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1 Disciplina: Direito Tributário Professor: Tathiane Piscitelli Monitoria: Barbara Aula 01 MATERIAL DE APOIO - MONITORIA Índice I. ANOTAÇÕES I. ANOTAÇÕES CRÉDITO TRIBUTÁRIO Caberá a lei definir qual será o comportamento praticado pelo sujeito passivo que resultará na incidência tributária, ou seja, na tributação. Tal lei, prevendo tal comportamento, estabelecerá que dada a ocorrência de um fato (comportamento) será constituída a relação jurídica tributária, onde de um lado existe o dever de cumprir com o objeto da relação (tributo) e de outro há o direito de exigir o objeto da relação e, portanto, o tributo. Tal dever, de cumprir com o objeto e pagar o tributo, é do sujeito passivo, o contribuinte, que não possui escolha quanto ao seu cumprimento, sendo um dever ex lege. Já o direito do sujeito ativo, o de de exigir o tributo, é chamado pela doutrina de poder-dever, uma vez que, ainda que cobrar um tributo seja um direito, este se apresenta, também, como uma obrigação da Administração Tributária de cobrar o crédito. Dever do sujeito passivo em cumprir com a lei tributária e pagar o tributo = obrigação tributária Poder-dever do sujeito ativo em cobrar: crédito tributário. 1) A constituição da Relação Jurídica Tributária (RJT) pode ser feita pela Administração Tributária ou pelo próprio sujeito passivo (nos casos de lançamento por homologação ou declaração, por exemplo). 2) Atividade da Administração – modalidades de lançamento 3) Lançamento por homologação 1) Constituição da Relação Jurídica Tributária (RJT) – aspectos gerais Importante realizar a separação das esferas do “ser” e do “dever-ser”: o “ser” se traduz na esfera social, os fatos cotidianos que podem ou não resultar numa relação de “dever-ser”, ou seja, em uma relação jurídica. Ou seja: nem todos os fatos sociais (esfera do ser) terão consequências jurídicas concretas, uma vez que não há formalização numa linguagem competente (lei, formas de constituição da relação jurídica tributária) que transporte tal fato para a esfera do dever-se, ou seja, para a esfera jurídica. A chamada linguagem competente pode ser realizada tanto pelo sujeito passivo (quando constitui o crédito por homologação ou declaração) quanto pela Administração, nos casos de lançamento de ofício. 2 Deste modo, para que haja a cobrança, o pressuposto é a declaração do fato social numa linguagem competente, transformando-se num fato jurídico tributário e, por consequência, a constituição da relação jurídica tributária. A questão polêmica paira na interpretação errônea, de que apenas a administração pode constituir o crédito tributário, dada por alguns ao art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN). Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. ** Importante mencionar que a atividade de lançar cabe à Admistração, porém, a constituição do crédito pode ser feita tanto pelo sujeito ativo da relação, quanto pelo sujeito passivo, usando a ferramenta da declaração, por exemplo. 2) Constituição da Relação Jurídica Tributária pela Administração: a figura do lançamento 2.1) Aspectos gerais do lançamento: O art. 142, CTN, define o lançamento como ato privativo da autoridade administrativa que resulta na constituição da relação jurídica tributária, ou seja, na constituição do crédito tributário. O lançamento verifica se ocorreu o fato gerador, o montante de tributo aplicável, o sujeito passivo e, se preciso, aplica a penalidade. Ou seja, o lançamento identifica a ocorrência do fato e os elementos da relação jurídica tributária. Tal atividade em é atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional (paragrafo unico) – poder dever. Art. 142, CTN; Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 2.2) Norma aplicável ao lançamento: O art. 144 prevê as normas de lançamento tributário (ver quadro explicativo na lousa). Em resumo, aplica-se na ocasião do lançamento a lei vigente na data do fato gerador. Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. ULTRATIVIDADE DA LEI Deste modo aplica-se a lei: Aliquota – a lei da data do fato gerador Multa – a lei mais benéfica – art. 106, CTN Acesso direto da Administração Tributária às movimentações bancárias dos contribuintes: a autorização decorre da LC 105/01, onde se prevê nos arts. 5º e 6º o acesso direto da administração, declarada constitucional pelo STF, após grande discussão 2.3) Modalidades de lançamento tributário A) Por declaração – também chamado de misto: 147 do CTN B) De ofício: 149 do CTN C) Por homologação: 150 do CTN Diferenciam-se no nível de participação do sujeito passivo, vez que no de ofício o SP não participa em nada, enquanto no lançamento por declaração, o SP participa um pouco e, no lançamento por homologação, o sujeito passivo tem grande participação. 3 A) Lançamento por declaração- chamado também de misto, encontra previsão no art. 147 do CTN: nesta modalidade o SP realiza o FG do tributo que, quando da sua realização, produz algumas informações, que só ele tem acesso, e que são relevantes para a Administração realizar o lançamento. Existe, assim a obrigação acessória em entregar para o Administrador tais informações fáticas, que realizará o lançamento e irá constituir o FJT e, por fim, a RJT. O contribuinte poderá, ainda, realizar a retificação da declaração antes enviada para a administração, desde que observadas algumas condições: a retificação deve ser realizada antes da notificação de lançamento; se a retificação resultar na diminuição do tributo, deve-se comprovar o erro. Em caso de erros apurados no exame, a administração poderá, de ofício, retificá-las. B) Lançamento de ofício: ocorre sem participação do sujeito passivo, feito com base nas informações coletadas ou mantidas pela administração. Pode ser realizado em 3 cenários: original; por substituição, quando o sujeito passivo não presta a declaração; e por revisão. *** Na hipotese do Lançamento Por Homol. Onde o SP não cumpre com seu dever corretamente, a consequencia será o lançamento de ofício, comumente referido como auto de infração e imposição de multa. Já no lançamento de ofício na hipótese de dolo, fraude ou simulação do SP. C) Lançamento por homologação Redação literal: o próprio SJ realiza a Base de cálculo e define a aliquota, calculando quanto deve pagar, tornando-se, assim, um pagamento precário, visto que não há previo exame da autoridade administrativa. Após, a Administração realizará a correção, concordando ou discordando do cálculo realizado pelo contribuinte. Caso tudo esteja correto, haverá a homologação, extinguindo, assim, o CT. A administração tem o prazo de 5 anos para realizar a homologação, sob pena de configurar a homologação tácita. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
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