânico incluindo ressuscitador manual com reservatório;
1 equipamento para nebulização aquecido com umidificador;
régua de gases;
3 bombas de infusão contínua de soluções. No caso de nutrição enteral, deve ser reservada uma bomba específica para essa finalidade;
1 cama: Adulto – com ajuste de posição, grades laterais e rodízios; Pediatria – cama, berço ou incubadora com ajuste de posição, grades laterais e rodízios; Neonatal – incubadora ou berço com ajuste de posição, grades laterais e rodízio;
Aspirador a vácuo;
1 termômetro;
1 estetoscópio;
Itens que compõem a Unidade
Relógio e calendário visível;
1 carro de emergência para cada 10 leitos, contendo medicamentos e ressucitador manual com reservatório;
1 aparelho desfibrilador/cardioversor para cada 10 leitos;
1 equipamento para monitorização de pressão invasiva para cada 05 leitos;
1 negatoscópio;
1 capnógrafo para cada 05 leitos;
1 aspirador a vácuo portátil;
1 oftalmoscópio;
1 otoscópio;
1 marcapasso cardíaco temporário com eletrodos e gerador para cada 10 leitos;
1 eletrocardiógrafo;
1 monitor de débito cardíaco;
1 máscara de venturi que permita diferentes concentrações de oxigênio para cada 05 leitos;
1 conjunto de equipamentos para ventilação pulmonar não invasiva com todas as numerações para cada 05 leitos UTI Adulto e 02 leitos UTI Pediátrico e Neonatal;
2 equipamentos para verificação de glicemia capilar;
1 maca-balança para UTI Adulto;
1 balança pediátrica para UTI Pediátrica;
1 balança pediátrica para cada 04 leitos de UTI Neonatal;
material para diálise peritoneal em sistema fechado;
material para drenagem torácica em sistema fechado;
material para punção pericárdica;
material para curativos;
material para flebotomia
material para acesso venoso profundo;
material para punção lombar;
material para drenagem liquórica em sistema fechado;
material para sondagem vesical de demora;
material para traqueostomia;
1 ventilador de transporte;
cilindro transportável de oxigênio;
incubadora de transporte para UTI Neonatal e Pediátrica;
1 aparelho de fototerapia para cada 02 leitosde UTI Neonatal e Pediátrica;
1 poltrona removível para o acompanhante da UTI Pediátrica e Neonatal;
1 estadiômetro (régua para aferição de estatura) para a UTI Pediátrica e Neonatal;
1 fita métrica;
termômetro para monitorização da temperatura ambiente.
Manutenção e Qualidade dos Equipamentos
A Unidade de Terapia Intensiva deverá:
manter instruções escritas, de uso de manutenção, referentes a equipamentos ou instrumentos, as quais podem ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante;
assegurar o estado de integridade do equipamento;
monitorar o registro da realização das manutenções preventivas e corretivas.
Os equipamentos e instrumentos utilizados, nacionais e importados, devem estar regularizados junto ao órgão competente.
Acesso a Recursos Assistenciais
As instituições que possuem uma Unidade de Terapia Intensiva devem dispor ou garantir o acesso, em tempo integral, aos seguintes recursos assistenciais, diagnósticos e terapêuticos, específicos para a faixa etária assistida:
Cirurgia Geral;
Clínica e Cirurgia Vascular;
Clínica e Cirurgia Cardiovascular;
Clínica e Cirurgia Neurológica;
Clínica e Cirurgia Ortopédica;
Clínica e Cirurgia Oftalmológica;
Clínica e Cirurgia Urológica;
Clínica Gastroenterológica;
Clínica Nefrológica;
Clínica Hematológica;
Genética;
Radiologia Intervencionista;
Nutrição (incluindo nutrição enteral e parenteral);
Fonoaudióloga;
Psicólogia;
Assistência Social;
Farmácia Clínica;
Hemoterapia;
Hemodiálise;
Laboratório Clínico (incluindo microbiologia);
Anatomia Patológica;
Radiologia Convencional (incluindo aparelho de radiografia móvel);
Ultrassonografia (inclusive portátil);
Ecodopplercadiografia;
Tomografia Computadorizada;
Ressonância Magnética;
Fibrobroncoscopia;
Endoscopia Digestiva;
Eletroencefalografia.
