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CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO

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Módulo Incidência e Crédito Tributário 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2021.02-ICT-BSB 
 
 
SEMINÁRIO II - CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE 
LANÇAMENTO 
 
Questões 
 
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda: 
 a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é 
ato ou procedimento e qual a sua finalidade. 
 
Quando se fala em relação jurídico-tributária, entende-se por uma relação 
onde há sujeito passivo e sujeito ativo, sendo particular e Estado, 
respectivamente, em que tem a ocorrência do fato gerador, no qual este está 
presente na hipótese de incidência, nascendo assim, a obrigação tributária. 
Todavia, para que autoridade administrativa cobre determinado tributo do 
sujeito passivo, é necessário que haja a formação do crédito tributário, não 
bastando apenas o nascimento da obrigação tributária para que o Estado cobre o 
particular. 
Nesse sentido, quando da ocorrência do fato gerador, há a necessidade da 
constituição do crédito tributário para que o tributo seja cobrado. E é por meio do 
lançamento que haverá a constituição do crédito tributário. 
Assim determina o CTN em seu art. 142 a respeito do lançamento: 
 
“Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
Para Paulo de Barros de Carvalho, ao ato administrativo jurídico 
administrativo, em sua categoria simples, vinculados e constitutivos, através do 
qual se inclui uma norma jurídica individual e concreta na ordem jurídica 
brasileira, dá-se o nome de lançamento tributário. Ressalta o autor que tal norma, 
tem o fato jurídico tributário como antecedente e, a celebração da ligação 
obrigacional pela individualização dos sujeitos ativo e passivo como consequente, 
incluindo-se neste, também, qual o objeto da prestação. 
Entretanto, destaca o autor, no que tange ao tratamento dado ao conceito 
de lançamento tributário, trata-se de uma simples decisão de quem vau analisá-
lo. 
Em resumo, conclui-se que lançamento tributário é ato ou procedimento, a 
depender de quem irá examiná-lo, no qual a autoridade administrativa, como 
sujeito ativo, cobra o contribuinte, como sujeito passivo, determinado tributo, após 
a verificação do fato gerador da obrigação tributária, a matéria que será tributada 
e determina o valor quantitativo do tributo devido. 
 
 b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? 
Se positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que 
diferencia uma espécie da outra ? 
 
 De acordo com o CTN e a Doutrina, a afirmação é verdadeira. Em nosso 
ordenamento jurídico consideram-se três modalidades de lançamento, quais 
sejam: de ofício, por declaração e por homologação. 
 Em relação ao lançamento de ofício, nesta modalidade o lançamento é 
efetuado e revisto pela autoridade administrativa sem que haja a participação do 
contribuinte. É dizer que, o fisco dispõe de dados e autonomia suficiente para 
efetuar a cobrança, sem que o particular tenha participação no lançamento. Está 
previsto no art. 149 do CTN. 
 Já o lançamento por declaração, está disciplinado no art. 147 do CTN. 
Aqui, tem-se a participação do sujeito passivo, ou mesmo de terceiro. Nesta 
modalidade o contribuinte detém obrigação acessória de prestar informações 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
suficientes e indispensáveis para a efetivação do tributo à autoridade 
administrativa. 
 Por fim, na modalidade de lançamento por homologação também há a 
participação do sujeito passivo. O próprio contribuinte identifica o fato gerador e 
apura o valor a ser pago, todavia, deverá efetuar o pagamento do tributo 
antecipadamente. Tal modalidade está regulada no art. 150 do CTN. 
 
 c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o 
lançamento por declaração? 
 
 Em que pese o CTN atribuir a modalidade de lançamento por 
homologação, autenticidade de lançamento como nas outras modalidades, não 
é assim que pensa parte da doutrina. 
 Para Eurico de Santi, trata-se na verdade, de uma ficção jurídica, onde a 
Administração repassa ao sujeito passivo a obrigação de analisar e aplicar a 
legislação tributária ao caso concreto, porém, este ainda restará sujeito à 
homologação por parte da autoridade administrativa. 
 José Souto Maior Borges não compactua com a ideia de denominar o 
lançamento por homologação como autolançamento. Explica o autor que tal 
conceito não tem aplicabilidade, lecionando que o ato do lançamento é 
privativo da autoridade administrativa, inclusive podendo esta controlar a ação 
do fato gerador, concordando ou não com o que foi autolançado. 
 Dessa forma, entende-se que tal modalidade não constitui efetivo 
lançamento, já que é o contribuinte que irá aplicar o fato gerador, apurar o 
crédito tributário e pagar antecipadamente o tributo. Por sua vez, caso a 
Administração não homologue, não haverá validação do lançamento. 
 Já na modalidade por declaração, que apesar do contribuinte realizar o 
fato gerador, consiste em obrigação acessória, na qual o contribuinte emite 
declaração sobre aquele fato que produziu o tributo, e assim, autoriza 
posteriormente a autoridade administrativa exigir o crédito tributário, 
consistindo assim, efetivo lançamento. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado 
e/ou constituído? Quando isso ocorre? 
 