Dimensionamento de Pessoal
O dimensionamento do quadro de funcionários de enfermagem para a UTI é uma das tarefas que requer planejamento estratégico por possuir implicações gerenciais e assistenciais. Quando superestimamos a dimensão do quadro de funcionários para a equipe de enfermagem, provocamos aumento nos custos da unidade; e se subestimamos, proporcionamos um cuidado deficitário ou de baixa qualidade.
Para que o dimensionamento do quadro de pessoal seja calculado corretamente, alguns fatores são importantes, entre eles: planta física, número de leitos, característica da instituição, capacidade do pessoal, quantidade e qualidade dos equipamentos. A portaria n° 3.432 de 12 de agosto de 1998 do Ministério da Saúde do Brasil determina que a UTI deve contar com uma equipe básica composta por:
Um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica;
Um médico diarista com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica para cada 10 leitos nos turnos da manhã e da tarde;
Um médico plantonista exclusivo para até 10 pacientes;
Um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem;
Um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada 10 leitos, por turno de trabalho;
Um fisioterapeuta para cada 10 leitos no turno da manhã e da tarde;
Um técnico de enfermagem para cada 2 leitos por turno de trabalho;
Um auxiliar administrativo;
Acesso a cirurgião geral ou pediátrico, torácico, cardiovascular, neurocirurgião e ortopedista.
Um funcionário responsável pelo serviço de limpeza, exclusivo da unidade por turno;
O COREN, em seu art. 5° parágrafo 2. Distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, preconiza que, para a assistência intensiva, são necessários 55,6% de enfermeiros e 44,4% de técnicos de enfermagem. O art 6° complementa que cabe aos enfermeiros classificar os clientes para fins de assistência de enfermagem.
Capacitação Profissional da Equipe de Enfermagem em UTI
A capacitação e qualificação da equipe de enfermagem são indispensáveis para o bom desempenho das atividades e assistência prestada ao paciente na Unidade de Terapia Intensiva. Os profissionais devem ter preparo para lidar com pacientes graves e instáveis, com pacientes confusos ou incapazes de se comunicarem, com a alta rotatividade dos pacientes; além do contato com a morte que frequentemente causa as sensações de aproximação e separação que não são facilmente suportadas pela equipe. Os enfermeiros são responsáveis por zelar pelos pacientes, funcionários, familiares e têm responsabilidade sobre os equipamentos em uso e sua interpretação junto ao paciente.
O enfermeiro é imprescindível na tomada de decisão, trabalho em equipe, liderança e responsabilidade. Seu trabalho sempre deve ser baseado em conhecimentos técnico-científicos, que são essenciais para liderar um grupo que deve estar treinado e apto para atender o paciente e manejar os equipamentos necessários.
A sucessão de emergências e as frequentes oscilações do estado geral do paciente fazem com que o ambiente da UTI seja impessoal, e por isso, um trabalho comportamental deve ser desenvolvido com a equipe, e discussões interdisciplinares devem ser estimuladas.
O treinamento da equipe de enfermagem faz parte e está incluso nesse processo. O enfermeiro deve entender que é um educador e deverá ser o primeiro a orientar sobre as mudanças das rotinas ou procedimento no setor, pois podemos observar que uma equipe treinada atende às necessidades dos pacientes e do setor com mais tranquilidade.
A equipe treinada mostra que a liderança do setor é efetiva por aprimorar as habilidades e desenvolver potencialidades. Dessa forma, o programa de treinamento deve ser revisado constantemente. O treinamento deve ser dividido em três fases:
Treinamento Admissional: será realizado após a admissão do funcionário na instituição.
Treinamento Admissional Setorial (UTI): após a realização do treinamento admissional, o funcionário recém-admitido receberá treinamento e será avaliado diretamente pelo enfermeiro da UTI.
Treinamento Continuado em UTI: os profissionais serão treinados continuadamente sobre novos procedimentos e tecnologias, além darevisão de Técnicas específicas do setor.
Devemos lembrar que não há desenvolvimento de pessoas sem investimento da instituição, portanto, os profissionais devem estar motivados e comprometidos com sua atualização técnico-científica, pois é de sua responsabilidade seu crescimento pessoal.

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