 O lançamento tributário possui eficácia constitutiva, podendo ser de 
iniciativa da Administração ou do contribuinte. 
 Como é sabido, para que a Administração possa cobrar o tributo, 
necessário se faz o lançamento. Nessa premissa, nasce o entendimento do 
lançamento ter eficácia constitutiva. 
 No debate sobre caráter declaratório ou constitutivo, Paulo de Barros 
Carvalho explica que o principal efeito do lançamento é “constituir o crédito 
tributário e declarar a obrigação que lhe cabe”. 
 
 e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato. 
 
 Em ambas ocorrências se têm conceitos que fazem referência ao marco 
temporal dos eventos. 
 Tempo no fato dirige-se quando do momento da ocorrência do evento 
descrito como aquele que o fato jurídico se realizou, porquanto, tempo do fato é 
o momento em que o evento é juridicamente consignado pela autoridade. 
 Aurora Tomazini de Carvalho traz exemplo clássico em relação ao tema, 
em que seria tempo no fato, em caso de IPTU, ser proprietário de bem imóvel 
no primeiro dia do exercício fiscal, qual seja, 01/01, ao passo que tempo do fato 
seria o momento que o contribuinte é notificado. 
 
 f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico? 
 
 Segundo Paulo de Barros Carvalho, nem sempre será fácil distinguir 
esses dois tipos de erros, todavia, isso não será empecilho para que seja 
aplicada a discriminação nos pontos que estejam claros. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 De acordo com o mesmo autor, enquanto erro de fato se trata de 
problema intranormativo, ou seja, há na estrutura do enunciado uma confusão 
interna, noutro lado, erro de direito é vício de aparência internormativa, isto é, 
na aplicabilidade do direito ao caso concreto, há uma divergência entre a 
norma geral e abstrata e a norma individual e concreta. 
 Claro fica, com os exemplos expostos pelo autor, quando cita como 
exemplo de erro de fatono caso em que o acontecimento do evento ocorre em 
Município “X”, porém resta consignado ter acontecido no Município “Y”. Por sua 
vez, exemplifica erro de direito quando a autoridade administrativa, em vez de 
cobrar ITR do dono de imóvel rural, consigna o lançamento relativo à CSLL. 
 Em relação a mudança de critério jurídico, teríamos uma mudança de 
interpretação, pela autoridade fiscal, da legislação tributária. 
 Paulo de Barros Carvalho, explica que um erro da autoridade fiscal que 
embasa mudança do ato de lançamento, nunca será erro de direito, sendo 
apenas erro de fato. 
 A alteração de critérios jurídicos, os quais foram adotados pela 
autoridade fiscal não poderá ser usada para aplicação em fatos passados, 
podendo ser modificada somente “em relação a um mesmo sujeito passivo, 
quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”, assim como 
disciplina o art. 146 do CTN. 
 
2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se: 
 a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto 
de infração; 
 
 As normas individuais e concretas veiculadas no AI são: 
➢ O lançamento do ICMS devido e não pago: R$ 11.599,29 
➢ Aplicação de penalidades (multa de 50% sobre o ICMS devido e 
não pago) 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato 
administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e 
(iv) ato de notificação; 
 
 Auto de infração: Trata-se de documento emitido pela Administração, 
quando cometida infração ou descumprimento da legislação por parte do 
fiscalizado. Neste ato veicula as normas individuais e concretas relacionadas 
ao lançamento e às penalidades. Tem caráter punitivo. 
 
 Ato administrativo de imposição de multa: Trata-se de ato da autoridade 
administrativa quando verificada infringência de normas legislativas por parte 
do fiscalizado em relação as suas obrigações. 
 
 Ato administrativo de lançamento: Momento em que a autoridade 
administrativa verifica a ocorrência do fato gerador, base de cálculo e aplicação 
da alíquota para valorar o tributo devido. 
 
 Ato de notificação: Trata-se da cientificação pela autoridade 
administrativa ao sujeito passivo que cometeu a infração. 
 
 c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito 
tributário? E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do 
crédito”? 
 
 A obrigação tributária nasce no momento da ocorrência do fato gerador, 
nos mesmos moldes do art. 113, § 1º, do CTN. 
 Por sua vez, o crédito tributário nasce no momento em que a 
administração não pode mais rever seu ato de lançamento e notifica o sujeito 
passivo. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 A multa tributária é sanção imposta ao contribuinte por este cometer ato 
ilícito. Dessa forma, a multa tributária nasce quando o contribuinte comete ação 
ou omissão, infringindo o que foi estabelecido por lei. 
 Constituição definitiva do crédito é dizer que tal crédito não pode mais 
ser revisto pela autoridade administrativa, ao passo em tenha sido válida a 
notificação do sujeito passivo. 
 
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, 
compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o 
pagamento do saldo devedor conforme discriminado abaixo: 
 
 Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa 
devedora, sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. 
Em seguida, encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em 
razão do aproveitamento indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não 
ser necessário o lançamento de ofício. Esses valores, por sua vez, são acrescidos 
das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além dos juros de mora. Na sua 
opinião, está correto o proceder da Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos 
da não-cumulatividade pode ser equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por 
sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e III). 
 
 No entendimento do STJ, por meio as Súmula nº 436, “a entrega de 
declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, 
dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.” 
 Dessa forma, entendo que quanto à inscrição em dívida ativa relacionada ao 
débito de IPI, mesmo que não tenha ocorrido o lançamento, a atitude da Fazenda 
não foi errônea. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Importante destacar que o art. 61, caput e § 3º da Lei nº 9.430/96 separa os 
débitos tributários das multas de ofício, determinando a incidência dos juros 
somente sobre os débitos tributários, não incidindo sobre as penalidades. 
Os saldos credores da escritura fiscal, em que dão lugar a saldos devedores 
que não foram objeto de pagamento antes do exame efetuado pela autoridade 
administrativa, tornam ilegítimos os créditos glosados. 
 
4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se: 
 a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado 
antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) 
ambos? Justifique sua resposta. 
 
 Trata-se de ato da autoridade administrativa em que mediante apresentação 
de critérios jurídicos e informações prestadas pelo contribuinte, o qual juntamente 
com tais informações traz o pagamento antecipado do crédito apurado pelo próprio 
sujeito passivo, anui com o que foi exposto e pago, extinguindo assim, a obrigação 
tributária. 
 É dizer que a Administração concordou com o que o contribuinte informou 
quanto aos critérios jurídicos, bem como com o pagamento efetuado 
antecipadamente. 
 Dito isso, a autoridade administrativa homologa tanto o pagamento efetuado 
antecipadamente como a norma individual e concreta apresentada pelo sujeito 
passivo, pois, na atividade fiscalizatória, a Administração deverá efetuar a análise 
entre os critérios da RMIT e o valor apurado e pago antecipadamente pelo 
contribuinte, para só depois efetuar a homologação. 
 
 b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato 
administrativo? Ainda, é possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há 
no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem lançamento? 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Em se tratando de lançamento por homologação, vimos anteriormente 
que é incumbido ao contribuinte a função de apurar e formalizar o crédito 
tributário, com base em fatos ocorridos em determinado período, interpretando 
a legislação tributária, consequentemente efetuando o pagamento antecipado 
sem o prévio exame da autoridade fiscal. Função normativa prevista no art. 150 
do CTN. 
 Todavia, em que pese o procedimento do contribuinte ser feito sem a 
prévia análise da autoridade administrativa, isso não exonera o Fisco em 
realizar a devida averiguação da apuração feita pelo contribuinte. 
 É nesse momento que ocorre a homologação expressa, no curso da 
fiscalização, em que o Fisco, por meio de ato administrativo, efetua a lavratura 
das informações e pagamento efetuado pelo sujeito passivo. Não constando 
qualquer irregularidade pela autoridade administrativa, opera-se a 
homologação expressa. 
 Ocorrida a homologação, o crédito é extinto, com base no art. 156, VII, 
do CTN. O parágrafo único do mesmo artigo, disciplina sobre ulterior 
verificação de irregularidades quanto ao crédito constituído, observando o 
disposto no art. 149, dispositivo este que permite a revisão de ofício pela 
autoridade administrativa. 
 Em que pese possua no direito positivo possibilidade de pagamento de 
tributos sem lançamento, entendo pela não possibilidade, haja vista que se não 
há o lançamento tributário, não há tributo exigível. 
 
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autosda reclamação 
trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão 
proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação 
do acordo. Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui 
o crédito tributário? E, eventuais acordos posteriores entre os litigantes? Há 
necessidade de lançamento? Como ficam os princípios do contraditório e da 
ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV). 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Poderá haver a constituição do crédito tributário por meio de autoridade 
judicial, mediante sentença judicial. 
 Para embasar tal entendimento a CF/88 é clara em seu art. 114, VIII, 
quando legisla sobre a competência da Justiça do Trabalho em relação ao 
tema em debate: “a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no 
art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que 
proferir”. 
 Sendo assim, poderá o Juiz do Trabalho executar de ofício créditos de 
tributos consequentes de suas sentenças judicias. Todavia, será necessário, 
antes de sua cobrança, que seja apurada a liquidez do crédito tributário. 
 Entretanto, cabe destacar que não se trata de lançamento, tendo em 
vista que é ato praticado por autoridade administrativa, requisito necessário 
conforme preceitua o art. 142, do CTN. 
 Importante ressalvar quem em ambas as hipóteses, tanto quanto a 
sentença judicial como na apuração da liquidez do crédito tributário, será 
assegurada a parte que se sentir prejudicada, no caso contribuinte ou INSS, a 
ampla defesa e o contraditório. 
 
6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda: 
 a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de 
revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento 
fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é 
suficiente para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII 
e IX). 
 
 Inicialmente, importante destacar o art. 146, do CTN: 
 
A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão 
administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode 
ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato 
gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Para compreensão do artigo supracitado, mister se faz lembrar a 
diferença entre erro de direito e erro de fato. 
 Conforme tratado em questão anterior, recordamos aqui, a diferença 
entre os dois erros, nos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho. Enquanto 
erro de fato se trata de problema intranormativo, ou seja, há na estrutura do 
enunciado uma confusão interna, noutro lado, erro de direito é vício de 
aparência internormativa, isto é, na aplicabilidade do direito ao caso concreto, 
há uma divergência entre a norma geral e abstrata e a norma individual e 
concreta. 
 Todavia, no que tange entre erro de direito e mudança de critério 
jurídico, para fins de revisão do lançamento tributário, não há que se falar em 
distinção, pois é vedado serem usados como embasamento para fins de 
revisão de lançamento. 
 Ao contrário do que acontece em relação ao erro de fato, que poderá ser 
revisto, caso reste comprovado algum dos casos elencado no art. 149, do CTN. 
 Assim também é o entendimento do STJ, no qual concluiu por meio do 
julgamento do REsp 1130545/RJ que: “nas hipóteses de erro de direito 
(equívoco na valoração jurídica dos fatos), o ato administrativo de lançamento 
tributário revela-se imodificável, máxime em virtude do princípio da proteção à 
confiança, encartado no art. 146, do CTN” (Trecho da ementa do acórdão). 
 
 b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode 
ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de 
cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de 
direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do 
lançamento? (Vide anexos X, XI e XII) 
 
 Tem-se aqui uma ampla discussão sobre o tema. Vimos nas questões 
anteriores as diferenças entre erro de direito, erro de fato e, até mesmo mudança 
de critério jurídico. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Partindo dessa premissa, devemos analisar a questão parte a parte. No 
primeiro tópico, entendo pela negativa, no sentido que a alteração da base de 
cálculo ou da sistemática de apuração do tributo não poderá ser feita mediante 
retificação do tributo. 
 Isso porque, tal procedimento pressupõe procedimento próprio, não 
podendo ser feito mediante retificação de ato administrativo. 
 Partindo para a segunda discussão, seria a eleição errônea da base de 
cálculo ou da sistemática de apuração, erro de direito ou erro de fato? A 
autoridade administrativa, ao efetuar o lançamento de forma errônea quantos aos 
pontos aqui discutidos incide em erro direito. Visto que, depois de efetuar o 
lançamento com determinada base de cálculo e em determinada sistemática de 
apuração, verificou que a norma aplicada não era a adequada, equivocando-se 
em relação a norma jurídica aplicada ao caso. 
 Dessa forma, sendo caso de erro de direito, resta inalterável o lançamento 
tributário. Consequentemente, caracterizado erro de direito, a autoridade 
administrativa não pode sanar vício por meio de retificação, acarretando assim, a 
anulação do lançamento.

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